"As políticas públicas e os programas formulados pelas redes de ensino na área de tecnologia precisam ser mais eficazes na maneira de apoiar e acompanhar as escolas. A presença dos equipamentos não é suficiente. Embora não seja uma tarefa simples, deve-se garantir um suporte consistente às escolas. Não adianta ter os equipamentos e não ter tomadas adequadas ou oferecer banda larga e não assegurar uma equipe capacitada para lidar com a rede de computadores e consertar o que for preciso.
As ações nessa área precisam ser descentralizadas e focadas em quem está na ponta para que o professor se sinta seguro para usar as tecnologias a favor da aprendizagem dos estudantes. Comumente, o educador tenta usar, gosta, mas a situação é tão complicada - por exemplo, o computador fica quebrado muito tempo, a internet falha... - que ele desiste.
Além de uma estrutura mais robusta, as redes necessitam estimular o efetivo ingresso das escolas e dos educadores na cultura digital. Isso é complexo porque exige uma mudança de paradigmas e o desenvolvimento de maneiras novas de trabalhar, focadas na colaboração, na coautoria e na interatividade, que caracterizam a revolução digital, algo que às vezes não está presente na estrutura das secretarias, seja na administração delas, nas formações ou nas propostas oferecidas às escolas. Uma alternativa é incentivar o trabalho colaborativo a distância em ambientes digitais entre professores e formadores da rede, para que todos experimentem as possibilidades de interação e de aprendizado em novos paradigmas e, assim, possam levá-las para seus alunos.
O uso das tecnologias também deve ser incluído no projeto pedagógico das instituições. Se a orientação está clara nesse documento, se foi uma construção do grupo, essa escola se organiza para aproveitar os recursos digitais como ferramenta de aprendizado, o que vai nortear o trabalho dos professores."
Márcia Padilha é consultora para programas de uso educativo de tecnologias digitais
Os principais problemas
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