terça-feira, 11 de agosto de 2015

Cacatua amiga para a vida toda! Da família dos papagaios, as belas aves se apegam aos donos e podem até aprender a falar

Embora semelhantes às calopsitas, as cacatuas na verdade possuemcaracterísticas mais parecidas com as dos papagaios, ambos psitacídeos. Isso porque eles têm em comum o bico curvo e a língua redonda, que facilitam a fala, algo muito apreciado pelos tutores. Originárias da Oceania e atualmente encontradas apenas no Sudeste Asiático e na Austrália, as barulhentas cacatuas são aves grandes: podem atingir de 30 a 70 cm de comprimento.
Outra distinção em relação aos populares faladores é a crista móvel, que pode apresentar cores diversas dependendo da espécie (há cerca de 20 delas na natureza). A inteligência também é um aspecto que chama atenção nos bichos. “Elas são muito inteligentes e conseguem  aprender coisas como repetições de palavras, pequenos trechos de música e truques comodançar e brincar com bolas”, completa Ariane Parra, médica veterinária especializada em animais silvestres e exóticos, de Campinas (SP).
Cacatua
(Foto: Shutterstock)
Ave de estimação

Um dos motivos pelos quais as cacatuas viraram animais queridos é a sua expectativa de vida: elas vivem de 30 a 75 anos. Ou seja, é perfeitamente possível ter a companhiada ave pela vida inteira. Além da idade e beleza, as cacatuas podem ser ótimos pets seadquiridas de cativeiros, pois são brincalhonas, afetuosas e, como dito,  extremamente inteligentes – algumas conseguem imitar a voz humana e aprender a cantar.
Como a ave não é nativa, não precisa de autorização do IBAMA para ser adquirida. Porém, é importante verificar se o criador disponibiliza a anilha, registro e nota fiscal da cacatua.

Como se comportam

Para que a ave seja, de fato, amorosa e receptiva, os criadores indicam adquiri-la com cerca de 3 meses, para que possa se acostumar melhor com os tutores. Ariane observa que, quando mansos, os animais são bastante dóceis e dificilmente bicam. “Porém, uma vez habituado a você, o pássaro ficará tão apegado quanto um cão de companhia: pedirá atenção e se estiver solto, buscará ficar próximo ao dono”, ressalta Emanuel Barros, veterinário de animais silvestres (RJ). Para evitar problemas, nunca o deixe sozinho por longos períodos. Marca característica desses animais, o penacho no topo da cabeça, quando eriçado, indica que a cacatua sente-se bem. No caso de a crista se encolher, provavelmente o animal está irritado.
Dieta especial

Por conta de seu bico curvo e forte, as cacatuas podem se alimentar de castanhas, grãos, sementes e vegetais, como cenoura e pepino. No mercado existem rações extrusadas próprias para psitacídeos: ofereça de 150 a 200 gramas por dia do alimento. “É importante considerar a suplementação com frutas, com exceção do abacate, ou vitaminas, dependendo da orientação do veterinário”, aponta Barros. O especialista ainda recomenda oferecer à ave uma mistura de arenito (como galhos de salgueiro) para que ela tenha algo para roer, coisa que as catatuas gostam muito de fazer.

A arte de inovar, ousar e reinventar-se todos os dias - Artigo Brasil Escola


Você está contente com a sua evolução profissional? Está satisfeito com o desempenho da sua organização? Tem notado empresas crescendo enquanto outras definham? Tem acompanhado nações que evoluem mais que as outras? Por que e como será que essas coisas acontecem?
Recentemente, tive que renovar o meu visto de entrada nos Estados Unidos. Não sei a razão, mas eles pediram para eu relacionar todos os países que eu visitei nos últimos dez anos. Dai percebi que havia uma ótima oportunidade para eu ir um pouco além e descobrir quantas visitas ao exterior eu fiz e refletir sobre o que isso contribuiu para a minha formação.
“As pessoas eficazes não vivem voltadas para os problemas, elas vivem voltadas para as oportunidades. Elas alimentam oportunidades, e deixam os problemas ‘morrerem de fome’”.
Peter Druker
A reflexão revelou alguns aspectos que eu não havia dado conta. Por exemplo, desde 1982, só pra os Estados Unidos, fiz mais de 30 viagens. Mas por que achei esse dado relevante? A maior parte das viagens que fiz foi a trabalho e eu sempre admirei a capacidade de criação, inovação e implementação do povo norte-americano. Chama atenção como eles são práticos e valorizam os pequenos detalhes que em médio e longo prazo se transformam em grandes realizações.
Quase sempre faço vôo noturno para chegar bem cedinho na terra do Tio Sam, onde quase sempre, chego antes das seis horas. Dai a primeira coisa que faço é ir ao toalete do aeroporto para cuidar de minha higiene pessoal. Aquele banheiro de avião mais parece lugar para passarinho tomar banho. Normalmente, encontro novidades: a saboneteira que mudou o formato, a torneira com uma nova função, o secador de mãos que a gente fica sem saber como usar, o sistema hidráulico cada dia mais sofisticado etc. Dessa vez, eu cheguei a comentar com uma cara que estava meio sem graça por não ter encontrado, de pronto, o funcionamento da torneira. Os fabricantes desses apetrechos parecem disputar para ver quem cria algo mais complicado só para “fazer pegadinha” com a gente. 
“Aquilo que insistimos em fazer torna-se fácil – não que a natureza da tarefa tenha se modificado, mas nossa habilidade para realizá-la aumentou”
Emerson
Esse é apenas um exemplo. Quando você adentra no país e aluga um apartamento e um carro, como costumo fazer, visita uma loja ou mesmo um shopping center, vai logo descobrindo que muitos pequenos implementos fazem uma enorme diferença. Os automóveis, por exemplo, apesar de serem fabricados por empresas globais por aqui, sempre têm algo a mais, como a empunhadura do volante mais confortável, um alarme que soa quando o carro se próxima de algum objeto, acabamento mais cuidadoso e por ai vai. E, se você volta um ano depois, vai comprovar que algo mudou. É fato que todas essas e outras pequenas novidades somadas farão uma enorme diferença ao final de cinco anos.
É mais ou menos como tentar comer um cordeiro assado de uma só vez. É provável que vamos descobrir que é muito difícil. Mas se colocarmos ele aos pedacinhos no palito acompanhado com cerveja gelada em dia de lazer e calor extremo a história pode ser outra, não é mesmo? 
“Tudo que somos é resultado do que pensamos”
Buda (562 a.C – 483 A.C)
É verdade que quem inova normalmente o faz aos poucos, não se importando muito com a visão do todo. As coisas vão acontecendo step by step. É como se pagássemos um caro para dirigir à noite do Rio para São Paulo. Sabemos para onde vamos, mas somente conseguimos enxergar o que o farol é capaz de iluminar. Ou seja, uns trinta metros à frente. O suficiente que precisamos ver. Assim, de trecho em trecho, percorreremos a distância que quisermos. Porém, muita gente acredita que precisa enxergar o percurso por inteiro.
Mas por que será que essas coisas acontecem desse jeito? Competitividade talvez seja uma boa resposta. É preciso inovar na produção, no marketing e na prestação de serviços para garantir o lucro. A lógica do modelo de gestão empresarial norte-americana, por exemplo, parte do princípio de que a margem deve ser minimizada enquanto o volume maximizado. A um observador menos atento poderia parecer ao contrário: que as inovações proporcionariam margens maiores - o que não seria nenhum absurdo. Será mesmo que há alguma relação entre inovação, desenvolvimento e lucro? Se recorrermos ao magnífico livro “A Riqueza das Nações” de Adam Smith, vamos constatar que: “ao contrário de aluguéis e salários, o nível de lucro não sobe com a prosperidade nem cai com as depressões da sociedade. Ao contrário – ele é naturalmente baixo em países ricos e alto em países pobres, e é sempre mais alto nos países dirigindo-se rapidamente para a ruína”.
Até aqui, essa parece ser a receita que está funcionando... mas inovar é sempre preciso. Pense nisso e ótima semana.
Evaldo Costa
Escritor, Consultor, Conferencista e Professor.
Autor dos livros: “Alavancando resultados através da gestão da qualidade”, “Como Garantir Três Vendas Extras Por Dia” e co-autor do livro “Gigantes das Vendas”- www.evaldocosta.com.br. E-mail: evaldocosta@evaldocosta.com.br.

Por: evaldocosta

Crônica: A SECA DE 2015 - Por: Rangel Alves da Costa * Fonte: BRASIL ESCOLA


Deve ser um segredo guardado a sete chaves pelos centenários sertanejos que ainda habitam naquela região, mas muitos comentam ao pé do ouvido que há, com certeza, uma profecia sertaneja preconizando que a cada cem anos uma devastadora estiagem irá assolar todas as redondezas. A seca viria destruindo e secando tudo, tangendo da vida animais e plantas, amedrontando o homem mais destemido e demonstrando todas as fragilidades dos viventes diante das forças revoltosas da natureza. Isto estava escrito num pedaço de umburana, guardado dentro de um alforje carcomido e escondido numa gruta nas proximidades da divisa entre Canindé e Poço Redondo. Conto assim porque assim me contaram.
Pois bem. Outro dia dois velhos amigos iam conversando por uma estrada e começaram a prosear sobre o assunto, e foi quando um deles parou subitamente e disse espantado: “Danou-se cumpade, pois se dizem que uma das maiores secas foi a de 1915, a quem vem aí vai ser em 2015, que é quando completa cem anos. Pelas conta, daqui a uns cinco anos ou coisinha mais”. E seguiram caminho acima, visivelmente preocupados, sem trocar mais nenhum pé de palavra.
Com efeito, a seca de 1915 foi uma das mais terríveis que já se espalhou pela região nordestina. Foi a inclemência da devastação de tudo acima e abaixo da terra, do desespero do homem e da dizimação dos rebanhos, da fome e da sede alastradas em progressão alarmante, das muitas e muitas levas de retirantes abandonando seus lugarejos já quase mortos como o próprio homem. Foi nessa estiagem que, para impedir que os retirantes se dirigissem à capital, o governo cearense criou campos de concentração nos arredores das grandes cidades, nos quais recolhia os flagelados. A varíola fez centenas de mortos no Campo do Alagadiço, próximo a Fortaleza, onde se espremiam mais de 8 mil pessoas; a falta de condições sanitárias e de comida completou o trágico quadro. O sofrimento das famílias durante essa estiagem é retratado por Rachel de Queiroz no seu romance “O quinze”, um drama instigante impondo situações dolorosas em meio à desolação provocada pela seca.
Nos dias atuais, a catastrófica previsão estava novamente prestes a acontecer no semi-árido. “De cem em cem anos virá um sol diferente dos outros, mais quente, mais abrasador e mais duradouro, e tudo o que estiver abaixo dele, seja homem, seja animal ou planta, se curvará em piedade e aflição, pois não haverá sequer uma gota d’água caindo dos céus para aliviar o sofrimento da estiagem, e tudo será seco e feio”, eis a profecia.
Em 2014 começaram a aparecer os primeiros sinais. Nesse ano, a chuva tão esperada no dia 19 de março não veio, muito menos avistava-se qualquer aparência de nuvens carregadas no horizonte.O sertanejo acredita que se chover nesse dia – dia de São José – é sinal de que haverá um bom inverno. Com os dias passando e as chuvas sumindo, o matuto começou logo a desconfiar de que o pior certamente viria.
Já perto do fim do ano, lá pelas vizinhanças do natal, Pedro, pai de cinco filhos pequenos, enfileirados na idade, dono de quatro vaquinhas num terreno de beira de estrada, madrugou com uma tristeza de dar dó e, após mirar o céu iluminado, decidiu buscar uma esperança numa prática muito antiga dos velhos sertanejos: procurou um ninho de rolinha pelas árvores, mas nada; só encontrou um escondido no chão. Então veio a certeza: “A rolinha sempre faz o ninho atrepado, mas como ela sabe que não vem chuva, ela faz no chão. É certeza de estiagem prolongada”.
Dito e certo, pois quando entrou o ano de 2015 a seca já começou a mostrar sua feição assustadora. A cada dia que passava as esperanças iam esvaindo-se, os tanques e cacimbas começaram a enlamear, os pastos ficaram cinzentos, os animais emagreciam e deixavam suas carcaças pelos barrancos, veio a fome, a sede, o medo. Era a seca em toda sua plenitude. João e Maria venderam tudo o que restava e foram embora desnorteados; encontraram Belarmino caído, morto, por cima da carcaça da única vaquinha que tinha; de tanto ouvir seus filhos reclamar que tinham fome, Pedro enlouqueceu e invadiu uma prefeitura, sendo preso e judiado; as ruas das cidades encheram-se de pedintes esfarrapados; ninguém mais falava de rico e de pobre. Era a socialização da miséria.
O governo federal logo criou um fundo especial de emergência para combater os problemas causados pela devastação nordestina; mais uma vez foram surgindo frentes emergenciais de trabalho para dar algum ganho ao homem carente de tudo; programas de bolsa disso e bolsa daquilo foram criados ou ampliados para atender às demandas das famílias empobrecidas; da capital, caminhões e mais caminhões chegavam com as esmolas oficiais, com o mesmo fubá de milho, feijão turbinado de veneno, arroz de quinta categoria, mortadela e alguns itens mais para enganar a fome, e principalmente o próprio homem. Políticos não arredavam o pé do lugar, pois dizem que o homem fragilizado é mais fácil de ser enganado.
Porém, diante desse quadro dantesco surgiu, enfim, uma coisa boa, uma solução para resolver dali por diante, e de uma vez por todas, as constantes ocorrências daqueles mesmos problemas: o governo federal, em parceria com os governos estaduais, já tinha um projeto pronto, de confiável eficácia, para dar um basta nas conseqüências maléficas das estiagens. Já tinha até nome: Qualidade de Vida no Convívio com a Seca. Nome bonito, assinado com caneta de ouro. No início do próximo ano, com a máxima certeza, passaria a ser desenvolvido na região.
Alguém já ouviu falar dessa mesma história? Pois é, ainda no período do Brasil Império, o Imperador Pedro II prometeu que venderia até as jóias da Coroa para resolver o problema das secas. Nem vendeu nem o problema jamais foi resolvido, mas não por falta de promessas, pois a cada nova estiagem os políticos e governantes vêm com a mesma ladainha, com a mesma conversinha de que dali em diante o sertanejo vai conviver com a seca de forma digna e proveitosa. Tudo conversa pra boi dormir, ou fechar os olhos de morte nos pastos sertanejos.
É sempre a mesma história. E assim sempre será daqui a mais cem, duzentos, trezentos anos, pois a profecias não mentem, mas os homens sim. 

Por: Rangel Alves da Costa