Durante a vida intrauterina a homeostase da glicose é mantida constante devido à oferta contínua de alimentos. Após o parto, esta oferta alimentar contínua dá origem a um estado de jejum transitório que ocorre entre as mamadas. O período entre as mamadas obriga o organismo a fazer uso de suas reservas de glicogênio fomo fonte de glicose, principal fonte de energia para o corpo, e estas reservas só conseguem suprir as necessidades de glicose por um período de aproximadamente 4 horas.
Nos recém-nascidos o risco de hipoglicemia, nível sanguíneo de glicose, é maior quando comparado aos adultos devido à alta taxa de consumo de glicose. Como o encéfalo destes animais exigem altas taxas de glicose, no jejum prolongado, o organismo usa mecanismos metabólicos adaptativos para obter substratos energéticos alternativos.
Neonatos após o nascimentos apresentam níveis de glicose de aproximadamente 30mg/dL durante as duas primeiras horas de vida, e depois este valor se aproxima a 45mg/dL e se mantém durante as primeiras 72 horas de vida. Estes valores continuam subindo, por isso, a partir do terceiro dia, níveis glicêmicos inferiores a 60mg/dL indicam monitoramento, e quando o nível se torna inferior a 50mg/dL se indica o inicio de medidas diagnósticas e terapêuticas.
Os sinais e sintomas da hipoglicemia são inespecíficos, como tremores, apatia, irritabilidade, letargia, taquipneia, cianose, hipotermia, sucção débil, choro estridente, podendo chegar ao coma. São várias as causas da hipoglicemia, desde a falta de alimentos a problemas metabólicos, endocrinopatias, hepatopatias e neuropatias. Desta forma, o médico veterinário que trabalha com a clínica de pequenos, o que inclui a neonatologia, deveria aprofundar seus estudos e atualizar seus conhecimentos na área por meio de cursos especializados e congressos.
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