segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Estudo: Comportamento de crianças autistas melhora com a chegada de um pet em casa

Estudo mostrou que passoas com a síndrome podem se beneficiar se passarem a ter um animal a partir dos cinco anos de idade

Uma pesquisa publicada nesta quarta-feira no periódico PLoS One mostrou que o contato com animais de estimação pode ter um efeito positivo no comportamento de crianças autistas. Segundo especialistas do Centro de Pesquisa do Hospital de Brest, na França, pessoas com a síndrome que passam a ter um cão ou um gato, por exemplo, depois dos cinco anos de idade podem apresentar um melhor relacionamento com outras pessoas do que os indivíduos que já nascem em lares com a presença algum bicho ou que passam a vida sem conviver com um.

CONHEÇA A PESQUISA:


Título original: Does Pet Arrival Trigger Prosocial Behaviors in Individuals with Autism?
Onde foi divulgada: periódico PLoS One
Quem fez: Marine Grandgeorge, Sylvie Tordjman, Alain Lazartigues, Eric Lemonnier, Michel Deleau e Martine Hausberger
Instituição: Hospital de Brest, França
Dados de amostragem: 260 pessoas com autismo
Resultado: Pessoas com autismo que passaram a ter animais de estimação a partir dos cinco anos de idade se relacionam melhor socialmente do que quem nunca conviveu com algum bicho de estimação. Embora de forma menos intensa, quem nasce em lares com animais também apresentam melhora

No artigo, os autores explicam que, embora a terapia envolvendo contato com animais já venha sendo recomendada a crianças com autismo há algum tempo, os resultados concretos dessa abordagem nunca haviam sido estudados.

Participaram da pesquisa 260 indivíduos de seis a 34 anos que tinham a síndrome. As pessoas que passaram a ter algum animal de estimação a partir dos cinco anos de idade apresentaram melhora em alguns aspectos específicos do comportamento social: elas se sentiam mais confortáveis e se mostravam mais solidárias quando se relacionavam com outras pessoas do que pacientes que nunca tiveram um animal. Os participantes que já nasceram em casas com a presença de animais também mostraram uma melhor relação social, embora menos intensa do que o outro grupo. Para os autores do estudo, esses resultados devem incentivar outras pesquisas que aprofundem os mecanismos envolvidos na relação entre pessoas com autismo e animais.

Fonte:





Brincar, a linguagem das crianças


Crianças brincando na escola
Quem nunca se encantou ao ver uma criança sorrindo, pulando, dando cambalhotas, brincando e vivendo num mundo de faz de conta? Quem, quando criança, não ficou chateado, magoado, triste, melancólico ou zangado, por ter uma brincadeira interrompida, ter ficado de castigo ou sido repreendido por ter feito alguma estripulia? 

A criança e o brincar são contextos indissociáveis, o brincar é tão essencial à criança quanto o trabalho é para os adultos. Não se pode pensar na ideia de ter uma criança sem dar-lhe tempo e propiciar-lhe momentos de ser e de se sentir criança. A criança que não brinca não aprende, não tem interesse, não tem entusiasmo, não demonstra sensibilidade e não desenvolve afetividade. Daí a necessidade de compreender o brincar como uma linguagem infantil, uma maneira que as crianças pequenas utilizam para falar não convencionalmente, mas para se expressar e demonstrar seus sentimentos, suas vontades, suas inquietudes. 

No ambiente escolar, a criança tem a oportunidade de estar com outras crianças, de entender as diferenças e aprender a socializar-se. Regras e normas são válidas e cabíveis, mas deve-se tomar cuidado em quando e como serão introduzidas no processo educativo. A negação repetitiva e sem fundamento coerente gera insatisfação e desinteresse em aprender, o que chama atenção é pensar que existem tantas escolas que focam na alfabetização e esquecem que a proposta pedagógica das pré-escolas deve ser desenvolvida eminentemente através de concepções voltadas para o brincar e cuidar. 

Identidade e autonomia são os eixos temáticos mais importantes referentes ao currículo da educação infantil, além de contribuir para que a criança conheça a si mesma e aos colegas, permite ainda identificar-se como ser autônomo e completo, descobrindo suas potencialidades e dificuldades, permitindo ao educador uma intervenção mediada e transcendente. Para Montessori (Pedagogia Científica), “a liberdade de expressão permite às crianças revelar-nos suas qualidades e necessidades, que permaneceriam ocultas ou recalcadas num ambiente infenso à atividade espontânea”, para a educadora, o objetivo maior em educar crianças não é controlar a criança e sim o ambiente onde a criança está inserida. 

A flexibilidade da escola e dos pais em permitir tempo para que as crianças brinquem deve ser ampla e planejada, deve ser dirigida pela atenção e presença do adulto. Ao brincar, a criança expressa suas emoções, expõe suas habilidades e dificuldades, e mostra aos adultos suas conquistas; mostrando a apropriação de uma linguagem diferente, característica do desenvolvimento infantil. 

Ao brincar de carrinho, por exemplo, a criança assimila fatos que ela vê e observa na vida cotidiana; além de repetir o que vê o adulto fazendo, ela incorpora e repete na brincadeira. Se ela brinca com o carrinho de forma agressiva, batendo em objetos, fazendo o carrinho capotar, ela simplesmente está tentando se comunicar, repetindo com seus brinquedos cenas da vida doméstica e comportamentos dos adultos, utilizado-se desta linguagem para dizer que “foi isso que ela aprendeu”, daí a necessidade mediadora nas múltiplas ações do brincar e atenção ao exemplo. 

Pretende-se com esse pensamento reavaliar nossas concepções acerca da criança e do brincar, é brincando que a criança aprende, e observando que ela incorpora, é através de brincadeiras que a criança expande seu mundo e amplia seus conhecimentos, nesse sentido escreve Montessori, “façamos de conta que a criança é um operário e que a finalidade de seu trabalho é produzir o homem. Porque o trabalho das crianças não produz um objetivo material, mas cria a mesma humanidade; não uma raça, uma casta, um grupo social, mas a humanidade inteira”.
Por Giuliano Freitas
Graduado em Pedagogia

Fonte:
Brasil Escola

Dia das Crianças - Data comemorativa que alude à importância dos direitos da criança e à luta contra o abuso infantil.

Quando ouvimos falar em Dia das Crianças, a imagem que nos vem a cabeça é sempre uma: presentes. Isso, é claro, não poderia deixar de ser, pois quem não gosta de presentes? No entanto, a celebração do dia das crianças não tem o intuito de apenas presentear as nossas crianças. Na verdade, o Dia da Criança é bastante significativo para o que realmente a criança representa.
Oficialmente, uma das primeiras convenções sobre uma data comemorativa internacional em homenagem à criança aconteceu em 1925, durante a Conferência Mundial pelo bem-estar da criança, realizada em Genebra, Suíça. Nessa ocasião, o dia 1º de junho ficou marcado como o Dia Internacional da criança. No ano anterior, 1924, a então chamada “Liga das Nações” fundou a “Declaração dos Direitos da Criança” para fundamentar os cuidados especiais que deveriam ser tomados em relação a todas as crianças diante da fragilidade do ser humano em sua infância. Dessa medida surgiram atos legais que proibiram o trabalho infantil e a violência contra a criança.
Tempos depois, em 1954, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, o dia 20 de Novembro foi estabelecido como o Dia Universal da Criança. O objetivo era encorajar os demais países a estabelecerem uma data para promover ações que garantiriam direitos e o bem-estar da criança. Em 1959, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a “Declaração dos Direitos da Criança”, com algumas modificações, e cada país passou a estabelecer uma data comemorativa para celebrar os direitos da criança.
No Brasil, entretanto, a data já havia sido estipulada ainda na década de 1920. O deputado federal do Rio de Janeiro, Galdino do Valle Filho, conseguiu a aprovação da lei, em 1924, que instituía o dia 12 de Outubro como o Dia da criança.
Todavia, essa data passaria despercebida até a década de 1950, quando houve uma campanha de marketing da empresa de brinquedos Estrela. A fabricante de brinquedos usou a data para promover sua linha de bonecas de nome “Bebê Robusto”. Anos depois, a data foi mais uma vez reforçada pela campanha publicitária da empresa de produtos de higiene infantil Johnson & Johnson. A empresa lançou a campanha “Bebê Johnson”, que teve sua primeira edição em 1965 e acabou se tornando o concurso de beleza infantil mais conhecido no país.

Por Lucas Oliveira
Graduado em Sociologia
Fonte:
Brasil Escola

O que é Brucelose? - como ela chega em minha casa, como evitar, diagnosticar e tratar a doença



O QUE É BRUCELOSE?

Caracterizada como importante zoonose mundial, é causada pelo gênero Brucella spp. Quatro espécies podem causar infecção em humanos: Brucella abortus, B. canis, B. suis e B. melitensis. Esta última, embora não detectada no Brasil, é responsável pela doença clínica mais severa.

Segundo estimativas da OMS, atualmente, a verdadeira incidência da brucelose humana pode ser cinco ou mais vezes superior aos números oficiais, uma vez que é sub-diagnosticada e sub-notificada. Estimam-se cerca de 500.000 casos de infecção humana anualmente em todo o mundo.

COMO A BRUCELOSE PODE CHEGAR NA MINHA CASA?

O consumo de leite não pasteurizado e seus derivados e de carne in natura ou mal cozida provenientes de animais infectados e doentes, transmite a infecção ao homem. A capacidade da bactéria se manter viável em queijos frescos e curados por cerca de 100 dias, mostrou ser possível fonte de infecção para o homem.

A incidência da brucelose humana varia de acordo com a prevalência regional da enfermidade em animais de produção, como bovinos, ovinos, caprinos, suínos e equinos. Cães podem assumir risco de transmissão doméstica ou mesmo ocupacional, no caso de médicos-veterinários.

O número de casos de brucelose canina é desconhecido, pois não é exigida a notificação às autoridades de saúde. O cão infectado pode transmitir a doença para animais saudáveis por um longo período. Proprietários de cães, funcionários de canis de reprodução e médicos-veterinários formam o grupo com risco especial para a contaminação. Em pessoas idosas, imunossuprimidas, gestantes e crianças, a doença por Brucella canisapresenta diferentes graus de severidade.

Os cães são os principais hospedeiros da B. canis e também podem se infectar por outras espécies de Brucellasque acometem os animais de produção. As brucelas são excretadas pela urina e, nos machos, também pelo sêmen, causando falha na concepção e aborto em fêmeas, atrofia testicular e dermatite escrotal no macho.

A transmissão ocorre pelo contato oro-nasal e cópula. O tratamento de cães é controverso. Por não responderem adequadamente, recomenda-se a eutanásia. O exame dos animais domésticos deve ser indicado pelo médico-veterinário, uma vez que a brucelose canina pode não ser aparente. A investigação da brucelose canina ganhou importância com aumento expressivo do número de cães nos lares, o que exige maior alerta das autoridades sanitárias e profissionais.

QUEM ESTÁ MAIS VULNERÁVEL À BRUCELOSE?

A brucelose humana é uma preocupante doença ocupacional, citada na lista de doenças relacionadas ao trabalho, na Portaria n 1.339/1999 do Ministério da Saúde (Brucelose A23), responsável por incapacidade para o trabalho ou diminuição do rendimento. O principal grupo de risco são médicos-veterinários, inseminadores, auxiliares de campo, ordenhadores, magarefes, trabalhadores de abatedouros, tratadores em canis e laboratoristas.

Eles se infectam durante a lida com animais doentes e portadores da doença, quando ocorre contato direto com urina, descargas uterinas, sêmen, produtos de abortamento, carcaças infectadas ou por meio de procedimentos de necropsias, acidentes laboratoriais nos centros de diagnóstico e com a manipulação a campo da vacina B19 ou RB51.

A infecção pode acontecer ainda pelo contato indireto com utensílios e ambiente contaminado com brucelas. A inalação de aerossóis durante a excreção urinária dos animais ou aqueles produzidos acidentalmente na execução de procedimentos laboratoriais e de necropsias assume enorme importância na infecção humana.

Soluções de continuidade cutâneas e mucosas como orofaríngea, nasal, gastrointestinal e geniturinária se constituem em portas de entrada das brucelas, cuja dose infectante é extremamente baixa. Apenas 10-102 microrganismos podem conduzir a infecção.

A OMS classificou a bactéria de grau III no Manual de Biossegurança em Laboratório por sua elevada virulência, e preconizou que os procedimentos de segurança mínimos para a manipulação de amostras e culturas sejam realizados em câmaras de fluxo laminar de tipos II ou III e laboratórios NB3.

As espécies de Brucella podem ser utilizadas como potentes armas biológicas, dado o seu potencial para infectar seres humanos e animais na forma de aerossóis. A contaminação acidental em laboratórios está associada à aspiração de aerossóis durante o cultivo de amostras clínicas, nos procedimentos de extração de DNA, no contato com a pele e na pipetagem. Qualquer pessoa presente no laboratório durante o trabalho de identificação de um isolado patogênico de Brucella é considerada exposta.

COMO EVITAR A DOENÇA?

Os principais pontos para a prevenção da brucelose humana são a erradicação da brucelose animal, a partir de programas sanitários obrigatórios aos rebanhos e notificação compulsória de casos; a educação sanitária sobre o perigo do consumo de leite e derivados não pasteurizados, assim como sobre consumo de carne in natura ou mal cozida, sem conhecimento da origem ou de abate clandestino; e a adoção de medidas preventivas com obrigatoriedade de uso de equipamentos de proteção individual para os profissionais que compõem os grupos de risco.

Os programas de combate à brucelose baseiam-se principalmente em vacinação das bezerras e detecção, seguida do sacrifício de animais infectados. Em 2001, o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento instituiu o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose sendo obrigatória a vacinação com vacina B19 de fêmeas bovinas e bubalinas entre 3 e 8 meses de idade. E, em 2007, regulamentou o uso especial da vacina RB51, ambas vivas e atenuadas para essas espécies.

Entretanto, são patogênicas ao homem, devendo os profissionais tomarem cuidado com o manuseio de agulhas ou respingos de vacina nos olhos, nariz e boca. Ainda não foi encontrada qualquer vacina eficaz e segura para o homem.

Entre as vacinas disponíveis, a B19 induz anticorpos aglutinantes detectados nas provas sorológicas. Porém, a RB51 é atenuada por passagem em rifampicina ou penicilina e perde a sua capacidade aglutinante, impedindo o diagnóstico sorológico em indivíduos que se infectaram acidentalmente durante a manipulação dessa vacina. É crucial saber como o paciente se infectou para que seja estipulado o tratamento adequado, pois a RB51 é resistente a rifampicina, um dos antibióticos de escolha na terapia humana.

Em caso de acidentes vacinais, as respostas sorológicas à infecção pela estirpe B19 podem variar quanto a sua detecção nos testes usuais de diagnóstico. Entretanto, com a vacina RB51, mutante rugosa por sucessivas passagens em rifampicina ou penicilina, os testes sorológicos continuam negativos.

Recentemente, duas condições atípicas chamaram atenção da comunidade médica. A primeira foi o isolamento de estirpe de Brucella a partir de ferida infetada pós-implante de mama em paciente de 71 anos com sinais clínicos de brucelose. Frente às análises fenotípicas e moleculares foi reconhecida uma nova espécie, a Brucella inopinata.

A segunda foi uma estirpe de Brucella (BO2) isolada a partir de biópsia de pulmão de um paciente australiano de 52 anos, com pneumonia crônica, a qual com bases moleculares foi identificada como Brucella inopinata.

Também foram confirmados casos de transmissão inter-humana por meio de transplante de órgãos e tecidos, sobretudo medula óssea; transfusão de sangue; aleitamento materno; transmissão intra-uterina e contato sexual.

COMO DIAGNOSTICAR A BRUCELOSE?

Os principais problemas com o diagnóstico da brucelose humana são: o histórico complexo na suspeição clínica, os diferentes fatores de risco, o período variável de incubação e os múltiplos sintomas.

O período de incubação da brucelose em humanos varia entre cinco e 60 dias, não sendo raros os casos de meses de incubação antes dos primeiros sintomas. A classificação da doença em formas aguda, subaguda ou crônica é puramente teórica. Mas, a localização das lesões auxilia na escolhe do tratamento.

Em muitos pacientes, surge apenas como infecção, identificada em testes sorológicos, sem sintomas e sinais clínicos aparentes. Por outro lado, o comprometimento sistêmico de vários órgãos e tecidos conduz a sintomas variados e nem sempre concomitantes.

Fadiga, astenia e adinamía podem estar acompanhadas de cefaleia, anorexia, desânimo, depressão, alteração do sono, exacerbação da sensibilidade ao frio, sudorese intensa principalmente à noite com odor alterado, mialgia, tendinite, uveíte, tosse, ardor ou incomodo ao urinar, dor abdominal, alteração do trânsito intestinal, icterícia. Ainda é sintoma a febre aguda, insidiosa, remitente ou ondulante. Lesões cutâneas como vasculite, exantema e eritema nodoso também são comuns.

No homem, a dor testicular pode estar presente devido à orquite e à epididimite. Já nas mulheres, salpingite, cervicite, abcesso pélvico e abortamento foram descritos. Em ambos os sexos, com o emprego da Polimerase Chain Reaction- PCR no diagnóstico, foi constadada a elevada frequência do comprometimento gênito-urinário com excreção urinária.

Complicações osteoarticulares podem ocorrer em 60% dos casos, comprometendo o andar pela dor intensa advinda de artrites, bursites e calcificações articulares. Espondilodiscites e demais alterações na coluna vertebral, principalmente lombar são muito frequentes e limitantes ao trabalho. Nos casos ainda mais severos, são descritas encefalite, meningite (neurobrucelose), neurites periféricas e endocardite bacteriana, que podem evoluir ao óbito se não diagnosticadas precocemente. Comumente ao exame clínico, são detectadas hepatomegalia, esplenomegalia e adenopatias.

Diagnóstico da brucelose baseia-se principalmente na suspeição clínica de exposição de risco, seguido da confirmação laboratorial por meio de hemoculturas, culturas de medula óssea e de tecidos infectados, exames sorológicos e fundamentalmente pela PCR de urina e liquor. A cultura é sensível e específica, entretanto, necessita incubação prolongada. Aumento de quatro vezes a titulação sorológica ou uma única titulação maior ou igual a 1:60 podem ser usadas para confirmar o diagnóstico clínico.

A localização intracelular da bactéria e seu pequeno tamanho dificultam a utilização de microscopia direta para fins diagnósticos. Dependendo da fase clínica da doença, o resultado sorológico pode ser falso negativo, sendo essencial o emprego de várias técnicas diagnósticas concomitantemente. O exame de PCR da urina tem se mostrado excelente nos pacientes cujos demais exames falharam em confirmar a brucelose.

O diagnóstico humano conta com o serviço do Ambulatório de Zoonoses do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e o diagnóstico laboratorial é realizado no Instituto Adolfo Lutz. Já o Laboratório de Doenças Bacterianas da Reprodução do Instituto Biológico, acreditado pelo MAPA, apresenta equipe de excelência no diagnóstico animal.

COMO TRATAR A DOENÇA?

O sucesso da cura está ligado à persistência do tratamento mesmo diante da melhora clínica e aparente remissão dos sintomas, que podem ocorrer já nas primeiras semanas. Efeitos adversos da medicação como náusea, vômitos, desconforto abdominal, epigastralgia, desequilíbrio, vertigem, fotossensibilidade, nefro-toxicidade, reações de hipersensibilidade e a possível ocorrência de ototoxicidade, desestimulam a continuidade do tratamento. Nos casos osteoarticulares o tempo mínimo é de quatro meses, podendo ser maior na dependência da avaliação médica.

São observadas recidivas geralmente nos seis primeiros meses após o tratamento em até 23% dos pacientes tratados. Estão associadas à terapêutica inadequada e ao tempo insuficiente de tratamento.

O monitoramento pela PCR da excreção urinária de Brucella spp. ao longo do tratamento é uma medida auxiliar importante para avaliar o êxito do protocolo terapêutico escolhido e a duração necessária para evitar recidivas. O esquema terapêutico completo para brucelose humana está disponível no link http://www.dive.sc.gov.br/conteudos/zoonoses/Noticias/2012/.

SERVIÇO:

Hospital Emílio Ribas: Avenida Doutor Arnaldo, 165 – Pacaembu – São Paulo. Telefone: (11) 3896-1200. Site: www.emilioribas.sp.gov.br.

Instituto Adolfo Lutz: Avenida Doutor Arnaldo, 355 – Pacaembu - São Paulo. Telefone: (11) 3088-3041. Site: http://www.ial.sp.gov.br.

Laboratório de Doenças Bacterianas da Reprodução do Instituto Biológico: Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, 1252 – Vila Mariana – São Paulo. Telefone (11) 5087-1770. Site: http://www.biologico.sp.gov.br/.


Fonte:







Pesquisa - A memória digital está acabando com a memória humana

memoria digital e real
Um novo estudo da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, afirmou que o excesso de confiança na utilização de computadores e motores de busca está enfraquecendo as memórias das pessoas.
Ou seja, o senso comum acabou de ganhar respaldo científico: usar computadores em vez de memorizar informações está nos deixando esquecidos.
Por exemplo, no estudo, muitos adultos que ainda podiam recordar os números de telefone da sua infância não conseguiam lembrar o número do seu trabalho atual ou o número do telefone de membros da família.
A pesquisa
Os hábitos de memória de 6.000 adultos no Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha, Bélgica, Holanda e Luxemburgo foram analisados.
Mais de um terço recorria primeiro a computadores para recordar informações – especialmente no Reino Unido, onde mais de metade das pessoas pesquisavam online em busca de uma resposta primeiro.
O estudo sugere que depender de um computador desta forma tem um impacto a longo prazo no desenvolvimento de memórias, porque tais informações podem muitas vezes ser imediatamente esquecidas.

Cérebro não exercitado

“Nosso cérebro parece reforçar uma memória cada vez que lembramos dela, e ao mesmo tempo esquecer memórias irrelevantes que estão nos distraindo”, disse a autora do estudo, Maria Wimber.
O processo de recordar a informação é “uma maneira muito eficiente de criar uma memória permanente”, segundo a pesquisadora. “Em contraste, repetir passivamente informações, como repetidamente pesquisá-las na internet, não cria um traço de memória com duração sólida da mesma forma”.
Não lembro
Entre os adultos pesquisados no Reino Unido, 45% conseguiam lembrar o número de telefone da casa onde moraram aos 10 anos de idade, enquanto somente 29% conseguiam se lembrar dos números de telefone de seus próprios filhos, e 43% conseguiam lembrar o número do seu local de trabalho atual.
A capacidade de lembrar o número de um parceiro romântico foi menor no Reino Unido do que em qualquer outro país europeu. 51% dos entrevistados no Reino Unido sabiam o número de telefone do seu parceiro, por exemplo, em comparação com quase 80% na Itália.
Falsa sensação de segurança
As pessoas se acostumaram a usar dispositivos tecnológicos como uma “extensão” do seu próprio cérebro. Logo, tem havido uma ascensão do que pode ser chamada de “amnésia digital”, em que as pessoas não se importam em esquecer informações importantes na crença de que tais informações podem ser imediatamente recuperadas em um dispositivo digital.
Além do armazenamento de informações factuais, há uma tendência de manter memórias pessoais em formato digital também, como fotografias de momentos importantes. Se elas só existirem em um smartphone, há o risco de extingui-las se o dispositivo for perdido ou roubado, coisa que muitos não parecem levar em conta. 
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Enorme edição de genes torna porcos doadores de órgãos perfeitos para humanos

edicao de genes porcos doadores orgaos
Uma vantagem da proximidade genética entre porcos e humanos é que os suínos têm o potencial de serem bons doadores de órgãos. Mas, como tudo na ciência, não é uma mera questão de tirar um coração de um porco e colocar em uma pessoa.
Algumas complicações se põem no caminho de transplantes bem-sucedidos. A boa notícia, no entanto, é que os cientistas fizeram grandes avanços para ultrapassá-las.
Os progressos
Um dos maiores problemas é a possibilidade de retrovírus endógenos suínos (chamados PERVs) serem reativados dentro do humano receptor do órgão.
Agora, graças ao recente trabalho de George Church e seu laboratório na Universidade de Harvard, nos EUA, essa não é mais uma preocupação.
O grupo foi capaz de usar técnicas de edição de genes para inativar 62 PERVs em embriões de suínos. Os resultados foram publicados na revista Nature.
Outra grande preocupação é a rejeição de órgãos doados pelo sistema imunológico humano. Church já enfrentou essa dificuldade também, modificando mais de 20 genes que fabricam as proteínas que irritam as células do nosso sistema imunológico.
Microporcos
Pesquisadores na China também tiveram alguns sucessos recentes na edição de genomas suínos. Eles foram capazes de combinar a técnica de edição genética com a transferência nuclear de células somáticas (o método utilizado para corrigir mutações na criação de embriões multiparentais) sem quaisquer efeitos indesejáveis.
Talvez a notícia mais impressionante dos geneticistas chineses tem sido a sua criação de “microporcos coloridos” para servir como animal de estimação. Sim, é isso mesmo que você leu: porcos em miniatura, devido à inativação de uma cópia de seu gene receptor de hormônio de crescimento, que podem ser encomendados em cores diferentes.
Micro pigs first day of spring

Retrovírus

Retrovírus não são estranhos a maioria das formas multicelulares de vida. Aliás, eles coevoluíram com muitos de seus anfitriões, orquestrando vários rearranjos genéticos que levaram a inovações e adaptações fisiológicas importantes, como, por exemplo, placentas.
Genomas de primatas estão repletos de elementos que se acreditam serem derivados dos retrovirais. Estes elementos, denominados de “Alu”, compõem algo próximo a 11% do genoma total dos primatas.
Foi mostrado recentemente que os porcos dedicam aproximadamente a mesma percentagem do seu genoma a um elemento que é quase o mesmo que o Alu, estrutural e funcionalmente falando, o que sugere uma relação muito mais estreita entre seres humanos e suínos do que pensávamos.
Por exemplo, demonstrou-se há algum tempo que existem receptores humanos para PERVs suínos. No entanto, se PERVs podem ser geneticamente inativados, então não temos que nos preocupar com fazer vacinas contra eles, algo certamente importante.

O próximo passo de Church e sua empresa eGenesis é começar a implantar embriões de suínos com genes editados em porcas mães, o mais breve possível. 

Fonte: