quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

SAIBA SOBRE O VÍRUS DA ESGANA OU CINOMOSE CANINA - Transmissão, Diagnóstico, Tratamento e Prevenção


A esgana é uma doença infecciosa provocada pelo vírus da esgana canino: CDV (Canine Distemper Virus).
Afecta principalmente os cães mas também pode atingir os furões e outros canídeos selvagens como raposas, lobos, e coiotes.
É uma doença grave, terrível que afeta quase todo o organismo do cão, incurável e geralmente fatal. De todas as doenças infecciosas em cães, apenas a Raiva possui uma taxa de mortalidade superior à esgana.

Como se transmite?

O vírus da esgana é altamente contagioso, disseminando-se de forma muito fácil e rápida de cão para cão. A transmissão ocorre através do contacto directo com animais infectados ou das suas secreções/excreções: corrimentos ocular, nasal, saliva, fezes e urina.

 

Os cachorros entre 3 e 6 meses de idade não vacinados são os mais susceptíveis, no entanto, pode afetar cães de qualquer idade e raça.
Não se trata de uma zoonose, ou seja, os seres humanos não são afetados pelo vírus da esgana, o mesmo acontece com os gatos. No entanto, os seres humanos podem servir de veículo de transmissão do vírus para os cães, transportando-o nas mãos ou nas roupas.
O vírus é pouco resistente a detergentes e calor, morrendo em poucos minutos em ambientes quentes. Porém pode persistir durante semanas em ambientes com temperaturas próximas dos 0°C.

Quais são os sintomas?

O vírus afecta múltiplos sistemas do organismo, nomeadamente o sistema respiratório, o sistema gastrointestinal e o sistema nervoso e por isso a sua sintomatologia é variada.
O primeiro sintoma a surgir é a febre, mas muitas vezes esta pode passar despercebida.
O vírus atinge as vias aéreas, os pulmões, olhos e o aparelho gastrointestinal. Consequentemente às lesões deixadas pelo vírus instalam-se infecções bacterianas oportunistas. A infecção conjunta do vírus e bactérias leva a perda de apetite, febre, desidratação, corrimentos nasais e oculares muco-purulentos, pneumonia, tosse, diarreia e vomitos.

Para além disso, também o sistema imunitário é afetado, diminuindo a capacidade do organismo de lutar contra a infecção.
Cerca de metade dos cães infectados desenvolve sintomatologia nervosa, como por exemplo ataques epiléticos, convulsões, fraqueza dos membros, paralisia e perda de coordenação motora.
Os sintomas neurológicos podem ser irreversíveis.
A maioria dos animais com sintomas nervosos morre ou é eutanasiado devido ao grande sofrimento que a doença lhes causa.


Como se diagnostica a doença?

De forma geral os sintomas não são identificados logo no início da doença, o que faz com que o diagnóstico seja muito difícil. Muitos animais podem não apresentar todos os sintomas típicos, por exemplo, um animal pode passar da febre diretamente para sintomas nervosos, sem que manifeste diarreia ou pneumonia.
O diagnóstico é feito conjugando a história clínica e sintomas com análises sanguíneas.



Qual o tratamento?

Não existe tratamento antiviral. O tratamento é de suporte: direcionado para minorar as infecções bacterianas secundárias e controlar os sintomas. Se a componente bacteriana da infecção for controlada com o tratamento imposto o mais breve possível, os cães poderão parecer curados durante 2 a 3 semanas até aparecerem os sintomas nervosos característicos da doença.
O tratamento não impede que o vírus invada o sistema nervoso, não havendo quaisquer garantias de sucesso e de cura.
Alguns cães conseguem sobreviver á fase aguda da doença e recuperam completamente. Outros, principalmente cachorros e os animais com sintomas nervosos acabam por falecer por complicações relacionadas com a esgana.

Melhor do que tratar, é prevenir!


Como se previne a esgana?
 

A única forma eficaz de prevenção da doença é a vacinação, que deverá começar às 6 semanas de idade.
Também é importante ter os animais em boas condições de higiene e evitar comportamentos de risco, nomeadamente o contacto com outros cães (mesmo que vacinados).

A generalização da vacina tem vindo a reduzir a incidência da doença nas últimas décadas.

Os surtos de esgana são esporádicos mas uma vez que afeta animais selvagens, o contacto entre canideos selvagens/ cães abandonados e cães domésticos facilita a propagação do vírus.

Se o seu animal apresenta algum tipo de sintoma sugestivo de infecção pelo vírus da esgana, particularmente, febre alta, vómitos, diarreia, perda de apetite, tosse, corrimentos ocular e nasal, espasmos nervosos, contracções musculares e, por vezes, paralisia, contacte imediatamente o Médico Veterinário.


Saiba mais:
https://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%ADrus_da_esgana_canina 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Cinomose 

Confira uma lista completa de alimentos potencialmente perigosos para cães e gatos


Quem tem cães e gatos em casa sabe que é muito difícil resistir aos olhinhos inocentes deles a pedir algo quando estamos sentados à mesa, na altura das refeições. Certamente já deu a provar ao seu animal de estimação um pouco da comida que come ou prepara para as refeições familiares. Provavelmente tem a noção que os animais são diferentes de nós, têm metabolismos e necessidades alimentares diferentes e que nem tudo o que nos faz bem, faz o mesmo a eles, mas o que pode não saber é quais os alimentos que o seu cão e/ou gato não deve comer.
 

Existem vários alimentos que são comuns à nossa mesa e completamente seguros para nós e que não o são para o nosso animal de estimação, podendo até colocar a vida dele em risco. Deverá entender que, mesmo sendo seguro para si comer um determinado alimento, isto não significa que o seu animal deve comer dele também. Não tente dar um determinado alimento ao seu animal se não souber que é seguro para ele, mesmo que o seja para si.
Alguns dos alimentos mais comuns à nossa mesa que são tóxicos para os cães e gatos são:



· CHOCOLATE (de todas as formas)

 

O chocolate pode ser muito delicioso e tentador para os animais como o é para os donos, mas, contêm uma substância denominada teobromina, um alcalóide amargo relacionado com a cafeína, que é tóxico, podendo ser fatal, dependendo do tamanho do animal, do tipo e da quantidade de chocolate ingerida.
A dose tóxica de cafeína e de teobromina nos cães é de 100 a 150mg/Kg, enquanto nos gatos é de 80 a 150mg/Kg de peso. O chocolate de leite contém aproximadamente 154mg, enquanto o chocolate preto tem 528mg de teobromina por cada 100gr de chocolate.
Os sinais de intoxicação são: vómitos, diarreia, hiperactividade, excitação inicial, ansiedade, aumento de ritmo cardíaco, arritmias cardíacas, tremores musculares, beber e urinar excessivamente, respiração pesada, convulsões e morte.
Quem suspeitaria que algo tão saboroso pode ser tão maléfico para o nosso animal de estimação. Lembre-se que um gato é capaz de escalar um armário para encontrar comida. Não há antidoto para esta intoxicação, portanto, o melhor a fazer é manter todo o chocolate, bombons e doces bem longe do alcance do seu animal.

· CAFÉ, CHÁS, REFRIGERANTES E COLAS
 

Todas as bebidas que contêm cafeína, teofilina e teobromina, derivados das metilxantinas, que para nós são bebidas estimulantes, para os cães são potencialmente mortais. Enquanto o organismo das pessoas metaboliza e elimina estas substâncias de forma eficiente, os animais têm características metabólicas que os impedem de eliminar estas substâncias rapidamente, acumulando-as no organismo e provocando sinais de intoxicação semelhantes ao que acontece na intoxicação por chocolate. Além de serem um estimulante cardíaco, causam danos no sistema nervoso e urinário.

· BEBIDAS ALCÓOLICAS


O sabor doce pode atrair os cães e gatos, mas tal como nas pessoas, as bebidas com álcool causam problemas de saúde. A diferença é que os animais adaptam-se menos que as pessoas e são mais susceptíveis à intoxicação.
Os sinais de intoxicação são: descoordenação motora, vómitos, diarreia, dificuldades respiratórias, excitação inicial, urinar excessivamente, depressão, arritmias cardíacas, convulsões, coma e morte.

· CEBOLAS E ALHOS


Todas as espécies do género Allium, sendo as mais conhecidas as cebolas, os alhos, o alho-porro, os cebolinhos, contêm tiossulfitos, uma substância tóxica que irrita o tracto gastrointestinal e pode causar anemia por destruição das células vermelhas do sangue.
A toxicidade pode ocorrer de todos os modos, quer esses alimentos sejam frescos, secos, cozinhados ou em pó. Todas as partes da planta são potencialmente tóxicas para os cães e gatos e de forma geral, o alho parece ser menos tóxico que a cebola.
Os gatos são muito mais susceptíveis à toxicidade do que os cães.
No cão, a dose mínima tóxica é de 5,5 gramas de cebola desidratada ou 8,75 gramas de cebola natural por cada Kg de peso.
Se o seu animal ingerir determinadas quantidades numa única refeição ou cumulativo ao longo do tempo pode desenvolver sintomas como: letargia, fraqueza, ataxia (falta de coordenação motora), mucosas pálidas ou azuladas, anemia hemolítica, urina vermelha ou acastanhada, dificuldades respiratórias, salivação excessiva e ocasionalmente vómitos e diarreia. Em casos graves, a anemia pode dar origem a danos nos órgãos internos, levando a falha orgânica e até à morte.


· UVAS, PASSAS, SULTANAS E GROSELHAS

As uvas, passas, sultanas e groselhas são tóxicas para os cães. As frutas em si e todo o tipo de produtos que as contenham – sumos, muesli, xaropes, bolos, biscoitos – constituem um perigo.
A ingestão de uma pequena quantidade pode causar falta de apetite, vómitos, diarreia e insuficiência renal ao seu animal de companhia.
A toxina que causa esses efeitos ainda não foi identificada, no entanto, deve evitar que o seu cão tenha acesso a estes alimentos, bem como a todos os produtos que os contêm.

· FRUTAS
 

As frutas com caroço, como por exemplo, os pêssegos, ameixas, mangas, representam um perigo porque, os seus caroços são indigeríveis e podem causar obstruções intestinais. O animal pode manifestar salivação intensa, vómitos e letargia.
O abacate (folhas, sementes e a fruta) possui uma substância tóxica, designada de persina, que é tóxica para os cães. Pode causar transtornos gastrointestinais, vómitos, diarreia e alterações cardíacas
 

A maçã (Malus spp.) em especial as sementes e possivelmente as folhas, não o fruto em si, pode ser tóxica. A toxicidade deve-se a um composto cianogénico – a cianida, que vai provocar uma alteração no metabolismo celular. Os sinais clínicos incluem palidez das mucosas, aumento da frequência cardíaca e respiratória, naúsea, vómitos, choque, convulsões e morte. Os sinais evoluem rapidamente. É característico um odor a amêndoas na rspiração ou no conteúdo gástrico do animal.

· NOZES DA MACADÂMIA

A noz da macadâmia (fruto extraído de uma árvore com o mesmo nome), tanto crua como torrada ou em forma de manteiga de macadâmia contem uma toxina, de natureza desconhecida, que pode afectar os músculos, o tracto digestivo e o sistema nervoso.
Nos cães, basta a ingestão de um pequeno número de nozes para causar dificuldades em andar, fraqueza, respiração acelerada, tremores, vómitos, dores e inchaço nos membros, estando até já registados casos de paralisia.
A noz de macadâmia é comum encontrar-se em biscoitos e cookies, logo tome cuidado e por segurança não dê nada a oseu animal que suspeite ter este fruto.

· CASCAS DE BATATAS E TOMATES VERDES

 
A ingestão de fruta e vegetais como batatas e tomates (Solanum lycopersicum) em estado verde pode causar problemas de saúde aos cães e gatos.
A tomatina, um alcalóide relacionado com a solanina, está em elevada concentração na fruta e nas plantas novas/verdes, enquanto que nas plantas maduras, a tomatina é metabolizada. Portanto, os tomates maduros têm uma menor probabilidade de serem problemáticos para os animais que os verdes.

Os sinais clínicos podem incluir distúrbios gastrointestinais, alterações cardíacas e ao nível do sistema nervoso central, por exemplo: ataxia, fraqueza muscular e tremores, resultado da inibição das colinesterases. Devido à fraca absorção da tomatina, os efeitos sistémicos são muito raros. A gravidade dos sinais clínicos depende da quantidade que foi ingerida. Geralmente o tratamento é sintomático e de suporte.

· FERMENTO E MASSA DE LEVEDURA

O fermento presente em massas de bolos e pães pode causar a produção e acumulação de gás no estomago do seu animal de estimação e causar-lhe “inchaço” abdominal, gases e complicações digestivas. Lembre-se que os animais não conseguem arrotar, por isso, não deixe o seu animal ingerir em cru a massa de pão de fermento e/ou massa de levedura.

· LEITE E SEUS DERIVADOS

Os cães e gatos a partir de certa idade têm dificuldade em digerir a lactose (o “açucar do leite”), por deficiência numa enzima, polo que o consumo de leite, principalmente de vaca, leva a problemas de saúde.
Provoca alterações gastrointestinais como gases e diarreia. A gravidade dos sintomas é muito variável, por exemplo, para alguns animais a ingestão de uma pequena quantidade de leite provoca de imediato diarreia, para outros a diarreia só surge após ingerirem uma quantidade maior, mas todos são sensíveis.
Quando o animal já apresenta diarreia por outra causa qualquer, então é ianda mais importante não dar mesmo leite, porque o animal já tem a sua capacidade digestiva reduzida e com isso irá prejudicar mais o seu estado de saúde.


· SAL
O sal e as comidas ricas em sal são totalmente proibidas nos cães. A longo prazo, o seu uso prolongado pode causar problemas cardíacos. Tome nota que os enchidos, fiambres, quijos e outros produtos de charcutaria possuem por vezes muitas quantidades de sal.

· CARNE, PEIXE E OVOS CRÚS

Tal como nas pessoas a ingestão de alimentos crus, especialmente carnes, ovos e preixes, podem levar a graves problemas de saúde ao seu animal. Podem conter bactérias como Salmonella, e E. coli muito associadas a gastroenterites, por vezes fatais.
Os ovos crus contêm uma enzima, a avidina, que impede a absorção de uma vitamina do complexo B importante para a saúde da pele e do pêlo. Os ovos cozidos já não possuem este perigo.

· OSSOS E ESPINHAS

Os cães comem ossos? Os gatos comem espinhas? Não. Só nos desenhos animados é que isso acontece.
Os ossos, especialmente os de galinha, frango, pato, peru e de coelho podem lascar-se, partir-se facilmente pelos dentes dos cães e gatos e causar graves problemas de saúde. Podem provocar lacerações nas gengivas, fracturas de dentes, obstrução das vias aéreas que podem sufocar o animal, lacerações, obstruções e até perfurações do tracto gastrointestinal. A maioria destes problemas são situações de urgência veterinária e requerem tratamento cirúrgico.

Além disso, os ossos e espinhas não são digeridos e de nenhuma forma alimentam o seu animal.
Pelas graves consequências que causam À saúde e por não satisfazerem nenhuma necessidade fisiológica para o seu animal não dê e evite que ele tenha acesso a ossos, espinhas e a restos de comida que possam tê-los.
Pode oferecer ao seu cão, para se entreter e brincar, ossos longos e duros não propensos a serem partidos ou ossos artificiais que são degradados de forma lenta.

· APARAS DE GORDURA / COMIDAS RICAS EM GORDURA
Os alimentos ricos em gordura como as aparas, o bacon, a banha e as comidas muito gordurosas podem causar problemas gastrointestinais e inflamação do pâncreas (pancreatite). A pancreatite pode ser ligeira causando desconforto abdominal, vómitos e diarreia, ou ser mais grave culminando numa pancreatite aguda fatal.

· ALIMENTOS OU COMIDAS ESTRAGADAS / DO LIXO

Os alimentos estragados, apodrecidos ou do lixo contêm fungos e bactérias que podem causar envenenamento alimentar ao seu cão e gato.
Muitos destes alimentos estragados têm um tipo de fungo (vulgarmente conhecido como mofo) que produz toxinas, chamadas aflatoxinas, que podem provocar vómitos, diarreia, tremores musculares, descoordenação motora, febre, salivação excessiva e problemas no fígado.
Coloque sempre o lixo fora de casa e fora do alcance do seu animal de estimação.

· DOCES E GOMAS


O consumo de doces, produtos açucarados e gomas provoca com facilidade obesidade, diabetes mellitus e outras complicações para a saúde do seu animal.

· XILITOL (PASTILHAS ELÁSTICAS, ADOÇANTES)

O xilitol (aditivo alimentar E967) é utilizado como adoçante artificial, encontrado com muita frequência nas pastilhas elásticas, doces e outros produtos sem açúcar. A indústria farmacêutica recorre também ao xilitol para produzir colutórios e pastas de dentes.
Nas pessoas não causa grande problema, já nos cães pode ser extremamente tóxico, dependendo da quantidade ingerida. Leva a uma libertação massiva e rápida de insulina pelo pâncreas, e consecutivamente a uma crise de hipoglicemia grave.
Causa falência hepática, vómitos, letargia, debilidade, descoordenação motora, tremores, convulsões, icterícia, fezes negras, coma e morte. Os sintomas podem começar a aparecer entre 30 minutos a 12 horas após a ingestão. Não demore até que os sinais de insuficiência hepática sejam visíveis em alguns dias, para o trazer ao médico veterinário.

· COMIDA DE GATO – NOS CÃES

Os gatos são animais 100% carnívoros, em que a base de alimentação é maioritariamente carne, enquanto nos cães, também carnívoros, o regime alimentar aproxima-se um pouco mais dos omnívoros. Por causa disso, o alimento comercial destinado a gatos tem um teor de proteína e gordura mais elevado que o dos cães.
Certamente já reparou que o seu cão adora e prefere a comida de gato que a própria. Isto acontece porque o excesso de gordura confere uma maior palatabilidade e um sabor mais intenso à ração de gato. No entanto, se isto se tornar um hábito alimentar diário, o seu cão irá ter de futuro problemas de saúde como a obesidade, diabetes mellitus, pancreatite, diarreia crónica, hepatite e insuficiência renal.




TOME NOTA:

- Esteja atento, não dê ao seu animal e não deixe ao alcance dele estes alimentos.

- Assim que suspeite que o seu animal ingeriu algum destes alimentos ou demonstre sinais de intoxicação, leve-o rapidamente ao médico veterinário.
A rapidez com que o tratamento for iniciado é essencial para evitar ao máximo a absorção destas substâncias pelo organismo, já que não há antidoto especifico. Se a intoxicação for descoberta cedo, ainda pode ser possível eliminar o alimento tóxico do organismo através do vómito e proteger o tracto gastrointestinal da sua absorção. Quando os sinais clínicos se desenvolvem o tratamento é de suporte.
O prognóstico é normalmente bom se o animal for tratado atempadamente, mas, não se esqueça a melhor arma que tem para que o seu animal não sofra intoxicação é a prevenção.

- Dê ao seu animal uma dieta saudável e balanceada e evite os “ mimos e extras”.
É importante saber e escolher bem a alimentação adequada ao seu animal de estimação para que ele viva uma vida mais saudável e com certeza mais feliz. Idealmente deve dar ao seu animal uma dieta saudável e equilibrada à base exclusivamente de ração comercial de qualidade.
Lembre-se que de maneira nenhuma, nos animais devem ser incentivados hábitos de comer com os seus donos, como por exemplo mendigar comida à mesa e comer o mesmo tipo de comida (comida caseira). Os animais têm necessidades nutricionais específicas e diferenciadas das nossas e pedir à mesa é uma situação desagradável.
Ensine às crianças quais os alimentos permitidos ou não e a não partilhar a comida com eles, quando estão a comer.

- Exercite regularmente o seu animal.
Faça visitas regulares ao médico veterinário para controle do peso do seu animal 


Fonte:
VETMANGUALD
 

Suínos: A importância da alimentação adequada na fase da gestação e lactação




Nos suínos, as fases de gestação e lactação são extremamente importantes e muito condicionadas por fatores como a alimentação, o maneio e o equilíbrio sanitário. Avaliar os animais para determinar e suprir as suas necessidades torna-se crucial para otimizar a sua performance produtiva.

No universo dos suínos, regra geral, as porcas ou estão gestantes ou lactantes, sendo estas duas fases distintas a vários níveis e de extrema importância. Começando por analisá-las à luz da alimentação, é primeiramente necessário conhecer as exigências nutricionais ideais em cada uma delas. Por outro lado é preciso ter em conta que estes dois estados são cíclicos, ou seja, interferem um com o outro positiva e/ou negativamente.


Daí que, como aponta a engenheira zootécnica Raquel Ramião, “antes de se interferir na alimentação das porcas é necessário ter uma elevada acurácia na determinação/avaliação da sua condição corporal”. A engenheira zootécnica, autora da tese de mestrado ‘Avaliação dos Efeitos do Plano Alimentar de Porcas em Gestação sobre a Condição Corporal e a Prestação Produtiva’, explica que “existem formas mais ou menos objetivas de avaliar a condição corporal, mas é necessário saber que este é um parâmetro que varia bastante caso não haja um rigoroso acompanhamento dos animais”.

Assim sendo, uma vez que nem a magreza extrema, nem a obesidade são estados saudáveis, “a alimentação na gestação tem como objetivos potenciar a taxa de sobrevivência embrionária, otimizar o desenvolvimento uterino e da glândula mamária, gerar um ótimo crescimento fetal, bem como um apropriado ganho materno de massa muscular e reservas adiposas de forma a resultar numa maximização do tamanho, peso e uniformidade da ninhada ao nascimento, numa diminuição do intervalo desmame-cio e na otimização da vida produtiva da fêmea”, conclui Raquel Ramião.

Em função das necessidades

Tendo em conta este cenário, o maior desafio será sempre “alimentar em função das necessidades, o que nem sempre é tão fácil quanto parece”, salienta Divanildo Outor-Monteiro, engenheiro zootécnico da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). “Alimentar adequadamente uma porca no início da gestação implica, na maior parte dos casos, uma forte restrição quantitativa do alimento disponibilizado”.

Neste sentido, Rui Charneca, professor auxiliar do departamento de Medicina Veterinária da Universidade de Évora, expõe que no início da gestação, no primeiro mês “estão reportados efeitos negativos de um nível alimentar elevado sobre a sobrevivência e crescimento embrionário em porcas nulíparas, embora alguns estudos recentes não tenham observado tais efeitos nas linhas modernas mais prolíficas”.

Pode-se então afirmar que o objetivo geral de um bom maneio alimentar na gestação é a constituição de um nível adequado de reservas corporais, evitando a chegada ao parto de porcas demasiado magras ou gordas. “A baixa condição corporal ao parto aumenta a probabilidade de ocorrência de lesões durante a lactação, baixa produção de leite, bem como o aumento do intervalo desmame-cio”, declara o docente. Ainda segundo Rui Charneca, porcas demasiado gordas no final da gestação “apresentam maior probabilidade de problemas de parto e menor ingestão voluntária de alimento durante a lactação, aprofundando o estado catabólico nessa fase com idênticas consequências no ciclo seguinte”.

Importância da lactação

Chegada a fase da lactação, “uma apropriada produção de colostro e de leite são a garantia necessária para que os leitões recebam uma adequada imunidade materna e a quantidade adequada de nutrientes para fazer face às suas necessidades de manutenção e de produção”, refere Divanildo Outor-Monteiro, alertando que “a prolificidade elevada que caracteriza a generalidade das reprodutoras atuais levou a um menor peso ao nascimento. A acrescer a este facto surge uma maior competição pós-natal pelo colostro e pelo leite”.

Se as porcas conseguem responder ao maior número de leitões aumentando a produção total de leite, contudo “esse aumento é insuficiente, sendo menor a quantidade disponível por leitão”, indica o engenheiro zootécnico. A deficiente ingestão de colostro leva, “numa primeira fase, o leitão a uma situação de subnutrição, fome, hipotermia, apatia e, em muitos casos, a uma morte por esmagamento”, sublinha ainda Divanildo Outor-Monteiro, alertando que “a insuficiente ingestão de leite terá como consequência um aumento da heterogeneidade das ninhadas e da morbilidade e mortalidade, indo ainda condicionar todas as prestações futuras dos leitões”.
“Uma apropriada produção de colostro e de leite são a garantia necessária para que os leitões recebam uma adequada imunidade materna e a quantidade adequada de nutrientes para fazer face às suas necessidades de manutenção e de produção”, refere Divanildo Outor-Monteiro

A produção de leite é, assim, o maior investimento da porca lactante. No pico da lactação cerca de metade do azoto e da energia da ração são transferidos para os leitões via leite. “Assim, na lactação pretende-se uma maximização da ingestão voluntária de alimento pela porca, no sentido de responder às elevadas exigências energéticas e nutritivas desta fase fisiológica, proporcionando um crescimento adequado dos leitões e limitando a mobilização das reservas, evitando condições corporais baixas ao desmame”, explana Rui Charneca. Segundo o professor da Universidade de Évora, “qualquer tipo de restrição (energia ou proteína) e em qualquer fase da lactação influencia o padrão de secreção das gonadotrofinas (sobretudo da LH) e influi negativamente no intervalo desmame-cio, havendo também evidências de impactos negativos na taxa de ovulação e na sobrevivência embrionária”.

A fase de transição

O período de transição entre a gestação e a lactação tem sido alvo de vários estudos recentes com vista a uma otimização da alimentação das porcas nesta fase tão crítica. Se considerarmos como fase de transição os últimos dez dias de gestação e os primeiros dez de lactação, “verificamos que nela ocorre uma boa parte do crescimento fetal, um aumento acentuado de tecido placentário e uterino, um crescimento das glândulas mamárias (que se estende até ao 10º dia de lactação), o processo de parto, a síntese de colostro e a produção de leite propriamente dita”, sublinha Rui Charneca.

 

Todos estes fenomenos fisiológicos são de extrema importância para o sucesso do processo reprodutivo, mas muitas vezes, segundo o docente, “a transição alimentar é feita nas explorações de acordo com critérios de ordem logística e prática e de gestão da mão-de-obra e não tentando coordenar as quantidades e características qualitativas dos alimentos com as reais necessidades das porcas, em constante alteração neste curto período de tempo”.

Garantir o bem-estar

Em termos de maneio alimentar, dado que a ingestão deve aumentar de forma gradual durante a primeira semana de lactação, uma boa estratégia poderá passar pelo “registar diariamente a quantidade de ração fornecida à porca em fichas individuais de alimentação junto ao comedouro por exemplo. Este método também tem a vantagem de melhorar a coordenação e comunicação entre a equipa de trabalho”, indica a equipa veterinária Agropecuária Valinho, composta por Beta Duque, Joana Ceia, Pedro Lopes e Tiago Nunes.

No que toca ao maneio, de uma forma geral, durante a gestação e lactação “devemos procurar garantir o bem-estar dos animais através de uma alimentação adequada, boas condições ambientais (temperatura, qualidade do ar, conforto e higiene das instalações), enriquecimento ambiental e um manuseamento adequado, com tranquilidade, procurando trabalhar com os animais sem os enervar ou assustar”, refere a equipa veterinária.

Devido ao alojamento das porcas em grupo, de acordo com a equipa referida, “após os 28 dias de gestação há que ter especial cuidado com o agrupamento dos animais, procurando minimizar as brigas por alimento, espaço e dominância”. Já durante o período de lactação é preciso dar especial atenção aos cuidados neonatais dos leitões, mas também às necessidades das porcas, que são muito exigentes nesta fase. Assim sendo, “o potencial leiteiro das porcas deve ser maximizado através de uma boa gestão das adoções de leitões e da rentabilização do número de tetos disponíveis (especialmente importante nos primeiros partos)”, referem os médicos veterinários.
Por outro lado é particularmente importante “manter as porcas limpas para prevenir mamite e outras infeções bacterianas, nomeadamente na descendência, e não aquecer demasiado as salas, pois as porcas reduzem a ingestão de alimento e a produção de leite”

É ainda fundamental procurar garantir que “todas as porcas ultrapassem o parto sem grandes sequelas, como metrites e prolapsos, e que ingerem água e alimento em quantidade e qualidade suficientes ao longo da lactação, devendo haver especial atenção em casos de redução de consumo (verificar sinais vitais, levantar a porca, remover ração estragada do comedouro)”, sublinha a equipa veterinária. Por outro lado é particularmente importante “manter as porcas limpas para prevenir mamite e outras infeções bacterianas, nomeadamente na descendência, e não aquecer demasiado as salas, pois as porcas reduzem a ingestão de alimento e a produção de leite”.

Equilíbrio sanitário

Outro aspeto fundamental no âmbito da gestação e da lactação é o equilíbrio sanitário da exploração, que tem um impacto significativo no bem-estar dos animais e na sua performance produtiva. “Existem diferentes agentes patogénicos que, quando em circulação numa exploração, podem resultar em infertilidade, reabsorções embrionárias, abortos, aumento do número de leitões nados-mortos e diminuição da prolificidade das porcas”, refere a equipa veterinária Agropecuária Valinho. Segundo os médicos veterinários, “vários agentes podem estar na origem deste tipo de problemas, sejam vírus (vírus da SRRP, parvovírus, vírus da Doença de Aujeszky, gripe suína) ou bactérias (Erisipelothrix rhusiopathiae, Chlamydia suis, Leptospira spp, …)”.

E mesmo os agentes patogénicos que não atuem diretamente sobre a fertilidade ou sobre a gestação da porca “poderão prejudicá-la devido ao desconforto causado (febre, inflamação)”. Por outro lado, uma exploração sanitariamente desequilibrada também tende a “ter maior incidência de patologia durante a lactação, como metrite e mamite, prejudicando a produção de leite e o crescimento e saúde dos leitões, nomeadamente aumento da incidência de diarreia e/ou problemas respiratórios, baixo crescimento, maior incidência de infeções articulares e do SNC e maior taxa de mortalidade em lactação”, sublinha a equipa veterinária, que chama ainda a atenção para o facto de os problemas que ocorrem no ciclo produtivo atual da porca “frequentemente afetarem negativamente os ciclos produtivos seguintes. Assim, um desequilíbrio sanitário, mesmo que de curta duração, tende a ter um impacte prolongado na vida da exploração”.

Estratégias de biossegurança

Deste modo é importante que uma exploração seja sanitariamente equilibrada e, como tal, “deve ter uma boa estratégia de biossegurança externa – prevenindo a troca de agentes patogénicos com o exterior – e de biossegurança interna – controlando a circulação de agentes patogénicos entre os diferentes sectores da exploração como gestação, maternidades, baterias, engordas, quarentena e cais de carga -”, aponta a equipa veterinária.

É também essencial a implementação de um programa profilático adequado a cada exploração, ou seja, “tendo em conta os agentes patogénicos presentes, o historial clínico, os fatores de risco existentes na exploração e na área envolvente, e a frequente monitorização do estatuto imunitário dos animais, recorrendo a análise sorológica de amostras colhidas no efetivo”, asseguram os médicos veterinários. No entanto, “a limpeza e desinfeção de instalações e ferramentas de trabalho, incluindo camiões de transporte de animais, é também essencial para a manutenção do equilíbrio sanitário”.



Fonte:

 

Formação acadêmica à base de simuladores pode ser eficiente na medicina veterinária


simulador de equinos

O treino de alguns procedimentos médicos em simuladores é uma prática cada vez mais comum e, de acordo com a Universidade de Medicina Veterinária de Viena, pode ser bastante eficaz na medicina veterinária.

A conclusão é de uma equipa de investigadores do Centro de Inseminação Artificial e Transferência de Embriões de Viena, que procuraram avaliar a eficiência da formação à base de simuladores na medicina veterinária de grandes animais.

25 alunos de medicina veterinária foram envolvidos no estudo e distribuídos por três grupos diferentes para aprender a palpação e a realizar ultrassonografias no trato genital de equinos. O grupo 1 aprendeu através de um simulador, uma caixa de plástico que imitava um cavalo com os órgãos genitais em borracha. O grupo 2 treinou em cavalos e o grupo 3 treinou em éguas.

Duas semanas depois das sessões de formação, os investigadores testaram a aprendizagem, com todos os estudantes a terem que examinar um cavalo e a realizarem um diagnóstico. Os estudantes que treinaram quatro vezes em cavalos tiveram os melhores resultados no que diz respeito ao diagnóstico. Os estudantes que treinaram apenas uma vez nos cavalos tiveram os piores resultados e aqueles que treinaram apenas nos simuladores foram os segundos com melhores resultados.

“A formação à base de simuladores prepara os estudantes de forma bastante eficiente para procedimentos de diagnóstico em cavalos. Os simuladores são, no entanto, não apenas uma ferramenta de ensino, mas também um contributo para o bem-estar animal”, defende Christina Nagel, uma das responsáveis pelo estudo


Fonte:

Pesquisa - Procedimento inovador trata obstrução nasolacrimal em gato


A Universidade da Califórnia, nos EUA, recorreu recentemente a um procedimento inovador para realizar uma desobstrução nasolacrimal num gato de oito anos. O procedimento, que já havia sido testado num cavalo e em vários cães, envolveu a colocação de um stent temporário na passagem nasolacrimal do paciente.

De acordo com os responsáveis pelo procedimento, depois da cirurgia o stent ficou no olho do paciente por dois meses para permitir que a passagem nasolacrimal ficasse na posição correta e aberta.



Cerca de três meses após a cirurgia, os sintomas de obstrução nasolacrimal desapareceram e a visão do paciente melhorou.

O procedimento está agora a ser testado num estudo clínico para que possa vir a integrar os procedimentos convencionais para o tratamento de problemas semelhantes.


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