Um
gato que ficou para trás enquanto sua família cruzava o Mediterrâneo
para chegar à ilha de Lesbos (Grécia), rumo a uma vida melhor na Europa
diante dos conflitos no Iraque, finalmente reencontrou seus donos.
Meses
atrás, Kunkush foi encontrado por voluntários, após se assustar e
correr para longe do barco onde sua família estava. Eles se lembraram
que uma família havia perdido um gato de estimação, relacionaram os
fatos e decidiram fazer algo para reunir a família e o animal.
"Na
época, a família contou aos voluntários o que havia acontecido e muitos
ajudaram na procura pelo gato branco de olhos amarelos", conta a
voluntária Michelle Nhin em entrevista à ABC News.
Mesmo
sem Kunkush, a família seguiu a viagem rumo à Noruega. Assim, os
voluntários se dedicaram a cuidar do bichano, que passou a ser chamado
de Dias.
Os voluntários divulgaram a história nas redes sociais
e fizeram uma campanha para bancar os custos de um eventual reencontro.
Enquanto isso, o bichano foi levado para a Alemanha para ficar
temporariamente com uma família e receber cuidados médicos. Eles
localizaram a família e fizeram uma videoconferência via Skype para
confirmar tudo.
O gato perdido em Lesbos (Foto: Reprodução/Twitter)
Com
o dinheiro da campanha, ontem (18) o animal finalmente viajou mais de 3
mil km para reencontrar a família na Noruega. Em entrevista à emissora
NRK, a iraquiana Suva Al Alaf descreveu o momento com um milagre. "Eu
pensei que ele tivesse morrido de frio na ilha de Lesbos", declarou ela
ao reencontrar o animal. "Este é um momento indescritível - um milagre".
Em outubro de 2015, Suva e os filhos abandonaram tudo na cidade
de Mossul (Iraque), território dominado por militantes do Estado
Islâmico. Com o gato em uma cesta, eles caminharam por três dias e,
depois de utilizar trem, ônibus e um bote, alcançaram a ilha de Lesbos,
onde perderam-se do animal de estimação.
Um rato ou um pombo pode não ser a
opção mais óbvia para indicar a alguém doente, mas tais criaturas
possuem certas habilidades superiores que podem ajudar a diagnosticar e
tratar doenças humanas.
Pombos costumam ser vistos como sujos e
incômodos, mas são os mais recentes numa lista longa de animais com
habilidades que podem ser úteis à saúde do homem.
Embora tenham um cérebro menor do que a ponta do seu dedo indicador, pombos possuem uma memória visual impressionante. Provou-se
recentemente que esses pássaros podem ser treinados para ser tão
precisos como humanos na detecção de câncer de mama por meio de imagens. Conheça mais três amigos peludos ou emplumados que podem ter um impacto importante na medicina.
De ratos de laboratório a ratos especialistas
Ratos
são frequentemente associados à difusão de doenças, mas esse roedor de
cauda longa é um farejador sensível que pode salvar vidas. O nariz
de um roedor possui até 1.000 tipos diferentes de receptores olfativos,
enquanto humanos possuem apenas de 100 a 200 desses receptores. Isso dá
a roedores como ratos a habilidade de farejar aromas sutis. Na África, ratos estão sendo usados para detectar casos de tuberculose. As
habilidades de ratos gigantes africanos são estudadas na Universidade
Eduardo Mondlane, em Maputo (Moçambique). Roedores treinados estão
conseguindo detectar, em amostras humanas de muco, um cheiro específico
produzido por bactérias da tuberculose. Quando ratos identificam o cheiro, eles param e esfregam as pernas para indicar que uma amostra está infectada. Tradicionalmente,
técnicos de laboratório preparam lâminas e examinam cada amostra no
microscópio. Analisar cem amostras levaria dois dias - tarefa que um
rato cumpre em 20 minutos.
Esse método
de detecção é acessível e não depende de equipamentos sofisticados,
normalmente escassos em países com alta prevalência de tuberculose. E
é também mais preciso - os ratos são capazes de detectar mais infecções
por tuberculose e, consequentemente, salvar mais vidas.
Dr. Cachorro
Os cachorros são tidos como o melhor amigo dos humanos - e ao longo dos anos provaram como podem ser habilidosos. Recentemente,
a atenção da medicina se voltou a cães que parecem ter a habilidade
extraordinária de detectar quando pessoas com epilepsia estão prestes a
ter uma convulsão - mesmo quando a própria pessoa não tem ideia disso.
Sally Burton começou a sofrer de epilepsia na infância, algo que afeta sua vida desde então. "Eu
nunca podia ficar sozinha", conta ela. "Tive que estudar em casa, e
fazer amigos e conhecer pessoas novas era difícil. Sentia-me muito só." Há 13 anos, ela ganhou Star, seu primeiro cão de alerta para convulsões. "Ter um cachorro como esse instantaneamente tornou minha vida mais acessível", diz Sally.
"Uma das primeiras coisas que fiz quando tinha Star
foi preparar uma xícara de chá, algo que não tinha conseguido fazer em
30 anos, por causa dos riscos de ter uma convulsão ao segurar água
fervente. Depois passei a ir sozinha até a cidade, também pela primeira
vez." Não se sabe ao certo como cães podem detectar uma convulsão.
Suspeita-se que mudanças mínimas nos gestos e na postura da pessoa
possam alertá-los. Outra hipótese é algum tipo de indicador no olfato ou
na audição. Após a morte de Star, Sally ganhou um novo cachorro,
Robbie. Como Star, ele foi treinado pela Support Dogs, uma organização
de assistência social britânica. A organização treina cães capazes
de produzir sinais, como tocar permanentemente a perna de alguém, de 15
a 45 minutos antes que os donos tenham uma convulsão. Embora haja
pouca evidência científica sobre a eficácia desse método, as
observações práticas de cães como Robbie mostram resultados. "Quando
estou na rua é reconfortante saber que Robbie me dará um aviso 100%
confiável, cerca de 50 minutos antes de qualquer convulsão que venha a
ter - o que me dá tempo para procurar um lugar seguro", afirma.
Os segredos da baba da vaca
Seja
qual for a denominação, saliva pode ser visto como algo nojento. Mas
muitos animais lambem suas feridas, aplicando boas porções dessa
substância para tentar evitar infecções. A saliva no mundo animal pode ter propriedades antimicrobianas - e isso inclui a baba de vacas.
Estudos mostraram que há proteínas nos fluidos
corporais das vacas, incluindo saliva e leite, que possuem
características antiparasíticas. A saliva também contém proteínas, chamadas mucinas, que podem atuar para evitar a entrada de mais bactérias em uma ferida. Especialistas
não recomendam deixar um animal lamber suas feridas, pois poderiam
introduzir outras bactérias nesses locais, mas se você não gosta da
ideia, o seu próprio cuspe, felizmente, também tem propriedades
antibacterianas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta sexta-feira (19)
um boletim desmentindo diversos boatos que circularam nos últimos meses
atrelando diferentes fatores à microcefalia. Segundo a
organização, não há provas de que vacinas, inseticidas ou mosquitos
transgênicos causem a má-formação, que vem afetando bebês brasileiros.
"Não há evidências ligando qualquer tipo de vacina ao aumento do número
de casos observados primeiro na Polinésia Francesa durante o surto de
2013 e 2014 e, mais recentemente, no Nordeste do Brasil", afirma o
documento. Segundo a OMS, tanto um extenso estudo realizado em
2014 como um levantamento do Global Advisory Committee on Vaccine Safety
(GACVS) mostraram que não há evidências de que vacinas administradas
durante a gravidez causariam qualquer problema congênito nos bebês.
A organização também abordou os relatos, que circularam ultimamente, de
que o inseticida piriproxifeno seria a verdadeira causa da
microcefalia. "Uma equipe de cientistas da OMS recentemente
revisou os dados toxicológicos do piriproxifeno, um dos 12 larvicidas
que a OMS recomenda para reduzir a população de mosquitos. A equipe não
encontrou evidências de que o larvicida afete o desenvolvimento de
fetos." A OMS também afirmou que as agências de Proteção
Ambiental dos EUA e da União Europeia chegaram a conclusões semelhantes
sobre o produto.
Mosquitos e peixes
O boletim esclarece ainda que a OMS não tem provas de que mosquitos geneticamente modificados estariam causando microcefalia.
"Nesses mosquitos, os genes dos machos são modificados. Por causa dessa
alteração, quando eles acasalam com fêmeas, as larvas geradas não
sobrevivem. Essa prática tem como objetivo controlar as populações de
mosquitos." Tanto que a organização considerou positivo o fato
de alguns países afetados pelo zika e pela dengue estarem usando métodos
biológicos como parte do controle de mosquito. El Salvador,
por exemplo, com um forte apoio das comunidades ligadas à pesca, está
introduzindo peixes que devoram larvas em locais que armazenam água.
A cegueira noturna, também conhecida como “cegueira noturna congênita estacionária” (CNCE), é um estado fisiológico hereditário, que acomete os cavalos e os impede de ver em condições de baixa luminosidade. Esta condição acomete principalmente animais da raça Apaloosa, embora possa ser relatada em outras raças equinas, principalmente as de sangue europeu.
Sintomas
Animais com cegueira noturna não conseguem enxergar no escuro, embora a mesma condição possa não ocorrer durante o dia na maioria dos animais. A deficiência visual durante as horas de penumbra e a noite, muitas vezes se reflete no comportamento dos animais portadores deste problema, pois os mesmos podem se tornar inquietos e instáveis no escuro (ansiedade e/ou medo). Em alguns casos, os cavalos acometidos por este problema desenvolvem dificuldade de enxergar durante o dia também, pois o sistema visual tende a se desgastar mais rapidamente pelo esforço na tentativa de se enxergar a noite. Diagnóstico
O diagnóstico da cegueira noturna é feito usando um eletrorretinograma (equipamento que faz “leitura” de fundo de olho). Para este exame, os cavalos são mantidos no escuro durante alguns minutos e, em seguida, expostos a flashes de luz de determinada frequência. A partir daí, o eletrorretinograma passa a medir a “atividade elétrica” (reflexos) da retina quando exposta a esses flashes de luz, identificando assim se o problema está presente na capacidade do olho de registrar os sinais da retina. Prognóstico
Embora não se conheça cura para a “cegueira noturna”, a patologia é controlável, não causando grandes prejuízos ao animal, desde que se faça algumas adaptações a favor dos animais.
O cavalo não deve exercer atividades noturnas, o local aonde o animal permanece durante a noite, não deve conter objetos que causem riscos aos animais (cordas, pedaços de madeira, baldes), o local de permanência dos animais também deve transmitir um estado de segurança ao animal. Os cavalos portadores da cegueira noturna muitas vezes ainda conhecem os limites de seu ambiente no escuro, portanto devem ser mantidos sempre nestes, não havendo mudanças, nem mesmo da localização dos cochos ou bebedouros.
A baixa eficiência alimentar em bovinos, que se traduz na maior quantidade de alimento que o animal precisa ingerir para ganhar peso, está associada a lesões no fígado e ao decorrente processo inflamatório local. Esta foi a conclusão de uma pesquisa realizada na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (FZEA-USP), no campus de Pirassununga, publicada recentemente na revista BMC Genomics: “Liver transcriptomic networks reveal main biological processes associated with feed efficiency in beef cattle”.
“Em nosso trabalho, foi possível demonstrar, pela primeira vez, que os animais menos eficientes (ou seja, os que precisam comer mais para ganhar o mesmo peso que os eficientes) apresentam, além do metabolismo lipídico e energético alterado, uma maior presença de lesões em seus fígados associadas a uma resposta inflamatória composta principalmente por células mononucleares”, disse Fukumasu à Agência FAPESP.
Os pesquisadores acompanharam, durante 70 dias, uma população de 96 bovinos machos da raça nelore. E, para cada animal, registraram um conjunto de variáveis: peso inicial, peso final, ganho diário de peso, consumo alimentar, deposição de gordura, além de medidas de eficiência alimentar, como consumo alimentar residual e consumo e ganho residual. Com base nesses dados, definiram dois subconjuntos: o formado por animais com alta eficiência alimentar (que ganhavam peso com menor quantidade de alimento) e o formado por animais com baixa eficiência alimentar (que precisavam ingerir mais alimento para ter o mesmo ganho de peso).
Em seguida, por meio de análise de biologia molecular e bioinformática, rastrearam a expressão de todos os genes expressos no fígado desses animais. E puderam correlacionar o fenótipo com a expressão de determinados genes. “As abordagens de bioinformática, realizadas em colaboração com o pesquisador Haja Kadarmideen, da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, nos proporcionaram informações novas, além da simples detecção dos genes diferencialmente expressos. Foi possível ter a indicação de que vias biológicas relacionadas com a inflamação estejam associadas ao fenótipo de menor eficiência alimentar, fato que ainda não havia sido demonstrado na literatura. Em outras palavras, constatamos que os animais com baixa eficiência alimentar apresentavam enriquecimento funcional para maior resposta inflamatória no fígado”, informou Fukumasu.
Como foram colhidas amostras de sangue dos animais ao longo do experimento inteiro, os pesquisadores puderam comparar os dados obtidos na análise de bioinformática com os parâmetros levantados na análise bioquímica do sangue. E comprovaram que, de fato, os animais com baixa eficiência alimentar apresentavam marcadores de lesão hepática em níveis maiores. “O mesmo foi corroborado também pela análise histopatológica: na lâmina ao microscópio, as amostras de fígado dos animais com baixa eficiência alimentar apresentaram maior número de focos de inflamação”, acrescentou Fukumasu. Estudo realizado com bovinos mostrou que os animais que comem mais
para ganhar peso apresentavam maior incidência de lesões hepáticas e
dos processos inflamatórios decorrentes (Fotomicrografia de fígado de bovino com infiltrado mononuclear periductal/Arquivo do pesquisador)
Inflamação crônica e síndrome metabólica
Os pesquisadores estão empenhados, agora, em estabelecer a sequência causal dos fenômenos. Isto é, se as lesões hepáticas são causas ou consequências da baixa eficiência alimentar ou se ambas decorrem de um outro fator, que ainda precisa ser identificado.
É importante ressaltar que nenhum dos 96 animais apresentava qualquer indício de lesão hepática no início do experimento, que todos os animais chegaram com peso semelhante ao final do experimento e que, em termos qualitativos, a alimentação foi idêntica. As diferenças foram quantitativas, uma vez que os animais com baixa eficiência alimentar comiam mais do que os outros.
“A relação entre inflamação crônica na obesidade e síndrome metabólica em humanos é conhecida. Nosso trabalho mostrou que os princípios do mesmo tipo de correlação ocorrem também em bovinos da raça nelore. E isso abre várias portas para investigação, seja com o intuito de compreender as causas dessas lesões hepáticas, seja com o objetivo de avaliar o potencial imunomodulatório de substâncias sobre o fenótipo”, afirmou Fukumasu.
“A eficiência alimentar é uma característica extremamente importante para a produção animal pois tem viés econômico (já que, em média, 60% dos custos de produção são despendidos com alimentação) e também ambiental (já que animais mais eficientes produzem mais carne consumindo menos ração e também poluem menos, com excretas e a emissão de gases como o metano)”, prosseguiu.