Antes
de fazer as malas, uma visita ao médico veterinário poderá indicar o
melhor tipo de proteção que deve ser aplicada no cão ou gato para
garantir férias tranquilas e seguras
Em períodos de férias,
muitos tutores aproveitam os dias de descanso ao lado de seus animais de
estimação, por isso, antes de fazer as malas é preciso agendar uma
consulta com um médico veterinário para buscar um método de proteção
contra pulgas, carrapatos e leishmaniose, garantindo assim férias
tranquilas e seguras para toda a família.
Os cuidados com os
animais não se restringem a pulgas e carrapatos. Muitas regiões do país
registram casos de leishmaniose visceral canina ao longo de todo o ano,
sendo essa doença causada por um protozoário (a Leishmania) que acomete o
cão e pode ser transmitido ao humano quando esse picado por
flebotomíneos, ou “mosquito palha”, infectado.
O cachorro é considerado o
principal hospedeiro em ambientes urbanos, entretanto, animais
silvestres, gatos e até mesmo o homem podem ser infectados. “O controle
de ectoparasitas com a maioria dos produtos disponíveis no mercado deve
ser feito todo mês, mas muitos proprietários não se lembram de realizar a
aplicação, deixando seus animais suscetíveis a essas infestações e
doenças ainda mais graves como as transmitidas por vetores aos
humanos’”, afirma Marcio Moreira, Mestre pela Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo e Professor Mestre e Responsável pelo
Laboratório de Patologia Clínica e Banco de Sangue do Hospital
Veterinário da Universidade Anhembi Morumbi.
O Ministério da
Saúde recomenda que animais com leishmaniose sejam submetidos à
eutanásia, o que é controverso. Portanto, a prevenção da doença é
fundamental para que os animais não precisem ser submetidos a esse ato.
Finalizadas todas as ações
preventivas, a família pode aproveitar as férias e registrar as
atividades diárias em fotos e vídeos, afinal, em uma viagem com o pet a
diversão já começa antes mesmo de desembarcarem no destino final.
Dicas para viajar com seu pet
Se for se hospedar em hotéis
ou pousadas, certifique-se, antes da viagem, de que o local aceita a
permanência de animais em suas dependências;
Alguns animais podem estranhar ambientes diferentes ou barulhos como de fogos de artifício, muito comuns nessa época do ano.
Por isso, é importante que o
proprietário também fique atento com a segurança do pet, mantendo-o com
uma coleira de identificação para que possa ser resgatado em caso de
fugas;
Se a viagem for realizada de
carro é importante que o pet seja transportado em uma caixa apropriada
para animais. Durante o percurso, convém que sejam realizadas pausas
para que o animal possa se movimentar, alimentar e fazer as suas
necessidades;
é importante que o tutor leve todos os pertences do
animal para o local em que ficarão hospedados. Isso inclui vasilhas para
água e comida, panos ou caminhas em que o animal costuma dormir e
brinquedos para distraí-lo no percurso e durante os dias de férias.
Referências bibliográficas
1
Otranto D et al. Prevention of canine leishmaniosis in a hyper-endemic
area using a combination of 10% imidacloprid/4.5% flumethrin. PLoSONE.
8, 2013
2 Brianti E et al. Efficacy of a slow-release
imidacloprid (10%)/flumethrin (4.5%) collar for the prevention of canine
leishmaniosis. Parasites & Vectors. 2014
As
festas de fim de ano chegou, e uma grande preocupação de quem tem cães
ou gatos são os fogos de artifício, que embora lindos, fazem um barulho
capaz de deixar nossos pets desesperados! Então separamos algumas dicas
que poderão amenizar esse problema e deixar o final de ano um pouco mais
tranqüilo.
A primeira dica é tentar dessensibilizar o animal. Esse
método costuma funcionar bem com cães, especialmente se ainda forem
filhotes, mas deve ser bem conduzido. O animal deve sentir total
segurança por parte do dono, portanto não demonstre medo durante a
queima de fogos, tampouco pegue o animal no colo para protegê-lo. Ao
invés disso, haja naturalmente e com firmeza. O animal precisa saber que
não há motivos para temer, então brinque muito e faça festa, dê
petiscos e associe o barulho com alguma coisa boa. Mostre que não existe
razão para pânico. É necessário ter muita paciência, pois alguns cães
não modificam o comportamento de uma hora pra outra. Se for possível,
faça esse procedimento sempre que tiver oportunidade, diante de
quaisquer barulhos que costumam assustá-lo.
Florais também
costumam ajudar nessas situações, mas devem ser administrados sempre sob
supervisão de um profissional. Procure um veterinário que trabalhe com
medicina alternativa e veja com ele a melhor opção para seu animal.
Porém,
alguns cães não respondem bem à dessensibilização, então são
necessários cuidados extras nesse período, que incluem acima de tudo
segurança para evitar acidentes:
- - Durante os estouros dos
fogos, jamais deixe o animal sem supervisão. Mantenha-o dentro de casa
em um cômodo calmo e monitore-o para que ele não se machuque. Não o
segure à força, muitos animais acabam mordendo e/ou arranhando em função
do medo. Forneça brinquedos para que ele possa morder e se distrair,
feche as janelas e ligue um rádio ou TV para tentar abafar o barulho.
-
- Gatos devem ter à disposição um lugar para se esconder, como uma
caixinha, por exemplo, pois diferentemente dos cães, eles preferem ficar
isolados em algum local seguro. Não force brincadeiras ou contato,
apenas deixe-o à vontade e observe-o para que não se machuque. Se mesmo
tomando cuidado você for mordido ou arranhado, não castigue o animal,
lembre-se de que ele está sofrendo e com muito medo.
- - Se seu
cão vive no pátio e você não tiver como levá-lo para dentro de casa,
certifique-se de que ele não terá como fugir, mantenha portões bem
fechados, pois animais em pânico tendem a sair correndo e irem para a
rua, o que poderá ser fatal. Observe-o o tempo todo, não o deixe sozinho
em hipótese alguma, pois ele estará muito assustado. Forneça um local
(casinha ou caixa) para que ele possa se abrigar. Retire a alimentação
durante esse período, para evitar afogamentos (falsa via). Não o deixe
preso por correntes, é muito comum enforcamentos e morte em função do
pânico. Portanto novamente repito, a melhor dica é sempre mantê-lo
dentro de casa, só o deixe no pátio se não houver outra alternativa.
- -
Não esqueça de usar sempre plaquinha de identificação no seu animal
contendo nome e telefone para contato. Isso auxilia em caso de fuga e
facilita a devolução do animal.
Esses cuidados são
importantíssimos para manter seu animal livre de acidentes que podem
custar-lhe a vida. Não descuide de seu melhor amigo, pois ele confia em
você para viver bem e em segurança! Boas festas, e feliz ano novo!
Viagens
longas são estressantes para o animal, assim como o novo ambiente que
ele pode encontrar. Alguns animais, por estarem estressados da viajem,
tendem a estranhar o local de destino. Mesmo que ele já tenha estado no
destino outras vezes, não se surpreenda se perceber o animal
desconfortável, na chegada. Por vezes, podem ocorrer episódios de
diarréia ou inapetência. Mas não e preocupe que tudo deve voltar ao
normal bem rapidamente. No caso dos gatos, levar em consideração que
eles estranham muito mais novos ambientes.
Viajar no verão deve
ser algo bem pensado, pois cães e gatos não suam. Assim, a temperatura
corpórea pode se elevar bastante. Para evitar, procure viajar em
horários mais frescos. Alem disso, sempre ofereça água, periodicamente.
Os
meios de transporte mais comuns são avião ou carro. Lembre-se que nem
todas as empresas de aceitam viajar com animais. Procure se informar com
a sua empresa, independente do meio de transporte. Dependendo da
empresa, devem ser seguidas algumas regras para viajar. Siga-as à risca,
para evitar aborrecimentos.
Animais idosos sempre estão em
situações mais delicadas e saúde, mesmo que não apresentem problemas,
pois a saúde deles sempre é mais frágil, devido à idade. Animais que
ainda não tenham completado toda a vacinação só devem viajar em caso de
real necessidade e não devem ser colocados em contato cm outros animais
nem à rua. O risco de contrair algo é bem maior.
Lembre-se que,
assim como as companhias de viajem, também os hotéis têm regras muito
rígidas, quanto à admissão de animais. Informe-se sempre, antes de
decidir levar o seu.
Na próxima matéria, a continuação deste assunto. Daremos mais dicas, quanto à viajem, propriamente dita.
Se ficou decidido que o animal vai mesmo viajar, escolha o meio de transporte que causar menos estresse.
De
avião, será preciso estar municiado de vários documentos que, muitas
das vezes, levam algum tempo para ficarem prontos. Então, não deixe para
a última hora! Atenção que atestados de saúde veterinário de viajem têm
uma validade de, apenas, 3 dias.
Para viagens nacionais, basta
atestado de saúde e de vacinação. Se for viajar para o exterior, é
necessário dirigir-se ao Ministério da Agricultura para que seja
fornecido um Certificado Zoo Sanitário Internacional. Além disso, sempre
informe-se no consulado do país de destino, se existem exigências
especificas a serem cumpridas. Para entrar com o animal no Brasil,
necessitará do Certificado Zoo Sanitário Internacional e do Visto
consular.
Na maioria das companhias aéreas, o animal irá em
compartimento separado dos passageiros, dentro de uma caixa de
transporte específica. Informe-se sobre o tipo e tamanho da caixa qua a
sua companhia adota, antes de comprar. Certifique-se, ainda, se existe
numero máximo de animais que podem ser transportados, por passageiro.
Na chegada, alguns países exigem um período de quarentena, antes de
poder entrar com o animal no país.
De carro e para viagens
nacionais, bastar atestado de saúde e de vacinação. O animal deve ser
sempre transportado no banco traseiro e com a cabeça dentro do veiculo e
a guia presa no cinto de segurança, ou usando equipamento próprio para
viajem, disponível em pet-shop ou pela internet. Caso o seu animal seja
um gato, é conveniente transportá-lo em caixas de transporte, para
minimizar o estresse. Não e permitido transportar animais soltos, mesmo
que seja na caçamba de utilitários.
Muitos animais costumam
vomitar com o balanço do carro. Consulte o veterinário para que sejam
tomadas as medidas para evitar isso. Não alimente o seu animal antes da
viajem, pois pode piorar o quadro. Dê, apenas, água e aça paradas
periódicas. Procure fazer pequenas caminhadas, nas paradas. Assim, o seu
amiguinho tem a oportunidade de exercitar as patas, para que a viajem
seja menos desconfortável.
Fonte: Saúde Animal
Uma doença preocupante que chega com o verão e a época das chuvas é a
leptospirose - zoonose que passa dos animais ao homem. No caso dos pets,
existe a vacina contra a doença que deve ser realizada a cada seis
meses. O que poucos tutores sabem é que a leptospirose pode levar à
morte.
Para se contaminar, o animal deve ter contato com urina do
rato portador da doença que fica parada em poças d´água, além de
esgotos, bueiros e lama. Mas também podem ser infectados pela urina ou
sangue de outros animais que estejam contaminados. É necessário não só
manter uma boa higienização em casa, como atenção especial durante os
passeios.
Entre os principais sintomas que indicam a doença estão a insuficiência
renal aguda, a gastroenterite hemorrágica, as lesões oculares, a
encefalite e a icterícia. "O tutor deve ter cuidado na hora dos passeios
para evitar que os pets brinquem em água parada", alerta a veterinária
Karina Mussolino, da rede Pet Center Marginal/Petz. Mas, isso não basta,
"cães têm instinto caçador e podem ter contato com esses roedores,
principalmente aqueles animais que moram em casas".
Se a doença
for confirmada, o animal deverá ser isolado. Além disso, informa a
especialista do Pet Center Marginal/Petz, é importante que os
antibióticos sejam ministrados o quanto antes.
Causada por uma
bactéria, a leptospirose também afeta os humanos. "Entre as
manifestações mais aparentes do mal estão febre alta, prostração, dores
pelo corpo e mudança no aspecto da urina", esclarece.
Para
diagnosticar no animal a doença com exatidão, o veterinário solicita
exame de urina e de sangue para constatar a presença da bactéria
causadora do mal.
Fonte:
A gente já sabe que ter cachorro é bom para a saúde. Mas e o bem-estar deles? Cachorros têm mais de 20 tipos sanguíneos (embora seis sejam os mais comuns e dois cubram 71% da população canina no Brasil). E, assim como humanos, quando eles ficam doentes, precisam de transfusão de sangue.
O problema é que os bancos de sangue canino no Brasil estão sempre vazios. Na maioria das vezes, quando um animal precisa de transfusão, ele acaba morrendo
Contra isso, foi criado no Recife o app Sangue Amigo, que conecta cachorros doadores com os doentes. É só fazer um cadastro e, quando algum animal por perto precisar, você recebe uma notificação.
Entretanto, assim como para os humanos, para os cães também há restrições: só podem doar sangue aqueles que têm entre 1 e 8 anos e que pesam mais de 27 kg.
Fonte:
Hábito do dono pode desencadear doenças no animal
Se você tem um cão ou um gato na família e fuma, é importante saber que os pets também fazem parte do grupo de fumantes passivos. Os males do tabagismo podem desencadear uma série de doenças, como bronquite, rinite, traqueite, dermatite, alergias e até câncer de pulmão.
A Dra. Karina Mussolino, veterinária e Gerente Técnica do Pet Center Marginal/Petz, explica que não adianta só fumar longe dos bichinhos, mas é importante lavar as mãos após o cigarro para não depositar com os afagos substâncias tóxicas diretamente na pele dos pets. "Como nem sempre tomam banhos frequentes, essas toxinas ficam mais tempo em contato com a pele dos pets e podem ser absorvidas pelo organismo na hora em que os animais se lambem", alerta a especialista.
Apesar de não existirem raças mais propensas aos malefícios do cigarro, estudo internacional já demonstrou que o tipo de tumor desenvolvido por cães que são fumantes passivos depende do tamanho do focinho. Naqueles com focinho avantajado as substâncias cancerígenas se acumulariam em maior quantidade devido à maior área de contato, fazendo com que desenvolvessem câncer no nariz.
Por outro lado, sabe-se que os cães e gatos braquicéfalos (focinho curto, como Shi-Tzu, Pug, Bulldog francês e inglês, e o gato Persa, por exemplo), por apresentarem menor capacidade para filtrar o ar, também são suscetíveis. Por isso, têm mais chance de serem acometidos pelo câncer de pulmão.
Como os gatos possuem o hábito de se lamber para manter a higiene, essas substâncias cancerígenas entram em contato com mais facilidade com a mucosa da boca dos bichanos, aumentando a chance do aparecimento de tumores na região (língua e boca) e nos linfonodos. Para comprovar, outro estudo, publicado no American Journal of Epidemiology, já apontou que um felino exposto à fumaça do cigarro possui três vezes mais chance de desenvolver o linfoma felino.
Demais evidências provaram que os pets fumantes passivos apresentavam maior número de células de defesa após exames de sangue, como os linfócitos e macrófagos, além da presença de antracose - doença que gera lesão nos pulmões.
De acordo com a Dra. Karina, como nem sempre esses animais apresentam sintomas relacionados à toxidade do cigarro, é importante que os donos levem os bichinhos para avaliações periódicas e check-up. "Uma bronquite recorrente, por exemplo, pode ser uma resposta alérgica dos bichinhos ao cigarro, e o diagnóstico e tratamentos precoces aumentam as chances de cura e proporcionam bem-estar ao paciente".
Os mesmos cuidados que o dono tem com as crianças devem ser aplicados aos animais. "Fumar longe dos bichinhos e lavar as mãos são atitudes conscientes para preservar a saúde dos pets", finaliza a especialista.
Fonte:
1. Vacinas causam autismo.
O estudo que propôs essa ligação já foi há muito desbancado pela
comunidade médica e hoje é tido como uma das maiores fraudes da história
da medicina. Milhares de crianças foram submetidas a testes e nenhuma
ligação entre autismo e vacinas foi encontrada.
2. Vacinas proporcionam 100% de proteção.
As vacinas com a maior taxa de proteção chegam a cerca de 95% de efetividade, e não mais do que isso.
3. As crianças recebem mais vacinas do que seu sistema imunológico pode aguentar.
O sistema imunológico de uma criança é capaz de responder a cerca de
100 bilhões de antígenos ao mesmo tempo. A vacina tríplice viral, por
exemplo, contém 24 antígenos.
4. Como a maioria das doenças evitáveis por vacinas está sumindo, as vacinas não são mais necessárias.
Graças à chamada imunidade de rebanho (entenda nas ilustrações),
algumas doenças necessitam de um nível de vacinação alto para que não se
espalhem. O sarampo, por exemplo, precisa que 95% da população seja
imunizada para que não se propague.
5. Vacinas enfraquecem o sistema imunológico.
As vacinas são desenvolvidas para fortalecer o sistema imunológico, e não o contrário.
6. Vacinas são 100% seguras.
Nada na medicina é 100% seguro. Até o mais inofensivo dos
medicamentos pode causar efeitos colaterais. A maior parte deles, no
caso das vacinas, são brandos. Mas isso não é regra.
7. A imunidade conferida pela contração da doença é melhor do que a imunidade vacinal.
Apesar da imunidade conferida pela doença ser, de fato, mais
"potente", os riscos que se corre contraindo-a são bem maiores que os
possíveis riscos de uma vacina.
Fonte:
Brasil enfrenta tríplice epidemia do zika vírus,
dengue e febre chikungunya. Em comum entre as doenças, o vetor de
transmissão, o mosquito Aedes aegypti
O vilão da estação já tem nome e sobrenome: Aedes aegypti. O mosquito é um velho conhecido dos brasileiros, mas este é o primeiro verão em que transmitirá três doenças distintas: dengue, chikungunya e zika – enfermidades com sintomas parecidos, mas consequências diferentes.
O calor e o grande volume de chuvas previstos para os próximos meses tendem a agravar o problema.
"Calor e chuva é uma combinação nefasta porque aumenta o número de reservatórios potenciais para o mosquito", explica o epidemiologista Denizar Vianna, do departamento de Clínica Médica da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro).
A temperatura ideal para o mosquito é acima dos 30ºC, o que deverá ser comum neste verão. E a chuva também ajuda, uma vez que o Aedes bota ovos em água limpa e parada.
O calor acima da média na estação está relacionado ao aquecimento global, mas, sobretudo, ao El Niño – aquecimento das águas do Oceano Pacífico, que provoca elevação das temperaturas.
"O El Niño continua bastante intenso e tem provocado chuvas bem acima da média no Sul e temperaturas mais altas no Sudeste", diz o climatologista Carlos Nobre. "A taxa de produção de ovos dos mosquitos depende da temperatura (elevada). E entre as muitas variáveis que determinam a multiplicação dos mosquitos, a mais importante é o local do desenvolvimento das larvas: água limpa e estagnada."
Clima quente e água parada são propícios para a reprodução do mosquito
O intenso El Niño deste ano deverá causar uma nova seca no Nordeste, segundo Nobre, mas apenas na região do sertão.
O atual surto de zika é prevalente nas cidades da Zona da Mata nordestina, onde a previsão é de um volume de chuvas até três vezes superior ao do sertão.
"Há muita dúvida também sobre a redução dos focos de mosquito em regiões de seca", explica Nobre. "Em tese, a ausência de chuva reduziria o acúmulo natural de água limpa e parada. Mas as pessoas tendem a armazenar água em baldes e caixas d'água que, descobertos, formam excelentes criadouros para o mosquito."
Sintomas semelhantes
Outro desafio nesta estação, segundo especialistas, será a busca por diagnósticos corretos, já que muitos sintomas das três doenças transmitidas pelos mosquitos são semelhantes, com pequenas variações.
A febre, por exemplo, pode aparecer nas três enfermidades, embora costume ser mais elevada na dengue, mais baixa no caso da zika e de duração curta na chikungunya.
Manchas na pele também são comuns às três infecções. Dores de cabeça podem aparecer nas três doenças, embora seja mais intensa na dengue. Dores no corpo são outro sintoma comum às três infecções, porém são mais intensas na febre chikungunya. Image caption Governo brasileiro confirmou relação entre o vírus zika e a microcefalia, infecção que provoca má-formação do cérebro de bebês
Governo brasileiro confirmou relação entre o vírus
zika e a microcefalia, infecção que provoca má-formação do cérebro de
bebês
E as grávidas são o principal grupo de risco, diante da relação do vírus da zika com os casos de nascimento de bebês com microcefalia.
Para o epidemiologista Denizar Vianna, há outro problema sério que pode surgir: a infecção simultânea por dois ou mais vírus.
"Isso pode acontecer, sim, e seria catastrófico", diz Vianna. "Não sei se seria em escala epidêmica (300 casos por 100 mil habitantes), mas pode acontecer."
Mas há uma outra complicação mais fácil de ocorrer: o verão 2015/16 será o primeiro com quatro diferentes sorotipos de dengue circulando, o que pode provocar o que especialistas chamam de reação cruzada, potencializando os efeitos da doença.
"Esse é um problema sério de saúde pública para o qual ainda não se deu muita atenção", alerta Vianna.
Números
Dados do Ministério da Saúde indicam que, entre janeiro e novembro de 2015, foram notificados 1,5 milhão de casos de dengue no país - 80% deles no Sudeste e no Nordeste.
Houve ainda confirmação de 828 mortes por dengue - quase o dobro do registrado no mesmo período de 2014 (463) -, e de 18 mil casos de chikungunya.
Segundo o último boletim do ministério, de 12 de dezembro, houve ainda confirmação de 2,4 mil casos de microcefalia.
Fonte:
BRASIL