domingo, 4 de janeiro de 2015

Óleos Funcionais : Uma alternativa como promotor de crescimento na alimentação


O uso de promotores de crescimento na alimentação
de animais tem sofrido grandes mudanças
na União Européia. Empregados com sucesso
há mais de 50 anos, estes aditivos foram banidos na
Europa em 2006, o que intensificou as pesquisas para descobrir
produtos alternativos. Já estão em uso com bons
resultados na alimentação de aves, suínos e bovinos os
pré-, os pro-bióticos e as leveduras. Ultimamente, certos
tipos de óleos demonstraram interferir na fermentação
do rúmen produzindo mais ácidos gráxos.

As pesquisas vêm demonstrando que, alguns óleos
podem ter uma atuação similar à dos inóforos, inibindo o
desenvolvimento de alguns tipos de bactérias, mudando
o perfil de ácidos graxos ruminais e diminuindo a produção
de gás metano e perdas metabólicas.
Classificação

Entre os produtos que podem desempenhar o mesmo
papel que os antibióticos tanto na alimentação de bovinos
como de aves e suínos, estão os óleos essenciais presentes
em plantas como alho, anis, alecrim, canela, cravo, tomilho,
pimenta e os óleos funcionais que desempenham funções
antioxidantes, anti-microbianas e até anti-inflamatórias.
Antes de entrar em detalhes sobre os OE (óleos essenciais)
e os OF (óleos funcionais) é conveniente definir
bem os termos usados. Embora se use as palavras “óleos”
e “gorduras” como se estas substâncias sempre estivessem
formadas por misturas de triglicerídeos e ácidos graxos,
na realidade dentro dos óleos e gorduras existem muitas
substâncias que nem são ácidos graxos nem triglicerídeos.
São substâncias lipofílicas (solúveis em óleos) que
aparecem dissolvidas dentro dos óleos.

Exemplos muito conhecidos de substâncias lipofílicas
seriam as vitaminas lipossolúveis (A, D, E) e o colesterol.
Essas substâncias têm funções bem conhecidas no
metabolismo animal, mas não fornecem energia. Existem
muitos outros compostos lipofílicos que aparecem em
maior ou menor quantidade em certos óleos com características
particulares. Alguns destes compostos são, por
exemplo, carotenóides, alguns com efeito provitamina A,
outros com efeitos na pigmentação.

Outros compostos lipofílicos, normalmente voláteis,
são usados em perfumaria e especiaria. Estes compostos
são os chamados óleos essenciais. O adjetivo “essencial”
não vem por serem essenciais para o metabolismo, como
poderiam ser alguns aminoácidos ou ácidos graxos, mas
por terem o cheiro característico, ou “essência”, da planta
da qual foram obtidos.

Resumindo, quando se fala de óleos, fala-se realmente
de substâncias lipofílicas e, dentro destas substâncias
lipofílicas, há:

1. Ácidos graxos e triglicerídeos de ácidos graxos que são
usados como fonte de energia (como soja ou arroz).
2. Outras substâncias que podem ser usadas em funções
não relacionadas com a produção de energia. Como
estas substâncias têm funções, estas substâncias são
definidas como “óleos funcionais”. Existem muitos
tipos de OF, e podem ser classificados de formas muito
diversas. Por exemplo, se essas substâncias tiverem o
cheiro característico da planta da qual foram obtidos
seriam óleos essenciais, ou se forem pigmentos orgânicos
tetraterpenoides, são carotenóides. Por tanto,
dependendo do intúito da classificação, seja por função,
ou seja por estrutura química, existem inúmeros
tipos de OF. 

Em conclusão, todos os OE são OF, mas
não todos os OF são OE.

É importante sublinhar que as atividades de tanto os OF
como os OE não estão restringidas a ações antimicrobianas.
Alguns OF podem ter ações antioxidantes, outros podem ter
ação anti-inflamatória, ou como mencionado anteriormente,
podem afetar a pigmentação do animal ou seus produtos.
Não existe “um” mecanismo de ação. Cada substância
age de uma forma diferente. Não se pode simplificar.
Assumir que os OF ou OE têm todos o mesmo mecanismo
de ação é como assumir que todos os antibióticos
agem da mesma forma. Dependendo do ingrediente
ativo, o mecanismo de ação será diferente. Embora o
conhecimento sobre os mecanismos de ação seja limitado,
sabe-se que alguns são ionóforos naturais (ácido
ricinoléico e cardol) e outros desarranjam as membranas
lipídicas (carvacrol, timol).
Cada produto tem indicações diferentes. No caso
particular de OE, devido a serem especiarias, podem,
se usados de forma errada, dar sabores não desejados à
carne, ovos ou leite. Seu preço varia muito conforme sua
indicação e, sendo muito usados como especiarias, têm
um valor agregado maior na alimentação humana.
Pesquisa Brasileira
No Brasil, a empresa Oligo Basic Produtos Funcionais,
sediada em Cascavel,PR, desenvolveu um OF a partir da
mistura do óleo de caju (cardanol e cardol) e do óleo de
mamona (rícino) como alternativa aos inóforos tendo o
produto recebido a marca comercial “ESSENTIAL”.
Quanto ao óleo de mamona, os compostos tóxicos da
mamona não são solúveis em óleo, portanto, quando o
óleo é extraído, estes compostos tóxicos ficam na torta.
É certo que o óleo de rícino é purgante, mas depende da
dosagem. No caso do”Essential”, a quantidade de óleo de
rícino fica mais de 10 vezes abaixo da dosagem laxativa.
“O desenvolvimento dos OF começou no momento
em que a humanidade começou usar plantas para tratar
diferentes doenças. Por exemplo, Hipócrates no século
5º AC já falava que o pó amargo extraído da casca do
salgueiro aliviava as dores e reduzia a febre. O composto
ativo da casca do salgueiro é o ácido salicílico, que é o
composto ativo da... aspirina! Outro exemplo de substância
de origem vegetal usado como medicamento é
o taxol (paclitaxel), uma droga anticancerígena obtida
inicialmente do teixo (Taxus brevifolia).

Não fizemos mais do que seguir o mesmo caminho de
muitos pesquisadores ao procurar substâncias de origem
vegetal com atividade funcional. O nosso grande diferencial
foi usar matérias primas brasileiras e, desta maneira,
quebrar o paradigma de só usar OE. 

Ao mesmo tempo conseguimos construir uma plataforma que tem nos
permitido não só desenvolver um produto já conhecido
e aceito pelo mercado, mas também outros produtos,
baseados nos mesmos tipos de óleos com funções e atividades
diferentes” diz Dr. Torrent.
Antes de chegar a esse produto, a empresa testou
alguns óleos melhoradores da fermentação do rúmen.

Foram descartados por não apresentarem uma uniformidade
de ação principalmente frente a diversidade da
dieta dos bovinos. Outros foram abandonados por deixar
sabor na carne ou por oferecer risco de intoxicação.

O cardol, o cardanol e o ácido ricinoléico atuam na
membrana celular como os inóforos e inibem a multiplicação
das bactérias gram positivas, controlando pH do
rúmen e melhorando a digestibilidade da fibra.
Por exemplo, o mecanismo de ação do produto
“ESSENTIAL” é o mesmo em todas as espécies: a inibição
das bactérias gram positivas. No caso dos monogástricos,
este efeito baixaria o desafio por patógenos gram
positivos, como os clostrídeos. No caso dos ruminantes,
embora as dosagens de produto sejam menores, a inibição
dos gram positivos ajuda a controlar o pH no rúmen.

O “ESSENTIAL” é objeto de estudo em dois institutos
brasileiros: Departamento de Zootecnia da ESALQ e na
Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos do
campus de Pirassununga. O Ministério da Agricultura
registrou o rótulo “ESSENTIAL” como “aditivo flavorizante
melhorador de desempenho”. Embora não possa
ser ainda promovido para algumas outras atividades
que ainda não estã registradas, existem pesquisas feitas
em diferentes universidades e institutos independentes
(Brasil, Estados Unidos e Espanha) mostrando efeitos
anticoccidianos, melhora de qualidade de carcaça,
aumento de ingestão, controle do pH ruminal, atividade
antioxidante tanto na ração como in vivo, melhoras na
conversão e ganho de peso e aumento da energia metabolizável
das rações suplementadas.

Sobre a diminuição de metano, embora não tenhamos
dados diretos, este OF muda o perfil de ácidos graxos
voláteis no rúmen, aumentando o propionato e diminuindo
o acetato. Este efeito já deveria diminuir a produção
de metano por simples estequiometria. Além disso,
seus óleos não são by pass pois têm que agir no rúmen,
lembrando que os óleos by pass são por definição inertes
no rúmen e portanto, não tem nenhum efeito sobre a
produção de metano.

Finalmente, os OF têm usos possíveis em cães em
gatos como a prevenção de processos entéricos e a
melhora da capacidade antioxidante dos animais, dando
como resultado uma melhora da imunidade e longevidade
destes animais. No entanto, são necessárias mais

pesquisas a respeito.

ÓLEOS FUNCIONAIS : UMA ALTERNATIVA
COMO PROMOTOR DE CRESCIMENTO*
Dr. Joan Torrent – Skype: jtorrent - e-mail: jtorrent@oligobasics.com
Médico Veterinário – Universitat Autònoma de Barcelona – Bellaterra – Espanha - 1988
Doutorado em Nutrição Animal (Dissertação: Acetogénese Autotrófica em Ruminantes) - Colorado State University - Fort Collins, CO, USA -1994
Mestrado em Nutrição Animal (Tese: Digestibilidades de subprodutos fibrosos) – Colorado State University – Fort Collins, CO, USA - 1992
*entregue à redação em 2012

BRUCELOSE HUMANA REEMERGE COMO PREOCUPANTE DOENÇA OCUPACIONAL







Fonte:



Riscos associados à Quimioterapia na clínica médica veterinária

Apesar de ser frequentemente utilizada
por clínicos veterinários de todo o
mundo, a quimioterapia na rotina da
clínica veterinária de pequenos animais
traz diversos riscos relacionados
à exposição aos medicamentos antineoplásicos. Estes
riscos referem-se tanto a profissionais diretamente envolvidos
com os procedimentos clínicos, sejam médicos
veterinários ou enfermeiros, quanto aos proprietários dos
pacientes. No entanto, apesar de todo o conhecimento a
respeito deste fato, estes riscos tem sido rotineiramente
negligenciados. Seja em nossas escolas e faculdades de
medicina veterinária, seja no exercício especialista de
profissionais habilitados.
Esta falha de formação e execução de procedimentos
refere-se à biossegurança, uma prática que infelizmente
não realizamos, deixando de lado questões básicas que
dizem respeito a nossa segurança, a de nossos colaboradores,
pacientes e até ao meio ambiente. Não poderia
ser diferente com o manuseio de medicamentos quimioterápicos
uma vez que, infelizmente, não mantemos em
nosso cotidiano a cultura da biossegurança em nossos
atos e condutas.
Não nos questionamos quanto a forma de realização
destes procedimentos, deixando de atentar para questões
relacionadas a estes produtos. Como comprovado, os
medicamentos antineoplásicos são reconhecidamente
de potencial carcinogênico, teratogênico e mutagênico,
em especial sobre o sistema reprodutivo. Na prática,
considera-se que apenas uma molécula destes produtos
pode induzir mutações.
Nossas ações e riscos associados a estas, enquanto
médicos veterinários, sejam por negligência ou falta
de conhecimento na aquisição, no armazenamento,
no preparo, na aplicação do medicamento, no período
de convalescença do paciente tratado, no ambiente do
estabelecimento médico veterinário ou no qual o animal
habita, na destinação dos resíduos produzidos, produzem
resultados.
Nunca devemos nos esquecer de que a lata de lixo não
é uma caixa mágica, onde depositamos o que não mais
nos serve. Nossa responsabilidade, no que se refere ao
descarte, apenas começa quando dispomos algum produto
fora. Mas esta é uma outra conversa...
Atualmente, temos disponíveis no mercado diversas
bases medicamentosas antineoplásicas amplamente utilizadas
tanto na medicina humana quanto na veterinária
(Quadro 1). Como pode ser verificado, todos, sem exceção,
são produtos altamente tóxicos que devem ser manuseados
– incluindo seus metabólitos e produtos finais - obrigatoriamente,
dentro dos princípios da biossegurança.
Seja na dispensação das bases na apresentação sólida
ou líquida, estes medicamentos necessitam ser dosificados
para sua correta utilização. Neste momento surge o principal
risco para os médicos veterinários. No fracionamento
de comprimidos ou na aspiração de soluções à partir de
frascos ou ampolas, quando formam-se pós e aerosóis, há a
possibilidade de derramamentos ou gotejamentos quando
em contato com a pele, mucosas ou órgãos respiratórios.
Estes pequenos "acidentes" podem induzir a sinais ou sintomas,
alguns de baixo significado, outros podendo variar
desde uma intoxicação aguda até casos graves com infertilidade,
abortamentos, mutações, etc. Some-se aos riscos
existentes que os casos de intoxicação química ocorrem e
não são adequadamente identificados e considerados pelos
profissionais envolvidos nesta prática.
Para evitar ou reduzir estes riscos, atualmente temos
implementada na clínica médica humana procedimentos
definidos e regulamentados no que se refere à biossegurança
do manuseio, utilização e descarte de bases
quimioterápicas, reconhecidos como procedimentos de
alto risco, envolvem desde a aquisição destas drogas até
o descarte adequado de fluidos e excretas do paciente,
passando pelo preparo das doses individuais, o acondicionamento
correto e seguro, sua aplicação e o descarte dos
resíduos, considerando o lixo tóxico gerado como de responsabilidade
profissional. Desta maneira, de acordo com
a legislação nacional e internacional, suas determinações
e recomendações, têm-se uma série de normas quanto a
biossegurança na quimioterapia (Quadro 2).
No Brasil, estas regras de biossegurança são obrigatórias
para os profissionais que atuam em serviços de oncologia
humana, de acordo com determinação da Anvisa.
Infelizmente, na medicina veterinária, não há e, até o
momento, não temos nenhuma diretriz que regulamente
a biossegurança no que se refere ao uso de medicamentos
antineoplásicos no Brasil, o que tem gerado inquietação
e discussões no âmbito dos órgãos envolvidos com saúde
pública humana, vigilância sanitária e ambiental. Por
associação, as normativas de biossegurança no manuseio
de quimioterápicos na medicina veterinária, deveriam
considerar a questão de riscos à saúde humana e a contaminação
ambiental: a segurança dos trabalhadores,
o profissional envolvido e seus assistentes, o paciente e
seu(s) proprietário(s), e o ambiente.
A falta de cuidados, pela desatualização e imposição
da legislação pertinente ou por desconhecimento, oriundos
da má-formação acadêmica, expõe uma realidade
preocupante na rotina da clínica médica veterinária,
como relatado em trabalho recentemente publicado2,
sem a utilização de equipamentos de proteção individual
por parte dos médicos veterinários, sem cuidados quanto
ao manuseio, sem noções básicas sobre os riscos relacionados
ao seu uso. Nesse estudo relatam-se ocorrências
de acidentes e o aparecimento de sintomas durante a
manipulação de antineoplásicos.
Percebemos, por nossa rotina, a urgência na atualização
da legislação e normatização dos procedimentos
relacionados à quimioterapia na medicina veterinária,
bem como de ações que estimulem a inserção da cultura
da biossegurança em nossas práticas diárias.


quadro 1 - principais medicamentos antineoplásicos utilizados na clínica Médica Veterinária
Antineoplásico, Indicação e Toxicidade

Ciclofosfamida
Leucemias, tumor oral, carcinomas, linfoma maligno,
mielomas múltiplos, tumores mamários e ovarianos,
neuroblastoma, retinoblastoma, linfoma dérmico
ação carcinogênica. ação hematológica, ocasiona
leucemia

Lomustina
Neoplasias cerebrais, linfomas, mastocitomas,
mielomas múltiplos, câncer de pulmão e trato
gastrointestinal
ação carcinogênica. pode ocasionar leucemia,
mielossupressão, neutropenia e trombocitopenia tardia,
sinais gastrointestinais, ação hepatotóxica

Vincristina 
tumor venéreo transmissível do cão pode ocasionar alterações neurológicas, dérmicas,
hematológicas e gastrointestinais

Doxorrubicina
carcinoma da mama, pulmão, bexiga, tireóide e
ovariano, sarcomas ósseos e dos tecidos moles,
linfomas de Hodgkin e não-Hodgkin, neuroblastoma,
leucemia linfoblástica aguda e leucemia mieloblástica
aguda
com ação tóxica cardíaca, renal e hematológica

Cisplatina
Fibrossarcoma, osteossarcoma, carcinomas
primários e secundários de cabeça, pescoço, bexiga,
próstata, carcinomas de cavidade oral e da derme,
adenocarcinoma nasal
ação nefrotóxica, pode ocasionar alterações renais,
hematológicas e gastrointestinais

Carboplatina
Osteossarcoma, carcinoma de glândulas mamárias pode induzir mielossupressão, de toxicidade
gastrointestinal pode ocasionar neuropatia periférica

Antinflamatórios esteroidais 
(corticóides) Linfossarcomas, mastocitomas e leucemias potencial carcinogênico, pode induzir a mielossupressão


Quadro 2
Normas de biossegurança no manuseio e utilização de medicamentos anti-neoplásicos.

Procedimento, Condição e Norma

Aquisição do medicamentos antineoplásicos restrita a profissionais envolvidos com a prática, seja em consultórios,
clínicas ou hospitais, sendo vedada a leigos

Uso e manipulação de medicamentos antineoplásicos EXcLUSIVO e de responsabilidade de profissional de nível superior,
habilitado e capacitado para realização do procedimento

Local de armazenamento e manuseio de medicamentos
antineoplásicos
restrito aos profissionais envolvidos, não devem ser utilizados para
outros procedimentos
Preparo das doses realizado no interior de uma cabine de segurança biológica classe 2, B2,
que promova exaustão de 100% do ar

Equipamentos pessoais de segurança (EpIs) Uso de EpIs adequados1
, desde o preparo das doses até sua aplicação
Profissionais gestantes atividade não permitida a gestantes, desde a manipulação de
medicamentos antineoplásicos até o acesso a áreas de estocagem,
manuseio, preparo e aplicação

Descarte do material utilizado (equipos, agulhas, seringas, luvas,
papéis absorventes, frascos vazios e doses não utilizadas)
Deve obedecer a legislação referente ao gerenciamento de resíduos de
serviços de saúde (pGrSS/conama), com o adequado acondicionamento
até o recolhimento por empresa acreditada, devendo ser embalado com
o indicativo de material infectante, no caso dos perfuro-cortantes, e a
seguir como indicativo de lixo tóxico, devem ser acondicionados em
caixas ou embalagens resistentes e adequadas para o descarte e posterior
incineração

Manuseio de fluidos e excretas dos pacientes Seja no ambiente do estabelecimento veterinário ou na residência do
paciente, deve seguir procedimentos básicos de biossegurança e ser
realizado com o auxílio de luvas, no mínimo, nas primeiras 48 horas após
a aplicação de cada dose

Tecidos contaminados com fluidos e excretas
Devem ser encaminhados para lavanderia especializada, com indicação
de contaminação por lixo químico e devem ser manuseados com o
auxílio de luvas e lavados separadamente

Acompanhamento médico periódico dos profissionais envolvidos 
com a prática da quimioterapia
Os profissionais envolvidos com a quimioterapia devem submeter-se
periodicamente a exame médico, com atenção especial a exames que
indiquem a ocorrência de contaminação ou exposição a medicamentos
antineoplásicos

Mais carinho no manejo de bezerros leiteiros: uma experiência bem sucedida*


A criação de bezerros leiteiros, principalmente do
nascimento ao desaleitamento, exige boas práticas de
manejo e muita atenção a detalhes. Estima-se que 75%
das mortes de bezerros ocorrem até 28 dias de idade,
sendo bem conhecido que a saúde e o crescimento de
bezerros são dependentes de fatores que ocorrem antes,
durante e logo após o parto.
Em muitas fazendas leiteiras, mesmo dentre aquelas
que utilizam tecnologias inovadoras para alimentação
e produção de leite, existem situações que colocam o
bem-estar dos bezerros em risco, e que podem resultar
também em perdas econômicas. Por exemplo, falhas
na ingestão de colostro podem resultar no aumento
das taxas de morbidade e de mortalidade. Muitas vezes
essas falhas (ou sucessos) dependem das ações das
pessoas responsáveis pelo manejo, é evidente que há
uma tendência para redução do tempo despendido em
interações positivas entre as pessoas e os animais.
Há ainda a predominância de interações aversivas,
geralmente associadas a certos manejos (como, por
exemplo, transporte, medicação, vacinação, etc). Esta
combinação, pouca interação positiva e muita interação
negativa, geralmente levam os animais a desenvolverem
estados emocionais negativos, como o de medo
em relação ao homem, com conseqüências negativas sobre
seu bem-estar e suas repostas produtivas (Lensink,
2002). Assim, o entendimento das relações entre nós
(humanos) e os animais é muito importante para orientar
as ações desenvolvidas no âmbito da produção animal,
pois têm efeito direto na definição de estratégias
de produção que irão influenciar tanto o bem-estar dos
animais e a satisfação dos trabalhadores, quanto os resultados
produtivos e econômicos da atividade.
O conceito de bem-estar é muitas vezes mal compreendido,
em geral é assumido como o estado de perfeito
equilíbrio físico e emocional de um dado animal com seu
ambiente; esta concepção não leva em conta a condição
de que há muitos estágios no sentir-se bem De fato em
nossa opinião na prática é pouco provável encontrarmos
um animal em estado de absoluto bem-estar.
Assim, assumimos ser melhor a definição apresentada
por Broom e Johnson (1993) em que bem-estar é
definido como estado de um organismo durante suas
tentativas de se ajustar com o seu ambiente. De acordo
com este conceito o bem-estar envolveria, em termos
de qualidade de vida, todas as situações, desde aquelas
que colocam a vida do animal em risco até outras em
que ele estaria em plena harmonia com seu ambiente,
portanto não sendo sinônimo de “estar bem”.
Um ponto importante, no desenvolvimento de
ações que promovam (melhorem) o bem-estar animal,
é buscar o conhecimento do comportamento do animal
de interesse. No caso dos bovinos é importante
saber que são altamente gregários, assim o alojamento
de bezerros leiteiros em grupos, ao invés de individualmente,
seria um passo importante em direção da
melhoria de seu bem-estar (Bouissou et. al., 2001).
Esta idéia encontra respaldo em outros autores, por
exemplo, Nussio (2006), afirmou que muito embora
a disseminação de doenças e o controle do consumo
de ração sejam prejudicados, a criação de bezerros em
grupos pode trazer algumas vantagens tanto para os
animais como para produtores.
Uma destas vantagens seria a possibilidade de interação
social mais cedo, muito importante para o
desenvolvimento de comportamento social normal.
Outra vantagem é maior espaço físico disponível para
o animal, quando comparado a bezerros criados individualmente,
o que também promoverá a expressão
de comportamentos naturais com maior freqüência.
A criação de bezerros em grupos também pode reduzir
a necessidade de mão de obra relacionada ao
tempo para a alimentação dos animais, assim como
a limpeza de baias individuais ou transporte de casinhas.
Porém, interação humano-bezerro pode diferenciar-
se quando comparado com alojamento em
grupo e alojamento individual.
Uma experiência interessante nesse sentido está
sendo desenvolvida pelo nosso grupo (Grupo ETCO)
na Fazenda Germânia, localizada em Taiaçu-SP, que
tem um rebanho de 330 vacas em lactação e uma
média de 20 nascimentos de bezerros/mês. Nesta
fazenda a ocorrência de doenças (principalmente
diarreia e pneumonia) e a taxa de mortalidade de bezerros
eram muito altas; os bezerros eram mantidos
em baias individuais e havia pouca interação positiva
com os tratadores.
Este tipo de manejo, denominando manejo tradicional
(MT) continuou sendo aplicado a um grupo de
bezerros e um outro grupo recebeu o manejado racional
que envolvia, dentre outras coisas, uma maior
frequência de interações positivas com as tratadoras e
a criação em grupo (coletiva). Num curto espaço de
tempo (menos de 30 dias) foram notadas mudanças
expressivas, com decréscimo do uso de medicamento
e na taxa de mortalidade. A partir dessa experiência os
responsáveis pela fazenda resolveram adotar o manejo
racional como rotina.
Com base no levantamento de dados da fazenda
do período de setembro de 2004 a agosto de 2006
foi possível fazer uma comparação entre os dois tipos
de manejo, caracterizando o período I (setembro
de 2004 a agosto de 2005) como o de prevalência do
manejo tradicional (MT) e o período II (de setembro
de 2005 a agosto de 2006) como o de prevalência do
manejo racional (MR).
No MT os bezerros eram alojados até 30 dias de
idade em baias individuais (1,5 x 0,75m) instaladas
dentro de um galpão (Figura 1), cujo piso era coberto
com fina camada de maravalha; os bezerros recebiam
em média 5 litros de leite por dia (em duas mamadas)
em baldes individuais e havia oferta de ração
concentrada e água a vontade. Posteriormente eram
transferidos para casinhas tropicais (Figura 2), onde
permaneciam até a desmama (por volta de 70 dias de
idade). Nesta instalação a ração concentrada era oferecida
duas vezes ao dia, com a inclusão de feno na dieta,
sendo que a água era fornecida à vontade.
No MR os bezerros até 30 dias de idade eram mantidos
no mesmo galpão, aumentando-se as dimensões
das baias, que passaram a ser de 1,5 x 1,5m com o piso
coberto por capim seco, com pelo menos 10 cm de
cobertura (Figura 3); além disso, o leite passou a ser
fornecido em baldes com bico (para o bezerro sugar) e
enquanto mamavam eram escovados pelas tratadoras
até terminarem de mamar.
Foram adotados os seguintes procedimentos de manejo:
nos cinco primeiros dias de vida os bezerros recebiam
colostro á vontade (da mesma forma que durante o
MT, sendo no primeiro dia recebiam o colostro da própria
mãe e nos quatro dias restantes era utilizado o banco
de colostro da fazenda); do 5° ao 20° dia era fornecido
6 litros de leite/bezerro/dia, em duas mamadas por dia.
Do 20° ao 30° dia a quantidade de leite diminuiu para 5
litros/dia; após a mamada da manhã os bezerros eram
soltos em um piquete (Figura 4). Os bezerros entre 1 e
15 dias de idade permaneciam no piquete somente pela
manhã, e retornavam para o galpão por volta de 11h, enquanto
que os bezerros mais velhos permaneciam o dia
todo no piquete, indo para o barracão somente por volta
de 17h. A ração concentrada e água estavam disponíveis
à vontade no piquete e nas baias individuais.
A partir do 30° dia os bezerros eram transferidos
para um piquete, onde permaneciam até a desmama,
por volta de 70 dias. Neste piquete havia uma
pequena área coberta, onde ficava situado o cocho
para oferta de alimentos, neste local recomendava-
-se a colocação de cama (capim seco) que deveria ser
mantida sempre limpa e seca.
Entre 30 e 55 dias de idade os animais recebiam
4 litros de leite/dia, ainda em duas mamadas, com
decréscimo progressivo até a desmama (com 3 litros
entre 55 e 60 dias de idade já em apenas uma mamada,
2 litros de 60 a 65 dias e apenas 1 litro entre 65 e 70 dias
de idade. O aleitamento nesta instalação também foi
feito em balde com bico, e a escovação individual nos
bezerros durante a mamada era mantida.
Ração concentrada e feno eram fornecidos duas vezes
ao dia e os bezerros dispunham de água a vontade.
Com a adoção do manejo racional houve expressiva
redução nas mortes de bezerros, de 6,67±3,85 para
2,25±2,21 mortes por mês para os manejos tradicional e
racional, respectivamente (Teste t emparelhado: t=3,11;
GL=11; P=0,01). Bem como, foi menor a freqüência de
uso de antibióticos, de 36,42±14,71 para 18,51±14,78
tratamentos por mês para os manejos tradicional e
racional respectivamente (teste t emparelhado: t= 2,4;
GL=11; P=0,035).
Além disso, ficou evidente que os bezerros submetidos
ao manejo racional se mostravam mais ativos
e vigorosos. Assim, além da melhoria dos índices de
produtividade, o manejo mais íntimo e positivo com
os bezerros possibilitou a obtenção de características
comportamentais desejáveis.
Assim, concluímos que mudanças simples de instalações
e de manejo podem melhorar as condições de
vida de bezerros leiteiros, com reflexos positivos na
sua saúde e taxa de sobrevivência. Para tanto devemos
tratar cada bezerro como se fosse único, dedicando-
-lhe atenção e carinho.


BIBLIOGRAFIA
Broom, D.M., Johnson, K.G., 1993. Stress and animal welfare.
Chapman & Hall, London, 211pp
Lensink, B. J., 2002. A relação homem-animal na produção
animal. I Conferência Virtual Global sobre produção
orgânica de Bovinos de Corte, 02 de setembro à 15 de
outubro - Via Internet.
Nussio, C.M.B.; Comportamento ingestivo de bezerros leiteiros
criados em grupos, disponível em www.milkpoint.
com.br, com acesso no dia 06/07/2006.




Lívia Carolina Magalhães Silva e
Mateus J. R. Paranhos da Costa
Grupo ETCO - Grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia e
Ecologia Animal, Departamento de Zootecnia, FCAV-UNESP,
14884-900, Jaboticabal-SP, Brasil.
*Texto publicado no site da Milkpoint 25/01/2007


Fonte:

70% de doenças humanas são de origem animal: médico veterinário tem papel fundamental no combate



A Organização das Nações Unidas (ONU), por meio de
sua área de Alimentação e Agricultura (FAO), divulgou
em dezembro de 2013 que 70% das doenças humanas
têm origem animal. “A informação evidencia a importância
dos médicos veterinários que atuam na garantia
da segurança dos alimentos de origem animal e também
no cuidado com os animais de produção ou companhia,
que estão cada vez mais próximos do homem”, avalia
Benedito Fortes de Arruda, Presidente do Conselho
Federal de Medicina Veterinária (CFMV).
De acordo com o relatório “O aumento da população,
a expansão agrícola e a existência de cada vez mais
cadeias de abastecimento alimentar globais alteraram
dramaticamente a forma como as doenças emergem,
como passam de uma espécie para outra, e como se espalham”.
A publicação é intitulada “World Livestock 2013:
Changing Disease Landscapes”.
Conceito ressonante em todo o mundo, o diretorgeral
adjunto da FAO para a Agricultura e a Proteção do
Consumidor, Ren Wang, salienta que a saúde humana,
saúde animal e a saúde dos ecossistemas não podem mais
caminhar de forma isolada. Arruda, do CFMV, faz coro
com a afirmação e explica que além do maior contato do
homem com animais de criação, companhia e selvagens,
há um maior consumo dos alimentos de origem animal.
Arruda enumera os últimos avanços do Brasil na área
médico-veterinária que permitiram ao país maior tranquilidade
com relação à segurança nacional. Exemplo são
os esforços para erradicar a febre aftosa no Brasil, com
99% do rebanho bovino e bubalino livre da doença. De
acordo com o Ministério da Agricultura, o 1% restante
está na área amazônica, a qual recebe apoio específico
para que, no próximo ano, todo o rebanho esteja livre
da doença. Há também as ações veterinárias para não
permitir a entrada da gripe aviária e a recente inclusão
do médico veterinário no Núcleo de Apoio à Saúde da
Família (Nasf) do Ministério da Saúde, o que garante a
atuação do profissional em equipes multidisciplinares
orientando a população para evitar a contaminação com
doenças provenientes de animais.

Fonte:


Homeopatia Veterinária: uma especialidade em crescimento


Homeopatia em Medicina Veterinária
vem ganhando cada vez mais
espaço no cenário das especialidades,
com destaque a clínica de animais de
companhia e, mais recentemente, na
produção animal. Dentro do contexto terapêutico, ela se
caracteriza por evidências clínicas devido a sua eficácia e
segurança na cura das doenças, buscando o equilíbrio do
indivíduo em seus aspectos psíquicos e orgânicos, proporcionando
uma melhor condição de vida ao paciente,
seja ele humano ou animal, podendo ainda ser usada na
prevenção, em se tratando de uma população. Aliado
a essas características, observa-se nas últimas décadas
uma insatisfação, por parte das pessoas, com o cuidado
médico, fazendo com que muitas dessas, busquem tratamentos
diferenciados dos convencionais, e que o ato
médico e o próprio profissional tornaram-se alvos de
críticas pela impessoalidade, compartimentalização e
automatização das condutas no doente, pensamento
esse que despertou um maior interesse pela terapêutica
homeopática, refletindo também esse pensamento na
Medicina Veterinária. Sendo assim, a Homeopatia vem se
organizando de forma bastante enfática, tanto do ponto
de vista representativo e pedagógico, atingindo espaços
importantes na consolidação da especialidade. Exemplo
disso é a Associação Médico Veterinária Homeopática
Brasileira (AMVHB) que é uma entidade civil sem fins
lucrativos e que congrega os profissionais Médicos Veterinários
com atuação e/ou interesse em Homeopatia,
além de acadêmicos. Criada em 1993, a AMVHB tem
por finalidade contribuir para a difusão da Homeopatia
na veterinária, seja na pesquisa, ensino, extensão e divulgação
desta. Os Cursos de Formação de Médicos Veterinários
Homeopatas dispersos pelo país são monitorados
e acompanhados pela AMVHB, desde que cumpram as
regras mínimas, que envolvem 900 horas distribuídas
ao longo de dois anos, numa proporção de 2/1 entre
aulas teóricas e práticas. Um destaque especial é o fato
da Homeopatia, ter sido a primeira especialidade profissional
reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina
Veterinária (CFMV), sendo a AMVHB autorizada a
aplicar a prova e recomendar ao CFMV à concessão do
Título de Especialista em Homeopatia Veterinária (Resolução
662/2000), título este concedido após o candidato
obter em prova escrita nota mínima (7,0). A aplicação
da Prova é de responsabilidade da AMVHB, sendo que
os candidatos só podem se inscrever após ter concluído
o Curso de Formação devidamente reconhecido. Atualmente
são mais de 200 associados, distribuídos em 14
Estados. Outra atividade importante encabeçada pela
AMVHB trata-se da organização do Congresso Brasileiro
de Homeopatia Veterinária.

HOMEOPATIA VETERINÁRIA: UMA
ESPECIALIDADE EM CRESCIMENTO
21 a 24 de outubro de 2015 - São Paulo - SP
Realização: Associação Médico Veterinária Homeopática Brasileira - AMVHB
Local: Universidade Paulista - UNIP (Campus I) www.amvhb.org.br
11ª. Prova de Tïtulo de Especialista em Homeopatia.
Fábio Fernando Ribeiro Manhoso – Médico Veterinário, CRMV-SP 6983, Presidente da Comissão de
Homeopatia CRMV-SP/SP e Coordenador do Curso de Medicina Veterinária da UNIMAR/Marília.

Fonte:

Vaca transgênica produz leite que não provoca alergia


Uma vaca geneticamente modificada para produzir leite que não cause reações alérgicas – um problema que afeta nada menos que 3% das crianças no primeiro ano de vida.

A novidade foi anunciada por cientistas empresa AgReserch e da Universidade de Waikato, na Nova Zelândia.

Os pesquisadores desenvolveram uma vaca que produz leite sem a proteína beta-lactoglobulina. Essa substância (que não existe no leite humano) é a responsável por desencadear alergia. Para chegar a essa resultado, os cientistas acrescentaram material genético para “atrapalhar” a produção, via RNA.

“Nas amostras de leite provenientes da vaca transgênica, não foi detectado nenhum traço de beta-lactoglobulina”, afirma o estudo publicado na Proceedings of the National Academy of Science (PNAS).

O especialista Keith Campbell, da Universidade de Nottingham, diz que o desafio é ver até quando a modificação genética se mantém – seja na própria vaca transgênica e na descendência dela. “A técnica é muito interessante. O risco, em minha opinião, é zero. Se (a modificação genética) fosse venenosa, o animal já estaria morto”, analisou ele, que participou da clonagem da ovelha Dolly.



Fonte: Expresso MT.

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