quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Mudanças climáticas 3 - Incentivo ao uso de transporte público gera redução de emissões

Transporte

Governo Federal

O relatório identifica também a área de transporte como a de maior potencial de redução, pois este setor responde pela maior parte das emissões em cidades brasileiras.

A pesquisa aponta que a Política Nacional de Mobilidade Urbana (que autoriza estados e municípios a restringir circulação de veículos, entre outras coisas), lançada em 2012, pode reduzir até 2020 as emissões de transporte de passageiros em 19,5 milhões de toneladas de CO2 até 2020. Seria o mesmo que anular quase todas as emissões de uma cidade do porte do Rio, onde 22 milhões de toneladas de CO2 foram emitidas em 2012.

"Para isso, seria necessário não só melhorar o transporte público, mas também restringir o uso do carro, criando pedágios urbanos e vetando sua circulação em áreas da cidade", defende Kahn.

"Se não houver este tipo de penalidade, que é impopular do ponto de vista político, as pessoas dificilmente deixarão o carro em casa, porque é um meio de transporte mais confortável."

O relatório destaca iniciativas como o BRT, no Rio de Janeiro. Segundo dados do estudo, o índice de pessoas usando meios de transporte de massa na cidade atingirá 63% em 2016, ante 18% em 2010, antes da criação deste sistema de corredores exclusivos para ônibus.

Eichel, da Bloomberg, destaca, no entanto, que investimentos na infraestrutura de transportes levam tempo e, por isso, é importante atuar nas outras duas áreas para que objetivos sejam atingidos no curto prazo.

"Apesar de terem mais impacto, mudanças na rede de transporte demoram mais a gerar benefícios. As oportunidades de redução com mais eficiência energética podem ter, por exemplo, um efeito quase imediato."


Fonte: BBC Brasil

Mudanças climáticas 2 - Residências e edifícios comerciais respondem por 50% do consumo de energia do país

Residências e edifícios comerciais respondem por 50% do consumo de energia do país 

Na prática, isso pode vir a comprometer metas anunciadas pela presidente Dilma Rousseff na ONU em setembro e que serão apresentadas na Conferência do Clima em Paris, que terá início em 30 de novembro. Entre os principais objetivos, está a redução das emissões em 43% até 2030.

Entre as ações propostas para isso - fim do desmatamento ilegal, restauração de florestas e pastagens e aumento da participação de fontes renováveis na matriz energética -, não há nenhuma voltada especificamente para as áreas destacas no relatório da Coppe-UFRJ.

"As cidades têm um poder muito grande neste sentido, porque estão mais próximas dos cidadãos, e seus gestores podem ser mais cobrados por resultados", afirma Kahn.

"Os prefeitos também são os principais interessados, pois os impactos das mudanças climáticas afetarão principalmente as áreas urbanas."

O estudo destaca, por exemplo, que menos da metade do esgoto produzido no país é coletado e, deste volume, apenas 40% é tratado. Neste quesito, o Brasil é 112º do mundo entre 200 países no Índice de Desenvolvimento Sanitário, da Organização Mundial da Saúde.

"Isso é chocante", afirma Eichel. "Melhorias nesta área trariam não só melhorias para qualidade de vida, mas também benefícios significativos para o clima, porque o metano que é liberado pelo esgoto e pelo lixo é mais prejudicial que o carbono."

O relatório aponta também que residências e edifícios comerciais em áreas urbanas respondem por 50% do consumo de eletricidade do país. Se forem cumpridos novos padrões de eficiência energética nestas construções, como aproveitamento da luz natural, poderiam ser economizados no país 25.000 GWh, segundo o estudo.

Em setembro, de acordo com os dados mais recentes da Empresa de Pesquisa Energética, órgão ligado ao ministério de Minas e Energia, o consumo do país foi de 37.701 GWh.

Fonte: BBC Brasil

Mudanças climáticas 1 - Poluição no rio Tietê gera onda de espuma; menos da metade do esgoto do país é colet

Poluição no rio Tietê em São Paulo gera onda de espuma; menos da metade do esgoto do país é coleta

O Brasil vem conseguindo reduções significativas de suas emissões de carbono, segundo dados do governo federal. Em 2012, o volume era 41,1% menor do que em 2005, graças a ações em setores como agricultura, florestas e uso do solo.

Mas, de acordo com a cientista Suzana Kahn, do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ), estas emissões podem voltar a aumentar se não houver um esforço de redução nas cidades brasileiras.

A pedido da fundação americana Bloomberg Philanthropies, Kahn realizou um estudo em parceria com a pesquisadora Isabel Brandão para avaliar oportunidades de redução de emissões nas áreas urbanas do país.

O trabalho mostra que uma melhor gestão em três áreas – resíduos (esgoto e lixo), transporte e uso eficiente de energia - pode dar um grande impulso à mitigação de impactos ambientais e, ao mesmo tempo, aponta que pouco tem sido feito em relação a elas.

"Ações neste sentido ainda são muito incipientes. Há uma ou outra iniciativa isolada voltada para pontos específicos, como qualidade do ar ou congestionamento e que acaba gerando benefícios para o clima, mas o objetivo principal não tem como foco o meio ambiente", afirma Kahn.

Amanada Eichel, da Bloomberg Philanthropies e conselheira especial para assuntos climáticos do ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg, diz que, se o Brasil não incluir metas voltadas para cidades em seus planos de redução de emissões, o país pode retroceder em suas metas climáticas.

"O Brasil já é muito urbano: 84% da população vive em cidades, e este índice subirá para 90% em cinco anos. No entanto, a política climática nacional é muito focada em ações em florestas e na agricultura", afirma Eichel.

"Os resultados destas ações têm sido impressionantes, mas o país ainda não percebeu a oportunidade que existe nas cidades. Se não agir em outros setores além destes em que já vem atuando, a expectativa é que as emissões do país voltem a aumentar entre 2020 e 2030."


Fonte: BBC Brasil

Viaje de forma sustentável - É bom para você e para o meio ambiente


Foto: Danup
 Você é uma pessoa consciente, que preza por suas ações e reflete sempre a cada atitude que toma pois sabe que tudo contribui com os problemas ambientais que rondam o nosso planeta, certo? Mas e na hora de viajar? 
Quando estamos conhecendo outra parte do mundo, muitas vezes esquecemos que tudo o que fazemos ali também gera um impacto na sociedade e no meio ambiente. Por isso devemos ficar atentos e levar a responsabilidade sócio-ambiental aonde quer que a gente vá.
E não precisa se preocupar, agir de forma sustentável antes, durante e depois de uma viagem é tão fácil e prazeroso quanto fazer isso em casa.

 Basta tomar algumas medidas simples e aproveitar o passeio.

Antes de viajar:
Repense o uso do avião. Se o seu destino não for muito longe, procure um meio de transporte menos poluente, como trens e barcos. Os aviões são grandes poluentes e emitem toneladas de dióxido de carbono a cada viagem, contribuindo com o aumento do aquecimento global e das mudanças climáticas. Se não tiver alternativa, prefira vôos com o mínimo de escalas, já que grande parte das emissões acontece durante a decolagem e aterrissagem.
Algumas companhias aéreas já oferecem o serviço de neutralização de carbono, pelo qual o cliente pode zerar o que foi emitido em sua viagem. Portanto pesquise e, se possível, dê preferência a essas empresas.
Pesquise sobre a cultura local. Valorizar e respeitar a cultura e o povo do local onde você irá visitar é uma excelente forma de demonstrar seu engajamento. Procure saber mais sobre seus costumes e hábitos, aprenda algumas palavras e expressões em sua língua e leve algumas lembranças do Brasil. Seus anfitriões certamente irão gostar.

Durante a viagem:
Mantenha as atitudes ambientais. Não é porque você está hospedado em um hotel que você pode deixar a torneira aberta, a luz ligada e o ar condicionado funcionando mesmo não estando no quarto. Portanto continue tomando banhos curtos, tirando os aparelhos eletrônicos do standby e informe à camareira que não precisa trocar sua roupa de cama todos os dias.
Respeite os ecossistemas. Quando for fazer uma trilha ou mergulhar em algum coral, tenha cuidado com quem vivem naquele ambiente. Não dê comida a animais silvestres nem retire plantas do seu habitat. Lembre-se: “não se tira nada, a não ser fotografia, não se deixa nada, a não ser pegadas e não se leva nada, a não ser lembranças”.
Procure acomodações ambientalmente responsáveis. Muitos hotéis, pousadas e albergues já se renderam à sustentabilidade e investiram em estruturas que respeitam o meio ambiente. Esses locais utilizam sistemas de energias alternativas, como a solar e eólica, reciclam seus resíduos e reaproveitam a água. Se informe com seu agente de viagem e diga que você quer ficar em um local como esse.
Valorize o guia local. Além de ajudar a gerar renda para a comunidade, ao usar os serviços de um guia local você estará valorizando o trabalho de alguém que conhece a região e que certamente irá te levar nos melhores lugares. Por ter crescido naquele ambiente e depender do turismo, essas pessoas normalmente possuem um grande respeito e prezam pela preservação do meio ambiente.
Respeite a cultura local. Nós sabemos que em alguns lugares o modo de vida e os hábitos da população são bastante diferentes dos nossos. Por isso, assegure-se que o seu vestuário e comportamento são adequados naquele destino. E lembre-se que as diferenças existem e que todos nós devemos respeitar essas formas de pensar e agir.
Prefira transportes alternativos. Quando for se deslocar para algum restaurante ou ponto turístico, de preferência aos meios de transporte menos poluentes como bicicletas, transporte público e até caminhadas. Você não tem a desculpa de que está com pressa, portanto aproveite o caminho da forma mais prazerosa e menos poluente possível. Além de reduzir a emissão de gases tóxicos, essa é uma chance de conhecer melhor a cidade e as pessoas que vivem ali.
Recicle. Se você já recicla em casa, por que não reciclar durante a viagem? Separe seu lixo por tipo de material e deposite em coletores apropriados. Informe-se no lugar onde está hospedado se eles realizam esse tipo de coleta. Caso não pratiquem, pergunte o motivo e incentive essa prática.
Consumo consciente. Evite comprar o que não seja necessário. Utilize sacolas retornáveis no lugar das plásticas e não gaste seu dinheiro com o que não for mais utilizar. Assim você diminui o volume do lixo produzido e o consumo de energia, água e matéria-prima que seriam utilizadas no processo de produção.
Valorize a produção local. Ok, você não resistiu e quer levar uma lembrancinha? Então dê preferência aos trabalhos artesanais, desenvolvidos por artistas da comunidade. Além de valorizar a cultura e gerar renda para os habitantes do local, você certamente não encontrará aqueles produtos em outros lugares.
Experimente os sabores locais. Na hora do almoço ou do jantar, que tal deixar a comida internacional de lado uma vez e tentar a culinária típica daquela região? Se informe sobre quais são as frutas e vegetais da estação e prove! Por serem produzidos localmente, esses alimentos são mais frescos e não emitem tantos gases poluentes durante seu transporte.
Não compre produtos que agridam o meio ambiente. Quando visitar uma feirinha ou centro de compras, fique atento aos vendedores que tentam te convencer a levar produtos feitos com conchas, corais, estrelas do mar, couro, mármore, penas ou outros materiais naturais. Ao dar seu dinheiro por aquele souvenir, você estará incentivando um comércio que muitas vezes é prejudicial ao meio ambiente.
Valorize o ecoturismo. Pergunte aos guias locais quais as opções de passeio que te coloquem em contato com a natureza e que valorizem o desenvolvimento sustentável. Parque, trilhas, reservas ecológicas e florestas são boas opções para descobrir as maravilhas da região e incentivar a preservação do meio ambiente.

De volta para casa.
Cuidado com o que sobrou da viagem. Revistas, embalagens de presente, bilhete de passagem e tudo mais que puder se reciclado deve ser separado corretamente. Restos de comida podem virar material para composto orgânico e guias de passeios podem servir para aquele amigo que se animou com a sua viagem.
Dê a sua opinião. Quando voltar da viagem faça uma análise e reflita se as pessoas daquele lugar agiram de forma responsável. Seja com a natureza ou com a comunidade, essas atitudes fazem a diferença e a sua opinião pode contribuir para melhorar a realidade daquele local.
Fonte: 
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Saiba como cidades podem fazer Brasil retroceder em metas de clima


Poluição no rio Tietê em São Paulo gera onda de espuma; menos da metade do esgoto do país é coleta

O Brasil vem conseguindo reduções significativas de suas emissões de carbono, segundo dados do governo federal. Em 2012, o volume era 41,1% menor do que em 2005, graças a ações em setores como agricultura, florestas e uso do solo.

Mas, de acordo com a cientista Suzana Kahn, do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ), estas emissões podem voltar a aumentar se não houver um esforço de redução nas cidades brasileiras.

A pedido da fundação americana Bloomberg Philanthropies, Kahn realizou um estudo em parceria com a pesquisadora Isabel Brandão para avaliar oportunidades de redução de emissões nas áreas urbanas do país.

O trabalho mostra que uma melhor gestão em três áreas – resíduos (esgoto e lixo), transporte e uso eficiente de energia - pode dar um grande impulso à mitigação de impactos ambientais e, ao mesmo tempo, aponta que pouco tem sido feito em relação a elas.

"Ações neste sentido ainda são muito incipientes. Há uma ou outra iniciativa isolada voltada para pontos específicos, como qualidade do ar ou congestionamento e que acaba gerando benefícios para o clima, mas o objetivo principal não tem como foco o meio ambiente", afirma Kahn.

Amanada Eichel, da Bloomberg Philanthropies e conselheira especial para assuntos climáticos do ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg, diz que, se o Brasil não incluir metas voltadas para cidades em seus planos de redução de emissões, o país pode retroceder em suas metas climáticas.

"O Brasil já é muito urbano: 84% da população vive em cidades, e este índice subirá para 90% em cinco anos. No entanto, a política climática nacional é muito focada em ações em florestas e na agricultura", afirma Eichel.

"Os resultados destas ações têm sido impressionantes, mas o país ainda não percebeu a oportunidade que existe nas cidades. Se não agir em outros setores além destes em que já vem atuando, a expectativa é que as emissões do país voltem a aumentar entre 2020 e 2030."


Residências e edifícios comerciais respondem por 50% do consumo de energia do país 

Na prática, isso pode vir a comprometer metas anunciadas pela presidente Dilma Rousseff na ONU em setembro e que serão apresentadas na Conferência do Clima em Paris, que terá início em 30 de novembro. Entre os principais objetivos, está a redução das emissões em 43% até 2030.

Entre as ações propostas para isso - fim do desmatamento ilegal, restauração de florestas e pastagens e aumento da participação de fontes renováveis na matriz energética -, não há nenhuma voltada especificamente para as áreas destacas no relatório da Coppe-UFRJ.

"As cidades têm um poder muito grande neste sentido, porque estão mais próximas dos cidadãos, e seus gestores podem ser mais cobrados por resultados", afirma Kahn.

"Os prefeitos também são os principais interessados, pois os impactos das mudanças climáticas afetarão principalmente as áreas urbanas."

O estudo destaca, por exemplo, que menos da metade do esgoto produzido no país é coletado e, deste volume, apenas 40% é tratado. Neste quesito, o Brasil é 112º do mundo entre 200 países no Índice de Desenvolvimento Sanitário, da Organização Mundial da Saúde.

"Isso é chocante", afirma Eichel. "Melhorias nesta área trariam não só melhorias para qualidade de vida, mas também benefícios significativos para o clima, porque o metano que é liberado pelo esgoto e pelo lixo é mais prejudicial que o carbono."

O relatório aponta também que residências e edifícios comerciais em áreas urbanas respondem por 50% do consumo de eletricidade do país. Se forem cumpridos novos padrões de eficiência energética nestas construções, como aproveitamento da luz natural, poderiam ser economizados no país 25.000 GWh, segundo o estudo.

Em setembro, de acordo com os dados mais recentes da Empresa de Pesquisa Energética, órgão ligado ao ministério de Minas e Energia, o consumo do país foi de 37.701 GWh.

Transporte

Governo Federal
  Incentivo ao uso de transporte público pode ter o maior impacto na redução de emissões
O relatório identifica também a área de transporte como a de maior potencial de redução, pois este setor responde pela maior parte das emissões em cidades brasileiras.

A pesquisa aponta que a Política Nacional de Mobilidade Urbana (que autoriza estados e municípios a restringir circulação de veículos, entre outras coisas), lançada em 2012, pode reduzir até 2020 as emissões de transporte de passageiros em 19,5 milhões de toneladas de CO2 até 2020. Seria o mesmo que anular quase todas as emissões de uma cidade do porte do Rio, onde 22 milhões de toneladas de CO2 foram emitidas em 2012.

"Para isso, seria necessário não só melhorar o transporte público, mas também restringir o uso do carro, criando pedágios urbanos e vetando sua circulação em áreas da cidade", defende Kahn.

"Se não houver este tipo de penalidade, que é impopular do ponto de vista político, as pessoas dificilmente deixarão o carro em casa, porque é um meio de transporte mais confortável."

O relatório destaca iniciativas como o BRT, no Rio de Janeiro. Segundo dados do estudo, o índice de pessoas usando meios de transporte de massa na cidade atingirá 63% em 2016, ante 18% em 2010, antes da criação deste sistema de corredores exclusivos para ônibus.

Eichel, da Bloomberg, destaca, no entanto, que investimentos na infraestrutura de transportes levam tempo e, por isso, é importante atuar nas outras duas áreas para que objetivos sejam atingidos no curto prazo.

"Apesar de terem mais impacto, mudanças na rede de transporte demoram mais a gerar benefícios. As oportunidades de redução com mais eficiência energética podem ter, por exemplo, um efeito quase imediato."

Rafael Barifouse
Da BBC Brasil em São Paulo 

Fonte: BBC Brasil