terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Seu peludo pode salvar uma vida!


Curiosidade: Os tipos de sangue dos cachorros

Os cães têm sete tipos sanguíneos principais, que compõem o chamado Sistema DEA (sigla em inglês para Dog Eritrocyte Antigen, ou "Antígeno Eritrocitário Canino"). São eles: DEA 1, dividido nos subtipos DEA 1.1, 1.2 e 1.3, DEA 3, DEA 4, DEA 5 e DEA 7. O sistema DEA foi catalogado apenas nos anos 70, mas os primeiros estudos sobre tipagem sanguínea tiveram início em 1910 e se intensificaram na segunda metade do século passado. Esses são os tipos mais comuns, mas novos continuam sendo descobertos, como um chamado DAL, encontrado em dálmatas.

Cães de uma mesma raça podem ter tipos sanguíneos diferentes, assim como cães de raças diferentes podem ter o mesmo tipo. Segundo a veterinária Luciana de Almeida Lacerda, do Laboratório de Análises Clínicas Veterinárias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a freqüência dos tipos varia conforme a população e a região geográfica em que vivem os bichos.

O sangue dos totós é tão complexo que, ao contrário de nós, humanos, um só cão pode apresentar mais de um tipo, ou seja, uma combinação deles. Mas os veterinários ainda não descobriram um tipo sanguíneo receptor universal, compatível com qualquer outro sangue existente. "Já os cães com sangue do tipo exclusivamente DEA 4 são doadores universais", diz a veterinária Vanessa Esteves, também da UFRGS.

Curiosidade: Como alguns animais sobem paredes e andam no teto?



Os animais utilizam diferentes técnicas para subir pelas paredes e andar de cabeça para baixo no teto das casas ou nas mais variadas superfícies, como folhas, troncos e galhos de árvores. Para vencer a força da gravidade, alguns insetos, como as baratas, contam com a ajuda de minúsculas e numerosas garras localizadas na ponta das patas. Outros, como as lesmas, utilizam um eficiente sistema de microventosas. Há ainda os que, como as moscas, possuem microscópicas "almofadinhas" adesivas nos pés, que provocam uma aderência similar à de você andar com um chicletão grudado na sola do sapato. Confira como esses e outros bichos alpinistas conseguem realizar suas proezas - e, claro, se não há algum deles bem acima de você! :-D


SUPERVENTOSAS


O segredo da escalada de lesmas e caramujos está na anatomia de seu "pé", que funciona como uma potente ventosa. "Pé" é o nome dado pelos cientistas à parte de baixo do corpo do animal, que fica em contato com a superfície. As bordas do pé são mais baixas do que sua parte interna, criando uma espécie de vácuo na região central, que faz com que o bicho fique grudado. Além disso, próximo à região da boca, esses animais têm uma glândula que libera muco para facilitar seu deslizamento. Esse muco aumenta ainda mais a adesão.


GARRAS DA HORA



A aderência de boa parte dos insetos, como formigas e baratas, se deve à presença de "almofadinhas" adesivas na extremidade das patas. Elas são chamadas de arólio (quando só existe uma por pata) ou pulvilo (mais de uma). Além disso, esses animais possuem minúsculas e pontiagudas garras na pontinha dos pés. Atuando em conjunto, as garras e almofadinhas permitem que o bicho vença a força da gravidade e ande de cabeça para baixo por todo lado!


LÍQUIDO PEGAJOSO


As moscas conseguem se grudar no teto e nas paredes por causa de um sistema muito similar ao das formigas, que conjuga a aderência de almofadinhas adesivas e o uso de garrinhas presentes nas patas. Algumas espécies, no entanto, dispõem de um terceiro artifício para as escaladas: pêlos especiais existentes na extremidade das patas. Esses pêlos secretam um líquido pegajoso, feito de óleo e açúcar, que garante a fixação total à superfície.


FORÇAS ATÔMICAS



Lagartixas e aranhas usam a mesma técnica para andar no teto. Suas patas têm milhares de pêlos de queratina, conhecidos como setae. Eles têm um diâmetro finíssimo, equivalente a um décimo de um fio de cabelo. Cada setae, por sua vez, tem centenas de minúsculas terminações. Essas terminações causam um deslocamento de elétrons entre seus próprios átomos e os da superfície, criando uma atração física conhecida como força intermolecular de Van der Waals. É ela que mantém o bicho colado.


E POR QUE AS ARANHAS NÃO GRUDAM NA PRÓPRIA TEIA?


Porque elas sabem por onde pisam. Ao contrário do que muita gente pensa, nem todos os fios da teia de uma aranha são pegajosos. Essa característica é exclusiva dos fios em espiral - os dos raios e da moldura não são revestidos com cola. Assim, a aranha sempre se desloca sobre os fios não adesivos. E mesmo que, por distração, ela pise num fio pegajoso, não vai ficar presa. Suas patas são dotadas de pêlos e garras de diferentes formatos e tamanhos que a ajudam a se livrar do fio.


Os bichos mais "traíras" do mundo animal


A parada é dura, mas provavelmente são algumas espécies de vespas que, após se desenvolverem dentro de um hospedeiro, devoram o coitado do bicho que as "acolheu". "Essas relações são chamadas de parasitoidismo. Nela, os 'invasores de corpos' vivem do hospedeiro e, ao final de seu ciclo de desenvolvimento, o devoram", explica o engenheiro agrônomo Ângelo Pallini, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais. Essa vampiragem no mundo animal ocorre sobretudo entre os insetos, mas certos pássaros, como o cuco Clamator glandarius, que vive na Espanha, também têm um comportamento bem "traíra". Aliás, sabe por que esse termo acabou virando sinônimo de um indivíduo traiçoeiro? Porque a traíra é um peixe que vive escondido em locais sombreados, escuros, de onde ataca de surpresa com seus dentões afiados. Sai fora! :o

ALIEN É FICHINHA!

Confira os casos mais impressionantes de trairagem entre os animais

VESPA PARALISANTE

A vespa Hymenoepimecis sp. ataca a aranha Plesiometa argyra e, após paralisá-la com veneno, injeta seus ovos no abdome do aracnídeo. Lá dentro, as larvinhas do inseto passam até duas semanas alimentando-se do sangue alheio. Nesse período, as larvas liberam uma substância química na corrente sanguínea da aranha. Ao atingir o sistema nervoso do aracnídeo, essa substância provoca mudanças comportamentais. A aranha passa a construir sua teia de forma completamente diferente do padrão circular usual. Na verdade, o que ela faz é elaborar um suporte perfeito para o casulo da parasita. Assim que a "teia" fica pronta, as larvas deixam o corpo da aranha e a devoram. Em seguida, entram no casulo para terminar seu ciclo de desenvolvimento e tornar-se uma vespa adulta.

LAGARTA-ZUMBI

A vespa do gênero Glyptapanteles gruda na lagarta Thyrinteina leucocerae, inserindo até 80 ovos em seu corpo. Após deixarem a casca, as larvinhas passam a se alimentar dos fluidos do hospedeiro. Ao atingir o estágio final de desenvolvimento, as larvas deixam o corpo da lagarta rasgando sua pele com os "dentes". A partir daí, a lagarta assume o papel de "guarda-costas" das pupas, que é o estágio intermediário entre as larvas e as vespas adultas. A ciência ainda não conseguiu decifrar o mecanismo desse fenômeno, mas o fato é que, como se fosse um zumbi, a lagarta para de se alimentar e defende as pupas até a morte, dando cabeçadas em percevejos que tentam atacá-las.

CUCOS MAFIOSOS

O cuco Clamator glandarius, comum na Andaluzia, sudoeste da Espanha, invade o ninho de outras aves, sobretudo pombos e picapaus, obrigando-os a chocar os ovos do pássaro pilantra. Se a ave hospedeira tentar jogar fora os ovos introduzidos em seu ninho, bandos de cucos partem para o ataque e, como um legítimo grupo de mafiosos, destroem os ovos da rebelde e bicam seus filhotes até a morte. Assim, com medo da retaliação, a coitada da ave acaba sendo obrigada a cuidar dos ovos do cuco. Depois de nascer, os filhotinhos dos mafiosos ainda são alimentados no ninho de suas "babás" por mais de duas semanas.

"ÓRFÃ" ASSASSINA

Em geral, formigas comem lagartas. Isso não vale para duas espécies de formigas vermelhas Myrmica. Ao achar larvas da borboleta Maculinea alcon, elas as levam cuidadosamente para o formigueiro: é que substâncias na pele das larvas fazem com que elas sejam confundidas com formiguinhas órfãs Dentro do formigueiro, as intrusas são alimentadas como se fossem larvas de formigas. Não bastasse isso, as órfãs ainda retribuem a generosa acolhida devorando as crias de suas anfitriãs. Logo antes de completar o ciclo larval e virar pupa, a lagarta escapa do formigueiro. Acredita-se que ela faça isso moldando seu odor ao das formigas de modo a confundir as guardiãs do local.

GRILO ESCRAVIZADO

Tudo começa quando um grilinho desavisado - gafanhotos também podem cair nessa - bebe água contaminada com larvas do verme Spinochordodes tellinii. Depois de ingeridas, elas vão crescendo numa boa dentro do hospedeiro. O estágio final de desenvolvimento desse verme ocorre dentro de um meio aquoso. Para tanto, o parasita "ordena" que o grilo dê um mergulho fatal em um riacho ou corpo d'água qualquer. Uma vez dentro d'água, o verme deixa o corpo do hospedeiro morto e segue sua vida adulta, procurando um parceiro para acasalar e gerar novos "monstrinhos".



Pergunta Intrigante: Animais se apaixonam?

Não há estudos científicos que comprovem sentimentos entre bichos. O tema, porém, divide opiniões. "Os animais não se apaixonam, o que eles fazem é uma seleção de características em busca da reprodução e da proteção da prole", diz o etólogo - estudioso do comportamento animal - José Sabino, da Uniderp. Por outro lado, a antropóloga Helen Fisher, em seu livro Por Que Amamos, diz existir uma química na atração animal que seria precursora do amor romântico humano. Segundo ela, os mamíferos - entre eles, o homem - e as aves possuem dois estimulantes naturais do cérebro, a dopamina e a norepinefrina, que desempenham papel essencial na excitação sexual.
Pode não ser paixão, mas uma coisa é fato: eles têm preferências e usam diversas artimanhas para conquistar o parceiro e afastar concorrentes sexuais.
Fiéis, pegadores e liberais
Conheça alguns tipos de relacionamentos "amorosos" entre animais
CASAMENTO NATURAL
Cerca de 90% das aves têm só um parceiro. Alguns papagaios domésticos, porém, podem eleger o cachorro e até o dono da casa como companheiro (sem sexo, claro). Também há casais de animais homossexuais que mantêm o mesmo parceiro por toda a vida
NEM QUE A MORTE OS SEPARE
Algumas espécies parecem ficar de luto pelo parceiro. Há alguns anos, no Zoo de São Paulo, um leopardo-das-neves morreu e a fêmea passou meses vocalizando como se chamasse pelo companheiro
UMA É POUCO, DUAS SÃO POUCO...
Entre os hipopótamos, o macho acasala com até 30 fêmeas. Ele defende o território e as mães de seus filhotes em brigas sangrentas com rivais. O beija-flor-tesoura também acasala com várias - são elas que constroem o ninho e alimentam os filhotes
DONO DE CASA
Entre as perdizes, quem se acaba na gandaia são as fêmeas. Elas copulam com vários machos para aumentar seu potencial reprodutivo. Depois de colocar os ovos, saem procurando novos parceiros enquanto o macho cuida da cria
NINGUÉM É DE NINGUÉM
Os bonobos, ou chimpanzés-pigmeus, resolvem tudo na base do sexo. As disputas por fêmeas, comida e território acabam em sessões de orgia. É comum vê-los trocando beijos intensos. Pode ser macho com macho, fêmea com fêmea, sem preconceito...
PEGA GERAL
Leões vivem com várias fêmeas e filhotes. Se outro leão desbanca o macho dominante, fica com as leoas e mata os leõezinhos. É que as fêmeas só voltam a procriar depois que deixam de amamentar. Para evitar a morte das crias, algumas leoas se relacionam com vários leões
Consultoria - Kátia Rancura, bióloga do Zoológico de São Paulo FONTES Eu, Primata, de Frans de Waal; Memórias de um Primata, de Robert Sapolsky; Por Que Amamos, de Helen Fisher; e A Vida Oculta dos Cães, de Elizabeth Marshall Thomas


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