quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Os novos comprimidos que combatem a dengue desenvolvidos por brasileiros



Desenvolvidos por brasileiros, eles matam as larvas do mosquito transmissor da doença e são uma estratégia promissora para tentar acabar com o vírus

Feito com a bactéria BTI, o comprimido é dissolvido na água em que os insetos se desenvolvem e, em dois dias, é capaz de eliminar todas as larvas(Thinkstock/VEJA)

Um simples comprimido, do tamanho de um AAS infantil, pode ser a mais nova e eficaz estratégia de combate à dengue. Feito com a bactéria BTI (Bacillus thuringiensis), que parasita e mata as larvas do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da doença, ele é dissolvido na água em que os insetos se desenvolvem e funciona como um poderoso assassino: em dois dias, é capaz de eliminar todos os bichos. Totalmente desenvolvido em laboratórios brasileiros, passou por pelo menos oito anos de pesquisas e testes. Em fase de aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o bioinseticida pode ser um forte aliado às estratégias de combate não só da dengue, mas também da chikungunya e da zika, também transmitidas pelo mosquito. O site de VEJA teve acesso com exclusividade a detalhes do projeto.

Assim como o desenvolvimento de uma vacina contra a dengue, matar o inseto é uma das melhores estratégias para tentar acabar com a doença. Isso porque o Aedes foi moldado pela evolução para ser um inseto urbano, hábil e muito competente para carregar o vírus, transmitindo-o a até 390 milhões de pessoas anualmente, em todo o mundo. No Brasil, foram mais de 1 milhão de casos notificados neste ano, de acordo com o último levantamento do Ministério da Saúde. Até o fim de maio, 377 pessoas morreram de dengue no país, um aumento de 40% em relação ao mesmo período do ano passado. Sem vacina ou tratamento 100% eficaz até agora, a única solução é controlar o mosquito. Por isso, eliminá-lo antes que se torne um adulto capaz de infectar os humanos é uma excelente alternativa.

A fórmula dos comprimidos, concebida na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e produzida pela BR3, empresa do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec) da Universidade de São Paulo (USP), tem a vantagem de conseguir driblar a resistência do mosquito, um mecanismo muito importante de sua sobrevivência. Um dos maiores problemas de inseticidas e larvicidas é que eles agem selecionando as populações de insetos que têm genes potentes o suficiente para não serem afetados pelo veneno. Assim, ao longo das gerações, apenas os mosquitos mais fortes sobrevivem e passam seu DNA adiante. Os que ficam são insetos nos quais os inseticidas não fazem efeito.

A bactéria BTI, contudo, é capaz de produzir não uma, mas várias toxinas que afetam o mosquito. A combinação desses venenos é o que impede esse mecanismo de seleção. O inseto não é capaz de criar mutações que combatam todos eles ao mesmo tempo. Por isso, o micro-organismo é usado no combate a vetores há cerca de trinta anos. No entanto, grande parte das fórmulas tem pouca durabilidade ou um preço elevado. O grande salto dado pelos pesquisadores brasileiros foi conseguir criar um comprimido que, uma vez misturado na água, permanece ativo por até dez semanas. Além disso, a bactéria é inofensiva para seres humanos, animais domésticos e plantas. O larvicida é até indicado para ser usado na tina de água de gatos e cachorros.

"Estamos perdendo a guerra contra o mosquito. Mas o novo bioinseticida é uma arma que oferece sustentabilidade, segurança e praticidade. É fácil de ser usado pela população e tem grande durabilidade", explica o engenheiro Rodrigo Perez, diretor da BR3. Assim que o produto receber a liberação da Anvisa, a empresa é capaz de produzir 200.000 comprimidos mensais, que podem ser usados em estratégias públicas e particulares de controle da dengue.

Contra o mosquito - Além do ataque às larvas, os pesquisadores também investem em mosquitos modificados, incapazes de transmitir a doença. A última descoberta, feita por pesquisadores americanos, mostrou que é possível "trocar" o sexo dos mosquitos e, provavelmente, impedi-los de transmitir a doença - apenas as fêmeas picam e inoculam o vírus em humanos. Os cientistas identificaram o gene responsável pela determinação do sexo nos mosquitos e agora tentam transformar as fêmeas em inofensivos mosquitos machos.

Outro método, desenvolvido na Fiocruz, consiste em soltar mosquitos Aedes que contém a bactéria Wolbachia, que os impede de transmitir o vírus da doença. Essa bactéria, que sobrevive no organismo da maior parte dos insetos, não existe naturalmente no Aedes e, de acordo com os cientistas, não causa efeito no corpo humano. No entanto, no organismo do Aedes, ela barra a infecção. A ideia dos pesquisadores é substituir a população de mosquitos do tipo pelos insetos infectados - o que reduziria drasticamente os casos de dengue.

Uma terceira estratégia é o uso de mosquitos transgênicos. Produzidos por empresas de biotecnologia, como a brasileira Moscamed e a britânica Oxitec, esses mosquitos machos, ao copularem com as fêmeas, geram descendentes incapazes de chegar à idade adulta. Assim, eles não transmitiriam a doença. A proposta é que a quantidade de mosquitos seja reduzida nos locais onde esses machos são soltos. De acordo com um pesquisa publicada nesta quinta-feira no periódico PLOS Neglected Tropical Diseases, a redução da população de mosquitos na cidade de Juazeiro, na Bahia, foi de mais de 90%, em consequência da aplicação desse método.

Vacina - Por enquanto, não há vacina capaz de combater com eficácia todos os quatro subtipos da dengue. Mas pesquisadores dos Estados Unidos e de Cingapura descobriram que um anticorpo humano específico para o subtipo 2 da doença pode proteger ratos da forma grave do vírus. O trabalho, publicado esta semana na revista Science, sugere que esse anticorpo pode ser usado na produção de vacinas que combatam a doença em humanos.

O trabalho é importante pois a grande preocupação dos cientistas ao desenvolver uma vacina é eliminar a versão mortal da dengue, que surge principalmente na segunda ou terceira infecções. Isso acontece porque alguém que tem a doença pela primeira vez desenvolve células de defesa contra a doença. Se acontecer de ser picada pelo mosquito uma segunda vez, infectado por outro sorotipo, o novo vírus que entra no organismo consegue se colar aos anticorpos criados pela primeira infecção. Assim, o anticorpo funciona como um cavalo de Tróia, levando o vírus para dentro do sistema imune: a dupla entra com facilidade nas células imunológicas, que reconhecem o vírus como sendo uma célula de defesa. O parasita se multiplica rapidamente no organismo, e essa velocidade pode levar à morte.

Já há algumas vacinas sendo criadas por laboratórios farmacêuticos e institutos de pesquisa internacionais. As mais avançadas são as do Sanofi Pasteur, que está em desenvolvimento há cerca de vinte anos, e a do Instituto Butantan, de São Paulo, em parceria com o americano National Institutes of Health (NIH, na sigla em inglês). Outras vacinas estão sendo feitas pelo GlaxoSmithKline, em conjunto com a Fiocruz, pela Takeda Pharma e pela americana Merck.

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Os novos "sapos em miniatura" da Mata Atlântica: Pequenos e venenosos, eles intrigam os pesquisadores há séculos

Os animais do gênero Brachycephalus, que não têm mais que 1 centímetro e são venenosos, foram encontrados durante uma expedição de pesquisadores paranaenses


Uma das novas espécies de sapos encontrados na Mata Atlântica brasileira. Ainda sem nome, eles não têm mais que 1 centímetro de comprimento (Foto: Luiz Fernando Ribeiro/Divulgação)

Após quase cinco anos de exploração em áreas montanhosas no sul da Mata Atlântica brasileira, uma equipe de pesquisadores do Paraná descobriu sete novas espécies dos altamente miniaturizados, brilhantes e coloridos sapos do gênero Brachycephalus. Por estarem entre os menores vertebrados terrestres, não alcançando mais que 1 centímetro de comprimento, eles são difíceis de enxergar - e proteger -, sendo altamente vulneráveis à extinção.

"Encontrar esses sapos dá muito trabalho. A busca demorou muito, pois os lugares são de difícil acesso, exigindo horas de caminhadas em locais íngremes e veículos com tração 4x4. Mas buscamos as novas espécies em regiões com altitude, vegetação e climas parecidos aos locais onde estão os sapos que já conhecemos. Tivemos sucesso em grande parte delas", disse ao site de VEJA o biólogo Marcio Pie, líder do projeto e coordenador do curso de pós-graduação em zoologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Sapo venenoso - Tipicamente encontrados em florestas tropicais úmidas, esses sapinhos vivem na Mata Atlântica da Serra do Mar e da Serra da Mantiqueira brasileiras. Muitas espécies são coloridas, um alerta para a presença de uma neurotoxina muito potente em sua pele, fatal para seus predadores e também para o homem. Com o nome de tetrodotoxina, o veneno bloqueia a ação dos nervos, causando paralisia.

Esses pequenos sapos intrigam os pesquisadores há mais de um século. As primeiras espécies de Brachycephalus foram descritas em 1842 pelo naturalista alemão Johann Baptist von Spix, mas a maioria dos anfíbios do gênero foram descobertos na última década, particularmente devido ao seu tamanho reduzido e à dificuldade em chegar ao habitat.

Como o lugar onde vivem é muito sensível às mudanças climáticas, os cientistas se preocupam com a preservação. "Precisamos ter uma ideia precisa sobre quais são as espécies e onde estão para definir as áreas prioritárias de conservação. Perder uma população qualquer desses pequenos sapos possivelmente significaria a extinção completa da espécie", afirma Pie.

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10 coisas que os profissionais veterinários gostariam que os donos de cães soubessem para uma vida saudável e feliz.


Uma pesquisa feita pela internet no Estados Unidos, apontou as 10 coisas que os profissionais veterinários gostariam que os donos de cães soubessem para uma vida saudável e feliz.




1. Check-up regulares:

Assim como você, seu animal de estimação pode ter problemas cardíacos, desenvolver artrite, ou ter uma dor de dente. A melhor maneira de evitar esses problemas é visitar o seu veterinário a cada ano.

Exames regulares são "o caminho mais importante para manter os animais de estimação saudáveis", diz Kara M. Burns, presidente da Academia de Técnicos de Nutrição Veterinária.(EUA)

2. Esterilização e Castração:

É um procedimento que pode ser realizado muito cedo, entre seis a oito semanas de idade. A esterilização e castração não apenas reduzir o número crescente do aumento da população canina, como tem outros benefícios substanciais para o seu animal de estimação. Estudos mostram que também reduz o risco de certos tipos de câncer e ainda reduz o risco de um animal de estimação se perder, diminuindo a tendência de vagar.

3. Evitar parasitas:

A pulga é o parasita externo mais comum que atormenta os animais de estimação, que pode levar a pele irritada, perda de pelos e infecções. As pulgas também podem apresentar outros parasitas em seu cão quando ingeridas. 

Durante o ano todo, a prevenção é fundamental, com anti pulgas e controle de parasitas intestinais.

*Converse com seu veterinário sobre como manter seu animais de estimação livres de vermes e pulgas.

4. Manter um peso saudável:

Assim como nas pessoas, a obesidade em animais de estimação acarreta em riscos para a saúde que incluem diabetes, artrite e câncer.

Superalimentação é a principal causa de obesidade, e uma alimentação correta de nosso animal de estimação pode adicionar anos à sua vida.

*Converse com seu veterinário sobre como fazer uma alimentação de acordo com a idade do seu animal, peso e estilo de vida. 


5. Vacinação em dia:

Para uma boa saúde, seu animal de estimação precisa tomar vacinas regulares contra os males comuns, como a raiva, cinomose e hepatite canina.

Quantas vezes o seu cão necessita ser imunizado depende de sua idade, saúde, estilo de vida.

*Converse com seu veterinário sobre as vacinas que seu cão precisa.

6. Fornecer um lar adequado:

Um ambiente enriquecido é outra chave para a saúde a longo prazo e bem-estar de seus amigos caninos, diz Tony Buffington PhD, nutricionista veterinário e professor da Ohio State University.

Animais de estimação precisam de estimulação mental e física, o que significa caminhadas diárias, brinquedos adequados e exercícios. Reserve um tempo para brincar com seu cão, alem de manter os músculos do seu animal tonificado e a mente livre de tédio, irá fortalecer o vínculo entre você e seu companheiro.

7. Microchip:

A falta de identificação nos animais de estimação é a principal culpada na hora de reaver um cão perdido. Felizmente com o microchip, o animal de estimação pode se reunir com sua família novamente, não importa o quão longe ele é encontrado.

Do tamanho de um grão de arroz, o microchip é inserido por baixo da pele em menos de um segundo. Ele não precisa de bateria e pode ser verificado por um veterinário ou um oficial de controle de animais rapidamente. Procure uma empresa especializada.

8. Cães precisam de cuidado dental:

Assim como você, seu animal de estimação pode sofrer de doenças na gengiva, perda de dentes e dor de dente. Limpezas regulares com escovação e enxagues bucais, ajudam a manter a boca do seu animal de estimação saudável e um melhor hálito.

*Consulte um profissional veterinário odontológico para saber mais sobre técnicas e produtos, 

9. Nunca de medicação sem consultar um veterinário:

Medicamentos feito para seres humanos pode matar seu animal de estimação, diz o veterinário Jean Sonnenfield. Os culpados mais comuns de intoxicação de cães por todo o mundo são os antidepressivos, descongestionantes, relaxantes musculares e paracetamol, medicamentos que representam riscos a saúde de um cão. 

10. Segurança no transito:

Você usa o cinto de segurança quando está no carro, e seu animal de estimação? Animais soltos em um carro são uma distração para o condutor e pode colocar o motorista e o animal em risco de lesão grave.

Para manter animais de estimação seguros em trânsito, nunca permita que viajem no banco da frente. Evitem que coloquem a cabeça para fora da janela. Existem cintos especiais ligado ao cinto de segurança e a coleira que mantém o cão seguro. Caixas de transportes e profissionais especializados sempre são uma ótima opção.

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