Para comemorar o Dia Veterinaria Mundial (WVD), que terá lugar a nível mundial em 30 de Abril de 2016, a Associação Mundial de Veterinária (WVA) e da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) estão organizando o Prêmio Dia Mundial da Medicina Veterinária 2016 para recompensar a contribuição de maior sucesso pela profissão veterinária sobre o tema escolhido para 2016: Educação continuada com foco One Health . O concurso está aberto a todas as associações-membro WVA, por si só, ou em cooperação com qualquer outro organismo seleccionado.
A associação vencedor do 2016 Award será apresentado na Cerimônia de Abertura da OIE Session 84 Geral a ser realizada em Paris, França, em 22 de maio de 2016.
Tema selecionado 2016 EDUCAÇÃO CONTINUADA COM UM FOCO Uma só saúde
Os veterinários desempenham um papel crucial na protecção da saúde global. Em todas as áreas da profissão, eles têm oportunidades e responsabilidades para melhorar a saúde e bem-estar dos animais, e, portanto, para melhorar a saúde dos seres humanos.
Na era atual de globalização, a emergência ou reemergência de eventos sanitários inesperados está se acelerando. Estima-se que cinco novas doenças humanas infecciosas emergentes parecem cada ano, dos quais três são zoonóticas. A recente epidemia de Ebola, bem como os numerosos demais mortes humanas causadas anualmente pela raiva, terrivelmente nos lembram os fortes laços existentes entre a saúde das pessoas, animais e meio ambiente e, consequentemente, a necessidade de abordagens multi-sectoriais ilustrado através do "One Health ' conceito.
Todos os países dependem do desempenho dos seus serviços veterinários nacionais, em seus componentes público e privado, não só para conseguir controlar estas doenças, mas também para lidar com questões de segurança alimentar e para prevenir e controlar quaisquer desastres biológicos de forma eficaz.Portanto, os veterinários devem ser bem treinados para preservar a saúde e bem-estar animal, assim como para abordar questões de saúde pública.
Desde que a profissão veterinária e da ciência estão em constante evolução, a educação continuada é essencial para os veterinários para manter seus conhecimentos atualizados com os mais recentes desenvolvimentos, habilidades e novas tecnologias necessárias que lhes permitam controlar eficazmente os riscos de saúde na sua origem animal.
Portanto, este ano, o tema do WVD se concentra em como os veterinários prosseguirem os seus esforços de educação para aumentar os seus conhecimentos sobre One Temas de saúde, tais como doenças zoonóticas, segurança alimentar ou a resistência antimicrobiana, e como eles colaboram com o sector da saúde humana para resolver estas questões.
Os organizadores vão selecionar os vencedores de acordo com a qualidade do seu projecto e actividades, a sua capacidade de aumentar a consciência sobre o tema, através de materiais de comunicação e cobertura da mídia em seu país, bem como a sua capacidade de demonstrar uma aplicação concreta do " Uma só saúde ' abordagemPela primeira vez este ano, os participantes têm a possibilidade de apresentar as atividades que ocorreram antes do Dia Mundial do Veterinário de 2016, que ainda estão em curso, ou que estão previstas para ocorrer no futuro.
Nomeação de candidatos Todos os campos do formulário de inscrição (em anexo a este documento) deve ser devidamente preenchido e enviado pelo secretariat@worldvet.org o mais tardar em 10 de maio de 2016.Os pedidos recebidos após o prazo serão automaticamente rejeitadas
Os anúncios e os respectivos formulários podem ser encontrados em Inglês, Francês e Espanhol nos seguintes links:
“Nosso pequeno alcaravão é um sobrevivente e tanto,” disse Dianne Jessop, da Fauna Rescue Whitsunday.
Os veterinários acharam incrível a forma como as flechas não atingiram os ossos e as artérias. Agora o pássaro está recebendo antibióticos e analgésicos e, se continuar evoluindo bem, poderá ser libertado em aproximadamente três semanas.
O caso repercutiu nas redes sociais e os usuários especulam que o animal foi atingido de propósito. “Que coisa mais cruel, absurdo saber que fazem isso contra a vida selvagem,” comentou a internauta Kathy Mark.
“São pássaros extremamente dóceis, não acredito que alguém foi capaz de fazer isso,” escreveu Jane Baltzars. A organização RSPCA declarou estar surpresa com a sobrevivência do pássaro e comentou que cada vez mais aves estão sendo caçadas com arco e flecha na região, segundo a ABC.
“Na maioria das vezes, os animais atingidos por flechas não morrem na hora, agonizando por horas e até dias,” disse o porta-voz da RSPCA Michael Beatty. “Infelizmente resgatamos gambás, gatos, aves, cangurus, coalas e vários outros animais feridos por flechas, vagando com o objeto atravessado no corpo e sentindo muita dor.”
A Agência FAPESP foi a ganhadora, pelo segundo ano consecutivo, do Prêmio de Jornalismo Medtronic, na categoria Jornalismo Online. As três reportagens finalistas da categoria foram publicadas pela agência de notícias e a vencedora foi“Estimulação cerebral profunda melhora recuperação após AVC”, de Karina Toledo.
Na categoria Telejornalismo, o ganhador foi Eduardo Pacheco, da Record, pela reportagem “Aparelho auxilia oftalmologistas a diagnosticarem doenças com mais precisão”; na de Jornalismo Impresso, a vencedora foi Kelly Fernandes, com a reportagem “Medicina do futuro vai ter remédio personalizado”, publicada no jornal A Tribuna, de Vitória (ES); Hugo Vecchiato, da Rádio Bandeirantes de São Paulo venceu na categoria Radiojornalismo, com a reportagem “No meio de uma favela, ele vive com um coração artificial”.
A revista Pesquisa FAPESP também esteve entre as finalistas. A reportagem “A morte explica a vida”, de Fabrício Marques, ficou em segundo lugar na categoria Jornalismo Impresso.
Os trabalhos que disputaram o prêmio foram julgados por jornalistas e profissionais de saúde e anunciados na sexta-feira (15/04), na sede da Medtronic em São Paulo (SP). Concorreram 104 reportagens de todas as regiões do país.
O Prêmio de Jornalismo Medtronic foi criado em 2012 pela Medtronic – empresa multinacional de tecnologia médica e de desenvolvimento de terapias para doenças crônicas, presente no Brasil desde 1971 – para reconhecer e valorizar os profissionais de imprensa que informam a população sobre condições de saúde e tecnologias médicas.
#2 A maior mobilização pelo clima da história! SETEMBRO DE 2014
No início de 2014, nossa comunidade decidiu ir atrás de um objetivo maluco: fazer a maior mobilização pelo clima já vista, com milhares de pessoas tomando as ruas de Nova York para exigir ação da parte dos nossos líderes. Em 21 de setembro de 2014, ela aconteceu.
Fruto de um trabalho conjunto com nossos amigos da 350.org e outras 1.700 organizações parceiras, a mobilização levou mais de 400 mil pessoas às ruas de Manhattan e outras centenas de milhares de pessoas em mais de duas mil comunidades em todo o mundo. Foi uma linda expressão do nosso amor por tudo aquilo que as mudanças climáticas ameaçam, e da esperança de que podemos salvar este planeta e construir uma sociedade com energia 100% limpa.
Literalmente, centenas de veículos de comunicação cobriram os eventos e o assunto apareceu nas primeiras páginas de jornais como o New York Times e o The Guardian. Mais de 18 ministros participaram da caminhada em Nova York e Ricken Patel, diretor executivo da Avaaz, entregou uma petição com 2 milhões de assinaturas ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, exigindo energia 100% limpa para todo o mundo.
As marchas fizeram com que muitos líderes presentes na conferência da ONU reconhecessem a pressão das ruas. Agora em 2015, nossos governantes finalmente estão começando a agir em conjunto com a Alemanha para pressionar por uma meta de energia 100% limpa na Cúpula do G7 e dando os primeiros passos para o rascunho do Acordo de Paris, comprometendo-se com a descarbonização do planeta.
"As manifestações levaram um número recorde de pessoas às ruas, em parte graças ao poder de mobilização do grupo de campanhas online Avaaz.”
Nossa comunidade ajudou a criar um ponto de virada na história da humanidade forçando líderes mundiais da ONU a colocarem uma meta para salvar nosso planeta e tudo aquilo que amamos. Essa vitória é resultado das nossas marchas, assinaturas, telefonemas, doações, mensagens e da nossa esperança. Para chegar a este momento, precisávamos de pessoas. Juntos, transformamos o sonho por um futuro com energia 100% limpa em realidade política. Por dois anos, investimos nosso tempo em questões climáticas, ultrapassando recordes globais, marchando junto com centenas de milhares ao redor do planeta e levando nossas vozes à conferência do clima. Foram 45 ações diferentes em apenas 14 dias!
O texto final do acordo fala de uma meta de emissões líquidas zero, que na prática transforma a energia limpa na alternativa mais viável, barata e efetiva para manter a promessa feita em Paris. Do início ao fim, a cada momento que um governo bloqueava as negociações, nós contra-atacávamos. E quando governantes abriam caminho, nós os apoiávamos. Agora a luta continua: é hora de converter esse acordo político em mudança real no nosso cotidiano.
"Em 2014, quando centenas de milhares de pessoas foram às ruas de Nova York, foi quando sentimos que tínhamos o poder popular conosco." Christiana Figueres, chefe das negociações climáticas da ONU, em seu discurso final da COP21, dia 12 de dezembro de 2015
O principal vetor de transmissão da malária na América do Sul é o mosquito da espécie Anopheles darlingi. Ele foi o responsável por praticamente 276 mil casos da doença registrados no Brasil em 2012, a maioria (99%) restrita à Amazônia. O A. darlingi é um inseto muito bem adaptado à vida na floresta amazônica, onde o regime de chuvas é abundante o ano todo e as temperaturas médias elevadas – embora com amplitude climática relativamente pequena, ou seja, com pouca variação entre as temperaturas do mês mais quente e as do mês mais frio do ano. Ocorre que, devido às mudanças climáticas e ao aumento progressivo das temperaturas no planeta, a Amazônia pode passar por grandes mudanças. Nos próximos 50 anos, há o risco de a paisagem de floresta tropical ser substituída em boa parte pelo avanço do cerrado, onde o clima é mais quente e a amplitude climática bem maior.
Nestas futuras condições, o A. darlingi poderá desaparecer. Mas isso não significaria o fim da malária. Há na América do Sul nove espécies de mosquitos do Complexo Albitarsis. A maioria delas não se adapta bem ao ambiente amazônico. Preferem climas mais secos e quentes. Todas são transmissoras dos protozoários Plasmodium falciparum e P. vivax, os agentes causadores da doença. Das nove espécies, sete estão presentes no território brasileiro e poderão se tornar futuros vetores importantes de transmissão da malária, expandindo até 2070 a área de transmissão da doença.
Este é o alerta que o biólogo Gabriel Laporta, da Universidade Federal do ABC (UFABC), faz no artigo “Malaria vectors in South America: current and future scenarios”, publicado no periódico Parasites & Vectors. A pesquisa foi desenvolvida durante o pós-doutoramento de Laporta na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP),com apoio da FAPESP, e continua por meio de uma bolsa Apoio a Jovens Pesquisadores , no âmbito do Programa BIOTA.
Sabe-se que durante a última Idade do Gelo, há 10 mil anos, o clima e a vegetação da Amazônia eram muito diferentes. O clima era mais seco e, no lugar da floresta tropical, existia um imenso cerrado. “O mesmo poderá acontecer no futuro”, afirma Laporta.
Com as mudanças climáticas, é de supor que o progressivo aumento das temperaturas acabe por impactar o clima e a vegetação da Amazônia. As espécies vegetais que preferem um clima mais seco e quente do que o atual, como o do cerrado, deverão proliferar. Já aquelas espécies típicas da floresta úmida, que não suportam bem um regime com menos chuvas, tenderão a desaparecer ou migrar para as ilhas de umidade onde sobreviverão rodeadas por uma floresta tropical muito reduzida em relação à de hoje.
É nesse cenário que a área de ação do mosquito A. darlingi tende a se reduzir dramaticamente, ao mesmo tempo em que a expansão do cerrado acelerará a proliferação das nove espécies do Complexo Albitarsis.
“Meu trabalho é de modelagem. É um trabalho probabilístico”, diz o pesquisador. Para construir os seus modelos de nichos ecológicos dos mosquitos, Laporta empregou variáveis como a topografia, os diferentes climas e os muitos biomas da América do Sul. Também definiu a distribuição atual na América do Sul do plasmódio P. falciparum, do mosquito A. darlingi e das nove espécies do Complexo Albitarsis.
Todas aquelas variáveis foram aplicadas ao cenário mais pessimista proposto pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que representa a situação na qual os comportamentos humanos em relação às mudanças climáticas não se alterariam daqui para o futuro.
Como resultado de sua modelagem, Laporta produziu dois cenários para o clima da América do Sul em 2070. No primeiro, a temperatura média anual subirá de 2 a 3 graus centígrados, enquanto a precipitação no mês mais seco cairá entre 6,5 e 8 milímetros, e no mês mais quente, até 12 milímetros. Tais valores manteriam os biomas sul-americanos relativamente inalterados.
No segundo cenário, de mudanças climáticas mais severas, a temperatura média anual aumentaria 4 graus centígrados e as precipitações declinariam em até 5 milímetros no mês mais seco, e entre 15 e 17 milímetros no mês mais quente. Nesta segunda hipótese, o modelo indica a grande probabilidade da transformação do bioma amazônico.
No segundo cenário, a distribuição do A. darlingi recuaria dos atuais 22% do território sul-americano para 11%. Quanto às espécies de mosquitos do Complexo Albitarsis para as quais o índice de precipitação elevado é importante, elas apresentariam uma distribuição decrescente nos cenários futuros. Já aquelas espécies desse complexo que se beneficiam com o aumento das temperaturas ou a alteração dos biomas teriam grande expansão nas suas distribuições geográficas.
Feitas todas as contas, o protozoário P. falciparum, que ocorre atualmente em 25% do território da América do Sul, avançaria sua área de incidência para 37% do continente. No segundo cenário, o agente causador da malária poderia se alastrar por 46% do continente.
“Para obter esses resultados considerei apenas as mudanças climáticas e os hábitats dos mosquitos. Não considerei os esforços humanos na eliminação da doença e no controle dos vetores”, sublinha Laporta. Vale dizer que os cenários por ele traçados para a expansão da área de atuação dos mosquitos transmissores na América do Sul são modelos razoáveis, porém longe de serem definitivos.
É muito provável que a Amazônia se torne mais quente e mais seca, com impacto sobre sua fauna e flora. Já a convivência do brasileiro com a malária e seus vetores não é um cenário determinístico. “Malária é doença de país pobre. A malária é epidêmica em países onde as infraestruturas de moradia, saúde e saneamento são ruins. Sou otimista. Não acredito que os brasileiros aceitem que o país mantenha em 2070 as péssimas condições de infraestrutura atuais nos locais onde a doença ocorre.”
O artigo Malaria vectors in South America: current and future scenarios (doi:10.1186/s13071-015-1038-4), de Laporta e outros, publicado em Parasites & Vectors, pode ser lido no endereço: http://www.parasitesandvectors.com/content/8/1/426. Fonte:
As baratas têm tamanha capacidade de adaptação a condições adversas que costuma-se dizer que elas seriam as únicas sobreviventes de uma hecatombe nuclear. Pesquisadores da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV) da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Jaboticabal descobriram, no entanto, um algoz à altura: o fungo Aspergillus westerdijkiae, com potencial para infectar o inseto ainda em sua fase embrionária, nas ootecas, as estruturas que abrigam seus ovos. De acordo com Marcelo da Costa Ferreira, responsável pela pesquisa "Controle de populações de Periplaneta americanautilizando nebulização a frio de inseticidas químico ou biológico", realizada com apoio da FAPESP, trata-se de uma dupla inovação: além de poder se transformar em uma alternativa aos riscos provocados por inseticidas químicos ao meio ambiente, o fungo ataca o inseto em uma fase crítica do seu desenvolvimento, quebrando seu ciclo de multiplicação.
“Algumas espécies de baratas são consideradas pragas urbanas porque são capazes de transportar patógenos para as casas das pessoas e podem depreciar alimentos e roupas. A aplicação de produtos químicos ainda é a principal via de controle, mas com risco de intoxicação humana e ao ambiente, ampliado pela necessidade de aplicação contínua. Por isso, é preciso que sejam desenvolvidas estratégias de controle com menor risco ambiental, e uma alternativa que tem se mostrado bastante promissora é o uso de fungos entomopatogênicos”, disse o pesquisador.
Fungos entomopatogênicos são aqueles que parasitam insetos, incapacitando-os e até ocasionando sua morte. O potencial doAspergillus westerdijkiae foi observado pela primeira vez por Antonio Carlos Monteiro, do Departamento de Produção Vegetal da FCAV, que por acaso encontrou uma barata morta coberta pelo fungo. Isolado e cultivado em laboratório, o fungo passou a ser estudado em comparação ao controle químico convencional.
Os pesquisadores investigaram a patogenicidade de um isolado desse fungo, chamado JAB 42, e descobriram que ele não é capaz de matar indivíduos adultos da espécie Periplaneta americana com facilidade, mas sim os ovos de suas ootecas. Essas estruturas ficam conectadas por cerca de 24 horas ao abdome da barata fêmea, sendo posteriormente depositadas em locais abrigados para maior segurança no momento de eclosão das ninfas.
A ooteca possui uma cobertura composta por proteínas que protege os ovos contra dessecação e penetração de produtos químicos. Os pesquisadores, no entanto, observaram a adesão, germinação, penetração e extrusão do fungo sobre essa estrutura. Isso porque o Aspergillus westerdijkiae produz enzimas capazes de digerir o tecido, penetrando a ooteca, colonizando sua parte interna e infectando os insetos.
“O fungo tem potencial para o desenvolvimento de formulações para o controle biológico da praga, substituindo ou sendo agregado aos produtos sintéticos, já que é capaz de infectar a fase de ovo da barata, o que é um diferencial se comparado aos produtos químico-sintéticos. Dessa forma, o produto biológico é capaz de eliminar as baratas antes que elas se desenvolvam e aumentem sua infestação no ambiente”, explica Ferreira.
Caça às baratas
A pesquisa focou em uma das espécies de barata mais comuns em cidades brasileiras, a Periplaneta americana, facilmente encontrada em grandes populações nas redes de galerias de esgoto.
Os testes para aferir a patogenicidade do isolado JAB 42 foram realizados em laboratório, devido à dificuldade de multiplicação em massa dos esporos e à falta de uma formulação para aplicação em campo. Os resultados foram promissores, levando ao extermínio de pelo menos 60% das ootecas – enquanto inseticidas e outras espécies de fungos entomopatogênicos disponíveis no mercado, testados no campo pelos pesquisadores para fins de comparação, não apresentaram grande eficácia contra os ovos, apenas na eliminação de indivíduos adultos.
Os pesquisadores tratam agora de conseguir uma formulação estável do fungo que possa ser utilizada em campo e, com isso, distribuída, transportada e armazenada para aplicações comerciais em larga escala.
Além de Ferreira e Monteiro, assinam o trabalho Mariah Valente Baggio, do Núcleo de Estudo e Desenvolvimento em Tecnologia de Aplicação (NEDTA) do Departamento de Fitossanidade, Walter Maldonado Junior, do Departamento de Produção Vegetal, e Manoel Victor Franco Lemos, do Departamento de Biologia Aplicada à Agropecuária, todos da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias.
Uma nova tática de sobrevivência acaba de ser descoberta em borboletas. É o que mostra um estudo com resultados publicados na revista Neotropical Entomology e coordenado por André Lucci Freitas, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e por Carlos Eduardo Guimarães Pinheiro, da Universidade de Brasília (UnB). A pesquisa, que contou também com pesquisadores da UnB e da University of New Orleans, teve apoio da FAPESP no âmbito do programa BIOTA.
Sabe-se que várias espécies de borboletas desenvolveram, em sua evolução, características como a liberação de toxinas resultante em um gosto “desagradável” para evitar a predação pelos pássaros. Esses insetos impalatáveis acabaram também alardeando sua toxicidade por meio da exibição de cores vivas. É como se avisassem os predadores sobre o gosto ruim.
As borboletas palatáveis, sob pressão da predação, também desenvolveram táticas de sobrevivência. São, por exemplo, mais rápidas. Passaram também a ter um padrão de formas e cores nas asas que as identificam como muito rápidas e difíceis de capturar.
As borboletas palatáveis e mais lentas seriam, naturalmente, os alvos preferenciais dos predadores. Mas, para sobreviver, elas também criaram os seus próprios estratagemas, como o “mimetismo de escape”, por meio da qual imitam as cores das não palatáveis.
Resumindo, as borboletas impalatáveis não precisam investir em estratégias de fuga. Por serem venenosas, podem se dar ao luxo de um voo lento. Já as palatáveis precisam ser rápidas ou imitar aquelas impalatáveis para não serem comidas. Mas o novo estudo mostra que nem sempre é isso o que ocorre.
Freitas, Pinheiro e colegas estudaram especialmente duas espécies de borboletas: Heraclides anchisiades capys e Parides anchises nephalion. A primeira é palatável e muito rápida. Já a segunda, não palatável, é lenta e muito venenosa.
Ocorre que, apesar das diferenças e de não serem parentes próximas, as duas espécies são muito parecidas em padrão de coloração. A veloz H. anchisiades exibe uma padronagem de asas que muito se assemelha à da venenosa P. anchises, uma habitante das regiões tropicais das Américas.
Isso não é exclusividade da H. anchisiades, pois muitas outras espécies imitam a P. anchises. É um exemplo clássico de mimetismo, onde a palatável imita a não palatável e ganha vantagens com isso. Porém, dentre todos os que imitam a P. anchises, aH. anchisiades é uma das mais rápidas e a que possui a maior distribuição geográfica nas Américas.
À primeira vista, a H. anchisiades parece associar a sua coloração à aparência de uma borboleta muito tóxica. Em termos de estratégia de defesa para afugentar predadores, trata-se do melhor de dois mundos.
A ave que ignorar o padrão de cores tóxicas e tentar predar a H. anchisiades acabará perseguindo uma borboleta muito rápida e gastar energia sem conseguir alimento. Ao usar o mimetismo para enganar as aves, essa borboleta minimiza ao máximo as chances de predação e pode se voltar a tarefas como alimentação e reprodução.
“A borboleta veloz imita a borboleta tóxica e, dessa forma, ganha vantagens adaptativas ao associar a sua velocidade a uma característica (a toxicidade) identificada pelas aves como gosto ruim”, disse Freitas.
Já a P. anchises é uma das borboletas mais venenosas da América tropical. Seu vôo é lento, sinal de que fugir dos predadores não é uma prioridade. Apesar disso, ela exibe uma padronagem que se assemelha à da veloz H. anchisiades.
Dado que a borboleta venenosa vive nos trópicos e a borboleta veloz em todas as Américas, o que seria mais provável? Que o último ancestral comum das velozes e palatáveis H. anchisiades mimetizou a impalatável P. anchises e a vantagem adaptativa advinda deste mimetismo levou a espécie a se espalhar pelas Américas.
A distribuição geográfica mais limitada da P. anchises parece sugerir uma segunda possibilidade. “Uma borboleta muito venenosa imitaria outra muito rápida e de ampla distribuição também para minimizar as chances de predação”, disse Freitas. É esta possibilidade que o estudo evidencia.
Sugerir que uma espécie impalatável possa mimetizar uma espécie palatável como tática de sobrevivência para ganhar vantagens adaptativas não é uma ideia que possa ser encontrada em um manual de biologia. Trata-se de uma tese original.
“Argumentava-se que o mimetismo de escape só existiria em espécies palatáveis. Nossa pesquisa sugere que, em diversos casos, uma espécie impalatável poder estar fazendo uso do mimetismo de escape. Com isso, a teoria do mimetismo muda e ganha em complexidade”, disse Freitas.
Dupla estratégia
O estudo promete causar discussão entre os especialistas devido a algumas constatações, segundo Pinheiro. “Diria que as principais contribuições de nosso trabalho são, em primeiro lugar, mostrar que a coloração das borboletas não está relacionada apenas a sua palatabilidade, mas que predadores associam suas cores à dificuldade que encontram para capturá-las”, disse.
“Em segundo lugar, o estudo indica que borboletas palatáveis podem convergir em sua coloração e formar tipos de mimetismo baseados na capacidade de escapar”, disse o pesquisador da UnB.
“Além disso, mesmo algumas borboletas impalatáveis podem também ser rápidas e usar as duas estratégias para evitar ataques de aves. O estudo levanta uma série de novas hipóteses para serem testadas em trabalhos futuros”, disse.
O artigo Both Palatable and Unpalatable Butterflies Use Bright Colors to Signal Difficulty of Capture to Predators (doi: 10.1007/s13744-015-0359-5), de Pinheiro CE, Freitas AV, Campos VC, DeVries PJ, Penz CM, publicado no Neotropical Entomology, pode ser lido em: link.springer.com/article/10.1007%2Fs13744-015-0359-5.
Para todos aqueles que pensaram que chegar a um acordo sobre o clima em Paris já seria suficiente para levar o planeta rumo a uma economia com baixas emissões de carbono, é hora de tomar um café para acordar. O recado vem de ninguém menos que Christiana Figueres, cujo papel foi fundamental nos esforços para que os 196 países concordassem sobre o marco para limitar o aquecimento global descontrolado.
Figueres, secretária executiva da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança Climática, disse que, embora as negociações tenham sido um sucesso,“francamente, depois de 20 anos de trabalho rumo a esse objetivo, aquilo foi a parte fácil”.
Falando no Fórum Econômico Mundial, em Davos, ela disse que agora éimperativo passar das boas palavras à ação.
“Precisamos entender o claro sinal de Paris e os claros riscos, e planejar o que vamos fazer”, afirmou Figueres, acrescentando que as emissões globais de carbono devem chegar ao pico nos próximos cinco a dez anos.
Todos no planeta devem repensar sobre como vivem suas vidas, disse. A atenção da secretária da ONU é focada nas petrolíferas, companhias de gás e de carvão. Esses setores precisam deslocar seus enormes recursos para as energias renováveis em desenvolvimento, disse Figueres, e não apenas se preocupar com seus ativos. Ela destacou que as reservas de combustíveis fósseis já excedem muito o orçamento de carbono para evitar o aquecimento do planeta em 2 graus Celsius.
Mas Figueres também acredita que todos os cidadãos precisam se tornar mais conscientes sobre suas escolhas, já que desde os alimentos que comemos até as roupas que compramos afetam as emissões de carbono.
“Tudo se tornou perigoso”, disse.
Mesmo empresas e investidores que têm trazido a sustentabilidade para o coração de suas operações precisam agir, disse a secretária da ONU.
“Meu pai dizia que, se as coisas estão indo mal, você deve continuar na batalha, e se as coisas estão indo bem, encontre uma batalha nova”, afirmou. “Todos concordaram sobre o rumo da viagem, por isso, a próxima batalha é acelerar aquela direção da viagem. A força de Paris reside na construção de uma ampla estrada, permitindo que os países escolham sua faixa. O mesmo vale para todas as pessoas.”
Doug McMillon, diretor-presidente da varejista norte-americana Walmart, dividiu o palco com Figueres. A secretária o questionou em um ponto, dizendo: “O Walmart tem estado na faixa rápida há muito tempo. Agora o desafio é passar da faixa rápida para a faixa ainda mais rápida”.
McMillon respondeu dizendo que a amplitude, e não apenas a velocidade da mudança é importante, desde a maneira pela qual os fazendeiros produzem bens agrícolas até como as fábricas da rede de fornecedores do Walmart utilizam a energia.
Dados de boa qualidade estão se tornando cada vez mais importantes para monitorar o que está acontecendo através das principais operações das companhias e de seus milhares de fornecedores, McMillon acrescentou. Melhor informação proporcionada pelo aumento do uso de sensores está permitindo que as empresas entendam quais fábricas são as mais produtivas, quais fornecedores oferecem as melhores condições de trabalho, e quais companhias estão removendo as toxinas de seus produtos.
Um elefante morreu no Camboja após sofrer um ataque cardíaco. Antes de passar mal, o animal passou 40 minutos carregando turistas, em um calor de 40º C.
De acordo com o jornal britânico Metro, um veterinário que examinou Sambo, uma fêmea, disse que sua morte foi causada pelo ataque cardíaco, devido às "altas temperaturas, exaustão e ausência de vento, que poderia ter ajudado a resfriar o corpo do animal".
Autoridades do país afirmam que estão investigando o incidente, e uma petição foi lançada na internet pedindo o fim dos passeios de elefante no parque arqueológico de Angkor.
Fonte:
O abaixo-assinado descreve os passeios como "uma atração turística cruel, que se mostra nociva para os elefantes e que só prejudica a indústria do turismo no Camboja".
De acordo com a BBC, há tempos grupos protetores dos animais vêm alertando autoridades sobre os adestramentos cruéis aos quais os elefantes que vivem e cativeiro são submetidos.