quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Bem-estar na Avicultura de Corte


O Brasil é atualmente um dos grandes atores da avicultura
moderna, configurando-se como o 3º maior
produtor e o maior exportador de carne de frango do
mundo. Assim como os demais países que possuem uma
avicultura avançada, precisa observar e acatar a demanda
de consumidores cada vez mais exigentes, para os quais
os atributos de qualidade dos alimentos, especialmente
os de origem animal, envolvem além dos já conhecidos
quesitos nutricionais e sanitários, questões filosóficas e
éticas, como o bem- estar animal.

Uma das carnes mais consumidas no mundo, a carne
de frango ganhou a preferência do público tanto por sua
qualidade nutricional quanto por sua versatilidade de
preparo e consumo, além de não possuir restrição religiosa.

A produção em menos tempo e em menor espaço,
caracteriza o dinamismo da avicultura industrial e
favorece a acessibilidade econômica da carne de frango,
quando comparada às demais carnes. Porém, uma atividade
tão intensa e eficaz enfrenta constantes desafios. O
bem estar das aves é hoje um dos pontos mais polêmicos
e discutidos em se tratando da temática “proteção dos
animais de produção”. As características dos sistemas de
criação e as práticas de manejo mal realizadas estereotiparam
a atividade avícola como causadora de sofrimento
dos animais de produção.

As discussões em torno do bem-estar dos animais de
produção são atualmente mais ativas nos países europeus,
os quais podem ser considerados como o berço dos movimentos
para a proteção animal. Na União Européia os
atos legislativos em prol do bem-estar estão avançando
consideravelmente e influenciando a implementação e
o progresso de normas similares nos países terceiros. As
Diretivas 2007/43/CE e 93/119/CE estabelecem, respectivamente,
regras mínimas para a proteção dos frangos
na criação e no abate, sendo que esta última será substituída
pelo Regulamento (CE) nº 1099/2009, que entrará
em vigor em janeiro de 2013. Estas são duas grandes normas
a serem atendidas nos países membros, sendo que
este Regulamento será obrigatório também para os países
exportadores, como o Brasil. Sendo assim, os Certificados
Sanitários que acompanham as carnes importadas deverão
possuir uma declaração que confirme a observância de alguns
requisitos, ao menos equivalentes aos estabelecidos
no referido Regulamento. Já com vistas a verificar as condições
dos abatedouros brasileiros para o cumprimento
desta norma, a União Européia realizou, em outubro de
2011, uma missão de averiguação em algumas plantas industriais
no Brasil, e concluiu que os abatedouros possuem
boas condições para o atendimento das regras.
Independentemente de qualquer relação com o mercado
europeu, os países membros da OIE (Organização
Mundial para Saúde Animal) podem contar também
com as diretrizes para o bem-estar animal constantes no
Código Sanitário para Animais Terrestres dessa Organização,
o qual trará, em breve, um capítulo específico para
frangos de corte.

No Brasil, as discussões em torno do bem-estar dos
animais de produção, e em especial dos animais de açougue,
também evoluem à medida que este quesito faz parte
das exigências de certificações para clientes, sejam redes
de supermercado, restaurantes ou países, a exemplo dos
países europeus.

As principais normas brasileiras que tratam mais especificamente
sobre o tema bem- estar dos animais de
produção são a Instrução Normativa nº 03/2000 - que
aprova o Regulamento Técnico de Métodos de Insensibilização
para o Abate Humanitário de Animais de Açougue
e a Instrução Normativa n° 56/2008 – que estabelece
as Recomendações de Boas Práticas de bem-estar para
animais de produção e interesse econômico.

Mas o que ocorre nos sistemas de produção de frangos
de corte que tem causado tanta polêmica?

Primeiramente devemos analisar os objetivos da moderna
indústria avícola: produzir mais carne com maior
eficiência zootécnica. Para tanto, é preciso lançar mão de
recursos como o emprego de aves de grande desempenho,
com maior rendimento de cortes nobres e que alcancem
o peso de abate cada vez mais precoce. Soma-se a isso, o 
sistema intensivo de produção, com grande densidade de
aves alojadas e a alta velocidade do abate. Consequentemente,
a genética, a densidade de criação e o manejo,
especialmente nas etapas de pré abate e abate, são pontos
particularmente importantes para o sucesso da avicultura.

São justamente esses os elementos mais críticos nas
questões envolvendo o bem-estar dos frangos e que serão
abordados neste artigo.

Genética
A seleção de características genéticas que visam a
maior produtividade garantiu o melhor desempenho
zootécnico para as atuais linhagens de frangos de corte,
propiciando o rápido crescimento, com maior ganho de
peso e rendimento de carcaça. Além disso, a redução na
conversão alimentar e na idade de abate dessas aves contribuem
para a eficiência produtiva. Porém, tais características
trazem consigo consequências indesejáveis, como
problemas de pernas, ascite e síndrome da morte súbita.

Os problemas de pernas são as maiores causas que
afetam o bem-estar dos frangos, gerando dor e desconforto
aos animais, sendo também responsáveis por condenações
de carcaças, resultando em prejuízos para a
indústria. Aves com problemas severos de pernas tendem
a ficar mais tempo sentadas ou deitadas, o que propicia
problemas de pele (calosidades e queimaduras de peito,
pés e metatarso), aumentando a chance de pisoteamento
por outras aves com consequentes arranhões na carcaça.
Além disso, tais aves reduzem suas visitas ao comedouro
e podem deixar de realizar outros comportamentos naturais
importantes, tais como o “banho de areia”.

Densidade de criação
A densidade de criação na produção de frangos de corte
é um ponto fundamental para as condições de bem-estar
das aves, por estar diretamente relacionada a vários fatores
que afetam o conforto e a saúde dos animais, tais como espaço
físico para movimentação e realização de atividades
comportamentais, temperatura, umidade relativa, qualidade
da cama e do ar, relação homem-animal, etc. Aviários
com densidade elevada tendem a apresentar problemas
com umidade de cama, poluentes aéreos e estresse calórico,
além de dificultar as inspeções diárias do tratador.

As condições do clima e as características das instalações
são preponderantes na decisão da densidade adotada
e podem piorar ou atenuar os efeitos adversos das condições
de alojamento de alta densidade. Além disso, aves
criadas em condições de densidade elevada podem ter a
atividade comprometida: a mobilidade e a exploração do
ambiente, o “banho de areia” e a investigação e/ou o alisamento
de penas, são reduzidos em elevadas densidades.

Atualmente no Brasil é empregada a densidade média
de 34 kg/m2. Isso significa que em cada metro quadrado
de cama pode-se ter 34 kg de peso vivo animal, o que representa,
em termos gerais, 14 frangos de 2,4 kg, quando
abatidos com 42 dias de vida. O peso médio aqui referenciado
leva em conta o frango típico comercializado
no mercado interno, embora seja produzido considerável
volume de aves mais leves (com no máximo 1 kg), para a
produção de frangos “griller”, que visa atender mercados
específicos, como os países do Oriente Médio.

O uso de galpões abertos, em sistema de ventilação
com pressão positiva, tipicamente utilizado no Brasil,
condiciona o emprego de densidades menores que a adotada
em instalações com ambiente controlado, com pressão
negativa – muito comum em países de clima frio. Na
União Européia, por exemplo, onde são mais utilizados
galpões com ambiente controlado, a Diretiva 2007/43/CE
determina, dentre outros quesitos, a densidade máxima
de 33 kg/m2, podendo ser empregados 39 kg/m2 quando
é garantido o controle de alguns parâmetros, sobretudo,
das condições ambientais.

O manejo pré-abate e do abate
Embora represente um período relativamente curto
na vida do animal, é no processo de preparação das aves
para o abate, e no abate em si, que podem estar presentes
os maiores riscos ao bem-estar. Assim, mais que em
qualquer outra fase da vida do animal, são nesses dois
momentos que mais se observa a relação entre bem-estar
e produtividade, pois todo o trabalho realizado em várias
semanas na criação dos animais pode ser perdido em um
único dia. Torna-se, então, incongruente não atentar para
o bem- estar das aves nas etapas finais da produção, independentemente
da conscientização de quem a realiza.

É nessas etapas também que fica mais evidente a necessidade
de capacitação do pessoal que lida com os animais,
pois haverá uma manipulação intensa das aves.

De acordo com a Instrução Normativa nº 3/2000 do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
bem- e s ta r animal
Figura 1: aviário tipicamente empregado no Brasil
a p amv e t . c om B O L E T IM Apamvet 15
(MAPA), o conceito de abate humanitário envolve as etapas
que ocorrem desde a recepção até a operação de sangria.

Porém, a fim de se evitar o sofrimento desnecessário
dos animais, além de perdas econômicas nesta etapa de
produção, também devem ser considerados todos os procedimentos
de preparação para o abate ainda na granja: a
duração do jejum alimentar, a forma de apanha, o engradamento
e o transporte.

O jejum alimentar a que as aves são submetidas previamente
à apanha é necessário para a qualidade sanitária do
abate, mas se feito de forma inadequada, ultrapassando o
limite de tempo recomendável (de 6 a 8 horas) pode afetar
não somente o bem-estar desses indivíduos como a qualidade
sanitária do abate, com rompimento de vísceras e
possível contaminação da carcaça. Tanto a Diretiva Européia
(47/2003) como o Código Sanitário para Animais Terrestres
especificam o período máximo de 12 horas de jejum
para as aves que serão abatidas. É importante que haja um
planejamento para o abate dos lotes que saem das granjas
e um plano de ações corretivas, considerando possíveis
alterações na programação devido a fatores inesperados,
como problemas com o transporte e nas linhas de abate.

Desde a apanha no galpão, o engradamento nas caixas
para transporte até a descarga e pendura no abatedouro,
haverá intensa manipulação das aves, além da exposição
destas a diversas condições de estresse: agrupamento de
vários animais, trepidação do caminhão, estresse térmico
durante o transporte, espera no abatedouro e, por fim, o
processo de pendura nas nórias. Nessas etapas há grande
possibilidade de contusões e fraturas nas aves, o que
propicia o sofrimento, perdas na qualidade da carcaça e
mortalidade. Toda medida possível de ser realizada para
amenizar o estresse deve ser tomada: propiciar ambiente
calmo, com condições térmicas e iluminação adequada e
manipulação gentil, pode tornar a situação menos extenuante
para os animais.

Por fim, os frangos devem ser atordoados antes do
abate, o que além de evitar o sofrimento do animal, facilita
a captura do pescoço na sangria automática, reduzindo lesões
de asa e peito. A indução do estado de inconsciência
da ave pela eletricidade, quando eficaz, deve resultar na
inibição dos impulsos dos sistemas reticulares e somato
sensoriais do animal, proporcionando, logo em seguida,
uma sangria sem dor. Os animais só podem ser mortos
após atordoamento. A perda de consciência e a insensibilidade
devem ser mantidas até a morte do animal.

De acordo com a IN nº 3/2000, a insensibilização deve
proporcionar rapidamente estado de inconsciência, mantendo
as funções vitais até o abate e não deve promover,
em nenhuma hipótese, a morte das aves, sendo seguida
de sangria em 12 segundos, no máximo.

A corrente elétrica inadequada e/ou o tempo de
exposição insuficiente para promover insensibilização
imediata, provocam sofrimento ao animal, além de prejudicar
a continuação do abate, pois as aves mal atordoadas
sairão da cuba batendo as asas vigorosamente e
debatendo-se na nória, dificultando a captura do pescoço
no momento da sangria automática.

Avaliações do bem-estar
A avaliação segura do bem-estar dos animais deve
considerar a análise de um conjunto de fatores concomitantemente:
saúde, mortalidade, produtividade, medidas fisiológicas
e comportamentais. Os programas de bem-estar
implementados em uma empresa, por exemplo, precisam
ser monitorados constantemente de forma que se possa
avaliar a eficácia das práticas realizadas. No entanto, algumas
medidas são complexas para serem realizadas no dia a
dia das granjas ou dos abatedouros, demandando tempo e
análises laboratoriais. Sendo assim, a análise de indicadores
que podem ser mais facilmente observados in loco tem sido
uma boa ferramenta para a avaliação do bem-estar das aves
e fazem parte de auditorias internas ou externas.

Um exemplo de avaliação do bem-estar é apresentado
no Protocolo desenvolvido pelo Projeto Welfare
Quality. Co-financiado pela Comissão Européia, este
projeto desenvolveu meios padronizados de avaliar o
bem-estar dos animais nas granjas e nos abatedouros,
baseados em medidas realizadas diretamente nos animais,
tais como avaliações das condições corporais e
injúrias, aspectos sanitários e comportamentais. Tais
medidas são baseadas em 4 Princípios e 12 Critérios sobre
os quais são feitos questionamentos a respeito do
suprimento de alimentos e água, alojamento, condições
sanitárias e comportamento dos animais. As respostas a
esses questionamentos refletem as interações do animal
com o meio (alojamento e manejo) em que estão inseridos.

Cada princípio e cada critério recebe escores que
são combinados para avaliar o bem- estar dos animais
nas categorias: excelente, boa, aceitável ou inaceitável. O
resumo dos princípios e critérios adotados nas granjas
e nos abatedouros, bem como os parâmetros avaliados
são apresentados no Quadro 1 e 2.



Por poder retratar a má qualidade do manejo e das condições
de criação, especialmente advindos da densidade
elevada e da má qualidade de cama, a ocorrência e a severidade
de dermatites do coxim plantar podem ser bons parâmetros
na avaliação do bem-estar das aves. Nos casos mais
severos o animal sente dor e reluta em caminhar e visitar o
comedouro, com consequente redução no peso corporal.

No exemplo do Welfare Quality, os escores adotados
para as dermatites de coxim plantar variam de 0 a 4, considerando
a ausência ou a evidência de dermatite severa,
conforme o Quadro 3.







Capacitação de pessoal
O bem estar depende, sobremaneira, de um manejo
diário conduzido por pessoal capacitado e consciente das
necessidades fisiológicas e comportamentais dos animais.
Em se tratando do abate, o conhecimento a respeito dos
sinais de consciência e de sensibilidade das aves, bem
como sobre o equipamento de atordoamento utilizado
é extremamente importante. De acordo com o Regulamento
Europeu 1099/2009, os trabalhadores que atuam
em certas operações de abate deverão dispor de um Certificado
de aptidão adequado às operações que executam,
confirmando que as realizam sem causar dor, aflição ou
sofrimento evitáveis aos animais. Dessa forma, será exigida,
a partir de Janeiro de 2013 (quando o Regulamento
entrar em vigor) capacitação para:
a) Manipulação e tratamento dos animais antes da imobilização;
b) Imobilização dos animais para efeitos de atordoamento
ou abate;
c) Atordoamento dos animais;
d) Avaliação da eficácia do atordoamento;
e) Suspensão ou içamento de animais vivos;
f) Sangria de animais vivos;
g) o abate sem atordoamento para fins religiosos
No Brasil, a WSPA (Sociedade Mundial de Proteção
Animal), em parceria com o MAPA e a União
Brasileira de Avicultura vem realizando treinamentos
para capacitação dos funcionários e fiscais dos abatedouros
sobre o abate humanitário e demais cuidados
sobre o bem estar dos animais. Esses treinamentos já
foram realizados nos principais estados produtores,
tanto nos estabelecimentos de abate como em algumas
universidades e têm trazido grandes progressos para
a qualificação da mão de obra na avicultura, sendo
bem visto, inclusive, pelas autoridades veterinárias da
União Européia.

Considerações finais
O conceito de bem estar animal e as demandas
para seu atendimento já não são mais novidades na
avicultura de corte industrial. No entanto, é preciso que
não somente no Brasil, mas em qualquer outro país produtor,
esse conceito faça parte da rotina dos sistemas de
criação, não sendo mais considerado como um quesito
de atendimento excepcional. Especialmente na produção
de carne de aves, o que se tem preconizado para o
bem estar dos animais muitas vezes reflete em melhor
desempenho produtivo e sendo assim, preocupações
com o bem estar e a produtividade deveriam estar sempre
relacionados. Contudo, é preciso que as ações em
prol de melhorias no tratamento dado aos animais sejam
cientificamente fundamentadas para não se correr
o risco de cometer excessos desnecessários que somente
burocratizam e oneram a atividade.
Toda mudança de paradigma requer tempo e, muitas
vezes, investimentos. Na União Européia, por exemplo,
foram dedicados ao bem estar dos animais cerca de 70
milhões de euros por ano, em média, concedidos aos
agricultores sob a forma de pagamentos relacionados
com o ‘bem estar dos animais’, além dos investimentos
em pesquisas, educação e controles.
Para o Brasil, como grande produtor e exportador,
fica o desafio de continuar se adequando aos padrões que
procurem melhorar a qualidade da produção e da vida
dos animais, e ainda se manter como grande supridor de
carne de frango para o mundo.

Referências
Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho e ao
Comitê Econômico e Social Europeu Sobre a Estratégia da União Européia
para a Proteção e o bem estar dos Animais -2012-2015
Council Regulation (EC) No 1099/2009 of 24 September 2009 on the
protection of animals at the time of killing. Official Journal of the European
Union
Disponível em: http://ec.europa.eu/food/animal/welfare/references_
en.htm
Council Directive 93/119/EC of 22 December 1993 on the protection of
animals at the time of slaughter or killing.
Disponível em: http://ec.europa.eu/food/animal/welfare/references_en.htm
Council Directive 2007/43/EC of 28 June 2007 laying down minimum
rules for the protection of chickens kept for meat production.
Disponível em: http://ec.europa.eu/food/animal/welfare/references_
en.htm
Instrução Normativa nº 3, de 17 de janeiro de 2000 - Regulamento Técnico
de Métodos de Insensibilização para o Abate Humanitário de Animais
de Açougue.
Disponível em: http://sistemasweb.agricultura.gov.br/sislegis/action/detalhaAto.
do?method=abreLegislacaoFederal&chave=50674&tipoLegis=A
Instrução Normativa nº 56, de 6 de novembro de 2008 -Recomendações
de Boas Práticas de Bem estar para Animais de Produção e de Interesse
Econômico - REBEM, abrangendo os sistemas de produção e o transporte.
Disponível em: http://sistemasweb.agricultura.gov.br/sislegis/action/detalhaAto.
do?method=abreLegislacaoFederal&chave=50674&tipoLegis=A
Welfare Quality® (2009). Welfare Quality® assessment protocol for
poultry (broilers, laying hens). Welfare Quality® Consortium, Lelystad,
Netherlands. Disponível em: http://www1.clermont.inra.fr/wq/index.
php?id=protocol&prod


Dsc. Sulivan Pereira Alves
Zootecnista-Coordenadora Técnica - União Brasileira de Avicultura
sulivan.alves@ubabef.com.br

Fonte:

Como saber se meu coelho é macho ou fêmea


Os coelhos ganham espaço como bichinhos de estimação.
É cada vez mais comum o interesse das pessoas por coelhos, que assim como cão ou gato, também é um animal doméstico.
Então se você escolheu o coelho como seu animal de estimação vai concordar que não tem bichinho mais fofinho e gracioso. Ainda mais quando são filhotes.
Coelhos são tão fofinhos, mas ao olhar um, eu não tinha como saber se o meu coelho é macho ou fêmea. Então para você saber identificar, vou te dar umas dicas para saber se o coelho é macho ou fêmea.
Mas você também precisa saber é que deverá ter alguns cuidados. Um deles é saber se seu coelho é macho ou fêmea. Principalmente se você tiver um casal de coelhos.
Você também já deve conhecer a fama de reprodutor que tem o coelho…

Como saber se meu coelho é macho ou fêmea

Uma coisa é certa, se você tiver um casal de coelhinhos em seguida terá muitos filhotinhos.  É difícil controlar a natalidade se eles viverem juntos.
Em seguida, pode haver muitos filhotes, já que a capacidade de reprodução é garantida, nascerão muitas ninhadas, em pouco espaço de tempo.
E esses filhotes de coelho em breve estarão se reproduzindo também, já que entre os animais domésticos, o coelho é o que começa sua vida sexual mais cedo.
A fêmea tem a capacidade de ficar prenha em até uma semana após o parto.
Então se você quer evitar uma super população de coelhos no seu quintal, o ideal é separar machos e fêmeas.
Que são filhotes lindinhos não há dúvida. Mas pense:
  • O que fazer com tantos coelhinhos?
  • Você tem tempo para cuidar e alimentar?
  • Você conseguirá manter a higiene corretamente?
  • O seu espaço comporta tantos coelhos?
Então se você tiver um casal o ideal é separá-los.
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E para você saber se seu coelho é macho ou fêmea, seguem as dicas:
Os testículos do coelho são bem discretos, ficam bem escondidos, então para saber se o coelho é macho ou fêmea, você vai precisar fazer uma detalhada observação.
A forma mais fácil de como saber se o coelho é macho ou fêmea é observando a distância entre os genitais e o ânus, e o motivo é simples: nas fêmeas, essa distância é menor.
Para você compreender melhor acompanhe corretamente, as dicas abaixo, com muito cuidado para não machucar seu coelho.
  • Com cuidado, coloque o coelho de barriga para cima,
  • Observe a distância entre o ânus e os genitais.
  1. Se você encontrar um orifício oval é uma fêmea, pois há presença de vulva. Observe a imagem abaixo:
macho ou femea 1 300x162

2. Se você perceber que há uma distância entre os orifícios e que a abertura seguinte é em forma de círculo, é um macho. Como na imagem abaixo:

macho ou femea 2 300x160

Também existem outras formas para saber se o seu coelho é macho ou fêmea, analisando as diferenças, sem recorrer à observação da zona genital.
Preste atenção:
  • Normalmente uma fêmea adulta tem o corpo maior que a cabeça. Isso se deve as ninhadas.
  • O macho terá a cabeça maior e um corpo pequeno.
  • Somente nas fêmeas você pode reparar uma pequena papada que na verdade é um tufo de pelo ao redor do pescoço.
Mas fique atento, porque os coelhos não atingem a maturidade sexual antes dos quatro meses, logo seu aparelho reprodutor não é completamente formado, o que pode confundir no momento que você quiser saber se seu coelho é macho ou fêmea.
Tenha cuidado para não apertar a genitália e machucar o coelho.
Se mesmo após as dicas você não conseguir saber se o coelho é macho ou fêmea, procure um veterinário e peça sua orientação.
macho ou femea 3 300x157


O que você precisa saber antes de ter um coelho
Embora seja um animal doméstico, os coelhos são assustados. São sensíveis, e até mesmo um pequeno toque pode fazer com que os eles procurem abrigo e se escondam.
Os coelhos não sabem se defender de outros animais e dificilmente brigam entre si.
Você deve saber que qualquer movimentação ou barulho de animais ou pessoas faz com que o coelho se afaste.
Para ter um coelho é preciso de paciência e insistência. Os coelhos não respondem as investidas de carinho dos donos e de estranhos.
Então tenha paciência, mesmo que eles fujam, vá aos poucos tentando aproximação. Para ficarem confiantes é importante que se acostume com carinho o mais cedo possível.

O instinto é algo que acompanha a natureza dos animais, não seria diferente com os coelhos.
Algumas pessoas podem não compreender essa atitude nos coelhos, mas vale lembrar que muitas vezes eles foram usados como presas para animais maiores.
Na verdade todo animalzinho de estimação precisa de carinho e atenção.
Tudo vai de como o dono orienta a criação do seu mascote.
Lembre-se todo amor que você der para seu bichinho de estimação retorna para você.

Fonte:
Pet Shop CÃO

Dica: Como saber a raça do seu coelhinho de estimação

coelhos 300x183

Para que você que tem um orelhudinho e ainda não tem como saber a raça do  coelho, vou te apresentar oito raças de coelhos domésticos. Conhecer a característica de cada raça é o ideal.


Os coelhos são bem inteligentes, principalmente quando comparados a outros roedores. Se você souber “educar” ou treinar um coelho ele aprenderá com facilidade.
Eles convivem bem com outros animais domésticos (exceto o porquinho da índia, que é transmissor de doenças graves para os coelhos), mas é preciso ter cuidado para que não seja machucado durante uma brincadeira com outro pet.

Como saber a raça do coelho



 Conheça oito raças e saiba como identificar a raça do seu coelho.
Para que você entenda como saber a raça do coelho, é importante também conhecer as características de cada raça. Vejamos:

    Hotot
Com orelhinhas curtas e abertas, esse simpático coelhinho lembra uma chinchila.
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É na verdade um mini coelho, e só existe na cor branca, com realce em preto ou marrom ao redor dos olhos.
Sua pelagem é fina, densa, macia e curta
Pode viver entre 12 e 16 anos.


Lion Head
  Parece um leãozinho com sua linda juba/pelagem ao redor da cabeça.
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  • Sua pelagem é bem densa e volumosa, o que levou ao batismo do nome: cabeça de leão.
  • É uma raça nova e existe em diversas cores.
  • Pode viver de 12 a 16 anos.


 Rex
Este lindo coelhinho tem  suas orelhas compridas e eretas, e sua pelagem parece um camurça.
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Este lindo coelhinho tem suas orelhas compridas e eretas, e sua pelagem parece um camurça.
  • Seu nome significa rei e foi dado, pois as aparências de suas orelhas lembram uma coroa.
  • Seu pelo é curtinho e denso, e nas cores canela, preto, cinza, marrom e branco.
  • Vivem entre 8 e 10 anos.

Angorá.
Sua pelagem é lindíssima e realmente impressiona.
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  • Sua pelagem é volumosa, macia e longa, semelhante a do gato Angorá.
  • É originário da Turquia assim como o gato Angorá.
  • Solta bastante pelo e no verão o ideal é tosar devido ao forte calor.
  • Pode viver de 7 a 10 anos.

Coelho lop.
É um fofo, super charmoso com essas orelhinhas caídas.

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  • Sua pelagem é macia e volumosa e pode ser encontrada em até três cores.
  • Seu nome Lop é uma referência as suas orelhas longas e caídas.
  • Chegam a viver de 10 a 15 anos.

Fuzzy Lop
Embora pareça com o coelho Lop, o Fuzzy Lop é na verdade outra raça.

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  • Sua pelagem é mais volumosa, longa e bem macia.
  • Suas orelhas são caídas, longas e bem fartas de pelos.
  • Repare no focinho achatado curvadinho para baixo.
  • Pode ser encontrado em três cores.
  • Podem viver entre 10 e 16 anos.

Holandês.
Pode – se dizer que é o verdadeiro coelho com suas orelhas esticadas e compridas, pelo macio e bem curtinho.

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  • Seu corpo é bem redondinho, orelhas compridas, que chegam a medir 12 cm de comprimento.
  • Seu pelo é curtinho e macio, normalmente bicolor: branco com tonalidades: marrom, cinza, preta e bege.
  • Troca o pelo, aproximadamente, duas vezes no ano.
  • Vive entre 10 e 12 anos.

Polonês
Esse lindo coelho é bem pequeno, seu corpinho bem arredondado e é bem amoroso.

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  • Bem dócil aceita bem os carinhos e se dá muito bem com crianças.
  • Aceita o colo e procura por afeto.
  • Seu pelo é macio e denso.
  • Orelhas são bem eretas, peludas e longas.
  • Troca de pelo, aproximadamente, duas vezes no ano.
  • Pode viver de 12 a 14 anos.
Não dá vontade de ter todos os coelhinhos? São todos lindos.
Cuidados básicos, porém especiais, para seu coelho.
Se achar que deve, procure um veterinário para compreender melhor como saber a raça do  coelho.
Se você tiver coelhos e crianças, a convivência será bem tranqüila e afetuosa, desde que, as crianças sejam bem instruídas com os carinhos que podem ou não fazer, evitando que machuquem o bichinho.
Embora sejam independentes, alguns cuidados devem ser tomados, tais como:
  • Supervisionar seus passeios.
  • Oferecer um local arejado para ele se alimentar.
  • Sua gaiola deve ser forrada com jornal e ser mantida limpa.
  • A água deve estar sempre limpa e fresquinha.
  • Sua alimentação deve ser balanceada, agregando frutas e legumes á ração.
O tempo de vida de um coelho dependerá muito da forma como ele é criado.
Se você proporcionar uma qualidade de vida para seu coelhinho, terá um amigo por um bom tempo.
Lembre-se, essa regra aplica-se a todo bichinho de estimação:
  • Sempre que achar necessário, procure um médico Veterinário para uma consulta com seu pet.
Promover o bem estar de um animalzinho é também estar de bem com o universo.

Fonte:
Pet Shop CÃO