terça-feira, 10 de novembro de 2015

"Cartilha da civilidade" - Só com educação e respeito aos direitos alheios é possível viver bem nas cidades!

Infelizmente, deparar com figuras que não obedecem às mínimas regras de convivência no dia-a-dia é mais que comum


Olha a cachorrada!
 
 • Não deixe a sujeira do seu cachorro como armadilha para os pedestres. Leve sempre o saquinho plástico e a pá. É um crime contra as outras pessoas e contra a cidade não limpar — imediatamente e sempre — o cocô de seu cachorro. Se você flagrar algum mal-educado esquecendo de fazer isso, chame sua atenção. Muitos donos de bichos demonstram indiferença à higiene pública ou ignorância em relação aos riscos de transmissão de doenças. "Caso o animal esteja com parasitas intestinais, pode transmitir doenças como o bicho-geográfico, que você pega se tiver contato com a grama ou o chão contaminados", explica a veterinária Elisabete da Silva, do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). 
 
• Vários shoppings permitem a presença de cães de pequeno e de médio porte em suas instalações. É assim no Higienópolis, no Iguatemi, no Villa-Lobos, no Frei Caneca e em outros vinte grandes templos de consumo da cidade (veja a lista completa em www.vejasaopaulo.com.br). Mas o bom senso deve falar mais alto quando bater aquela vontade de levar seu bichinho às compras. Ninguém é obrigado, por exemplo, a dividir a praça de alimentação com o seu animal de estimação. Nem a cruzar nos corredores com cães agressivos ou grandalhões. 
 
• No condomínio, só ande com o cachorro no elevador de serviço. O veterinário Arquimedes Galano, do CCZ, alerta: "Há risco de agressão, de acordo com o comportamento do animal, e de transmissão de doenças como a sarna". 
 
• Descole um amigo ou um hotel especializado para cuidar do seu animal. Sem comida e companhia, ele pode latir, miar, uivar, ganir e tirar o sono dos vizinhos. "O dono precisa saber educá-lo, evitando uma dependência excessiva", afirma o zootecnista Alexandre Rossi. "Caso contrário, toda vez que houver separações ele ficará desesperado."
 
 
Para não azedar a diversão 
 
• Não saque seu santo celular em vão. Preste atenção nos locais onde atende o telefone e no volume que usa ao falar. Recorra ao vibracall como regra, sobretudo no trabalho. Toques polifônicos como Festa no Apê, de Latino, podem queimar seu filme no escritório. "Essas campainhas espalhafatosas são de uma breguice sem tamanho", avalia a consultora gaúcha Celia Ribeiro, autora do livro Etiqueta — Século XXI. "A música que se escolhe diz muito sobre sua formação cultural. Ou sobre a falta dela." 
 
• Mais do celular: deixá-lo em mesa de restaurante, além de feio, é anti-higiênico. Com que freqüência você limpa o aparelho? Por que, então, ele vai dividir espaço com a comida? Em shows, não acione aquele tipo de aparelho que tem câmera acoplada, vício terrível que assola as platéias das casas de espetáculos. "Mesmo que o artista não a veja do palco, aquela luz incomoda quem está do lado", alerta Celia. 
 
• Por maior que seja a fila — e portanto o desânimo em encará-la —, nada justifica desrespeitar quem chegou cedo para garantir um bom lugar. Se entrarem na sua frente, não tenha medo de colocar a boca no trombone. O mesmo princípio vale para quem adora esparramar bolsas e casacos nas cadeiras do cinema para guardar a vaga do amigo que vai chegar em cima da hora. 
 
• Aliás, respeite o horário. Nada mais irritante do que ver um perdido trombando com as cadeiras no escuro.


Ainda mais se tem a cara-de-pau de pedir que outras pessoas mudem de lugar para ele e a namorada sentarem juntinhos. Se for numa peça ou num concerto, pior ainda. "Interrompo o espetáculo na mesma hora", conta a atriz Beatriz Segall. Ela faz muito bem. 
 
• Preste atenção no figurino. No cinema, tudo bem ir mais à vontade (desde, é claro, que o homem jamais use camiseta regata ou chinelo de dedo). O mesmo não vale para apresentações no teatro, que pedem roupas mais formais. "Nos quatro anos em que fui diretor do Municipal, barrava quem aparecesse de sandália ou bermuda", lembra o maestro Júlio Medaglia. 
 
• Falar durante um filme pega tão mal quanto usar pochete. Ou seja, é cafonérrimo. O falatório deve ir, no máximo, até o momento dos trailers. No teatro, a lei do silêncio vale desde o terceiro sinal até os aplausos. Ruídos que todo mundo odeia: lata de refrigerante sendo aberta, croc-croc de amendoim e plástico de embalagem de doces. "Barulho de beijo melado também é terrível", acrescenta a consultora de estilo Gloria Kalil, que recomenda cautela aos casais, digamos, animados com o escurinho do cinema. 
 
• Se estiver gripado e for inevitável tossir, fique em casa. Caso seja a ópera ou o concerto que você mais ama, não passe das últimas fileiras. "Isso facilita a saída se a pessoa tiver um acesso de tosse", ensina Clarice Miranda, especialista em formação de platéias de música clássica. 
 
• A poltrona da frente não é apoio para seus pés. Se alguém estiver sentado, então, socorro! E os pés, lógico, devem permanecer calçados durante toda a sessão. 
 
• Pipoca, pode? Depende. Se for um arrasa-quarteirão policial, cheio de explosões e tiros, é pouco provável que o barulho das mastigadas seja ouvido. Daí, beleza. Mas não se arrisque num silencioso drama iraniano, por exemplo. Escolha um cinema que combine com sua preferência. O Reserva Cultural, na Avenida Paulista, não vende pipoca. "Uma pesquisa mostrou que 72% do nosso público não gosta", diz o proprietário Jean Thomas Bernardini. No extremo oposto está o Cinemark. A cada mês, passam pelas salas da rede 833 000 espectadores, que compram 560 000 saquinhos — é como se, numa sala com 100 lugares, 67 fossem ocupados por fãs da guloseima. Qualquer que seja a opção, carregue seu lixo com você depois da sessão. Esqueceu que outras pessoas entrarão logo em seguida? 
 
• Em concertos, aplaudir na hora errada é um mico, ou melhor, um verdadeiro King Kong. Que pode facilmente ser evitado com a leitura prévia do programa. É só ver quantos movimentos há na composição e ter em mente: só se batem palmas depois do último deles. E nem pensar em cantarolar a melodia. "Quem paga ingresso quer ouvir os músicos, não o vizinho", diz Clarice Miranda. Também é muito feio sair antes do fim — ainda que isso ajude a evitar esperas longas no manobrista. Só depois que o maestro deixa o palco é que se pode ir embora.
 
 
Sobre quatro rodas 
 
• Nunca feche o cruzamento. Dos 4 milhões de multas aplicadas pela CET no ano passado, apenas 7 640 — inacreditáveis 0,2% — penalizaram quem fez isso. Não dá para saber quantas infrações do tipo passaram batidas pelos marronzinhos, mas o certo é que bloquear um cruzamento provoca prejuízos enormes ao trânsito. "Cada faixa tem capacidade para um fluxo de 1 200 carros por hora", explica o engenheiro Jaime Waisman, especialista em transporte urbano. "Fechar uma delas por cinco minutos pode gerar uma fila de carros de 400 metros." 
 
• Conforme-se com o fato de que congestionamentos existem e jamais buzine se estiver enfrentando um deles. De acordo com pesquisa feita no ano passado pela Associação Brasileira de Monitoramento e Controle Eletrônico de Trânsito, o que mais irrita o brasileiro ao volante são os congestionamentos (61%). Buzinar, no entanto, não adianta nadinha — só piora, na verdade. "O ruído nas vias urbanas ultrapassa 90 decibéis (a Organização Mundial de Saúde classifica 55 decibéis como um som confortável) e amplia a probabilidade de o motorista ficar estressado, nervoso e ter dores de cabeça", diz a psicóloga Raquel Almqvist, especialista em trânsito. 
 
• Não fure o rodízio, mesmo que você conheça um caminho sem marronzinhos. De acordo com um levantamento da CET, que no ano passado registrou 1,5 milhão de infrações à medida, 13% dos motoristas não respeitam o rodízio pela manhã e 18% à tarde. 
 
• Jamais pare sobre a faixa de pedestres, mesmo em horários de pouco movimento. Como pedestre, evite atravessar fora dela. 
 
• Resista à tentação de invadir o corredor do ônibus. Não adianta espernear: automóveis só podem utilizar os nove corredores de ônibus de São Paulo nos fins de semana (das 15h de sábado às 4h de segunda) e nas madrugadas (das 23h às 4h) — a portaria, passível de renovação, está em vigor até outubro. Quem desrespeita essa regra pode ser multado em 127 reais. "Pensando em área útil, um ônibus tem a capacidade de escoar dez vezes mais passageiros do que um automóvel", estima o engenheiro Waisman. Nos bares e restaurantes

• Respeite o ouvido alheio e abaixe o tom de voz. Afinal, quem quer saber se você trocou de carro, que a sua filha acabou de se separar ou que você não agüenta mais o seu chefe? "Dizem que se a gente fala baixo as pessoas à nossa volta fazem o mesmo", conta a consultora de etiqueta Claudia Matarazzo. "Vale tentar isso num restaurante lotado." 
 
• Não dê tapinha nas costas de quem você acabou de conhecer (nem nas de quem você conhece há muito tempo). Trata-se de uma situação corriqueira e bastante desagradável para a vítima. Sim, vítima. 
 
• Respeite o pulmão do próximo. Só fume em locais permitidos. E jamais acenda um cigarro à mesa enquanto ainda houver alguém comendo. 
 
• Não reserve mesa para dez pessoas quando na verdade vão seis. "Há lugares nos Estados Unidos e em Paris em que, nos casos de reserva, só deixam o grupo sentar-se depois que todos chegam", conta Gloria Kalil. É o que vem fazendo o restaurante Fasano, nos Jardins. "Sugerimos sempre ao grupo que aguarde a chegada de todos antes de se encaminhar aos lugares", afirma o maître-gerente Almir Paiva. 
 
• Não acenda charutos, exceto em lugares especialmente reservados para isso. Seu cheiro é um incômodo mesmo para fumantes de cigarro. 
 
• Mantenha todo e qualquer banheiro público (do trabalho, de bares, restaurantes etc.) como se ele fosse o da sua casa. "Tem de enxugar a pia, sim. Senão fica aquela coisa melecada, que vai piorando depois de cada uso", diz Claudia Matarazzo.


"Não importa se você já a encontrou assim: vale limpar." 
 
• Não saia dos bares conversando aos berros. Muito menos solte o Fábio Jr. que existe em você depois de alguns drinques. Regras da boa vizinhança 
 
• Vizinho barulhento é pior que dor de dente. Para não se estranhar com os seus, evite andar com sapatos de salto, arrastar móveis ou deixar as crianças jogar bola dentro de casa. O horário em que se tolera um tantinho a mais — veja bem, um tantinho! — é entre 10 e 22 horas. 
 
• Seu prédio tem vagas fixas para estacionar? Use a sua, e só, tomando o cuidado de parar dentro do limite. Carro torto obriga outros moradores a se desdobrarem para usar o espaço ao lado. Em 24 anos de experiência como zelador, Francisco Machado Sobrinho nem se lembra de quantos pepinos teve de resolver por causa da garagem. "Era uma dor de cabeça diária", conta ele, que é vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Edifícios e Condomínios de São Paulo. 
 
• Um morador está de saída, mas há outro com o carro embicado na entrada. Quem cede a vez? "Não há legislação a respeito", afirma o advogado Cyro Vidal, ex-diretor do Detran. "Vale a etiqueta." Gloria Kalil ensina: "A preferência é de quem vai entrar, até para evitar que o veículo atrapalhe o movimento na rua". 
 
• Por incrível que pareça, ainda há quem jogue lixo, bitucas de cigarro e bugigangas em geral pela janela. Se acontece muito no seu prédio, vale discutir a implantação de multas, como se fez no Copan. Em 1993, quando o síndico Affonso Celso Prazeres de Oliveira iniciou seu primeiro mandato, contabilizou uma média de até quinze objetos arremessados de cada bloco por hora. No mesmo ano, foi estabelecida a multa de um salário mínimo (hoje 380 reais) para porcalhões pegos em flagrante. "São, no máximo, dez ocorrências por ano", calcula. "Tem gente que só aprende com a mão no bolso." 
 
• Mesmo quem não tem consciência ecológica precisa, sim, respeitar a decisão do condomínio de reciclar latas, vidros e afins. Se não por preocupação ambiental, pelo menos por razões financeiras. O Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, gasta 12 000 reais mensais para se livrar do lixo — e isso porque 15% das 5 toneladas diárias produzidas ali são recicladas. "A despesa seria 30% maior sem a coleta seletiva", estima a síndica, Vilma Peramezza. 
 
• Carrinhos de compra — quem nunca ficou fulo ao deparar com um deles abandonado no elevador? — não sabem apertar botão nem andar sozinhos. O mínimo que se pode fazer é devolvê-los ao seu local devido após o uso. 
 
• Quem falta à reunião de condomínio não tem direito de reclamar depois. Lembre-se de que decisões tomadas nessas assembléias (por mais entediantes que sejam) afetam diretamente sua vida. E, quando você aparecer, não tente se impor no grito. Sobe-e-desce elegante 
 
• Cerca de 80% dos 52 000 elevadores instalados em São Paulo — número três vezes maior que o de ônibus nas ruas da cidade — têm 1,5 metro quadrado de área. Esse aperto reforça um conselho unânime entre as consultoras de etiqueta: dentro da cabine, bico calado. O que tem até explicação científica. "As paredes refletem as ondas sonoras, o que faz qualquer ruído parecer até 50% mais alto", explica Cláudio Furukawa, físico da Universidade de São Paulo.

• Pelo mesmo motivo, nada de celular. Se você estiver numa de suas seis viagens diárias de elevador (média do paulistano), desligue-o ao entrar ou volte ao saguão para falar. Ninguém é tão importante que não possa esperar até o térreo. Além de ser uma falta de respeito ao próximo, falar ao celular no elevador é uma manifestação de exibicionismo tolo ("vejam como sou requisitado"), de insegurança e de breguice. 
 
• É melhor ir de escada depois de passar perfume ou de suar a camisa em atividades físicas. Siga o mesmo caminho para subir ou descer até dois andares. Além de queimar calorias, é ecologicamente correto porque economiza energia elétrica. 
 
• Nem pense em fumar. 
 
• No embarque: cumprimente os outros passageiros e não grude nos cantos. "O correto é ficar parado de frente para a porta", diz a consultora paulistana Célia Leão. Quem entra depois e fica sem canto acaba no meio de uma constrangedora rodinha. E nada de bloquear a porta, um segundo que seja. 
 
• No desembarque: o cavalheirismo dá lugar à praticidade. Ou seja, sai primeiro quem está na frente, independentemente do sexo ou da idade. Bons modos em tempos modernos 
 
• Quer um atestado virtual de paspalho? Então cultive o hábito de mandar por e-mail um cartão musical — para quem não associou o nome à cafonice, trata-se daquelas animações com fotos fofas, decoradas com frases piegas e embaladas por musiquinhas chatérrimas. 
 
• Mandar correntes, alertas sobre supostos golpes ou teorias conspiratórias em geral é ainda pior: faz todo mundo achar você um mala. Nada de spam. 
 
• Tudo bem, é superlegal carregar centenas de músicas num tocador de MP3. Mas não caia na tentação de passar o tempo inteiro com o fone no ouvido — quem olha pensa que você é anti-social. "E ainda corre o risco de não ouvir um carro buzinando e ser atropelado, entre outros perigos", lembra a consultora Celia Ribeiro. Ouvir no trabalho? Só se você for crítico musical ou webmaster. Em lugares fechados, nada de volume alto. Quem está por perto não precisa ouvir música junto com você. E nem vê-lo dançar, caso isso tenha passado pela sua cabeça. 
 
• Nos programas de mensagens instantâneas via internet (MSN Messenger, Yahoo! Messenger e similares), respeite quando seu amigo colocar "ocupado" ou "no telefone" no status. Também não abuse do recurso de chamar a atenção da pessoa com quem você conversa. E ainda: maneire nos emoticons, aquelas animações que se formam ao digitar determinadas palavras. 
 
• Celulares que enviam e recebem e-mails. Cuidado, eles podem roubar sua atenção e deixar seu convidado com cara de tacho enquanto você resolve assuntos que poderiam ficar para depois. O mesmo vale para palmtops. "Quem faz uma coisa dessas é, no mínimo, biruta", afirma a consultora Claudia Matarazzo. "Passa o recado de que a sua companhia era segunda ou terceira opção." Detalhes que fazem diferença 
 
• Não jogue lixo na rua nem objetos pela janela do carro ou do ônibus. Lixo é no LIXO!
 
• Pilote com consciência o guarda-chuva numa situação de trânsito intenso nas calçadas.
 
• Ande de bicicleta nas ruas ou em lugares destinados a elas. Jamais na calçada.
 
• Não se apóie no capô de carros alheios para papear com a turminha. 
 
• No supermercado, respeite os caixas preferenciais. Se são para maiores de 65 ou até dez volumes, não tente dar uma de espertalhão. 
 
• Incremente seu vocabulário com palavras indispensáveis, como obrigado, por favor, com licença e desculpe. No céu e na terra 
 
• Se o seu vôo vai atrasar, não desconte nos funcionários do balcão da companhia aérea. Eles também são vítimas do caos dos aeroportos. 
 
• Durante o vôo, não exagere no álcool — mesmo que seja para camuflar seu medo de avião. Não é porque a oferta é constante que você precisa tomar todas. "Principalmente se o passageiro estiver nervoso, estressado e inseguro", lembra o cardiologista Daniel Magnoni, presidente do Instituto de Metabolismo e Nutrição (Imen). Para evitar vexame e não incomodar os vizinhos, siga três dicas básicas: abuse da água para manter seu corpo hidratado, não misture álcool com calmante e, claro, só beba a quantidade a que você estiver habituado. Além do mais, o efeito da bebida no ar é maior do que em terra. 
 
• Não seja egoísta. Saiba dividir os apoios para braços das poltronas do avião. Não dá para todo mundo ficar com os dois lados. O ideal seria que os passageiros se orientassem pelo encosto mais próximo da janela. Assim, o do outro lado fica livre para quem está no meio e daí por diante. "De qualquer maneira, o importante é tentar enxergar o outro", afirma Gloria Kalil. "Se você nota que a pessoa ao seu lado está sem nenhum encosto para os braços e você tem os dois, é de bom-tom ceder um." 
 
• Não ocupe assentos preferenciais no ônibus e no metrô. De acordo com lei municipal de 1985, todos os veículos de transporte coletivo devem deixar quatro assentos para idosos, deficientes e grávidas. Em média, reservam oito. Mas nem todos respeitam. "Diariamente vejo gente sentada enquanto há um idoso em pé", conta Adelson Tavares de Lima, cobrador há sete anos. "Eu costumo ser chato e pedir para que liberem essas poltronas", diz. "É uma questão de direito e de segurança, já que essas pessoas não têm tanta agilidade para ficar em pé e podem sofrer algum acidente." O Metrô possui 5 602 assentos preferenciais — 15% do total disponível na frota. Em pesquisa realizada em 2005 com os usuários, apenas 3% disseram que nunca flagraram alguém desrespeitando essas cadeiras reservadas. 
 
• Respeite a pressa alheia — especialmente nas 479 escadas rolantes do metrô. Trata-se de uma regra implícita levada a sério no metrô de Londres, por exemplo. A maioria dos usuários costuma se manter à direita, deixando a passagem livre para os mais apressadinhos que precisarem correr pelas escadas. 
 
Por Alvaro Leme e Edison Veiga
 
Fonte:
 

O blog Cidades sem Fronteiras e o portal Veja.com lançaram a campanha Calçada Viva

Use a hashtag #calçadaVIVA para registrar as falhas encontradas e cobrar soluções das prefeituras
 
O blog Cidades sem Fronteiras e o portal Veja.com lançaram a campanha Calçada Viva, uma combinação de conteúdo jornalístico, aplicativo para celular e postagens nas redes sociais para melhorar aquilo que as cidades têm de mais democrático: as calçadas. Crianças, idosos, ciclistas, motoristas, motociclistas, todos são pedestres antes de qualquer coisa. Seria de imaginar, então, que as calçadas fossem o item mais bem cuidado de todas as cidades. Não é bem assim.

Uma pesquisa feita com exclusividade para o blog revelou que são elas o principal motivo de queixa dos brasileiros sobre os locais onde vivem. O quesito obteve média 4,7, a mais baixa entre todos os avaliados, que incluíram tempo gasto no trânsito, iluminação pública, presença de áreas verdes e qualidade do ar.

Para participar da campanha e dar esse primeiro passo para melhorar a sua cidade, você pode acessar o aplicativo Precisa Melhorar - Calçada Viva e registrar as falhas encontradas pelo seu caminho. No final deste ano, as prefeituras das cidades participantes serão notificadas e cobradas por soluções.

Quem também pode participar pelas redes sociais, publicando flagrantes e depoimentos no Facebook, Twitter ou Instragram e usando a hashtag #calçadaviva. As melhores imagens serão exibidas no site de VEJA e no blog Cidade sem Fronteiras, que terá conteúdo especial com enquetes, vídeos, entrevistas e análises sobre a importância de melhorar os locais por onde andamos.


Legal, mas por que é importante melhorar as calçadas?

Elas são o ponto de partida para lidar com um monte de outras coisas. Vamos às principais:


1) Trânsito
Entre 2002 e 2012, o ritmo de crescimento da frota no país foi seis vezes maior que o da população, o que faz com que hoje falta espaço para tanto automóvel. Para sair dessa encruzilhada, o caminho é combinar o uso do carro a outras formas de deslocamento. E como não há usuário de ônibus, trem ou metrô que não caminhe até o ponto ou estação, a melhoraria o transporte público passa pela melhoraria das calçadas.

2) Saúde
Cerca de 100.000 pessoas caem e se machucam todos os anos por tropeçar em calçadas malcuidadas, e isso apenas em São Paulo. O descaso acaba sobrecarregando os pronto-socorros e a ortopedia da rede pública. Boas calçadas, por outro lado, são um convite ao exercício físico, essencial para a saúde e a qualidade de vida. Além disso, mais da metade dos brasileiros está acima do peso e um em cada cinco é obeso.

3) Segurança
Nada é tão eficiente para combater o crime do que manter gente circulando. Locais movimentados são sempre mais seguros. Isso porque as pessoas vigiam umas às outras formando uma rede de proteção que beneficia todo mundo. E o movimento nas ruas começa com uma boa calçada. De quebra, seu uso aumenta a exigência de um sistema de iluminação pública que funcione, o que torna as ruas ainda mais seguras.

4) Economia
Calçadas garantem que a clientela de cafés, bares, restaurantes e comércios alcance seu destino. Ao impulsionar esses empreendimentos, as calçadas consolidam a economia local e tornam as cidades mais prósperas. Contribuem ainda a sobrevivência de pequenos comerciantes e prestadores de serviço, como jornaleiros, sapateiros, cabeleireiros e farmácias de bairro, os verdadeiros responsáveis por tornar as calçadas vivas.

5) Idosos
O Brasil envelhece rapidamente. Há mais de 22 milhões de brasileiros com mais de 60 anos, população que dobrará em duas décadas. Já existe no mundo mais gente acima dos 65 anos do que abaixo dos 5 anos de idade. A capacidade de ir e vir dos idosos depende fundamentalmente da qualidade das calçadas de suas cidades. O mesmo vale para deficientes físicos e crianças.

6) Ambiente
Melhores calçadas contribuem para a qualidade do ar e redução do ritmo das mudanças climáticas. No mundo todo, as temperaturas aumentam ano após ano, devido à enorme quantidade de monóxido de carbono emitido pelos automóveis e indústrias. Segundo a Nasa, o ano de 2014 foi mais quente registrado na história. E as médias deste ano podem fazê-lo superar o ano que passou.

7) Convivência
O propósito e a principal vantagem das cidades, desde quando foram inventadas, sempre foi facilitar e permitir o encontro entre pessoas. E caminhar é a maneira mais eficiente de estabelecer vínculos, observar o que acontece e vivenciar a cidade as boas surpressas das cidades onde moramos. 

Fonte:
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/atitude/campanha-calcada-viva-quer-ajudar-melhorar-cidades-aplicativo-redes-sociais-912440.shtml