Muitos de nós nos sentimos um pouco
mais sonolentos no inverno, mas outras espécies vão além e decidem
passar os meses mais frios em sono profundo – o processo conhecido como
hibernação. E não estamos falando apenas de ursos – todos os tipos de
animais, de insetos a primatas, hibernam. Parece fazer-lhes bem.
Mas
enquanto os humanos por vezes optam passar o dia debaixo das cobertas
quando os dias ficam mais curtos e frios, nós não podemos passar longos
períodos na cama. Algo que à primeira vista parece muito injusto,
especialmente se é benéfico para outras espécies. Por que não hibernamos
também?
Para descobrir isso, primeiro precisamos descobrir a razão pela qual abelhas e morcegos, por exemplo, caem em sono de meses.
A
mais óbvia, claro, é evitar o frio. A hibernação é um período extenso
de torpor designado para conservar energia. O corpo desacelera:
respiração, metabolismo e batimentos cardíacos diminuem. E faz todo o
sentido que isso ocorra no inverno, pois essa é a estação de clima mais
desafiador, em que menos plantas crescem e há menos alimento disponível.
'Palpites'
Por isso, muitos animais se empanturram no verão para viver apenas de reservas gordurosas no corpo durante a hibernação. Não
é muita surpresa que casos de hibernação sejam muito mais
frequentemente encontrados no hemisfério Norte. A maior parte da terra
firme no hemisfério Sul fica próxima à linha do Equador, onde os
invernos são menos rigorosos. Mas espécies vivendo em climas mais
quentes também hibernam, como um tipo de lêmure que vive em Madagascar e
o porco-espinho sul-africano, que tem habitat em Angola e Zimbábue, por
exemplo. E mais: nem sempre a hibernação é confinada aos meses
frios. No ano passado, um estudo feito com arganazes (um tipo de roedor)
descobriu que eles continuavam hibernando mesmo depois de o frio
passar. Alguns passaram nada menos que mais de 11 meses debaixo da
terra, o mais longo período já observado na vida selvagem.
O arganaz ajusta hibernação de acordo com oferta de sementes
“Trata-se de uma ausência notável”, diz Claudia
Biber, veterinária da Universidade de Viena. Na área analisada pelo
estudo, fez frio por apenas de quatro a cinco meses. “Obviamente, então,
há outras razões para uma hibernação tão longa”.
Um
motivo crucial parece ser o comportamento das espécies europeias de
faias. Essas árvores por vezes têm anos em que produzem mais sementes
que o normal. Os roedores se alimentam delas e, segundo o estudo,
conseguem prever se haverá ou não mais comida. E ficam quietinhos se é
um ano de escassez. Embora contem com outras fontes de
alimentação, os arganazes têm nas sementes de faia um alimento
fundamental. “Eles podem comer frutas, como maçãs, para sobreviver. Mas
não para se reproduzir ou para os filhotes ganharem gordura”, diz
Bieber. Outra razão para os bichos ficarem escondidos é bem mais óbvia: predadores. Ao
ficar escondido, o arganaz evita a atenção indesejada de aves de rapina
e corujas. “O arganaz dormindo debaixo da terra sequer emite odores,
então fica muito difícil localizá-lo”, completa a pesquisadora. Espécies
de borboleta do sul da Espanha fazem algo semelhante. Suas pupas entram
em torpor por três meses no verão, em um processo conhecido como
estivação. Um estudo de 2014 descobriu que o expediente as ajudava a
evitar que vespas atacassem suas massas de ovos.
Borboletas espanholas desenvolveram método de hibernação para evitar ataques de vespas
“Até bem recentemente, as pessoas acreditavam que a
hibernação era apenas uma medida de economia de energia e uma defesa
contra o clima frio e a escassez de alimentos. Agora acreditamos que
isso tem muito a ver também com evitar predadores”, diz Thomas Ruf,
também veterinário da Universidade de Viena.
“Sabemos que a taxa de sobrevivência em hibernações é próxima de 100%”. Independentemente
de qual razão é a mais importante, a hibernação parece transformar a
maneira como os animais vivem. Alguns dos arganazes estudados por Bieber
e Ruf chegaram aos 12 anos de idade, algo extraordinário para uma
espécie de roedor que costuma viver apenas três. “Graças à
hibernação, os roedores evitaram predadores e com isso puderam investir
na manutenção de sua saúde, até no reparo de células”, diz Ruf. De
fato, em pesquisas realizadas em 2011, a equipe de Viena descobriu que
hibernantes vivem mais devagar, investem mais em sobrevivência e, como
consequência, vivem mais tempo. “Todos os hibernantes reduzem sua taxa
de reprodução e aumentam sua longevidade”, completa Bieber. Porém,
isso significa que a hibernação pode afetar ecossistemas inteiros,
alterando as taxas reprodutivas de animais e forçando predadores a
buscar presas alternativas. Se temos alguma ideias sobre como e por que a
hibernação evoluiu, ainda não há menor noção de quando isso começou a
acontecer. “Não temos qualquer prova vinda de fósseis, apenas especulação”, diz Ruf.
Para alguns cientistas, dinossauros vivendo perto do Polo Norte teriam capacidade de hibernação
Alguns especialistas já argumentaram que dinossauros
vivendo próximo ao Polo Norte podem ter hibernado para sobreviver aos
longos invernos. Porém, a hibernação regular normalmente deixa traços
nas microestruturas de ossos de animais, e um estudo de 2011 sobre
fósseis de dinossauros polares não encontrou qualquer evidência disso.
Ainda
assim, Biber estima que a hibernação e o torpor são claramente práticas
de milhões de anos. Por exemplo, todos os três principais grupos de
mamíferos desenvolveram essas técnicas – e esses grupos surgiram há
dezenas de milhões de anos. Isso sugere que pelo menos alguns animais
dos quais o homem descende eram capazes de hibernar. No entanto,
nós perdemos habilidades fundamentais nesse quesito. Nossos corações,
por exemplo, não funcionam se ficarem muito frios. Eles contraem em
resposta à presença de cálcio e se há muito em volta, temos um ataque
cardíaco. Abaixo de uma certa temperatura, o coração não consegue
remover o excesso de cálcio.
Espaço
“Um coração humano vai parar se esfriar para menos de 28 graus”, afirma Ruf. Em
comparação, os corações de hibernantes ainda podem bater a uma
temperatura corporal de 1 grau Celsius. Os órgãos desses animais,
segundo Ruf, têm bombas especiais para remover o cálcio. Mas por que os
corações humanos carecem delas? Nosso estilo de vida pode ser um
fator-chave.
O porco-espinho sul-africano é exceção à regra de apenas animais vivendo no frio hibernam
Humanos evoluíram na África Equatorial, em plenos
trópicos, onde há um fluxo constante de alimento. Isso significa, pelo
menos na teoria, que desde cedo não precisamos hibernar para escapar
condições inóspitas. O problema é que os cientistas vêm descobrindo mais
e mais espécies tropicais que caem em torpor. Ruf, por exemplo, que uma
espécie de primata africano, o lóris-pigmeu, pode hibernar por períodos
de até 63 horas entre dezembro e fevereiro. Esse animal é da
mesma família de macacos e homens. Até bem pouco tempo sabia-se que
apenas três primatas hibernavam, todas elas espécies de lêmures vivendo
em Madagascar. O lóris-pigmeu vive na Ásia, então a descoberta de sua
hibernação indicam que o hábito era mais disseminado do que se esperava.
Isso
significa que nossa origem tropical provavelmente reduziu as chances de
que pudéssemos desenvolver a habilidade para hibernar, mas não as teria
impossibilitado. O mais determinante talvez tenha sido o fato de nós
humanos sermos predadores capazes de atacar animais muito maiores.
Provavelmente nunca tivemos a necessidade de escapar da ameaça de
predadores. Isso sem falar que a hibernação oferece desvantagens
teóricas para humanos: animais que hibernam sofrem reduções de
imunidade, o que aumenta o risco de infecções. O processo também afeta a
memória. Em 2001, Eva Millesi, outra pesquisadora da Universidade de
Viena, treinou grupos de esquilos para andar por um labirinto. Os
animais que tinham hibernado simplesmente esqueceram o caminho. Isso,
porém, não impede que cientistas estudem formas de hibernação humana. O
motivo? A possibilidade de viagens interplanetárias. Ron Henning, da
Universidade de Groningen, na Holanda, trabalha com a Nasa, a agência
especial americana justamente em um projeto desse tipo.
Ursos polares não perdem massa óssea apesar da inatividade
Henning argumenta que a hibernação oferece dois
benefícios-chave: primeiro, reduziria o volume de suprimentos
necessários que a espaçonave precisaria carregar na viagem. Segundo,
protegeria a saúde dos astronautas. “Um dos maiores incômodos para
astronautas em estações espaciais é que eles precisam fazer seis horas
de exercício por dia para evitar que ossos e músculos atrofiem nas
condições de gravidade zero. É algo ainda mais desagradável porque o ar
está cheio de dióxido de carbono e a temperatura é de pelo menos 30
graus”, explica o holandês. “Se os astronautas hibernassem, não
precisariam dessa rotina. Animais que dormem por seis meses não sofrem
nenhuma perda muscular ou osteoporose”, completa.
Há
outra razão: a hibernação poderia proteger os astronautas dos efeitos
da radiação. “Há estudos sugerindo que isso é possível”, conta Henning.
Em viagens espaciais, astronautas são bombardeados por raios cósmicos.
Atualmente, humanos só podem ficar no espaço por mais ou menos um ano,
ou o risco de câncer cresce incrivelmente.
Astronautas precisam de hiperatividade para evitar doenças
“Se conseguíssemos criar uma hibernação, isso poderia aumentar incrivelmente a duração de missões”. Também
poderia ajudar as perspectivas de colonização espacial. “Na realidade,
ainda não é possível procriar no espaço, pois óvulos e espermatozoides
seriam danificados e resultariam em embriões defeituosos”, explica o
holandês. Ele e Ruf, porém, acreditam que o problema será
ultrapassado. “Se desvendarmos os mecanismos neurológicos, poderemos
algum dia colocar humanos em hibernação. Sabemos que lêmures de
Madagascar são hibernantes, então poderemos mapear geneticamente o
mecanismo de hibernação”. Naturalmente, será preciso resolver
problemas como a perda de memória. “Não adianta colocarmos astronautas
para dormir para depois eles acordarem sem saber quem são ou onde
estão”, explica Ruf.
Mesmo
mimetizar alguns dos processos já poderia ser de grande valia para
seres humanos, em especial na área de saúde. Quando um animal hiberna,
seus órgãos parecem doentes. Pulmões parecem asmáticos e cérebros exibem
sinais do mal de Alzheimer. Porém, quando os animais acordam, eles
revertem essas mudanças e tudo volta ao normal.
Hibernação tornaria possível viagens espaciais longas
Um estudo de 2008 revelou que ursos polares não
perdem massa óssea durante a hibernação – o único mamífero capaz disso
até agora. Não sabemos por que, mas o mecanismo pode guardar o segredo
do tratamento da osteoporose em humanos. O laboratório
farmacêutico Sulfateq está pesquisando o que classifica como
“substâncias químicas baseadas nos efeitos protetores do mecanismo de
hibernação”. Uma dessa substâncias, o SUL-121, já foi testada como
possível tratamento para a doença obstrutiva pulmonar crônica (DOPC). Esses
tratamentos ainda estão ou no plano teórico ou nos primeiros estágios
de desenvolvimento. Mas sugerem que a hibernação pode trazer benefícios
para nós, mesmo que não consigamos desenvolver o processo naturalmente.
Em uma tentativa de aumentar sua produção de leite, fazendeiros escoceses estão conectando suas vacas à internet.
Um novo projeto permite a eles monitorar a saúde de seu rebanho e identificar rapidamente potenciais problemas de saúde.
A empresa escocesa Silent Herdsman, que desenvolveu o método, foi premiada em dinheiro para levá-lo adiante. O plano é estendê-lo a fazendas ao redor do mundo.
O sistema opera com colares eletrônicos especiais, colocados nos animais. Cada colar contém um sensor sem-fio, que transmite, a um computador central, dados sobre a saúde dos animais e a quantidade de leite que cada vaca está produzindo.
Os dados permitem aos fazendeiros garantir a saúde dos animais e, assim, maximizar a quantidade de leite produzida. Também ajuda a identificar doenças mais cedo.
"É possível monitorar o comportamento da fertilidade dos animais, a probabilidade de que as vacas fiquem prenhas e produzir mais leite, para melhorar a eficiência da fazenda", diz Annette McDougall, executiva-chefe da Silent Herdsman.
Investimento
A empresa obteve um investimento milionário do fundo de private equity Scottish Equity Partners, para expandir o projeto.
A meta, diz McDougall, é desenvolver o método para um "ecossistema mais amplo", no qual veterinários, fornecedores e varejistas possam receber em tempo real os dados das vacas monitoradas.
O fazendeiro britânico Graham Kerr, que usa o método, diz que ele trouxe economia de tempo e dinheiro.
"Se percebemos cedo que uma vaca está ficando fraca ou desenvolvendo um problema digestivo, podemos intervir antes e possivelmente economizar uma cara consulta veterinária", diz ele.
"É útil para economizar tempo no gerenciamento da fazenda, usá-lo em outras tarefas e fazer um trabalho melhor."
A qualificação profissional e os desafios que surgem aos médicos veterinários em decorrência dos novos tempos fazem parte das preocupações do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV). Atento às discussões mundiais e que também contribuem para a profissão no Brasil, o CFMV participou entre os dias 4 e 7 de março da Conferência Anual da Associação Americana das Escolas de Medicina Veterinária (Association of American Veterinary Medical Colleges), nos Estados Unidos.
O encontro teve como tema “o futuro da Medicina Veterinária” e debateu assuntos como Saúde Única, zoonoses, ensino da ética profissional, inter-profissionalismo, mudanças curriculares, educação continuada, acreditação nacional e internacional, política profissional, entre outros.
O presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), Benedito Fortes de Arruda, considera que a Medicina Veterinária brasileira deve atuar como protagonista no cenário mundial.
“O Brasil com um contingente de Instituições de Ensino Superior da Medicina Veterinária extremamente significativo, com destaque na produção de proteína de origem animal, animais de companhia, Medicina Veterinária esportiva, dentre outras, não pode ser caudatário de outros países”, afirma Arruda.
O presidente da Comissão Nacional de Educação da Medicina Veterinária do CFMV, Felipe Wouk, considera que o momento é de grandes mudanças no ensino da profissão, principalmente em decorrência da evolução da sociedade. Felipe Wouk lembra que, no passado, a Medicina Veterinária era fundamentalmente a “medicina do cavalo”, pela importância do animal no transporte de pessoas, no trabalho no campo e nas guerras.
“Hoje e no futuro nossa profissão é importante para a segurança alimentar, na prevenção e combate de zoonoses, e na saúde animal e do homem. Vivemos um mundo em constante mudança e as instituições de ensino precisam se reinventar”, afirma Wouk.
Em um mundo onde tudo está conectado, a capacidade de interagir com outros profissionais torna-se imprescindível, assim como atributos de liderança. Neste sentido, o CFMV está alinhado com as demandas atuais, ao desenvolver o Projeto Estratégias de Ensino-aprendizagem em parceria com Instituições de Ensino Superior para o desenvolvimento das competências humanísticas.
“Foi muito importante conhecer várias estratégias que vem sendo discutidas para as mudanças no ensino da Medicina Veterinária nos Estados Unidos. Elas nos subsidiarão em nossas ações em parceria com Instituições de Ensino, com o Ministério da Educação e da Agricultura, em prol da qualidade do ensino da Medicina Veterinária no Brasil”, afirma Wouk.
CFMV em ação
O presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), Benedito Fortes de Arruda, e o presidente da Comissão Nacional de Educação da Medicina Veterinária (CNEMV/CFMV), Felipe Wouk, conversaram com a presidente da Associação Mundial de Medicina Veterinária, René Carlson. O momento serviu para a discussão de estratégias de acreditação e para apresentação das ações do CFMV para a melhoria do ensino e da qualificação profissional do médico veterinário brasileiro.
Esses assuntos também foram tratados durante reunião com o presidente da Associação Americana das Escolas de Medicina Veterinária (AAVMC), Andrew Maccabe e com a representante da Associação dos Médicos Veterinários dos EUA, Elizabeth Sabin.
“Evoluir significa estar aberto a mudanças e praticá-las. Temos que estar acompanhando a par e passo, não só em termos de tecnologia, mas também em inovação, para atendermos aos anseios das demandas da sociedade”, conclui o presidente do CFMV, Benedito Fortes de Arruda.
O Diário Oficial da União da última sexta-feira (11) publicou instrução normativa, assinada pela ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), que estabelece os procedimentos para importação de cães-guia e os produtos para a sua alimentação, que irão acompanhar os atletas dos Jogos Paralímpicos Rio 2016. O texto define também normas para a importação de produtos de origem animal e vegetal para consumo humano das delegações, organizações e representações diplomáticas dos países participantes tanto dos Jogos Paralímpicos, quanto dos Jogos Olímpicos e de outros eventos associados que ocorrerão no Brasil.
A Instrução Normativa nº 4, de 10 de março de 2016, detalha, por exemplo, como deve ser a importação de cães-guias para a companhia dos atletas. Os animais devem estar acompanhados do Certificado Veterinário Internacional, emitido pela autoridade veterinária do país de origem, contendo todas as garantias sanitárias. O cão-guia com mais de três meses de idade deve chegar ao Brasil imunizado contra a raiva, com vacina autorizada pela respectiva autoridade veterinária.
Os produtos para uso próprio do cachorro devem estar acondicionados individualmente em embalagem apropriada, com o nome comercial do produto, nome e endereço do fabricante, identificação do lote e data ou prazo de validade. Esta identificação precisa estar em português, inglês ou espanhol.
O texto esclarece ainda quem são as pessoas que devem seguir as orientações do governo brasileiro. São atletas, preparadores técnicos, pessoal médico e paramédicos; dirigentes e pessoal de apoio em geral; árbitros e profissionais antidoping; membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) e Comitê Paralímpico Internacional (CPI); membros dos comitês olímpicos e federações desportivas; membros da World Anti-Doping Agency (Wada) e da Court of Arbitration for Sport (CAS); e observadores credenciados e membros de entidades estrangeiras.
Muitas pessoas ainda acreditam na expressão “não se ensina truque novo a cachorro velho” e pensam que só filhotes podem ser adestrados. Jamie Hyneman e Adam Savage, apresentadores do programa MythBusters (“Os Caçadores de Mitos” aqui no Brasil), já derrubaram esse mito. Agora, pesquisadores do Instituto de Pesquisa Messerli de Viena, também afirmam que cães adultos são capazes de aprender novos truques. O estudo contou com a participação de 95 Border Collies com idades entre cinco meses e 13 anos.
Os cães foram divididos em cinco grupos, de acordo com suas idades. Todos passaram por testes que foram desenvolvidos para testar três habilidades cognitivas diferentes: aprendizagem, raciocínio lógico e memória. Na primeira etapa, os cachorros tinham que aprender a selecionar quatro imagens “positivas” do total de oito em uma tela. Eram mostradas duas fotos por vez, sendo que apenas uma tinha uma associação positiva. O cão recebia um petisco se tocasse na imagem correta.
Lisa Wallis, autora do estudo, revelou que os cachorros mais velhos demoraram mais para aprender esse primeiro teste do que os filhotes.
Ela acredita que isso aconteceu porque os adultos são menos flexíveis. Para ela, assim como as pessoas, cães mais velhos tiveram mais dificuldade para mudar antigos hábitos ou o que aprenderam anteriormente. Entretanto, os cachorros mais velhos tiveram melhores resultados no segundo teste.
Dessa vez, uma das fotos mostradas era completamente nova e a outra era familiar, já que tinha aparecido no teste anterior como “negativa”. Nesse caso, os cães deveriam escolher a imagem nova. Os filhotes não foram tão bem nesta etapa do estudo. A terceira fase aconteceu somente seis meses depois e os mesmos testes foram realizados. Não houve diferença significativa entre os cães de todas as idades e quase todos lembravam quais eram as fotos “positivas”.