quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Do gato às baratas: animais exóticos ganham espaço nos petshops


No Brasil, o animal de estimação preferido sempre foi o cão. Mas, aos poucos o gosto nos lares brasileiros está mudando. Não são mais somente os latidos que se ouvem nas casas e na segunda reportagem da série "Mundo Pet", o TEM Notícias mostra que outros tipos de sons de animais tem agradado os amantes de animais de estimação.


Os olhos enigmáticos e claros, a personalidade forte e a independência do gato, por exemplo, tão pequeno estão encantando cada vez mais. A personalidade felina está caindo no gosto de quem via esse animalzinho como um ser arrogante. Todos estão aprendendo que a relação homem-gato é muito diferente da relação homem-cão, mas tão boa quanto.


 

Relação do dono com
 o gato é diferente da do cão
(Foto: Reprodução / TV TEM)

“O gato trata o homem do mesmo jeito que o homem trata o gato. Não existe uma dominância do homem ser proprietário, dono do gato. Ele respeita o dono na medida que é respeitado, trata com carinho se assim for tratado’, afirma o presidente do Clube Brasileiro do Gato, Gerson Alves Pereira.

É exatamente assim, o gato só faz o que quer e na hora que quer. Não existe essa relação de dono e propriedade. Mas, apesar de parecer estranho, essa relação de igual pra igual, não é nova. Homens e gatos passaram a conviver há quase 10 mil anos. Os homens começaram a explorar a agricultura e depois a armazenar grãos, eles viravam um banquete para os ratos que infestaram os armazéns. E onde tem rato, os gatos selvagens começaram a aparecer.

Do sagrado ao profano

 
E foi aí que as histórias se encontraram e o homem e gato nunca mais se separaram. Anos depois ele foi considerado sagrado pelos egípcios. “A gata tem um ciclo reprodutivo bastante prolífero, ela tem vários filhotes, entra no cio várias vezes então ela é muito produtiva. Então a relação mais próxima que a gente tem desta questão é em relação a fertilidade da gata e a prosperidade do Egito. A Deusa da Fertilidade tinha uma imagem de um gato”, explica Gerson.

Mas essa relação piorou. Na idade média eles foram relacionados à bruxaria. O gato passou a ser sinônimo do mal. Quem nunca vinculou o azar com um gato preto? Eles foram caçados, mortos aos milhares, e sem eles quem voltou foi o rato.
 

Infestação de ratos colaborou com a aproximação
do homem com o gato (Foto: Reprodução / TV TEM)

Só que dessa vez a infestação custou milhões de vidas. Quase 1 terço da população da Europa. Todos contaminados pela peste Bubônica também conhecida como peste negra, uma doença grave transmitida pela pulga do rato. “A partir daí houve uma recolocação do gato de forma religiosa na sociedade e reequilíbrio voltou a acontecer”, completa o presidente do Clube Brasileiro do Gato.

Hoje essa relação é bem diferente. Foi preciso entender que felino é um ser essencialmente solitário, bem diferente dos cães que vivem em matilhas. Ângela e o marido criam quatro gatos. Três deles foram adotados depois de serem encontrados abandonados pelo casal. Mesmo assim ela ainda teima em não acreditar que os pequenos são quem mandam na casa. “Não seria tão radical a esse ponto, mas que eles exercem um poder sobre a gente isso é verdade”, afirma a dona de casa Ângela Garcia.

Além de cães e gatos

 
Ainda assim, cães e gatos são animais comuns. Não é difícil encontrar alguém que os tenha dentro de casa. Mas existem pessoas que gostam de animais exóticos. Coelho por exemplo? É diferente, mas não é assim tão incomum. Mas e para ter um ouriço albino dentro de casa como animal de estimação? Aí é preciso gostar muito de um bichinho exótico. “É diferente, é um bicho que não dá trabalho, não faz barulho ou sujeira”, conta.

Mas, foi com as cobras que o Thiago começou a paixão por animais menos comuns.
O menino da Cobra cria a espécie Corn Snakes, que significa cobra do milho. Apesar de não ser venenosa, a maioria das pessoas morreria de medo de ter um bichinho desses em casa.

Ao todo, Thiago cria seis cobras, todas elas dentro de um aquário, na loja onde ele trabalha. Ele as cria nesse local porque é onde ele passa a maior parte do tempo, pelo menos 12 horas por dia. Só que para criar cobras o Thiago tem que criar também camundongos. O almoço das cobras mora no andar de cima da loja.
 

Thiago cria baratas de estimação
(Foto: Reprodução/TV TEM)

Baratas de estimação?
Cobras, ouriço, camundongos são apenas alguns dos animais exóticos criados por Thiago, mas ainda estão longe de serem os mais estranhos.

Em casa, ele tem uma criação de baratas. “Tem gente que fala que é nojento, mas essas baratas são bem limpas, se alimentam só com ração e são dóceis também não fazem nada”, destaca.

Mais exóticos
Depois das baratas, nada mais parece tão exótico. Nem os lagartos raros, que também são do Thiago e nem as Araras, que o Thiago não possui na sua coleção, mas podem ser encontradas em uma loja especializada em animais exóticos que fica em Itu (SP).

Tem até tucanos. Todos com anilhas, uma pulseira de metal que garante que o bichinho é legalizado pelo Ibama. E não se espante se alguém disser que tem um animalzinho como este em casa. Há tempos os Pets deixaram de ser exclusivamente cães e gatos. Pode ser que na casa de um amigo você se depare com uma cotia, por exemplo.

Loja tem autorização para comercializar os animais
(Foto: Reprodução / TV TEM)

O interesse pelos animais exóticos vem aumentando ao longo dos anos. “Registra um aumento de 30% mais ou menos a procura por animais silvestres, que a pessoa busca ter com autorização do Ibama, são todos nascidos em cativeiro, então está bem legal esse mercado”, explica o gerente da loja, José Carlos de Oliveira Filho.

A loja já vendeu cinco exemplares da Lhama. Esse parente do camelo chega a custar R$ 14 mil e pode viver até 25 anos. A vendedora Andreia Janaína Oliveira da Silva tem uma Lhama. Ganhou de presente e se apaixonou pelo Skipe. “Presente dado a gente num reclama, mas eu gosto muito de animais e para mim ele foi o melhor presente”, conta.

A relação da Andreia com o Skipe é como se ele fosse do dono com um cão. Mesmo para ela, que adora qualquer tipo de animal, ganhar uma Lhama foi uma surpresa. “Nunca passou pela minha cabeça que eu pudesse ter uma Lhama. Não é um animal fácil de achar por aí, mas hoje já é parte da família, eu não tenho filhos então meus bichos são tudo para mim.”

Com a Andreia ele é muito bem tratado e é assim que tem que ser. Não importa o Pet, se ele é um gato, um cachorro, uma cobra ou até mesmo uma barata. Eles não pediram para ser levados pra casa e precisam do carinho e respeito dos donos.
Andréia ganhou uma lhama de presente e se apaixonou (Foto: Reprodução / TV TEM)



Fonte:

Evento equestre internacional na cidade de Porto Feliz


O mercado equestre brasileiro movimenta cerca de R$ 7 bilhões por ano, sendo R$ 107 mi na área de medicam entos e rações, R$ 143 mi com casqueamento e ferrageamento, R$ 174 mi em selarias e acessórios, R$ 1 bi na área de Jockeys, Exposições, Eventos e Esportes e R$ 1,85 bi com fornecedores de animais e serviços. Os empresários Fernando Rolim e Maria Dalva Rolim, sócios da Global Equus, alinhados a esta fatia profissional e promissora do agronegócio, preparam um presente para os amantes de cavalos e muares para o mês de janeiro: o Global Equus International 2016, que reunirá nomes de peso no cenário equestre internacional abordando temas relacionados às diversas formas de se trabalhar com cavalos, além de shows equestres, stands de exposições de haras, criatórios, associações, empresas e produtos. O evento acontecerá durante quatro dias seguidos (14, 15, 16 e 17/01/16), das 8h as 18h, no complexo Haras Raphaela que, com seus 35 alqueiras é considerado referência nacional em eventos equestres.

Fernando Rolim é médico veterinário, treinador de cavalos e especialista em comportamento dos equinos e relacionamento homem X cavalo, e organiza o Global Equus International juntamente com sua esposa Maria Dalva Rolim, empresária, presidente da Enterprise Logistics, Coach e facilitadora no programa “Treinamento de Líderes com Cavalos” e palestrante do TEDx Woman 2015.

“Será uma oportunidade para os apaixonados por cavalos conhecerem as novidades no manejo, criação e treinamento de cavalos, recebendo informações diretamente dos maiores especialistas nacionais e internacionais”, ressalta Fernando Rolim, complementando que o evento proporcionará aos empresários, estudiosos e profissionais que atuam no mercado equestre um momento de reciclagem de conhecimentos, além de fomentar a realização de negócios, enaltecendo a equinocultura brasileira, pois proporcionará a exposição de animais das mais variadas raças e exibirá o potencial de cada uma delas dentro do segmento equestre. “O Global Equus International 2016 será um evento completo e contará com a participação de grandes profissionais de Doma Racional, Doma Índia, Equusmanship, Apartação, Rédeas, Três Tambores, Marchadores, Dressage, Cowboy Dressage, Solução de Problemas, como treinar Muares e Freio de Ouro, além de muitas outras que irão ensinar e debater técnicas com ampla abordagem”, adianta Rolim.

Programação

Dos 20 palestrantes, doze são internacionais e vêm de países como Estados Unidos, México, Suíça, Portugal, Argentina e Espanha, o que transformará o evento num grande intercâmbio de conhecimentos específicos e abrangentes sobre o mercado de equídeos. Com duração média de 75 minutos cada apresentação, no primeiro dia, o evento contará com seis palestrantes, sendo dois internacionais, divididos entre três na parte da manhã e três à tarde.

No segundo dia, sexta-feira, serão cinco palestrantes, entre eles três internacionais. No terceiro e quarto dia, que será sábado e domingo, o evento contará com quatro palestrantes que se apresentam dois de manhã e dois a tarde. Todos os dias, logo após o almoço, o público também assistirá a uma exposição, show e performance que contemplarão oito raças equinas e também jumento e muares pêgas. As quatro apresentações terão duração estimada de 75 minutos e serão conduzidas por Haras, Associações de raças, shows equestres e performance de grandes treinadores.

O ingresso individual já está à venda, permitindo ao público interessado em participar de todos os dias do evento. O estacionamento é gratuito e o almoço será à parte. A aquisição do ingresso pode ser realizada pelo site oficial www.globalequusinternacional.com.br

Como os pets conseguem adivinhar que seus donos estão chegando?

 

 Para um polêmico cientista inglês, os bichos têm um sexto sentido que lhes permite sentir coisas que nós não percebemos.

Quem já não se deparou com uma coincidência incrível, daquelas que fazem a gente pensar se há alguma razão sobrenatural para aquilo ter acontecido? Algo como você ligar para um amigo e ouvir que ele estava pensando em ligar para você naquele momento, ou encontrar com uma pessoa que você não via há muito tempo bem no dia em que sonhou com ela. Para o biólogo inglês Rupert Sheldrake, essas ocasiões são mais que simples acasos. Ele defende que acontecimentos como esses ocorrem nos raros momentos em que nos conectamos a uma forma de consciência primitiva, que o processo civilizatório calou há muito tempo. Para Sheldrake, a forma mais fácil de comprovar a existência dessa outra inteligência é observar os animais, que ainda dominam e utilizam cotidianamente esse sexto sentido.

Antes de entrar nas teorias de Sheldrake, é bom apresentá-lo. Para grande parte dos cientistas suas idéias não passam de esoterismo. Mas o biólogo tem credenciais cunhadas nas casas mais nobres da ciência. Formado em Ciências Naturais pela Universidade de Cambridge e em Filosofia pela Universidade de Harvard, Sheldrake tem ainda o título de PhD em Bioquímica (também de Cambridge). Mas, decididamente, ele não segue os passos de seus mestres. Seus livros levam a sério temas banidos da academia, como fenômenos “paranormais” e espiritualidade. Para ter uma idéia do tipo de crítica que suas idéias geram, basta dizer que John Madox, ex-editor da revista Nature, propôs que os livros de Sheldrake deveriam ser sumariamente queimados. “Ele merece ser condenado pela exata mesma razão que o papa condenou Galileu: como um herege”.

Para acirrar ainda mais a controvérsia, Sheldrake critica abertamente alguns dos pilares do método científico, como a necessidade de ambientes controlados para reduzir o número de variáveis em um experimento e a validação de um resultado somente se ele puder ser repetido nas mesmas condições. Para Sheldrake, isso gera um artificialismo que desmerece os resultados. “Essa visão”, diz o controverso cientista, “data do século XVII e deriva da teoria de René Descartes de que o Universo é uma máquina. Animais e plantas são vistos como autômatos programados. A natureza precisa ser encarada de forma menos mecanicista e utilitária”, afirma.

Foi com base nessas premissas que o biólogo pesquisou e escreveu o livro Cães Sabem Quando seus Donos Estão Chegando. O livro, um best-seller, é uma compilação de casos – alguns acompanhados mais de perto e outros mais à distância – de animais de estimação que demonstram poderes maiores do que a ciência tradicional seria capaz de admitir.

Seguindo sua linha polêmica, Sheldrake defende que animais têm habilidades que nós, humanos, perdemos. Por isso, têm muito a nos ensinar.

Para pesquisar os casos citados no livro, Sheldrake seguiu três passos. Primeiro, ele e sua equipe entrevistaram pessoas que têm experiência em lidar com animais: treinadores, veterinários, cegos com seus cães-guia, tratadores de zôos, proprietários de canis e gente que trabalha com cavalos. O segundo passo foi espalhar aleatoriamente questionários sobre comportamento animal em residências que possuíam animais de estimação nos Estados Unidos e nos países britânicos. Por fim, alguns casos foram separados para um estudo monitorado. O resultado é um apanhado de casos documentados que surpreende os mais céticos. Como o do cão Jaytee.

Cães que sabem

Jaytee foi adotado por uma secretária de Manchester, Inglaterra, chamada Pamela Smart. Os pais de Pamela percebiam que, meia hora antes de a filha voltar do trabalho para casa, Jaytee se postava em frente à porta de entrada e esperava por ela. Como ele sabia que ela estava chegando? Curiosa com o fato, Pamela entrou em contato com Rupert Sheldrake e se propôs a colaborar com sua pesquisa. Durante 100 dias, ela e seus pais mantiveram um diário duplo anotando detalhes das rotinas de Pam e do animal. Sob a orientação de Sheldrake, Pamela começou a inserir algumas variáveis em seu comportamento para testar a capacidade de Jaytee de antecipar sua chegada. Seria o cheiro? Dificilmente: a dona estava entre seis e 60 quilômetros de casa. Como sentir qualquer cheiro a essa distância no caos urbano? Será que o mascote reconhecia o motor do carro? Tampouco. Pamela começou a voltar para casa de táxi, de bicicleta ou a pé e o cão continuou antecipando sua chegada. Seria a rotina? Também não, pois variações aleatórias de horário não mudaram em nada o fenômeno.

Por fim, Sheldrake utilizou duas câmeras, com os cronômetros sincronizados, para registrar o comportamento de Jaytee e os movimentos de Pamela. Nada menos que 120 fitas foram registradas e analisadas. E revelaram algo ainda mais intrigante. Jaytee não ia para a porta esperar a dona no momento em que ela partia do trabalho, mas no momento em que ela decidia partir. Era como se lesse seus pensamentos. Submetidos ao crivo de outros cientistas, os dados foram considerados insuficientes e passíveis de erro, mas Sheldrake insiste: cães têm poderes extra-sensoriais. E não são só eles: gatos, papagaios, galinhas, gansos, répteis, peixes, macacos, cavalos e ovelhas também os possuem.

Animais que curam

Rupert Sheldrake afirma que, nos templos de cura da Grécia antiga, cães eram tratados como co-terapeutas. A mais importante divindade de cura entre os gregos, Asklépios, costumava manifestar-se por meio de “cães sagrados”. Segundo Sheldrake, até Sigmund Freud, o pai da Psicanálise, era acompanhado por sua cadela, uma chow, que não era apenas uma companhia ou um animal de estimação, mas parte do processo a que ele submetia os pacientes. Freud acreditava em uma “cura pelo animal de estimação”, nas suas palavras. E, curiosamente, era o animal que avisava quando a sessão tinha terminado.

Sheldrake indica no livro uma série de trabalhos acadêmicos realizados em hospitais e clínicas demonstrando que pacientes que possuem animais de estimação se sentem menos sós, ansiosos e deprimidos. E o bem-estar emocional é um grande aliado de médicos na recuperação de pacientes, porque melhora a resposta imunológica, entre outros benefícios. Segundo o autor, essa interação acontece não por mágica, mas porque animais de estimação oferecem o que poucos humanos são capazes de oferecer: amor incondicional.

Mas o benefício da ligação entre o dono e o animal transcende o mero companheirismo. Segundo o biólogo, os animais cuidam de seus donos, conhecem suas doenças e os ajudam a se tratar, de forma deliberada, como mostram os relatos apresentados em seu livro. Uma mulher do norte da Inglaterra conta que, numa noite de profunda depressão, resolveu se matar tomando uma overdose de calmantes. Seu spaniel chamado William pela primeira e única vez em 15 anos de fidelidade total se colocou agressivamente entre ela e o vidro de remédio, rosnando com fúria e mostrando os dentes. Ela desistiu do suicídio e o cão voltou à mansidão habitual.

Christine Murray, que mora numa cidadezinha perto de Washington, capital dos Estados Unidos, tem uma mestiça de pitbull e beagle chamada Annie. Cerca de duas vezes por semana, Annie pula no colo de Christine e começa a lamber seu rosto furiosamente. Imediatamente, Annie pára o que estiver fazendo e se acomoda no chão. Em poucos minutos, tem um ataque epilético. A cadela não falha. Ela parece saber que a dona vai ter um ataque e a avisa. Há o caso também de uma epilética alemã de Hamburgo que possui um casal de vira-latas. Quando o ataque começa, os dois estão sempre por perto, e um deles tenta se colocar entre a doente e o chão, para amortecer- lhe a queda.

Senso de direção

Desde a década de 1930 o alemão Bastian Schmidt realiza detalhados estudos sobre orientação animal. Ele foi um pioneiro em testar teorias ao abandonar cães em lugares desconhecidos e observar seu comportamento. A observação mais importante colhida por Schmidt foi a de que nos primeiros cinco a 25 minutos o animal não “farejava” o caminho de volta. Ele levantava a cabeça, observava os arredores, como que estabelecendo sua localização. Em seguida, o cão simplesmente sabia a direção de casa – e seguia para lá.

Sheldrake não podia deixar de testar esse poder. O biólogo conheceu, em Leicester, uma collie-de-fronteira mestiça chamada Pepsi que tinha um estranho costume: fugia de casa e reaparecia na residência de algum parente ou amigo do seu dono. No verão de 1996, Rupert Sheldrake instalou um receptor GPS (o sistema de posicionamento global) na coleira de Pepsi e a largou a 3 quilômetros de casa, às 4h55 da madrugada. Às 9 horas da manhã a cadelinha foi achada curtindo um sol tranqüilamente na casa da irmã do seu dono. Cada um de seus movimentos foi registrado pelo GPS. Com a ajuda de um mapa da cidade, Sheldrake descobriu que, assim que foi largada, Pepsi procurou a casa mais próxima conhecida, depois foi para a seguinte e assim por diante. Em pouco menos de quatro horas, já havia passado por 17 lugares guardados em sua memória. Seguindo seu padrão de comportamento, logo ela estaria em casa, pronta para uma nova aventura.

Como animais se guiam? Pelas estrelas, por campos magnéticos? Sheldrake considera essas teorias mecanicistas e ultrapassadas. Cita vários casos de cães que descobriram o túmulo de seus donos sem nem sequer testemunhar a morte deles. E conta a epopéia de Prince, um Irish Terrier que, durante a Primeira Guerra Mundial, saiu de Londres para encontrar seu dono no caos das trincheiras da França (e se tornou uma espécie de mascote das forças britânicas). O que estrelas e campos magnéticos têm a ver com isso?

Telepatia

Rupert Sheldrake afirma que essa ligação entre homens e cães se deve ao longo tempo de convivência entre as duas espécies, que já dura 100 000 anos, quando os primeiros cachorros foram domesticados. Graças a essa conexão, os animais “lêem os pensamentos das pessoas”. Eles parecem sentir quando seus donos precisam de ajuda ou de apoio emocional. Algumas dessas manifestações se revelam em pequenos atos cotidianos. Gatos que desaparecem no dia de ir ao veterinário. Cães que tremem na hora de uma consulta, mesmo que seus donos simulem tratar-se de um simples “passeio”.

Rupert Sheldrake coletou mais de 1 500 casos de supostos contatos telepáticos entre homens e animais. Histórias como a do gato Godzilla, que vive com o relações-públicas David White, em Oxford. Por obrigação profissional, White viaja muito por lugares tão diferentes quanto a África do Norte, o Oriente Médio e a Europa continental. Não importa de onde ou quando David White ligava, Godzilla subia à mesa e ficava ao lado do telefone antes que ele fosse atendido. Mas só nas ligações do dono. Todas as outras eram desprezadas pelo gato. Isso foi testado em várias condições e variações, e Godzilla não falhava. Se o dono liga, ele parece saber. Um caso semelhante ocorre com o cão Jack, de Gloucester: ele também só fica ao lado do telefone quando seu dono liga. Com um detalhe: Jack se manifesta uns dez minutos antes de a ligação acontecer.

A explicação, afinal

Sheldrake é o primeiro a esfriar os ânimos de seus leitores que procuram explicações para esses fenômenos. “Não existe uma conclusão para explicar tudo isso”, diz ele. O que há são hipóteses. E a hipótese do biólogo baseia-se em uma controversa proposição: a teoria dos “campos mórficos”. Segundo Sheldrake, os corpos têm uma espécie de extensão invisível e indetectável, que determina sua forma e seu comportamento. São os campos mórficos. A teoria não pára por aí. Esses campos, diz ele, atravessam o tempo – conectando as coisas entre si – e o espaço – conectando os corpos com outros corpos existentes no passado e no futuro, em um processo chamado ressonância mórfica. “O campo mórfico é um campo estendido no tempo-espaço, assim como o campo gravitacional do sistema solar não está meramente dentro do Sol e dos planetas, mas contém todos eles e coordena seus movimentos”, diz.

A idéia básica é a de que todo ser possui uma marca própria, que se estende não apenas ao seu próprio organismo, mas a tudo com o que esse ser convive. E essa ligação se torna mais forte à medida que essa convivência se repete.

Segundo Sheldrake, a origem do campo mórfico pode estar em um fenômeno que inquietou Albert Einstein, chamado de não-localidade quântica, e que foi confirmado por experiências realizadas na década de 80. Nos experimentos, comprovou-se que duas partículas de luz, ou elétrons, emitidas pelo mesmo átomo continuam de certa forma ligadas entre si, mesmo separadas por uma grande distância. De tal forma que, quando os cientistas mediam alguma característica de uma das partículas, a outra imediatamente modificava a mesma característica.

Os campos mórficos explicam muitos mistérios que desafiam a ciência, como a morfogênese, ou seja, o desenvolvimento da forma e da estrutura de um organismo. Enquanto os biólogos continuam procurando a chave que faz uma perna desenvolver-se como uma perna e não como uma antena, Sheldrake já tem sua resposta. Como uma semente de cenoura se transforma em uma cenoura? Resposta: seu campo mórfico conecta a semente às cenouras passadas, que a precederam, e faz com que ela se desenvolva como uma cenoura. Esse não seria o papel dos genes? Em parte. Os genes seriam apenas um sintonizador de campos mórficos. Como o seletor de canais de uma televisão, o DNA conecta um ser ao seu respectivo campo mórfico. Por esse mesmo raciocínio, admite-se que um jogo de palavras cruzadas impresso em um exemplar de um jornal matutino fica mais fácil de resolver à medida que o dia passa, porque a ressonância mórfica emitida pelas pessoas que o resolveram facilita a tarefa.

Bem, e onde entram os animais? Em termos muito simplificados, esses campos mórficos formam ligações entre seres (e entre seres e objetos) invisíveis aos olhos e ao conhecimento. É como um campo magnético – que nada representa para nós se não tivermos uma bússola. Segundo essa teoria, animais criam campos mórficos com seus donos e sabem como utilizá-los na prática. O gato que sabe que o telefonema é do seu dono está apenas usando seus “sensores de campos mórficos”.

Quando um animal “adivinha” a hora exata em que seu dono vai chegar, estaria usando um recurso de inteligência que nós perdemos. Quando um cachorro quer voltar para casa, ele apenas localiza a extensão do seu campo mórfico e vai em frente. O mesmo princípio vale para o cãozinho Prince, que, de algum jeito, cruzou o Canal da Mancha para reencontrar seu dono no inferno das trincheiras.

Sheldrake acha que sua teoria faz parte de uma evolução natural do conhecimento. “Descartes acreditava que o único tipo de mente era a consciente. Então, Freud reinventou o inconsciente. Daí Jung disse que não existe apenas um inconsciente pessoal, mas um inconsciente coletivo. A ressonância mórfica nos mostra que nossas próprias almas estão conectadas com as almas dos outros e ligadas ao mundo que nos cerca.” 



Por Dagomir Marquezi

Fonte:

Saiba mais sobre a neosporose - Doença que acomete animais silvestres e domésticos


1. INTRODUÇÃO
Neospora caninum é protozoário intracelular obrigatório formador de cisto, acomete animais silvestres e domésticos, sendo os de maior relevância: caninos e bovinos. No início de sua descoberta foi confundida com a toxoplasmose, pelo fato de ter as fases evolutivas parecidas. O parasita causa a neosporose, doença distribuída mundialmente e em todo o território brasileiro.

2. TAXONOMIA
O Neospora caninum tem como grupo taxonômico:

- FILO: Apicomplexa;
- CLASSE: Sporozoa;
- ORDEM: Coccida;
- FAMÍLIA: Sarcocystidae;
- GÊNERO: Neospora;
- ESPÉCIE: Neospora caninum.


3. ASPECTOS MORFOLÓGICOS DO PARASITA

O Neospora caninum, apresenta como características morfológicas:

* TAQUIZOÍTOS: Dependendo do estágio em que se encontram medem de 3-7 x 1-5 μm, formas ovoides, lunares ou globulares;

*BRADIZOÍTOS NOS CISTOS TECIDUAIS: Cistos teciduais frequentemente apresentam parede lisa de espessura aproximada de 4 μm; formas ovais ou circulares, com até 107 μm, e os bradizoítos encistados aderidos medem de 6-8 x 1-1, 8 μm.

*OOCISTOS NÃO ESPORULADOS: Medem 11,7 x 11,3 μm (CARDOSO, 2010).


4. EPIDEMIOLOGIA
Segundo Dubey (1996) citado por Parra et al. (2008), em 1988 houve o primeiro relato do Neospora caninum, na Noruega sendo descrito como doença neuromuscular em cães, com presença de cistos no tecido muscular e cérebro.

No Brasil a primeira aparição ocorreu em 1997, em um rebanho leiteiro no Estado de São Paulo, já em cães a soroprevalência é observada principalmente nas áreas rurais, sendo observadas em menor quantidade no meio urbano e/ou domiciliar. Ambos os relatos, no Noruega e no Brasil foram diagnosticados através do exame sorológico, o teste de imunofluorescência indireta (IFI) (CALIL, 2006).

Estudos referentes à epidemiologia no Brasil relatam que há vários casos relatados em vacas, porém um índice baixo de casos de cães infectados pelo Neospora caninum (CALVACANTE, 2010).


5. HOSPEDEIROS
O Neospora caninum tem como características a capacidade de infectar várias espécies. Apresentando como:

*HOSPEDEIROS DEFINITIVOS: Canídeos;

*HOSPEDEIROS INTERMEDIÁRIOS: caninos; bovinos; cervídeos; caprinos; ovinos e animais silvestres (GUIMARÃES, 2011).


6. LOCAL DO PARASITISMO

O Neospora caninum, parasita primeiramente o trato digestivo e a placenta materna-membranas fetais atingindo as células alvo através da via linfática e sanguínea, utilizando as proteínas celulares como receptoras.

Enfim pouco se sabe dos locais de parasitismo nos órgãos ou a respeito das estruturas acometidas pelo N.caninum após a ingestão dos cistos teciduais (CALIL, 2006).


Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado
http://www.portaleducacao.com.br/veterinaria/artigos/neospora-caninum/55805#ixzz3x8FD69oy

Balanço CFMV: o trabalho da Comissão de Ética, Bioética e Bem-estar Animal do CFMV em 2015

 
Chega ao fim, nesta terça-feira (12), a série que mostrou o trabalho das Comissões do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) ao longo de 2015. O CFMV possui, atualmente, dez comissões nacionais que atuam em diferentes áreas da Medicina Veterinária e Zootecnia.

O último Balanço CFMV é da Comissão de Ética, Bioética e Bem-estar Animal do Conselho Federal de Medicina Veterinária (Cebea/CFMV), que em 2015 deu continuidade ao planejamento de ações para coibir os maus-tratos contra os animais.

A Comissão discutiu estratégias, em reuniões de trabalho ao longo de 2015, para colaborar com o ensino de Ética, Biotética, Bem-estar animal e Etologia nos cursos de graduação em Medicina Veterinária e Zootecnia.

Em junho de 2015, a Cebea se reuniu com representantes da Comissão Técnica de Bem-estar Animal do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), quando foram apresentados temas e trabalhos para pensar ações conjuntas e parcerias.

Ministrou palestra na Câmara Nacional de Presidentes, em agosto, sobre a formação em bioética e bem-estar animal e durante o XXII Seminário Nacional de Educação da Medicina Veterinária, a Comissão abordou o ensino de bem-estar animal para a Medicina Veterinária no Brasil.

Em setembro, esteve presente como ouvinte no 32º Congresso Mundial de Medicina Veterinária, em Istambul, Turquia. E, no final de outubro, participou de audiência pública na Comissão Parlamentar de Inquérito de Maus-Tratos de Animais da Câmara dos Deputados.

Também contribuiu para diversas consultas públicas, com sugestões, por exemplo, para capítulos de guia elaborado pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) e Instrução Normativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) sobre pequenos abatedouros.

Colaborou na melhoria de textos de Leis e Projetos de Lei, como a Lei da Biodiversidade nº 13.123/2015 e o Projeto de Lei 200/2015, que dispõe sobre os princípios, diretrizes e regras para a condução de pesquisas clínicas em seres humanos por instituições públicas e privadas.

A Cebea participou ainda de diversas entrevistas, entre elas a Série Direitos dos Animais, produzida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ); matéria sobre boas práticas para eutanásia de animais, publicada pela revista do Jornal A Tribuna; e ainda para o Jornal Hoje em Dia, de Minas Gerais, sobre a presença de animais de grande porte nas ruas de Belo Horizonte.

“Destacamos que se tratou de um ano muito produtivo do ponto de vista de trabalhos na área de bioética e bem-estar animal”, afirmou a presidente da Cebea, Carla Molento.

Para o presidente do CFMV, Benedito Fortes de Arruda, o trabalho desenvolvido pelas comissões tem sido de fundamental importância como órgãos de assessoramento da Presidência do CFMV. “Questões ligadas à Medicina Veterinária e Zootecnia são analisadas e discutidas conosco, oportunidade em que analisamos os prós e contras que auxiliam na tomada de decisões”, afirma Arruda.

Em 2016

A Cebea/CFMV irá continuar, em 2016, a desenvolver ações com os profissionais e a sociedade sobre questões relacionadas aos maus-tratos, abuso e crueldade com animais. Além disso, pretende atuar em conjunto com as demais comissões do CFMV em temas afins.

Deve ainda dar continuidade às discussões e planejamento do IV Congresso Brasileiro de Bioética e Bem-estar Animal, marcado para o primeiro semestre de 2017, e do Fórum das Comissões Nacional e Regionais de Ética, Bioética e Bem-estar Animal do Sistema CFMV/CRMVs, previsto para julho deste ano.

A Cebea é composta pelas médicas veterinárias Carla Forte Molento, Ingrid Bueno Atayde, Ceres Berger Faraco e Paloma Lucin Bosso.

Assessoria de Comunicação do CFMV


Fonte:
http://portal.cfmv.gov.br/portal/noticia/index/id/4506