sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Agricultura Digital - Equipamentos permitem a geração de dados sobre cada operação realizada na fazenda

Tecnologia embarcada em máquinas e equipamentos agregam valor aos produtos e otimizam o trabalho no campo (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo) 

O uso de tecnologias de agricultura de precisão como GPS, monitores de colheita equipamentos para aplicação variada de sementes, água e fertilizantes é algo cada vez mais comum no País. Além de sua utilidade direta em permitir a automação e o controle mais preciso das operações no campo, esse tipo de tecnologia tem um outro efeito, talvez ainda mais importante: a geração de dados precisos sobre cada operação realizada desde o plantio até a colheita, em cada ponto de uma propriedade rural.

Esses portais permitem o acompanhamento remoto das operações no campo, geralmente com a visualização dos valores medidos e da localização de equipamentos na forma de mapas. Outras fontes de informação como imagens e medições feitas por câmeras e sensores em satélites, no solo, ou em veículos aéreos não tripulados (VANTs), além de dados meteorológicos locais, começam também a ser utilizadas e visualizadas nesse tipo de portal.Com a maior disponibilidade de acesso à Internet em áreas rurais do Brasil, esses dados começam a ser transmitidos automaticamente dos equipamentos até a “nuvem”, ou seja, computadores acessíveis pelos agricultores remotamente por meio de websites conhecidos como portais de telemetria. 

A coleta e a integração de todos esses dados aliadas a técnicas avançadas de análise de dados e modelagem computacional, torna possível a criação de modelos cada vez mais detalhados e capazes de simular com exatidão o que acontece no campo.

Essas simulações, sendo executadas na “nuvem”, podem ser utilizadas para gerar automaticamente diversos tipos de recomendações que vão desde a seleção das sementes, criação de mapas de aplicação e irrigação a taxas variadas até a determinação do momento mais adequado para a colheita.

A promessa é que essa “agricultura digital” aumente a produtividade agrícola e ao mesmo tempo diminua o uso de água e de fertilizantes, evitando desperdícios.


Experiência de sucesso 

Um exemplo de sucesso da agricultura digital foi uma parceria da IBM Research com a vinícola E & J Gallo, na Califórnia (EUA), a maior exportadora de vinhos californianos.

Os produtores notaram que a irrigação e a fertilização uniformes não produziam uvas de boa qualidade por causa das características variadas do solo. Por meio do uso de sensores de umidade, temperatura e radiação, além de imagens de satélite, foi desenvolvido um sistema para fazer recomendações em tempo real para cada planta, diretamente controlando as linhas de irrigação e fertilização por gotejamento.

O resultado do uso desse sistema integrado foi um aumento de 23% na produção de uvas com uma redução de 20% no uso de água, sem comprometimento da qualidade das uvas.

Estima-se que a agricultura digital possa trazer benefícios similares para diversas outras culturas. A Federação dos Agricultores Norte-Americanos (em inglês, American Farmers Bureau Federation) prevê um aumento médio de 13% na produtividade e redução de 15% dos custos.

Gigantes do ramo como Monsanto, John Deere & Co., Dupont e BASF já perceberam o potencial da agricultura digital e estão investindo pesadamente nesse tipo de solução como forma de agregar valor aos seus produtos e serviços.

Fabricantes de equipamentos agrícolas têm uma certa vantagem por terem acesso direto aos dados gerados por seus equipamentos. Por outro lado, os produtores de sementes e fertilizantes tem um grande incentivo de fazer com que seus produtos tragam bons resultados ao agricultor, através de recomendações mais adequadas às necessidades dele e, por isso, muitas vezes oferecem recomendações em troca de dados. Dessa forma, eles passam a ter acesso a dados de inúmeras fazendas, o que dá ainda mais subsídio aos seus sistemas de recomendação.

Percebendo o valor dos dados e preocupadas com a sua privacidade, as cooperativas e associações de agricultores nos EUA, como a Iowa Farm Bureau e a Flint River Partnership, estão começando a discutir o assunto, tentando influenciar as regulamentações sobre uso dos dados agrícolas por terceiros, além de desenvolver suas próprias soluções de agricultura digital.

Nesse cenário também surgem empresas especializadas somente em agricultura digital que oferecem serviços aos agricultores, desde a coleta de dados usando VANTs até previsões meteorológicas mais precisas e adequadas às suas necessidades.

A agricultura digital é uma nova maneira de olhar para o negócio no campo em fazendas de todos os tamanhos, desde as das grandes empresas até a do pequeno produtor. A revisão da automatização de processos por meio de tecnologias cada vez mais acessíveis a todos, melhora a produtividade e reduz desperdícios agregando mais valor ao produto final.

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TEM Notícias mostra métodos alternativos de tratamentos para animais

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Tecnologia no Campo - Inseminação artificial pode ser avaliada pelo celular

Com aplicativo destinado aos criadores de gado, tecnologia permite avaliação dos processos de inseminação artificial
tecnologia_tablet_gado_inseminaçao (Foto: Divulgação/ABSPec Plan)

Em setembro, foi lançado um novo aplicativo no segmento de inseminação artificial de bovinos. O SYNC, criado pela empresa ABS Pecplan, possibilita a gestão e avaliação da técnica de inseminação artificial em tempo fixo. A ferramenta foi construída a partir de um banco de dadoscom mais de 600 mil dados sobre reprodução animal coletados pelos técnicos da ABS Pecplan durante alguns anos.
Os protocolos que integram o app incluem dados sobre a identificação dos animais, sua idade o escore corporal das matrizes e o nome dos inseminadores.Os profissionais responsáveis pela criação da ferramenta também analisaram diversas variáveis do processo de fertilização e incluíram no app 17 categorias de informações imprescindíveis para a correta análise do processo de inseminação.
Traz também categorias de fêmeas, com informações sobre a quantidade de partos de cada uma  e outras características. “Foi realizado uma extensa análise de todos os indicadores importantes para a tomada de decisões no gerenciamento da inseminação, algo fundamental para os produtores”, diz o zootecnista Cristiano Ribeiro, gerente do departamento técnico da ABS Pecplan.
No dia a dia, o profissional responsável pela inseminação leva um tablet para o curral, preenche as informações solicitadas pela ferramenta e quando estiver em um local com acesso à internetsincroniza os dados com o software instalado.
Em pouco tempo, a ferramenta é capaz de gerar diversos relatórios. “São monitorados diversos parâmetros, como o desempenho de cada animal e de cada inseminador, além do nível nutricional das fêmeas e a performance dos touros”, explica Ribeiro.
Os relatórios também apontam formas de aperfeiçoar o índice de fertilidade dos animais, melhorando aspectos como a nutrição das vacas, o equilíbrio entre os implantes de hormônios, o tipo de sêmen ou o desempenho dos próprios profissionais encarregados da inseminação.
A partir da análise desses indicadores, o veterinário pode tomar decisões mais rapidamente, e de forma mais precisa, sobre correções em qualquer um dos fatores que estejam prejudicando a qualidade da fertilização. “A consequência natural é o aumento da produtividade dos animais e uma melhoria dos resultados genéticos”, diz Ribeiro.

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Tecnologia no Campo - Embrapa cria tecnologia que mede condição corporal do rebanho

Ferramenta favorece pequenos produtores de leite, que geralmente possuem menos recursos para investir em procedimentos como avaliação por imagem


O criador da ferramenta, Luiz Pfeifer, diz que “os pecuaristas podem acompanhar de perto as mudanças no escore corporal dos animais" (Foto: Rafel Rocha)

Pequenos produtores de leite, que dificilmente têm acesso a tecnologias de ponta para o monitoramento das condições corporais do rebanho, agora têm a oportunidade de utilizar um novo instrumento criado com a finalidade de medir de forma fácil e segura o ganho ou perda diária de peso dos animais. Desenvolvido pela Embrapa de Rondônia, a ferramenta, chamada de Vetscore, foi inspirada no goniômetro, instrumento circular com 180 ou 360 graus empregado para medir ângulos.

O dispositivo criado pela Embrapa é composto de duas réguas articuladas que formam angulações de até 180 graus, ideais para medir o escore corporal do gado. 

“A tecnologia favorece principalmente os pequenos produtores de leite, que geralmente possuem menos recursos para investir em procedimentos como avaliação por imagem para mensurar a condição corporal do rebanho”, diz o pesquisador Luiz Pfeifer, da Embrapa de Rondônia, criador da ferramenta. “Com o Vetscore, de valor bastante acessível, os pecuaristas podem acompanhar de perto as mudanças no escore corporal dos animais”. No setor leiteiro, as fêmeascorrem maior risco de sofrer alterações de peso importantes em função de acontecimentos como o parto e pós-parto.

O manuseio do instrumento é simples. Basta que seja posicionado corretamente na garupa do animal, seguindo as indicações de uso da ferramenta, e ser lentamente fechado. Se a condição corporal estiver em um nível adequado, o visor do Vetscore ficará na cor verde. Caso esteja abaixo do esperado, a luz vermelha ascende. E, se o animal estiver acima do peso, o visor mostra a cor amarela. “A partir dos resultados obtidos, o produtor pode tomar as medidas necessárias para corrigir rapidamente as eventuais deficiências nutricionais do rebanho e obter maiores ganhos de produtividade”, diz Pfeifer.

Uma das principais vantagens da utilização de ferramentas de medição do escore corporal do rebanho é um aumento da eficiência reprodutiva das fêmeas. A análise das informações coletadas na mensuração corporal em conjunto com dados de manejo do rebanho permite que o produtor modifique a alimentação dos animais para que eles atinjam seu máximo potencial reprodutivo.

Há ainda outra vantagem. Quando são adotadas medidas nutricionais adequadas, em geral há um aumento na produção de leite do rebanho, já que as fêmeas podem ter partos em intervalos de tempo menores. Segundo a Embrapa, a média de partos por ano tende a aumentar mais de 20% com o uso de ferramentas como o Vetscore. “Isso significa um rendimento econômico maior para o produtor e, consequentemente, para toda a cadeia produtiva do segmento”, diz Pfeifer.


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Dia Mundial da Alimentação é uma chamada à mobilização permanente



Imagine toda a América Latina mergulhada na fome. Imagine toda a população de São Paulo, do Rio, de Salvador, de Porto Alegre ou da cidade o­nde você vive à procura de uma refeição. Parece surreal, mas essa realidade é vivida diariamente por aproximadamente 800 milhões de pessoas em todo mundo, número muito maior que toda a população da América Latina. São homens, mulheres e crianças vivendo em situação de insegurança alimentar, sem acesso à alimentação adequada e permanente.

Refletir sobre esta situação e fazer parte de uma mobilização contínua é o objetivo do Dia Mundial da Alimentação, celebrado neste 16 de outubro. “Precisamos fugir do lugar-comum que congrega povos apenas sazonalmente. Esta é uma luta que não pode ter trégua”, avalia a presidente da ASBRAN, Marcia Fidelix.

Nos últimos anos tem crescido o clamor de organizações para que os países se unam de fato no combate à fome. Um pouco se avançou, mas ainda há muito que fazer. Este ano mais de 180 países organizaram atividades e se mobilizam a fim de reduzir a fome. Relatório sobre segurança alimentar apresentado dia 13 de outubro pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) aponta que o número de desnutridos na América Latina deve reduzir em 600 mil pessoas, se comparado com 2009.

A FAO prevê que o número de desnutridos na região ficará em 52,5 milhões em 2010, uma reversão da tendência de aumento registrada desde 2006. Se por um lado a redução da fome em 2010 é importante por outro, avalia o representante regional da FAO, José Grassiano, a América Latina e o Caribe configuram a única região no mundo o­nde as estatísticas permanecem inalteradas em comparação com o pico registrado em 2009, quando atingiu 53,1 milhões.

O motivo, segundo mostra o relatório, deve-se ao aumento dos preços dos alimentos internacionais a partir de 2006 e a crise financeira e econômica em 2009.

Os países que conseguiram distribuir melhor as situações de pobreza extrema e fome foram aqueles que contavam com instituições mais bem preparadas para programar políticas anticíclicas, como Colômbia, Brasil e Peru e em menor grau Argentina e Chile.

MEMÓRIA

O Dia Mundial da Alimentação é comemorado há 27 anos e lembra a criação da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). A data vem despertar a sociedade sobre a importância de investir em segurança alimentar para garantir alimentação na mesa de todos os cidadãos.

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