sexta-feira, 18 de março de 2016

Páscoa: O Perigo do Chocolate aos Pets - Substância presente nos chocolates causam diversos problemas e podem até matar os animais

Substância presente nos chocolates causam diversos problemas e podem até matar os animais

Páscoa é sinônimo de muito chocolate e também muitos olhares pidões dos animais de estimação ansiosos por um pedacinho do ovo, da barra ou bombom de chocolate. É em por um lapso de fraqueza dos proprietários que os pets adoecem, pois poucos sabem dos perigosos escondidos quando eles comem um chocolate.

"O doce em questão contém uma substância chamada teobromina, que estimula o sistema nervoso e fluxo sanguíneo nos animais, podendo prejudicar os pulmões, rins e até causar parada cardíaca ou convulsão\", alerta Andressa Felisbino, veterinária da DrogaVET. É importante salientar que os pets não conhecem o sabor do chocolate, por isso os donos não devem, em hipótese alguma, oferece-lo ao animal. Assim como um diabético não pode ingerir doces, cães e gatos também não podem comer chocolate.

O grande problema é que o sabor adocicado é, em geral, agradável ao paladar dos pets. Ou seja, se o dono ceder e o animal ingerir o alimento, muito provavelmente ele irá gostar e sempre pedirá mais, ou seja, é quando o perigo se instala e o proprietário do pet perde a noção da quantidade concedida ao bichinho.

Nos cachorros a reação pode variar entre aumento da temperatura corporal e dos batimentos cardíacos até diarreia e vômito. "A teobromina não é digerida no organismo do animal e acaba ativando o sistema nervoso central por mais tempo, provocando diversos efeitos colaterais. O risco pertinente é que os sintomas demoram entre 6h e 12h para se manifestarem, aumentando o risco à saúde d o pet", ressalta a veterinária.

Já nos gatos, os problemas podem ser mais graves e levar até à morte. "Os gatos, não serem muito fãs de alimentos adocicados, tendem a preferir pelo chocolate meio amargo e, esses, são justamente os que possuem maior concentração de teobromina", afirma Andressa.

Para os donos que querem fazer um agrado para seus pets, já existem diversas opções de chocolates específicos para consumo animal. Portanto, nesta Páscoa - e em todos os outros dias do ano - os proprietários devem ficar atentos aos petiscos e ao que cães e gatos ingerem e serem fortes contra os olhares pidões.


Fonte:
Segs.com.br-Portal Nacional|Clipp Noticias para Seguros|Saude

Entidades pretendem melhorar qualidade de dados sobre biodiversidade

A quantidade de dados sobre a biodiversidade – como a ocorrência de espécies de animais e plantas em uma determinada região do planeta – vem aumentando exponencialmente nos últimos anos em razão da disponibilização cada vez maior na internet das coleções de museus e de observações em campo, por exemplo.

Grande parte desses dados, no entanto, não pode ser usada porque apresenta problemas de qualidade: as espécies não foram coletadas ou transcritas de forma correta ou faltam informações como as coordenadas geográficas do local onde foram feitas as observações.

A fim de melhorar a qualidade desses dados sobre biodiversidade para que possam ser utilizados em estudos sobre taxonomia (classificação), conservação e respostas às mudanças climáticas, entre outros, entidades científicas internacionais, como o Biodiversity Information Standards (TDWG), estão tentando estabelecer um conjunto de normas e diretrizes para o registro e a troca de dados sobre organismos em todo o mundo por meio de plataformas como o Sistema Global de Informação sobre a Biodiversidade (GBIF, na sigla em inglês).

“A preocupação com a qualidade de dados tem aumentado porque agora temos uma quantidade muito maior de informações, muitas das quais potencialmente com problemas”, disse Antonio Mauro Saraiva, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) e coordenador do Research Center on Biodiversity and Computing (BioComp), à Agência FAPESP.

“Por termos cada vez mais dados, também há mais pesquisadores buscando respostas para perguntas que podem estar erradas, uma vez que parte dos dados usados está inadequada”, avaliou o pesquisador que coordena um grupo de trabalho integrado por membros do TDWG e do GBIF voltado a melhorar a qualidade de dados sobre biodiversidade no mundo para que possam ser usados para diferentes propósitos.

O pesquisador foi um dos organizadores do evento “Biodiversity Data Quality Symposium: developing a commom framework to improve fitness for use of biodiversity data”, realizado no dia 8 de março, na FAPESP.

Durante o evento, representantes do TDWG e do GBIF apresentaram os mais recentes avanços obtidos pelo grupo de trabalho.

Um dos avanços foi estabelecer um conceito de qualidade de dados – uma vez que não há uma definição padronizada – adequado ao seus diferentes usos.

“O conceito de qualidade de dados varia de acordo com o usuário e com a finalidade do uso”, disse Arthur Chapman, coordenador do Australian Biodiversity Information Services.

“Se um dado é bom ou não, depende da finalidade para a qual será usado”, disse o pesquisador que coordena o grupo de trabalho conjunto sobre qualidade de dados do TDWG e do GBIF juntamente com Saraiva.

Para uso em pesquisas sobre modelagem da distribuição de uma determinada espécie de planta ou animal, por exemplo, alguns dos requisitos de qualidade dos dados são o registro do nome científico e das indicações da latitude e da longitude do local onde a espécie foi coletada, entre outros, exemplificou o pesquisador.

Com base nessas constatações – de que o conceito de qualidade de dado sobre biodiversidade varia de acordo com o usuário e a finalidade de uso –, o grupo de trabalho chegou à conclusão de que é possível aferir o padrão de qualidade e buscar melhorá-lo de acordo com a aplicação específica.

A fim de avaliar essa hipótese eles realizaram, em 2015, dois estudos de caso de qualidade de dado adequados ao uso, sendo um sobre modelagem de distribuição de espécies e outro sobre biodiversidade agrícola.

Os dois estudos de caso resultaram em relatórios disponibilizados on-line com um conjunto de recomendações e indicações de prioridades para melhorar a qualidade e o acesso aos dados nessas duas áreas.

Para este ano está prevista a realização de um terceiro estudo de caso sobre espécies exóticas invasoras.

“A aplicação do conceito de qualidade de dados de biodiversidade baseado no perfil de uso permite economizar tempo e diminuir a possibilidade de usar dados ruins”, disse Dmitry Schigel, pesquisador do programa de análise e uso de conteúdo do GBIF durante o evento.

De acordo com o pesquisador, o Brasil, que ainda não é membro pleno do GBIF, é um dos países com maior número de publicações na plataforma que permite o acesso livre a mais de 648 milhões de registros de onde foram colhidos ou observados mais de 1,6 milhão de espécies no mundo.

Há mais de 7,5 milhões de registros realizados por pesquisadores brasileiros no banco de dados global sobre biodiversidade, contou Schigel. “Os pesquisadores do Brasil também são grandes usuários do GBIF. Eles já fizeram mais de 6,7 mil downloads de dados disponíveis no GBIF e já publicaram 76 artigos na plataforma desde que foi criada, em 2008”, afirmou. 


Fonte:
 

Biodiesel e saúde humana - Uma proposta que une sustentabilidade e saúde pública

As mudanças do clima batem à nossa porta já há alguns anos. Os períodos de estiagem por que passam as regiões Nordeste e Sudeste do Brasil, a emergência de doenças transmitidas por insetos vetores e as ilhas urbanas de calor compõem um retrato do que se afigura no futuro próximo. Dada a gravidade da situação, vários países, notadamente do G7, propuseram a não utilização de combustíveis fósseis até o final deste século.

As fronteiras tecnológicas para atingir esta meta não são triviais. Felizmente, nosso país possui condições para enfrentar o desafio imposto pela deterioração do clima da Terra. Nesse contexto, os biocombustíveis são a alternativa mais rápida e eficiente para enfrentar a gravidade da questão ambiental. Eles emitem quase nenhum gás de efeito estufa e, ao mesmo tempo, exibem menor emissão de poluentes tóxicos de efeito local, nas cidades.

Alguns esclarecimentos são necessários aqui. Os gases responsáveis pelo aquecimento global exibem uma vida média de décadas, ou seja, medidas de redução da sua emissão terão efeito após muito tempo. Por outro lado, os mesmos processos de combustão de onde resultam gases que promovem aquecimento global emitem, simultaneamente, poluentes com tempo de residência na atmosfera bastante reduzido, porém capazes de promover danos à saúde humana, notadamente o material particulado fino.

Em outras palavras, fontes de combustão provocam aquecimento global pela emissão de CO² e metano (de longo prazo), bem como partículas finas com efeito nocivo à saúde. Neste cenário entram como solução os biocombustíveis, notadamente o biodiesel.

Nas cidades brasileiras, os veículos movidos a diesel são responsáveis por mais da metade da poluição por essas partículas finas, o poluente mais consistentemente associado com mortalidade precoce por doenças cardiovasculares, respiratórias e câncer do pulmão. Quanto maior a mistura de biodiesel, menor será a emissão de gases de efeito estufa (de efeito global) como também de partículas finas tóxicas, com efeito local.

Resumindo, sustentabilidade e saúde caminham juntas num caminho virtuoso. Vejamos um exemplo simples. O aumento ocorrido de 5% para 7% de biodiesel no litro do diesel será, em condições muito conservadoras, capaz de evitar cerca de 2.100 mortes prematuras, apenas nas regiões metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro nos próximos 10 anos. Em outras palavras, 2% de acréscimo de biodiesel será equivalente, em termos de saúde pública, a algo semelhante a evitar a mortalidade por dengue nestas duas regiões.

Fica claro, portanto, que medidas muito simples de mudanças de políticas energéticas implicam em significativas melhoras na saúde humana. Por outro lado, caso a proporção de biodiesel na mistura do diesel seja elevada para 20%, nos próximos dez anos seriam evitadas cerca de 13.000 mortes prematuras somente em São Paulo e Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, seriam economizados mais de R$ 2 bilhões em custos de internações hospitalares e mortalidade prematura. Quando se leva em conta as demais regiões metropolitanas do país, os números são ainda maiores, embora menos precisos devido à precariedade de dados.

Concluindo:

a) Biocombustíveis reduzem a emissão de gases de efeito estufa e, ao mesmo tempo, emitem menos poluentes tóxicos de efeito local;

b) Os motores diesel emitem mais da metade das partículas finas, o poluente mais consistentemente associado à mortalidade precoce por doenças respiratórias, cardiovasculares e câncer;

c) No presente cenário, o aumento da proporção de biodiesel ao diesel atende, simultaneamente, a questões de aquecimento global e promove significativos benefícios à saúde humana;

d) Além destes benefícios à saúde humana, são significativos os ganhos econômicos decorrentes do aumento da proporção do biodiesel ao diesel.

Paulo Hilário Nascimento Saldiva.

Faculdade de Medicina /USP

Avaliação dos impactos na saúde e sua valoração devido à implementação progressiva do componente biodiesel na mistura da matriz energética (diesel) de transporte ‐ JUNHO 2015

Clique aqui e veja a publicação da Folha de SP


Fonte: APROBIO

Visualizador de dados Geoespaciais e Metadados da IDE-SP já está disponÍvel

www.idesp.sp.gov.br.

O portal institucional do Programa de Infraestrutura de Dados Espaciais para o Estado de São Paulo (IDE-SP) acaba de disponibilizar o visualizador de dados geoespaciais e respectivos metadados. Além da consulta e do compartilhamento de conteúdos produzidos por entidades públicas de âmbito estadual, a ferramenta permite que o usuário componha seus próprios mapas, com dados geoespaciais disponibilizados em camadas.

Com o novo visualizador, o interessado poderá, por exemplo, pesquisar informações de mais de uma instituição pública - como informações socioeconômicas, ambientais e de uso do solo - e utilizá-las em um mesmo ambiente virtual. A ferramenta facilita o acesso ao cidadão aos dados públicos georreferenciados, assegurando transparência na exibição e divulgação dos dados.
Essas novas funcionalidades foram desenvolvidas pela Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (Emplasa). A empresa ficou responsável pela implantação, coordenação, administração e execução das ações referentes ao IDE-SP e também ao Sistema Cartográfico do Estado de São Paulo (SCE-SP) a partir do decreto nº 61.486, publicado no Diário Oficial do Estado em 12 de setembro de 2015.

O conceito de Infraestrutura de Dados Espaciais (IDE) segue padrões internacionais e já foi adotado por vários países, inclusive o Brasil. No caso brasileiro, as diretrizes são estabelecidas pela Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE). A IDE-SP pode ser consultada pelo endereço eletrônico www.idesp.sp.gov.br.

Amizade com gata 'abre mundo' para menina autista


 
O prognóstico que a britânica Arabella Carter-Johnson recebeu dos médicos de sua filha não era otimista.

Iris Grace, hoje com seis anos, foi diagnosticada com um grau elevado de autismo.

"Eles disseram que ela talvez nunca falasse nem conseguisse se relacionar", conta Arabella.

Isso porque a garotinha havia passado muito tempo, pelo menos metade de sua vida, fechada em seu próprio mundo


Mas tudo mudou com a chegada de Thula, uma gata da raça Maine Coon, conhecida por ser grande e calma.

"Ela passou a se comunicar conosco para dizer o que queria. E isso começou com a Thula: Iris Grace dizia 'mais, gata', 'senta, gata'; dava instruções a ela", afirma a mãe.

Arabella relata que, desde então, passou a ver o autismo de uma outra forma.

"Pode ser desafiador, bastante desafiador às vezes. Mas sinto que, se você estimular a criança, trabalhar com as coisas que interessam a ela, verá um progresso, verá mudanças."
 


Imagens: Cortesia Arabella Carter-Johnson 

Fonte:
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/03/160314_gata_autismo_ab BRASIL

Brasil é o terceiro maior celeiro de répteis, atrás da Austrália e do México

Na primeira vez em que a Sociedade Brasileira de Herpetologia publicou uma lista das espécies de répteis do Brasil, em 2005, o país era o lar de 633 espécies. Em 2015, na listagem mais recente, essa diversidade pulou para 773 espécies de répteis – um salto de 22%. O Brasil é o terceiro maior celeiro de diversidade de répteis, atrás da Austrália e do México. Essa riqueza biológica insubstituível está repartida entre 36 espécies de tartarugas, cágados e jabutis (Testudines), 6 espécies de jacarés (Crocodylia) e 731 espécies de Squamata (73 anfisbênias, 392 serpentes e 266 lagartos).

Mas novas descrições não param de surgir. E não só de espécies, como também de gêneros. É o caso de duas novas espécies de lagartos, pertencentes a um novo gênero, Rondonops, uma homenagem ao marechal Cândido Rondon, explorador da Amazônia no início do século 20. A pesquisa foi realizada pelos herpetólogos Miguel Trefaut Rodrigues, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, e Guarino Colli, da Universidade de Brasília, entre outros.

O trabalho, publicado no periódico Zootaxa, em agosto de 2015, apresenta as espécies Rondonops biscutatus, de Rondônia e Mato Grosso, e R. xanthomystax, do Amazonas. O estudo conta com o apoio da FAPESP, no âmbito do projeto temático “Comparative phylogeography, phylogeny, paleoclimate modeling, and taxonomy of neotropical reptiles and amphibians”, no âmbito do programa BIOTA-FAPESP.

O lagarto do gênero Rondonops é um animal pequeno. Seu comprimento, da ponta do focinho até a base da cauda, é de 6,5 cm, sendo que a cauda pode ser até três vezes maior que o seu corpo.

“É um bicho fossorial, que vive fuçando. Tem uma cauda longa e uns bracinhos pequenos, que ficam colados ao corpo. Ele se locomove como se fosse uma cobra, quase que nadando entre as folhas caídas, num movimento serpentiforme”, explica Guarino Colli, referindo-se ao R. biscutatus. “Eles vivem no meio da mata seca ou alagada. Quando vem a chuva, o bicho sobe num tronco ou num cupinzeiro. Entra nos buracos da madeira podre, onde pode comer cupins, aranhas, tudo o que conseguir pegar.”

Segundo Miguel Trefaut Rodrigues, “as principais características do gênero Rondonops são a forma e a contagem de escamas e sua coloração muito específica.” Para quem não sabe, o tamanho das escamas, seu ordenamento e quantidade têm importância fundamental para sinalizar a existência de uma espécie de lagarto. As escamas não cobrem simplesmente o corpo do bicho. Elas recobrem o bicho de acordo com um padrão específico e particular, que muda de um gênero para outro, e de uma família para a outra. “As escamas têm nomes específicos, quase como se fossem ossos. Cada uma tem um nome”, diz Colli.

No caso de Rondonops, o gênero tem duas fileiras longitudinais de escamas que começam na nuca e, da quinta fileira para baixo, se dividem em diversas outras fileiras. Já a barriga apresenta apenas duas fileiras de escamas, característica que Rondonops compartilha com o gênero Iphisa. A singularidade do novo gênero também foi comprovada por meio do exame de DNA.

Os exemplares de R. biscutatus foram coletados em dois locais de Rondônia, perto de Pimenta Bueno e de Guajará-Mirim, e também no Mato Grosso, no Parque Estadual do Cristalino e na Serra do Cachimbo. E já correm risco de extinção. Na região de Pimenta Bueno, por exemplo, a floresta está muito fragmentada. Fica no chamado “arco de desflorestamento” do sul da Amazônia, onde a mata está sendo rapidamente substituída pelo gado e pela soja.

“Áreas onde estivemos em 2000 não existem mais. Viraram lavoura de soja”, diz Colli. “Coleta-se em Rondônia desde o século 19, mas nunca se acharam estes bichos antes. Não constavam de coleção nenhuma. Devem existir muitas outras espécies desconhecidas naquela região, e que estão virando fumaça.”

E quanto à outra espécie do gênero Rondonops? “Miguel havia coletado um material parecido àquele que eu estava descrevendo. Daí resolvemos escrever juntos e definir o novo gênero”, diz Colli. A nova espécie achada por Rodrigues foi R. xanthomystax, coletada no sudeste do Amazonas, no rio Abacaxis. A cidade mais próxima é Nova Olinda do Norte, no rio Madeira.

“A espécie de Rondonops do Amazonas possui dedos bem mais longos que os dedos da espécie de Rondônia”, explica Rodrigues. “Isso sugere que ele tenha hábitos mais arbóreos que seu congênere de Rondônia, que tem dedos mais curtos e é terrícola. Um dos bichos que nós pegamos, aliás, estava a uns 3 metros de altura, numa árvore, sinal de que ele pode escalar.”

De acordo com Rodrigues, a região onde esta espécie foi achada se encontra muito melhor preservada do que o devastado Estado de Rondônia. “Ainda existem muitas comunidades indígenas no leste do Amazonas. Mas a região já começa a ser explorada.”

Miguel Trefaut Rodrigues tem dado grande contribuição para a expansão do conhecimento da nossa diversidade de répteis. Com 40 anos de carreira científica, ele participou da descrição de 71 das 773 espécies de répteis brasileiros (sem falar em 12 espécies de anfíbios). Especificamente do lagartos, ele participou da descrição de 58 das 266 espécies conhecidas.

Em 2010, foi publicada no Zootaxa uma lista dos 40 zoólogos que mais descreveram espécies de répteis desde Lineu, o pai da taxonomia, no século 18. A lista é formada principalmente por naturalistas do século 19. Do século 20 só constam 11 nomes, entre eles, o de Rodrigues.

Aos 62 anos, ele continua em plena atividade e faz um alerta para o estado de preservação dos répteis brasileiros. Em relação aos lagartos, o herpetólogo classifica a situação como sendo bastante crítica. Já no caso das cobras a coisa é muito pior. “No Brasil ainda vale o ditado que diz que cobra boa é cobra morta. Basta o mateiro ver uma cobra que já trata de pegar um pau para matá-la. É preciso um trabalho de conscientização muito grande para alterar esse padrão de comportamento.”

“Estamos ainda numa fase muito precária do conhecimento da nossa fauna. Um sinal disso é que, mesmo agora no século 21, ainda é possível descrever novos gêneros. Mas está indo tudo embora. A Mata Atlântica, onde a derrubada é proibida, vai sendo sub-repticiamente detonada. O Cerrado e a Caatinga estão sendo destruídos numa velocidade impressionante”, diz Rodrigues. “E desde 2003, o governo federal não cria nenhum novo parque nacional, nenhuma nova reserva biológica.”

O artigo Description and phylogenetic relationships of a new genus and two new species of lizards from Brazilian Amazonia, with nomenclatural comments on the taxonomy of Gymnophthalmidae (Reptilia: Squamata), de Guarino R. Colli e outros, publicado em Zootaxa, pode ser lido no endereço http://biotaxa.org/Zootaxa/article/view/zootaxa.4000.4.1.


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