sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Meu cão tem muito medo de trovões: Como amenizar esse problema


Em dias de chuva alguns cães podem se comportar de forma um tanto estranha. Babam, tremem, ficam ofegantes e quase sempre tentam se esconder em espaços em que não cabem.
Essa reação a princípio esquisita pode ser porque seu cão tem medo dos grandes barulhos causados nesses dias.
Esse medo também ocorre com o barulho de fogos de artifícios comuns em dias de fogos de futebol e comemorações.

Por que isso acontece?
Diferente do que muitos imaginam, um comportamento aflito diante de fogos ou trovões não se deve a uma possível dor de ouvido. Apesar da ótima audição, os cães se assustam associam o barulho à aproximação de perigo.
Estrondos passam a ideia de que algo grande e poderoso se aproxima, por isso, mesmo dentro de casa, muitos cães se sentem ameaçados.

Pets traumatizados
Em situações onde o susto é muito grande, o cão pode acabar desenvolvendo um trauma. Nesses casos, mesmo ruídos mais brandos podem deixar o cão em pânico, porque estão associados com o susto inicial. Há casos em que a umidade do ar, o vento e a mudança da luminosidade são associados com o perigo de barulhos altos. Ou seja, antes mesmo de a tempestade começar, o cão já pode estar sofrendo.

Como ajudar seu cãozinho
Esse realmente é um problema difícil de resolver. Mas algumas podem amenizar e até mesmo curar o medo que seu animal de estimação tem de certos barulhos.
1- Um local seguro e agradável - Se o seu cão procura um lugar para se abrigar quando está com medo, permita que ele fique lá. Além disso, se possível, crie um espaço para ele ficar nesses dias, com janelas e portas vedadas para abafar o som externo.
Se esse lugar for seu quarto, ótimo! Um ambiente associado a uma pessoa que ele adora, pode ajudar seu amigo a se sentir mais seguro. Habitue-o a ouvir sons altos da TV, rádio ou música mesmo. Esses sons podem ser usados para “mascarar” os barulhos de fogos e trovões. Brincar e divertir o seu cão nesse ambiente, também em dias sem barulhos, pode ajudá-lo a associar o local com sensações agradáveis.
2- Não demonstre medo – Abaixar e tentar protegê-lo nos momentos de aflição, ao contrário do que muitos imaginam, não é uma boa solução. Sua postura corporal significa muito para os cães e quando você agacha pode transmitir a ele que também está com medo do perigo que se aproxima. Diante de um estrondo, mantenha-se em pé e caminhe firme, falando naturalmente com o seu cão.
3 – Ajude-o a se acostumar aos poucos – Para que seu pet aprenda a lidar com barulhos que o assustam é preciso que ele faça associações positivas com esses momentos. Quando ouvirem um barulho parecido com o que o assusta, comemore com ele: dê petiscos, elogie-o, faça carinho ou brinque com ele. Você pode simular ocasiões parecidas com as de tensão, gravando sons que o desagradam e reproduzindo esses sons em momentos agradáveis, aumentando o volume de forma gradativa para não assustá-lo, respeitando seus limites.
Aos poucos ele pode a associar o barulho, que antes representava perigo, a situações muito prazerosas.

Converse com seu veterinário!
Em alguns casos o uso de medicamentos pode ser indicado paralelamente ao treinamento. Consulte seu veterinário para que ele receite um remédio para ajudar a tranquilizar o seu cão em dias barulhentos, evitando novos traumas.

Fonte:

Texto: Tarsis Ramão (Adestradora Cão Cidadão)
Revisão e Edição: Alex Candido

VERÃO, E O CÂNCER DE PELE: Carcinoma Solar em Gatos brancos

Problemas de pele causados pela excessiva exposição ao sol não afetam somente os seres humanos. Assim como nós, os animais precisam de alguns cuidados extras no verão. Cães e gatos também podem apresentar câncer de pele. Geralmente, as lesões ocorrem nas áreas sem pelo, como na barriga, na ponta das orelhas, no nariz e ao redor dos olhos, principalmente em pele despigmentada (rosadas).
Assim, essa ocorrência é maior em animais brancos e claros – mesmo os que não são albinos – além de cães e gatos com nariz, lábio, coxins (almofadinhas dos dedos) e barriga rosada. Esses animais não devem tomar banhos de sol, mas se a exposição for inevitável é preciso usar bloqueadores solares nas regiões de risco.
Para isso, já existem no mercado protetores solares especialmente feitos para os bichos de estimação, que são amargos para evitar que o animal remova o produto com a língua. Agora no verão os cuidados com o sol se intensificam. Além do câncer de pele o calor pode levar os animais a hipertermia e morte. Assim devemos evitar sempre os horários mais quentes do dia pelo calor excessivo e pala maior exposição aos raios solares.


Carcinoma Solar em Gatos brancos:




Gatos brancos ou de cor clara são mais suscetíveis ao carcinoma de células escamosas (carcinoma solar) em áreas com pouco pelo ou que estão cronicamente expostos à luz solar. A área afetada mais comum em gatos é a ponta da orelha. Esta doença ocorre em gatos mais velhos e pode tornar-se evidente na primavera e verão, quando a exposição solar é maior.

Os sintomas mais comun são:

- Vermelhidão da ponta da orelha (probabilidade de ser primeiro sintoma)
- Queda de pelo leve e descamação da pele na ponta da orelha
- Lesão que não cicatriza.
Se voce observar esses sinais clínicos recomendamos uma pequena biópsia de pele para diferenciar dermatite actínica pré-cancerosa do carcinoma de células escamosas.
O tratamento precoce eficaz de lesões pré-cancerosas podem prevenir o aparecimento do carcinoma de células escamosas.

Cuidados com o seu gato ou cão de pele rosada:

- Restrição a exposição solar especialmente no verão.
- Uso de protetor solar resistente à água e com fator de proteção solar (FPS) 15 ou mais aplicadas nas pontas da orelha duas vezes por dia
A remoção cirúrgica do carcinoma de células escamosas da ponta da orelha é mais eficaz quando realizada logo após o diagnóstico. A remoção precoce aumenta a chance de retirar todo o tumor pois a lesão é menor. Remoção cirúrgica precoce também diminui a incidência de propagação do câncer para os gânglios linfáticos perto da orelha.

Principais problemas enfrentados pelos cães no verão

- Hipertermia;
- Queimadura de coxins ao passear em piso muito quente;
- Carcinoma solar em cães brancos;
- Infestações por pulgas;
- Leptospirose devido a alagamentos;
- Verminoses, etc.
Quais os sintomas da hipertermia? O que ela pode causar?
A hipertermia acontece quando o animal é submetido a ambientes quentes associados ou não a atividade física intensa e/ou estresse. Nessas situações, o animal que não transpira pela pele, como nós, não consegue perder calor pela respiração e então tem a sua temperatura corpórea aumentada de forma intensa levando ao super aquecimento, vômitos, diarreia, falta de ar, edema pulmonar, convulsões e morte.
Como garantir que o cão não sofra de hipertermia?
Evitando submetê-lo a essas situações como passeios em horários quentes, atividade física intensa no verão, deixá-lo em ambientes fechados sem acesso a sombra e água fresca, deixá-lo dentro de carros, ou mesmo em banhos e tosa com água quente, secador quente e estresse. Muitas vezes, esse animal, por estresse, pode ter a sua temperatura aumentada consideravelmente, vindo a ter os sintomas da hipertermia.
Existem raças mais predispostas a serem afetadas pelo problema?
Sabidamente, os animais de focinho curto, também chamado de braquicéfalos, como o Bulldog, Boxer, Pug, Shih Tzu, Lhasa Apso, Pequines, mas, teoricamente, todos os cães podem ter a hipertermia pela inabilidade de perder calor pela transpiração da pele.
Qual a importância da hidratação nesse período?
A hidratação ajuda a manter a temperatura do cão em níveis normais, mas mesmo o animal hidratado se submetido a altas temperaturas pode desenvolver e hipertermia.
Os banhos podem ser frequentes? Qual a relação deles com a proliferação de pulgas e carrapatos?
Os banhos devem acontecer a cada 7 a 15 dias de acordo com a recomendação do médico veterinário. Banhos deixam o animal mais confortável nos dias quentes e podem ser usados como recurso para deixá-lo mais agradável. A tosa para os animais mais peludos também pode ajudar. Como no verão aumenta a incidência de pulgas os banhos ajudam a controlá-las pela simples visualização e pelo uso de preventivos mais frequentes, mantendo o pelo sempre limpo.
Como impedir que o cão seja atacado por mosquitos e pernilongos? É indicado o uso de coleiras e spray repelentes?
Mantendo o ambiente limpo, mantendo o animal tosado e com pelo limpo para evitar a atração de moscas e usar coleiras ou repelentes naturais (citronela) para afastar os insetos, principalmente os pernilongos.
Os cães podem ser vítimas de viroses? Por que?
Sim. No verão a virose mais comum é a parvovirose e coranovirose que causam diarreia e vômito, cujo vírus resiste mais em ambientes úmidos e quentes. Nessa época é bastante comum o aumento da incidência da Leptospirose que é causada por uma bactéria presente na urina de ratos e que sobrevive muito bem em águas paradas e em inundações. Pode se dizer que as condições do verão são favoráveis a essas doenças.
Como evitar que isso ocorra?
Fazendo a vacinação anual contra essas doenças, mantendo o ambiente limpo para evitar a presença de ratos e evitar que o animal entre em contato com enxurradas e alagamentos.
Como proteger os cães do sol?
Evitando passeios nos horários mais quentes do dia, evitar que animais brancos, albinos e despigmentados saiam ou fiquem muito tempo no sol e usando protetores solares nas partes mais expostas, como orelhas, barrigas e plano nasal.
Eles podem sofrer de câncer de pele? Quais as raças mais propensas?


Sim, devido a exposição intensa e contínua ao sol, e por esse motivo é mais comum em animais mais velhos. As raças brancas, albinas e despigmentadas são a mais propensas, principalmente nas pontas de orelhas, nariz, pálpebras e barriga (locais sem pelo).

INFECÇÕES BACTERIANAS EM CÃES E GATOS


Existem bactérias por toda parte, e há milhares delas no ar, na água, no solo e inclusive em nossos corpos e dos nossos animais.
São organismos vivos que colonizam os tecidos dos animais e se multiplicam em grande velocidade. Embora existam algumas bactérias que pertencem à “flora normal” e são benéficas para o organismo , certos tipos de bactérias podem causar infecções edoenças.
Cães e gatos são suscetíveis a uma grande variedade de infecções bacterianas. Algumas destas infecções podem até mesmo ser fatais! Mesmo uma pequena infecção bacteriana, se não tratada, pode levar a graves problemas de saúde dos pets.

Existem vários tipos de infecções:

- Na pele ( piodermite, feridas traumáticas ), olhos, ouvidos ( otite ), urina ( cistite ), rins ( pielonefrite, leptospirose ), sangue (Erliquiose – a “doença do carrapato”), sistema gastrointestinal  ( diarreia,colite ulceras… ), sistema respiratório ( pneumonia, traqueobronquite ) e sistema nervoso ( encefalite, infecções na coluna vertebral ), etc.
Nós podemos percerber quando nossos animais estão com alguma infecção. Alguns sintomas de infecção bacteriana como fraqueza, falta de apetite, febre. Outros sintomas dependem dependem do local da infecção, por exemplo:
- Infecções de pele:  secreções,pústulas, feridas, crostas, “vermelhidão”, coceira, falhas no pelo…
- Sistema urinário:  urina escura, sangue na urina, dificuldade para urinar, incontinência urinária…
- Ouvido: excesso de cera , coceira, secreção de pus nos condutos auditivos…
- Sistema digestivo: vômito, diarréia, sangue nas fezes, mau cheiro na boca…
- Vias respiratórias: secreção nasal, tosse, espirro, dificuldade para respirar…
- Sistema nervoso: convulsão, dificuldade locomotora…O diagnóstico deve ser feito pelo médico veterinário e alguns exames de laboratório (como hemograma, exame de urina, citologia, sorologia, etc) podem ser necessários para a confirmação da infecção.
Qualquer tipo de infecção deve ser tratada e controlada, pois as infecções não controladas ou não tratadas podem se disseminar pelo corpo por todo e causar a morte do animal. Antibióticos são substâncias que “matam” ou impedem a multiplicação dasbactérias.

O uso  de antibióticos pode eliminar infecções que de outro modo poderiam se transformar em risco de vida para cães e gatos.Um dos grandes desafios no uso de antibióticos é a resistencia ao antibiotico.
Muitas bactérias desenvolvem esta resistência, o que significa que não são mais afetadas por eles, continuando a infecção, mesmo que o antibiótico continue a ser admnistrado.
Por isso é muito importante que estes medicamentos sejam administrados examatamente como foram prescritos pelo veterinário, mesmo quando os sinais da infecção estão melhorando ou sumiram.
Se os antibióticos forem interrompidos antes do tempo correto, as bactérias parcialmente resistentes continuam se multiplicando, criando uma super bactéria com resistência aumentada, que será mais difícil de ser tratada. Somente o veterinário pode indicar quando parar o uso do antibiótico!
Para evitar este tipo de problema o veterinário escolherá o antibiótico ideal para cada tipo de infecção. Esta escolha é feita com base em um exame de laboratório, o teste de cultura e antibiograma.
Neste exame o material “infectado” (secreção de ouvido ou de pele, urina, etc.) é incubado para promover o crescimento bacteriano em placas especiais onde podemos identificar quais bactérias estão presentes num quadro infeccioso e quais antibióticos são mais eficazes contra elas.
Com este exame podemos contornar o problema da resistância aos antibióticos.Muitas vezes, se tratarmos alguma infecção sem este exame, podemos usar algum antibiótico que não seja tão eficaz!
Alguns casos de infecção de pele, ouvido e urina, por exemplo, se tratadas sem o exame de cultura e antibiograma, usando os antibióticos que não são os ideais naquela situação, faz com que a infecção não seja curada ou que, melhore por apenas algum tempo, mas depois volte e volte ainda “mais forte”.
Por isso é importante que qualquer tipo de infecção seja identificada, tratada e acompanhada pelo médico veterinário para que a escolha do antibiótico seja feita de maneira adequada e pelo período de tempo adequado, baseando-se sempre que possível pelo exame de cultura e antibiograma, entre outros.

Fonte:

Resistência Bacteriana: "Super Bactérias"

Infelizmente o problema de  resistência bacteriana dando origem à super bactérias, aquelas resistentes a vários antibióticos ocorre com frequencia no meio veterinário.
O grande problema é que cães e gatos, com infecções diagnosticadas por veterinários e medicados corretamente, muitas vezes apresentam melhora significativa dos sintomas (e não da infecção bacteriana) e o proprietário decide parar o tratamento. Outras vezes é muito difícil de medicar o animal e este apresentando uma melhora, os proprietários param o medicamento ou também não conseguem fazer a dosagem correta nem o intervalo correto do antibiótico (dificuldade de medicar o  animal). A bactéria que ainda não foi erradicada totalmente pode se recompor e se tornar resistente à medicação.
Infecções bacterianas de pele e ouvidos (otite e piodermite) em animais de estimação devem ser tratadas no mínimo 15 dias com antibiótico, podendo se estender durante meses até quando o veterinário notar que não há mais necessidade da medicação.
Infecções de trato urinário (cistite, pilonefrite) se recomenda no mínimo 21 dias de antibiótico assim como nas mordeduras e feridas sépticas podendo se estender meses de tratamento.
Para infecções ósseas (osteomielite) a antibioticoterapia é realizada por tempo indeterminado até haver completa resolução diagnosticada por radiografia.
Na verdade em qualquer infecção recorrente deve-se fazer cultura da bactéria eantibiograma para identificar qual é a bactéria e a qual antibiótico ela é susceptível.
Nós veterinários devemos conscientizar os proprietários de animais da responsabilidade da administração de antibiótico, indicar o melhor produto para  facilitar a medicação seja oral em forma de comprimido,  solução oral tipo xarope, injetável e  reforçar que o tratamento não pode ser interrompido para não sermos responsáveis por este grande problema mundial hoje em dia: SUPER BACTÉRIAS RESISTENTES, o que ocasionará dano tanto para animais como poderá também causar danos para a humanidade.

Fonte: