sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Cães e gatos idosos precisam de atenção, carinho e cuidados redobrados




Assim como nós, os animais também ficam idosos e precisam de atenção, carinho e cuidados redobrados durante essa etapa da vida. A diferença é que, infelizmente, eles atingem essa fase bem antes que seus tutores.

Em média os cães se tornam idosos por volta dos oito anos de idade e os gatos, a partir dos dez anos. Porém a conta não é tão simples. "A raça e o porte interferem na expectativa de vida dos cães. Animais de grande porte vivem menos por uma série de motivos e doenças pré-dispostas", explica a veterinária Ana Lúcia Geraldi.

O termômetro para perceber que o animal já é mais do que um adulto é ficar de olho em seu comportamento e na sua saúde. Nessa fase, uma série de doenças podem complicar sua vida, como catarata, surdez, falta de dentes, artrite, osteoporose, problemas cardíacos, entre outros. O animal diminui o ritmo, fica mais calmo e precisa de mais atenção.

Ancião

Foi o que aconteceu com Pimpa nos últimos anos. O cocker que desafia a expectativa de vida canina está com 16 anos e nenhuma doença, mas já anda devagarinho, meio bambo das pernas. "Das minhas memórias, ele sempre esteve comigo", conta o estudante Henrique Aquino, que tem a mesma idade que seu cão.

Pimpa já foi um cachorro que não podia ver um portão aberto que saía correndo para rua. Certa vez, perdeu-se, foi encontrado na estrada por outras pessoas e acabou fazendo uma viagem para a cidade de São Paulo antes de reencontrar seus donos em Bauru.

De gênio forte, nunca foi muito manso e até o dedo do tutor ele já mordeu. Porém, hoje em dia, é bem mais calmo e recebe visitas com tranquilidade e uma simpatia de quem guarda muitas histórias em sua memória canina. Porém, ao ver o sobrinho se aproximando da tutora, Cleonice Prado Cavalhieri, mãe de Henrique, mostra que ainda está bem vivo e rosna de lado, cheio de ciúmes.

Cleonice é craque em cuidar de cães idosos. Ela tratou com carinho de uma pinscher que viveu até seus 12 anos de idade e outra cocker, que morreu aos 14. Para ela, um dos segredos dessa longevidade é a higiene. "Troco a água o tempo todo, lavo os potes, não deixo mosca sentar na comida deles", diz.

Esse pode ser um fator decisivo, mas o que fica claro na relação entre ela e Pimpa é que o segredo da vitalidade vai bem mais além: carinho e paciência que Cleonice dedica ao cocker.

Carinho e respeito

O fato é que a terceira idade animal exige cuidados. "Eles precisam de local adequado para não haver escorregões e fraturas, por causa de osteoporose, rações específicas para idosos,suplementos alimentares e vitaminas", diz a veterinária Ana Lúcia.

"Hoje a expectativa de vida dos animais aumentou, o mercado pet está em alta, existem vacinas ótimas, alimentação específica, tratamentos alternativos, remédios, exames, veterinários especializados em geriatria. Enfim, um leque de opções, como no caso dos humanos, o que falta é um pouco de consciência dos tutores que, as vezes, se desfazem do seu animal por ele simplesmente estar velho, dando trabalho, e arrumam um novo", alerta Ana.

Em média, cães vivem até 12 anos, dependendo da raça, e gatos duram aproximadamente 15 anos. Por isso, pense bem, antes de adotar um animal.



Fonte: Site Anfalpet


Adaptação: Logo Revista Veterinária

Como prevenir as lesões nos coxins do seu pet

Você já andou descalço no asfalto quente nos dias de verão? Viu o que acontece? Pois é, com o seu cão pode acontecer a mesma coisa.
O clima quente representa muitos perigos para os cães. A maioria dos proprietários sabe que os cães podem sofrer insolação, ter hipertermia e queimaduras solares, mas muitos ignoram as queimaduras nas “almofadinhas” das patas. Um simples passeio no parque ou mesmo nas calçadas pode causar sérios ferimentos e queimaduras nas almofadas das patas (coxins).
O pior é que os ferimentos de uma almofada da pata de um cão são difíceis de tratar. Cortes, queimaduras, descolamento da pele dos coxins, bolhas e feridas são propensos a infecções e a cicatrização é lenta devido à constante pressão colocada na pata quando o cão anda ou simplesmente fica em pé.
COMO PREVENIR ISSO?
- O primeiro passo é ter bom senso na escolha do horário e local de passeio e NUNCA levar o seu cão para acompanhar um passeio de bicicleta ou mesmo uma corrida longa.
- Passear com o cão no início da manhã ou à noite e evitar calçamentos e asfaltos ou mesmo areia quente da praia.
- Passear com o cão na grama. Nesse caso, a escolha de parques pode ser uma boa opção.
- Faça caminhadas frequentes com o cão em pisos mais áspero (mas nunca quente). Isso ajudará a endurecer as almofadas das patas de um cão, promovendo a formação de uma pele mais grossa e menos sensível a queimaduras e abrasão. Os cães que andam somente em piso liso e macio (apartamento e tapetes) terão almofadinhas mais sensíveis e finas, exigindo cortes de unhas frequentes.
- Hidratar as patas do cão com hidratantes caninos evita rachaduras e descamação que podem causar lesões e dor.
SINTOMAS DE LESÕES NOS COXINS (ALMOFADINHAS):
  • - Dor local, levando a mancar, principalmente em passeios e pisos mais ásperos.
  • - Evitar de colocar as patas no chão
  • - Lamber constantemente as patas.
  • - Evitar que toquemos nas patinhas.
  • - Sangramento local.
  • - Presença de bolhas, descolamento da pele dos coxins e MUITA DOR LOCAL.
TRATAMENTO:

Queimaduras e cortes na almofada da pata são muito propensos à infecção e causam muita dor. Para o tratamento, é necessário realizar uma limpeza profunda, o uso de pomadas no local e bandagem, além do uso do colar protetor para que o animal não arranque o curativo e/ou lamba a ferida. Analgésico e antibióticos orais também devem ser usados.
Fonte:



Quinhentos anos de legislação ambiental no Brasil


As primeiras normas disciplinadoras do meio ambiente do Brasil são encontradas na legislação portuguesa que aqui vigoraram até o advento do Código Civil de 1916. Na época do descobrimento do Brasil vigiam em Portugal as denominadas Ordenações Afonsinas de 1446 que previam como “crime de lesa-majestade” o corte “de árvores alheias, que dêem fruto”.
A essas Ordenações seguem-se as Ordenações Manuelinas de 1521, que reiteraram a proibição do corte de árvores frutíferas e estabeleceram a proibição da caça de perdizes, lebres e coelhos através de meios capazes de causar sofrimento no momento da morte destes animais. A propósito, efetuando um paralelo entre as Ordenações Manuelinas e a legislação atual destaque-se a Constituição Federal de 1988 que determina ao poder público “proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade”, e, também, a Lei de Crimes Ambientais n.º 9.605 de 1998, que prevê pena de três meses a um ano e multa para aquele que praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, e incorre na mesma pena aquele que realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.
Das Ordenações Manuelinas vieram as Ordenações Filipinas de 1603 que reafirmam o disposto nas Ordenações Manuelinas no sentido de que aquele que cortasse árvore de fruto pagaria o triplo de seu valor ao respectivo proprietário. E, na hipótese de o valor do dano ser igual ou superior a “trinta cruzados”, a pena era o degredo para sempre no Brasil. Situação essa, aliás, contraditória, pois se o autor do crime residisse no Brasil estaria impune. Mas não é só! Os degredados acabariam por encontrar na nova terra um lugar extremamente propício para a continuação da prática desse tipo de crime.
Vale ressaltar, ainda, que as Ordenações Filipinas proibiram que qualquer pessoa jogasse material que pudesse matar peixes e sua criação ou sujar as águas dos rios e das lagoas. A atual Lei de Crimes Ambientais n.º 9.605/98 comina pena de detenção de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente, para aquele que “provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras”.
E, com relação às normas elaboradas pela Coroa Portuguesa especificamente para o Brasil, mencione-se uma primeira iniciativa de 1542, com a Carta Régia que estabeleceu normas disciplinares para o corte do pau-brasil e determinou punição ao desperdício da madeira. Porém, advirta-se que tal medida era uma proteção indireta às florestas brasileiras, uma vez que a preocupação portuguesa era com a evasão sem controle da riqueza representada pelo pau-brasil.
Tal norma não surtiu efeito. Calcula-se que em 1588, 4.700 toneladas da madeira já haviam passado pela aduana portuguesa. Assim, em 1605 foi estabelecido o “Regimento sobre o Pau-Brasil” que previa a pena de morte para aquele que cortasse o pau-brasil sem expressa licença real ou do provedor-mor. O Código Criminal do Império de 1830 previa penalidades de multa e prisão para corte ilegal de madeiras. Por outro lado, em 1886, o Império permitiu o desmatamento em propriedades particulares sem autorização. O Código Penal de 1890 determinou a pena de prisão de um a três anos e multa de 5% a 20% do dano causado, para o infrator que incendiasse plantações, colheitas, lenha cortada, pastos, ou campos de fazenda de cultura, ou estabelecimentos de criação, matas, ou florestas pertencentes a terceiros ou à nação.
Em 1916 o Código Civil estabeleceu a proibição de construções capazes de poluir ou inutilizar para o uso ordinário a água de poço ou fonte alheia. Na década de 1930 surgiram: o Código de Águas, a Lei de Proteção aos Animais, o Código de Pesca e o Código Florestal. Na década seguinte, o Decreto-Lei nº 2.014 de 1940 autorizou governos estaduais a efetuarem a fiscalização das florestas. Em 1965 nasceu outro Código Florestal e em 1975 vem à baila a Lei nº 6.225 que dispõe sobre discriminação, pelo Ministério da Agricultura, de regiões para execução obrigatória de planos de proteção ao solo e de combate à erosão. Nos anos de 1980 foi estabelecida a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n.º 6.938 de 17/01/1981) e, ainda, a nova Constituição Federal de 1988 que dedicou um capítulo inteiro ao meio ambiente. Em 1990 foi estabelecido o Código de Defesa do Consumidor (Lei n.º 8.078/90), que prevê como nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais.
E, ainda, na década de 1990 foram instituídas as seguintes leis: a Política Nacional de Recursos Hídricos (9.433/97), a Lei de Crimes Ambientais (9.605/98) e a Política Nacional de Educação Ambiental (Lei n.º 9.795/99). O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza foi criado no ano 2000 através da Lei n.º 9.985/00 e o novo Código Civil, que entrou em vigor em 2003, dispõe no artigo 421 que: “a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato”. Desse modo, contratos que violem regras ambientais ou a utilização racional do solo não poderão prevalecer ante o novo ordenamento civil.
Em 2003 surgiu a Lei de Acesso à Informação Ambiental. No ano de 2005 foi publicada a Lei nº 11.254 que estabelece sanções administrativas e penais em caso de realização de atividades proibidas pela Convenção Internacional sobre a Proibição do Desenvolvimento, Produção, Estocagem e uso de Armas Químicas e sobre a Destruição das Armas Químicas existentes no mundo. Em 2006 cite-se a Lei n.º 11.284 que dispõe, além de outros, sobre a gestão de florestas públicas para a produção sustentável. Em 2009 surgiu a Política Nacional sobre Mudança do Clima – Lei n.º. 12.187/09 -, e no ano de 2010 mencione-se a publicação da Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos n.º 12.305/2010, que dispõe sobre à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, além das responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis. Já em 8 de dezembro de 2011 vem à baila a Lei Complementar n.º 140 que trata a questão do licenciamento ambiental, o qual para fins desta citada Lei é o procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental. Em 25 de maio de 2012 vem à luz o Novo Código Florestal (Lei n.º 12.651) que estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos.  E no dia 20 de maio de 2015 foi sancionada pela Presidência da República a Lei n.º 13.120, que define o novo marco legal da biodiversidade. Trata-se da regulamentação do acesso ao patrimônio genético de plantas e animais do Brasil, bem como de conhecimentos indígenas e tradicionais associados.
Enfim, independentemente da existência de inúmeras leis de caráter ambiental existentes no decorrer dos quinhentos anos de história do Brasil, o fato é que a degradação do meio ambiente do país provocada pelo homem persiste ainda hoje. Na Mata Atlântica, por exemplo, originalmente distribuída em uma área com cerca de 130 milhões de hectares, hoje ocupa menos de 8% dessa cifra. Perdemos cerca de 20% da Floresta Amazônica, 48% do Cerrado, 45% da Caatinga, 53% dos Pampas e 15% do Pantanal*1. E justamente pelo fato de que desmatamos muito, o Brasil é um dos maiores emissores de gases de efeito estufa do Planeta, cuja consequência é a intensificação das mudanças climáticas globais. Isso demonstra a enorme dificuldade de se fazer com que as leis sejam cumpridas no Brasil desde o seu descobrimento. Nem ao menos a mais rigorosa das penas, a de morte, prevista no Regimento sobre o Pau-Brasil de 1605, conseguiu inibir a quase extinção dessa madeira pela ação do homem. Deduz-se, assim, pela premente necessidade de que encontremos caminhos para o uso inteligente e responsável das florestas e cheguemos ao desmatamento zero, caso contrário, o citado remanescente da Mata Atlântica, por exemplo, pode deixar de existir, até porque, foi-se o tempo em que Pero Vaz de Caminha mostrou seu “assombro” ante a magnitude das florestas brasileiras: “mataria que é tanta, e tão grande, tão densa e de tão variada folhagem, que ninguém pode imaginar”.*2.
*1Fonte: http://ambientalistasemrede.org/greenpeace-publica-30-motivos-para-preservar-florestas-brasil/ 
Referência
*2. MARCONDES, S. Brasil, amor à primeira vista! Viagem ambiental no Brasil do século XVI ao XXI. São Paulo: Editora Fundação Peirópolis, 2005.

Sandra Marcondes é Advogada, com mestrado em Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio Ambiente.
Fonte:

EcoDebate_Zoológicos podem desempenhar um papel importante na preservação de espécies?

Caça ainda representa grave ameaça a diversas espécies

Mais de uma centena de espécies animais desaparecem a cada dia. Especialistas afirmam que zoológicos podem ajudar a evitar extinção, enquanto críticos consideram cativeiro uma crueldade.

Abrigar animais selvagens foi por muito tempo um privilégio dos nobres. Há 4 mil anos, imperadores da dinastia Xia chinesa já mantinham coleções de animais. Mais tarde, governantes assírios possuíam crocodilos, e os astecas, aves de rapina. Os príncipes Médici admiravam animais exóticos em seus parques, assim como Luís 14. Em 1752, o imperador Francisco 1° fundou o mais antigo jardim zoológico que persiste, o de Schönbrunn, em Viena.

Naquele tempo, o objetivo não era o mesmo que o dos modernos zoológicos do século 21, o de proteger espécies. Atualmente, falta espaço para muitas delas na natureza. Mais de sete milhões de pessoas precisam ser abastecidas com alimentos e matérias-primas. Assim, o habitat de muitos animais é transformado em plantações e pastagens.

Causas múltiplas

A destruição do meio ambiente natural é a principal causa para a extinção de espécies. Também as mudanças climáticas terão um preço, principalmente para espécies adaptadas ao frio. Mas o ser humano também é diretamente responsável por suas mortes. Gorilas são mortos por gangues envolvidas no comércio de diamantes de sangue, animais raros são vendidos como carne de caça em mercados da África e da Ásia. Cada vez mais elefantes são caçados na África Ocidental. E esses são apenas alguns exemplos.

E isso faz pensar sobre a função dos zoológicos e se seriam a última salvação para preservar animais para tempos melhores. Críticos afirmam que mantê-los em cativeiro é crueldade.

“Se um tigre tem a possibilidade de atacar um ser humano ou de escapar, ele a aproveita”, diz Peter Höffken, da organização de defesa dos animais Peta. O fato de, de tempos em tempos, guepardos e chimpanzés fugirem de suas jaulas prova que os animais simplesmente querem liberdade. Para Höffken, zoológicos são como presídios de segurança máxima.

Casos de sucesso

“Um animal selvagem será sempre um animal selvagem, mesmo que viva no zoológico”, defende Manfred Niekisch, diretor do jardim zoológico de Frankfurt. Para ele, os animais não sofrem alterações psicológicas.

Distúrbios comportamentais como os apresentados por guepardos confinados ao sedentarismo em gaiolas apertadas não existem mais em zoológicos modernos e bem administrados, afirma. Segundo o diretor, seja para tartarugas seja para tigres, existem hoje programas ocupacionais sofisticados para compensar as desvantagens da vida no confinamento.

“Principalmente devido aos avanços da medicina veterinária, hoje os animais podem ser mantidos de forma adequada. Antigamente, macacos eram colocados em espaços semelhantes a banheiros, revestidos com azulejos, por razões de higiene. Hoje, eles vivem sobre o solo macio de florestas artificiais e, assim, de maneira muito mais parecida com a natureza”, diz.

Graças às boas condições, muitas vezes os animais de zoológico vivem mais do que os selvagens, e diversas espécies procriam com facilidade. Cerca de dois terços de todos os exemplares de tigre siberiano vivem atualmente em zoológicos, por exemplo. Assim, a sobrevivência da espécie é garantida, e, se um dia as condições forem favoráveis, os animais poderiam ser reintroduzidos na natureza e formar novas populações.

“Casos de sucesso como os do bisão europeu, do cavalo-de-przewalski ou do condor da Califórnia mostram que tal ideia funciona”, aponta Niekisch. Também os remanescentes antílopes órix-cimitarra e ádax no norte da África, do mico-leão-dourado na América do Sul ou do abutre-barbudo no centro e no sul da Europa não existiriam mais se não tivessem sido mantidos em zoológicos.

“Zoológicos são hoje indispensáveis para salvar a biodiversidade”, diz Dag Encke, chefe do jardim zoológico de Nurembergue. “Nenhum outro lugar tem mais conhecimento do que um zoológico para produzir uma população capaz de sobreviver, a partir de poucos exemplares de uma espécie.”

Arcas modernas

Hoje, existem cerca de 130 programas de reassentamento de animais em zoológicos pelo mundo. Trata-se de projetos caros e complexos, que só são executados se prometerem sucesso, ou seja, que os animais não serão abatidos novamente ao serem reintroduzidos na natureza.

O exemplo de Malawi mostra quão grandes são os riscos. Num parque nacional do país africano, foram introduzidos leões do vizinho Moçambique. Apesar de os guardas-florestais terem formação militar e ficarem de olho nos animais, eles não conseguiram impedir que caçadores os matassem.

Para que um zoológico sirva como uma espécie de arca de Noé, é preciso, em primeiro lugar, que o homem mantenha o habitat dos animais. “A cada ano, 700 milhões de pessoas visitam zoológicos de todo o mundo, e frequentemente eles são os únicos locais em que as pessoas têm contato com animais”, defende Niekisch.

Se as pessoas aprendem a compreender os animais, elas também se envolvem na preservação das espécies. “Os zoológicos não podem substituir a preservação das espécies in loco, mas podem sensibilizar as pessoas sobre o problema”, considera.

Além disso, zoológicos possibilitam a transferência de know-how. Muitos dos conhecimentos modernos sobre animais selvagens vêm desses locais, e este saber beneficia os animais na natureza.

Ponto fraco: golfinhos

O crescente conhecimento sobre as necessidades dos animais mudou a filosofia dos zoológicos, garante Niekisch. “A tendência é abrigar menos animais, que obtêm, então, mais espaço.”

Num zoológico moderno, os animais podem adotar seu comportamento natural, e sua estrutura social é levada em consideração. “No caso dos chimpanzés pigmeus, sabemos que a ligação entre mãe e filhote é muito forte. Antes se entregava os indivíduos jovens sozinhos a outros zoológicos. Hoje, eles vão junto com a mãe para que essa importante ligação não seja quebrada”, exemplifica.

Entretanto, a situação dos zoológicos não é favorável para todas as espécies, sobretudo para golfinhos e peixes. Em alguns zoológicos, os aquários não são bem administrados. Animais mortos são repetidamente substituídos por indivíduos selvagens. Além disso, a reprodução de muitos peixes e mamíferos marinhos é difícil em cativeiro.

Autor: Dagmar Röhrlich (lpf)
Revisão: Carlos Albuquerque

Matéria da Agência Deutsche Welle, DW, 
publicada pelo EcoDebate

Trânsito: Brasil é um dos países mais perigosos do mundo

Foto: Marcelo Camargo/ABr
A vida fica por um fio – ou por um pedal – nas estradas do estado de São Paulo, a região mais próspera e populosa do Brasil e da América do Sul
Na cidade, andar de moto ou a pé pode aumentar consideravelmente o risco de morrer em um acidente. Nada menos do que 80% das vias de São Paulo são consideradas de alto risco para motociclistas. O número cai levemente para 75% para pedestres e 62% para motoristas.
Os dados são de um novo estudo que analisou a metade dos mais de 8 mil quilômetros de estradas do estado, como parte de um projeto do Banco Mundial para melhorar a segurança nas rodovias paulistas, que estão entre as mais inseguras do país.
O fato é que nos países em desenvolvimento – e o Brasil não é exceção – acontecem 92% das mortes no trânsito do mundo, mesmo com apenas 53% do total de veículos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Mais de 40 mil brasileiros perderam a vida nas estradas durante o ano passado. O índice de mortalidade ultrapassa casos como os da Índia e da China, as economias mais populosas do mundo, segundo o especialista em transporte do Banco Mundial, Eric Lancelot.
“Apesar de haver muitas diferenças regionais, o Brasil inteiro está experimentando uma epidemia de insegurança”, acrescenta Paulo Guimarães, assessor do Observatório Nacional de Segurança Viária. 
O governo federal tem como objetivo reduzir em 50% a taxa de mortalidade viária até 2020. Mas, até agora, ainda há muito o que fazer para que os feriados e fins de semana não terminem sendo datas trágicas para muitos brasileiros.
Alto risco
O consenso dos especialistas e responsáveis por políticas públicas aponta para a aplicação conjunta a uma série de respostas que antes eram feitas em separado: aumentar a segurança dos veículos — como fez recentemente a Argentina —; fazer cumprir energicamente as leis de trânsito; investir em educação; e melhorar a infraestrutura.
Outro número preocupante do estudo sobre segurança viária em São Paulo se refere aos prejuízos econômicos. O estado perde 14,3 bilhões de dólares por ano — valor equivalente ao PIB da Jamaica — devido a mortes e lesões em acidentes de trânsito.
Um investimento de 1,14 bilhão de dólares — 0,19% do PIB do estado — em infraestrutura e segurança poderia evitar 80 mil mortes e lesões graves em 20 anos, reduzindo a taxa atual de 40%, segundo o estudo.
A ONU comemora a Década de Ação pelo Trânsito Seguro até 2020. Durante esse período, os países membros se comprometeram a adotar novas medidas para fazer frente à principal causa de morte entre a população de 15 a 29 anos.
O Brasil tem potencial para se tornar um modelo global no tema, segundo os especialistas.
“Poderia fazer com a segurança no trânsito o que fez com os programas sociais como o Bolsa Família: transformar-se em um líder no tema e um exemplo para outros países em desenvolvimento”, sustenta Boris Utria, coordenador geral das operações do Banco Mundial no Brasil.
Fonte:

Direitos Humanos - Eleições para conselheiros tutelares serão em 4 de outubro

Pela primeira vez, 30 mil novos profissionais serão selecionados por votação e começarão a trabalhar em janeiro

Os conselheiros tutelares trabalham no enfrentamento a qualquer forma de violação de crianças e jovens
Os conselheiros tutelares trabalham no enfrentamento a qualquer forma de violação de crianças e jovens



Os conselheiros tutelares trabalham no enfrentamento à negligência, à violência física e psicológica, à exploração sexual e a qualquer forma de violação de crianças e jovens. No próximo domingo (4), brasileiros irão às urnas eleger 30 mil novos conselheiros tutelares. Será a primeira vez que esses profissionais serão escolhidos por meio do voto em uma eleição simultânea em todo o País. Os novos conselheiros terão mandato de quatro anos, a partir de janeiro de 2016.

Para conhecer os locais de votação e a lista de candidatos, o interessado deve procurar o Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente de sua cidade. O pré-requisito para votar é ser maior de 16 anos e, no dia da votação, apresentar documento de identidade com foto, título de eleitor e comprovante de residência.

Os candidatos foram avaliados em provas escritas e tiveram de confirmar com documentos seu trabalho prévio com jovens. Todos os conselheiros tutelares recebem remuneração. O salário pode chegar a R$ 4,8 mil mensais. A qualificação e orientação dos conselheiros pode ser feita tanto por órgãos governamentais quanto por entidades da sociedade civil.

Segundo a Secretaria de Direitos Humanos (SDH), o Brasil tem 5.956 conselhos tutelares instalados em 5.559 municípios. Para cumprir a lei que protege os direitos de crianças e adolescentes, o País tem o desafio de criar mais 600 conselhos. A recomendação é uma unidade com cinco conselheiros para cada grupo de 100 mil habitantes. Somente seis municípios brasileiros não têm conselhos instalados.

No primeiro semestre de 2015, o Disque 100 (Disque Direitos Humanos) recebeu 66.518 denúncias de violações de direitos humanos, sendo 42.114 referentes à violência contra crianças e adolescentes (63,3% do total).

Em 76,3% das denúncias, a principal violação é a negligência dos responsáveis, seguida pela violência psicológica (47,7% das chamadas), agressão física (42,6%) e abuso sexual (21,9%). Em 45% das denúncias, a vítima é do sexo feminino e, 39%, masculino.

Mais da metade (51,5%) dos casos registrados pelo Disque 100 foram encaminhados diretamente ao Ministério Público, mas, em 36,4%, a SDH repassou as denúncias aos conselhos tutelares, que têm o papel de orientar as famílias e proteger as crianças e os adolescentes.

Fonte:
Portal Brasil,
com informações da
Agência Brasil