Parascaris equorum é uma espécie de vermes nematódeos pertencentes a superfamília Ascaridoidea, localizam-se no intestino delgado dos equinos e asininos, causando a doença conhecida como Parascariose. Por serem extremamente grandes, robustos e esbranquiçados, dificilmente podem ser confundidos com outro parasita intestinal (TAYLOR et al. 2010).
A Parascariose é uma doença em equinos que vale a pena ser relatada pelo fato de ser diagnosticada em diversos países e ter grande influência sobre o sistema de criação desses animais, já que além de comprometer seu desenvolvimento, principalmente de potros com um pouco mais de um ano de idade, pode leva-los a um estado de grande debilidade e morte. Sua importância se dá também pelo fato dos potros eliminarem por dia uma alta carga de ovos nas fezes. Esses ovos infectantes podem permanecer por muito tempo no solo, por essa razão, uma das principais fontes de infecção para os potros são as pastagens ou cocheiras utilizadas anteriormente por outros potros ou até mesmo pelas éguas (FRASER, 1996).
A transmissão por esse parasita é horizontal, e se dá pela ingestão de ovos presentes no ambiente. O ciclo de vida se caracteriza por ser de forma direta e migratória, iniciando quando os ovos da fêmea adulta atingem seu estágio infectante (L2), entre 10 a 14 dias no meio ambiente. Por volta de 48 horas após a ingestão e eclosão dos ovos, as larvas penetram a parede intestinal chegando até o fígado e após duas semanas elas chegam até os pulmões, migrando para os brônquios, traquéia (onde são deglutidas) e retornando ao intestino delgado para posteriormente ocorrer a muda de (L2) para (L3), que é o estágio de maturidade do parasita. O período pré-patente mínimo é de 10 semanas (TAYLOR et al. 2010).
Uma alta carga parasitária pode gerar em infecções intestinais graves sintomas alternados como: constipação, diarreia de odor fétido, possivelmente levando a cólica, pêlos sem brilho, fraqueza e perda de peso. Durante a fase migratória o animal também poderá apresentar sintomas respiratórios como taquipneia, dispneia e tosse, acompanhados de febre (DURO, 2010).
O diagnóstico se dá através de exames de fezes ou necropsia (FRASER, 1996). Algumas medidas de manejo podem auxiliar no controle desse parasita, entre elas: limpar e desinfetar as baias-maternidade após cada parição, fazer rotação de piquetes e remover estercos dos pastos pelo menos uma vez a cada semana (BLOOD; RADOSTITS, 1991).
Além dessas importantes medidas, como alternativa para tratamento e controle desse parasita, a Ourofino oferece antiparasitários de amplo espectro que diferem entre si apenas em sua composição e devem ser administrados conforme o peso do animal. É importante lembrar que o Moxi Duo não deve ser administrado em potros com idade inferior a seis meses.
Como tratamento estratégico para diminuir a infestação ambiental, seria interessante que éguas antes do parto fossem tratadas e os potros com cerca de 10 a 12 semanas de idade, já recebessem um tratamento rotineiramente a cada dois meses (BLOOD; RADOSTITS, 1991).
Referências:
BLOOD, D. C.; RADOSTITS, O. M. Clínica Veterinária. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991.
DURO, L. S. L. S. Parasitismo gastrintestinal em animais da quinta pedagógica dos olivais. Especial referência aos mamíferos ungulados. 2010. 135f. Dissertação de mestrado integrado em Medicina Veterinária – Universidade Técnica de Lisboa. Lisboa, 2010.
FRASER, C. M. Manual Merck de Veterinária: um manual de diagnóstico, tratamento, prevenção e controle de doenças para o veterinário. 7. ed. São Paulo: Roca, 1996.
TAYLOR, M. A.; COOP, R. L.; WALL, R. L. Parasitologia Veterinária. 3. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
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