quinta-feira, 7 de abril de 2016

Fóssil de 305 milhões de anos lança luzes sobre a evolução das aranhas


Paleontólogos tiveram uma grata surpresa com um fóssil encontrado em uma pedra do carbonífero: uma aranha, ou melhor, um ancestral de uma aranha, de 305 milhões de anos.
Ele foi encontrado pelo caçador de fósseis amador Daniel Scotty, em uma rocha antiga de Montceau-les-Mines, no leste da França, e recebeu o nome de Idmonarachne brasieri, em uma referência à Idmon, o argonauta pai da tecelã Aracne, na mitologia grega.
Quando o fóssil foi apresentado pela primeira vez, o paleontólogo Russel Garwood não sabia que tipo de aracnídeo era, mas pela parte que estava exposta, o abdômen, era possível ver que se tratava de uma aranha.
Junto com sua equipe, Garwood desenvolveu uma nova técnica de tomografia computadorizada de alta resolução, e conseguiu obter imagens da parte do animal que ainda estava presa na pedra.
A tomografia revelou algumas características bem aracnídeas, como as presas. Só que, nos detalhes, o espécime tinha várias características que diferiam das aranhas atuais.
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Uma das diferenças é que o abdômen não é uma estrutura única, como em uma aranha moderna, mas é segmentada, semelhante a aracnídeos mais arcaicos, como os pseudoescorpiões.
Além disso, a Idmonarachne não tem fiandeiras, aqueles órgãos responsáveis pela produção da seda. Pelo registro fóssil, sabemos que a capacidade de secretar a seda veio antes da capacidade de controlá-la.
Ancestrais mais antigos das aranhas, como as uraraneídas, de 385 milhões de anos atrás, são um exemplo de animal capaz de produzir seda, mas não de construir teias.
Em vez de fiandeiras, as uraraneídas e a Idmonarachne, que tinha espigões que produziam seda, provavelmente usavam o material para fazer armadilhas ou sacos para seus ovos.
O trabalho apresentando o fóssil foi publicado no Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, e deve lançar uma luz sobre a evolução desses animais. 
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