Prevenção e controle
O VCC é muito sensível a desinfetantes comuns, o que facilita a desinfecção do ambiente exposto a cães infectados. Os animais infectados devem ser isolados e aqueles que se recuperam da infecção, mesmo sendo considerados protegidos de reinfecções por longos períodos, podem continuar eliminando alguma carga viral (CRAWFORD & SELLON, 2010; GREENE & VANDEVELDE, 2012).
A vacinação é indicada para cães rotineiramente e é a principal forma de prevenção. As vacinas existentes no mercado são de vírus vivo modificado (VVM), compostas com diferentes variedades virais e oferecem forte proteção contra a infecção pelo VCC. A prevalência da doença é baixa nas regiões em que são praticados regimes controlados de vacinação. Para as outras espécies são preferidas as vacinas inativadas ou recombinantes e monovalentes (GREENE & VANDEVELDE, 2012).
A imunidade passiva gerada por mães imunizadas é transferida pelo útero (3%) e pelo colostro (97%). Aqueles que mamam o colostro normalmente apresentam titulo inicial de anticorpos anti-VCC igual a 77% do apresentado pela mãe, os quais se esgotam em torno de 12 a 14 semanas. Em filhotes que não mamaram o colostro, a imunidade passiva provavelmente prevalece por uma a quatro semanas (GREENE & APPEL, 2006).
A vacinação deve ser iniciada com seis semanas de idade e a cada três a quatro semanas até 16 semanas. A vacinação deve ser periódica, pois os cães podem perder sua imunidade em situações de estresse, imunossupressão ou contato com indivíduos adoentados. O “booster” vacinal deve ser dado anualmente após a série vacinal e, dependendo da região e desafio, no mínimo a cada três anos (CRAWFORD & SELLON, 2010; GREENE & VANDEVELDE, 2012).
Estudos indicam que a vacinação com VVM pela via intravenosa parece proteger os cães quando é dada pelo menos dois dias antes da exposição ao VCC, comparados com pelo menos cinco dias com a vacinação subcutânea (CHAPUIS, 1995). Entretanto, quando associada aos antígenos leptospirais e do adenovirus canino tipo I, podem provocar reações alérgicas e, por isso, devem ser evitados (GREENE & VANDEVELDE, 2012).
Perspectivas
Métodos de diagnóstico ante mortem, como a RT-PCR, têm sido desenvolvidos e utilizados com o objetivo de proporcionar a identificação de forma rápida e eficiente. Entretanto, tais técnicas ainda não estão amplamente difundidas em nossa rotina, devido principalmente a seu alto custo. Por outro lado, sabemos da escassez de terapias eficazes, frente a uma doença incapacitante que rapidamente leva o paciente a óbito, quando não deixa graves sequelas. Deposita-se grande esperança na terapia gênica e celular, as quais devem ser voltadas tanto para a prevenção e infectividade viral, quanto para cura clínica em animais acometidos.
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