quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Raiva: o que é, quais os sintomas e como prevenir.

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O que é a raiva?
A raiva é uma doença viral infecto-contagiosa e uma das principais zoonoses conhecidas, ou seja, uma doença transmitida de animais para seres humanos. É causada por um RNA-vírus (Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus) que provoca encefalite aguda fatal em 100% dos casos animais e humanos. Qualquer mamífero pode contrair e transmitir o vírus, inclusive morcegos, macacos, cavalos, bois, cabras, porcos e outros animais com os quais o ser humano tem contato (até mesmo pequenos roedores, como os hamsters). O ser humano é infectado quando entra em contato com esses animais durante o período em que o vírus encontra-se ativo e presente na saliva.


Formas de contágio

O vírus da raiva é transmitido pelo contato com a saliva do animal infectado. Esse contato pode acontecer quando o animal morde, arranha (se ele lambe as patas, deixa saliva nas unhas) ou simplesmente lambe um ferimento ou mucosa mesmo que íntegra, como boca, narinas e olhos.

Após entrar em contato com uma lesão na pele da pessoa ou com a mucosa, o vírus da raiva penetra no ponto de inoculação até os tecidos mais profundos e se reproduz, alcançando células do sistema nervoso periférico e avançando para o sistema nervoso central. Depois disso, o vírus se espalha para vários órgãos e instala-se nas glândulas salivares, onde também se multiplica. É por isso que é ele é eliminado na saliva, tanto de animais quanto de pessoas infectadas.

O tempo decorrido entre o contato com o vírus e a manifestação dos primeiros sintomas é bastante variável de um organismo para o outro. Leva, em média, de 10 dias a seis meses nos animais e cerca de 45 dias nos humanos. O período de incubação varia a depender de aspectos como quantidade e profundidade das lesões, carga viral contida na saliva do animal no momento da agressão e distância entre a região de inoculação do vírus e o cérebro e troncos nervosos. Quando os ferimentos causados pelo animal localizam-se no rosto, cabeça, pescoço ou membros superiores, o tempo de incubação do vírus é menor.


Sintomas da raiva animal
Nos animais, os primeiros sintomas da raiva são alterações de comportamento, apatia e agressividade. A doença não é facilmente percebida nesse primeiro estágio, já que os sinais são inespecíficos. Depois começam os sintomas mais perceptíveis, como dilatação das pupilas, intolerância à luz, perda de coordenação muscular, dificuldade em deglutir e paralisia dos membros. Em pouco tempo, o animal para de comer e beber e começa a salivar, já que não consegue engolir a própria saliva devido à paralisia dos músculos da faringe. Daí a crença popular de que o animal raivoso é aquele que baba. A morte dos animais em decorrência da raiva costuma ocorrer entre cinco e sete dias após o início dos sintomas.


Prevenção da raiva animal e humana
A única maneira de proteger cães e gatos da raiva é a imunização. A primeira dose da vacina antirrábica deve ser aplicada aos quatro meses de vida, e a segunda após 21 dias. Depois disso, o animal deve receber uma dose por ano. Vale lembrar que a doença não tem cura e apresenta taxa de letalidade de 100%, por isso proteger os animais domésticos é uma forma de proteger também as pessoas que convivem com eles.

Os humanos devem tomar precauções para evitar ataques: não se aproximar de animais sem dono, não tocar em animais que estejam se alimentando ou dormindo e, principalmente, não ter contato direto com animais encontrados caídos ou em situações incomuns, que indicam um mau estado de saúde.

Caso seja agredida com mordida ou arranhão de cão ou gato, a pessoa deve lavar o ferimento imediatamente com muita água e sabão, pois isso dificulta que, caso haja vírus no ferimento, ele penetre nos tecidos e atinja as terminações nervosas. Depois de lavar o local, é fundamental procurar atendimento médico. Após avaliar a lesão, considerar as circunstâncias em que o ataque ocorreu e, se possível, avaliar o animal agressor e o risco epidemiológico da raiva na região onde ele vive, o profissional de saúde indicará o mais adequado esquema de profilaxia da raiva humana pós-exposição ao vírus. O médico indicará se há necessidade de administração de vacina, soro e/ou imunoglobulina humana antirrábica. Recomenda-se que o animal seja mantido em observação durante 10 dias, para que seja verificado qualquer sintoma que indique ocorrência de raiva.

Quem lida com animais cotidianamente devido à profissão – como veterinários, tosadores, pesquisadores – está constantemente correndo o risco de se expor ao vírus da raiva. Para essas pessoas é recomendada a profilaxia pré-exposição ao vírus, que também deve ser feita sob orientação médica.

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