Se o cavaleiro é introduzido em uma rotina rígida de preparação para as competições, para o cavalo-atleta o dia-a-dia não é diferente. Aliás, a preparação de um animal para competições começa bem antes. Tem início na escolha de seus genitores. Genética de alto padrão é um primeiro bom passo para garantir um futuro campeão.
Após o nascimento, o trabalho do criador é fundamental para moldar o que a genética já iniciou. Para a zootecnista, especialista em nutrição de equinos e parceira da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Quarto de Milha, Vanesa Mesquita, a primeira etapa é de cuidados básicos com a alimentação. Ela explica que o animal deve ter à disposição forragem de boa qualidade e água em abundância.
“A forragem deve ser composta de capins nutritivos como, por exemplo, o Tifton. Para animais de competição, a alimentação deve ser substancialmente mais energética e é necessária a presença de quantidades maiores de antioxidantes importantes como o Selênio e a vitamina E”, pontua Vanesa.
Os cuidados com a dieta do animal também passam pela atenção à idade da gramínea que será usada na forragem. “Capim passado tem alto teor de lignina e o cavalo não digere”, diz. E, atenção às indicações do fabricante. “Não se pode pecar pelo excesso na administração de suplementos vitamínicos e metade de tudo o que o cavalo come deve ser de forragem para garantir um bom funcionamento do trato intestinal. Cavalo é um herbívoro e não podemos ir contra essa natureza”, alerta a zootecnista.
Horas antes
No dia da competição, a alimentação também deve ser observada. Como o cavalo é um animal de hábitos, não é recomendável mudar a rotina de alimentação na véspera da competição, sob pena de comprometer o desempenho do animal. Para Vanesa, o ideal é que a última alimentação do cavalo competidor seja entre 3h30 e 4h antes do horário previsto para a prova.
Ela orienta que o animal não entre em uma prova no seu pico de produção de insulina, que ocorre logo após o de glicose. “Esse pico ocorre cerca de duas horas após a alimentação. A glicose é a fonte de energia mais importante para o atleta, e a insulina age removendo a glicose da circulação, pois ao entrar em pista nesse exato momento, o organismo do cavalo está retirando do sangue a glicose disponível para geração imediata de energia, que é o que mais o animal precisa no momento da prova”.
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