segunda-feira, 14 de julho de 2014

A leptospirose - A prevenção é a melhor medida para evitar a leptospirose

Roedores são um dos principais transmissores da doença / foto: agecom.df.gov.br

Leptospirose


É uma doença infecciosa potencialmente grave causada por uma bactéria, a Leptospira interrogans . É uma zoonose ( doença dos animais transmissível ao homem) que ocorre em todo o mundo, em todas as idades e ambos os sexos. A leptospirose ataca os roedores, outros mamíferos silvestres, animais domésticos ( cães e gatos ) e outras espécies econômica ( bovinos, suínos, ovinos, etc).
O principal responsável pela transmissão é o rato de esgoto. Assim como os animais podem transmitir através da urina . A bactéria penetra através da pela e de mucosas (olhos, nariz e boca) ou através de ingestão de água e alimentos contaminados. A transmissão de uma pessoa para outra é pouco provável.

Quando diagnosticado no início, a leptospirose tem uma evolução benigna.

Os sintomas aparecem de dois a trinta dias após a infecção.

No Brasil , a maioria das infecções ocorrem através do contato com água de enchentes contaminada por urina de rato, normalmente oriundas de inundações. A infeção também pode ser adquirida através de água e alimentos contaminados com a urina do rato ou por meio de contato com urina de animais de estimação ( cães e gatos)

A prevenção é a melhor medida para evitar a leptorpirose. A doença pode ser evitada utilizando água tratada (clorada) , bebidas como água mineral, refrigerantes, cerveja, não devem ser ingeridas diretamente de latas ou garrafas sem que estas seja lavadas adequadamente.

Pessoas que irão se expor ao contato com água ou terrenos alagados, devem utilizar roupas e calçados impermeáveis.

A vacina não confere imunidade permanente e não está disponível para seres humanos no Brasil.

É importante que a população seja esclarecida sobre o que determina a ocorrência da leptospirose e o que deve ser feito para evitá-la.

Antes de retornar a sua residência deve ser realizada uma limpeza com produtos apropriados , não esquecendo o uso de luvas e calçados impermeáveis.

Quando não há certeza da qualidade da água, ela deve ser fervida ou tratada com cloro.

É uma doença de notificação obrigatória junto aos Centros de Saúde.

Aristeu Pessanha Gonçalves
Presidente AMVERJ




A LEPTOSPIROSE ANIMAL

A leptospirose é uma zoonose na qual os animais são hospedeiros primários, essenciais para a persistência dos focos da infecção, e os seres humanos são hospedeiros acidentais, terminais, pouco eficientes na perpetuação da mesma. Esses fatos ressaltam a importância do direcionamento das ações preventivas para os animais vertebrados que se comportam como reservatórios de leptospiras. O impacto da leptospirose em termos da saúde pública reflete-se no alto custo do tratamento dos seres humanos acometidos com letalidade da ordem de 5% a 20%. No entanto, quanto à saúde animal, as conseqüências dessa infecção são particularmente da esfera econômica, tendo em vista o envolvimento de bovinos, eqüinos, suínos, caprinos e ovinos, espécies animais produtoras de alimentos nobres como a carne, o leite, e ainda de produtos de interesse industrial, tais como a lã e o couro. A leptospirose animal representa, portanto, um ponto de preocupação para os profissionais envolvidos com a saúde animal e saúde pública. A melhoria das ações de controle voltadas aos animais refletirá na diminuição do nível de contaminação ambiental e, conseqüentemente, na redução do número de casos humanos da doença.
Agente Etiológico: o agente etiológico da leptospirose animal é o mesmo da leptospirose humana. Cada sorovar tem o(s) seu(s) hospedeiro(s) preferencial(ais), porém uma espécie animal pode albergar um ou mais sorovares.

Aspectos Epidemiológicos da Leptospirose Animal: as leptospiras podem hospedar-se em diversos grupos de animais vertebrados; no entanto, os mamíferos são os que, na atualidade, apresentam maior significado epidemiológico. Inquéritos conduzidos em ecossistemas silvestres, não modificados pela ação humana, referem a presença da infecção em roedores, marsupiais, carnívoros e edentados. No entanto, em ecossistemas rurais e urbanos, o principal reservatório de leptospira é constituído pelos roedores sinantrópicos, entre os quais o Rattus norvegicus (ratazana ou rato de esgoto), que ocupa no mundo todo uma posição de destaque. Saliente-se que, neste grupo de animais, a relação hospedeiro-parasita revela uma condição de equilíbrio na qual os animais acometidos, usualmente, não exteriorizam nenhum sinal da infecção.

Modo de Transmissão: a penetração da leptospirose ocorre ativamente através de mucosas (ocular, digestiva, respiratória, genital), da pele escarificada e inclusive da pele íntegra, como ocorre quando da permanência por tempo prolongado em coleções de água contaminada. A eliminação da leptospira ocorre através da urina, de forma intermitente, podendo persistir por períodos de tempo de longa duração, variáveis com as espécies animais e a variante sorológica da leptospira envolvida; nos roedores, a presença de leptospira pode ser registrada permanentemente na urina. Devido à uretra constituir-se na via comum para eliminação de urina e sêmen, é possível que este último também venha a ser contaminado por leptospiras o que torna possível a transmissão venérea por leptospirose animal, tanto pela monta natural, como através da inseminação artificial.

Aspectos Clínicos: dentre os animais de produção, explorados em ecossistemas rurais, as manifestações clínicas mais freqüentes atingem a esfera reprodutiva, incluindo o abortamento, usualmente no terço final da gestação. Em algumas oportunidades, as reprodutoras atingidas podem apresentar infertilidade ou mesmo esterilidade. O nascimento de produtos a termo debilitados evoluem para o óbito nos primeiros dias de vida, é também outra manifestação da infecção. Alguns sinais em particular podem ser observados de acordo com a espécie animal e em determinadas faixas etárias. Em suínos jovens, durante a fase de aleitamento, podem ocorrer quadros de encefalite por leptospiras, que se manifestam por incoordenação motora e acessos convulsivos com movimento de pedalamento. Em bezerros jovens, pode ser observado um quadro febril com icterícia e hemoglobinúria, o qual solicita o estabelecimento de um diagnóstico diferencial com a tristeza parasitária (infecção por hematozoários). Em vacas adultas das raças com aptidão leiteira, pode haver a infecção da glândula mamária e o quadro clínico é o de uma mastite atípica, com sensível diminuição da secreção láctea, úbere flácido e o leite manchado por coágulos de sangue. Nos eqüinos as manifestações clínicas mais freqüentemente associadas à leptospirose são o comprometimento do globo ocular com o aparecimento de uma conjuntivite recidivante, que pode evoluir para a cegueira, caso não seja introduzido o tratamento adequado, abortamento esporádico e infertilidade. Dentre os animais de companhia mantidos nas áreas urbanas junto ao domicílio humano, a leptospirose pode acometer o cão doméstico, provocando quadros febris com sinais variáveis de hemorragias, icterícia e uremia com alto grau de letalidade e óbito decorrente das insuficiências hepática e renal. As fontes de infecção animal podem ser sumarizadas em doentes, portadores convalescentes e os portadores sadios. Através dos animais portadores, ocorre a persistência dos focos de leptospirose, devido à longa duração desta condição (meses ou anos) e à ampla facilidade de deslocamento que pode ser oferecida a estes animais, uma vez que os mesmos não revelam nenhum sinal da infecção.

Diagnóstico: o diagnóstico da leptospirose animal deve apoiar-se na integração dos informes clínicos-epidemiológicos com os dos resultados dos exames laboratoriais. A confirmação definitiva da infecção assenta-se na demonstração da presença do microrganismo ou dos anticorpos específicos. A soroaglutinação microscópica é o procedimento laboratorial mais amplamente empregado para o diagnóstico etiológico da infecção animal. Outros métodos são dispendiosos, de resultado demorado, aplicando-se apenas a casos individuais e ou animais de alto valor estimativo ou econômico.

Fonte: Guia Brasileiro de Vigilância Epidemiológica

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