terça-feira, 26 de abril de 2016

Conseguir que 196 países fechassem o acordo climático de Paris foi a ‘parte fácil'. Agora começa o trabalho de verdade




Para todos aqueles que pensaram que chegar a um acordo sobre o clima em Paris já seria suficiente para levar o planeta rumo a uma economia com baixas emissões de carbono, é hora de tomar um café para acordar.
O recado vem de ninguém menos que Christiana Figueres, cujo papel foi fundamental nos esforços para que os 196 países concordassem sobre o marco para limitar o aquecimento global descontrolado.

Figueres, secretária executiva da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança Climática, disse que, embora as negociações tenham sido um sucesso,“francamente, depois de 20 anos de trabalho rumo a esse objetivo, aquilo foi a parte fácil”.

Falando no Fórum Econômico Mundial, em Davos, ela disse que agora éimperativo passar das boas palavras à ação.


“Precisamos entender o claro sinal de Paris e os claros riscos, e planejar o que vamos fazer”, afirmou Figueres, acrescentando que as emissões globais de carbono devem chegar ao pico nos próximos cinco a dez anos.

Todos no planeta devem repensar sobre como vivem suas vidas, disse.
A atenção da secretária da ONU é focada nas petrolíferas, companhias de gás e de carvão. Esses setores precisam deslocar seus enormes recursos para as energias renováveis em desenvolvimento, disse Figueres, e não apenas se preocupar com seus ativos. Ela destacou que as reservas de combustíveis fósseis já excedem muito o orçamento de carbono para evitar o aquecimento do planeta em 2 graus Celsius.

Mas Figueres também acredita que todos os cidadãos precisam se tornar mais conscientes sobre suas escolhas, já que desde os alimentos que comemos até as roupas que compramos afetam as emissões de carbono.

“Tudo se tornou perigoso”, disse.

Mesmo empresas e investidores que têm trazido a sustentabilidade para o coração de suas operações precisam agir, disse a secretária da ONU.


“Meu pai dizia que, se as coisas estão indo mal, você deve continuar na batalha, e se as coisas estão indo bem, encontre uma batalha nova”, afirmou. “Todos concordaram sobre o rumo da viagem, por isso, a próxima batalha é acelerar aquela direção da viagem. A força de Paris reside na construção de uma ampla estrada, permitindo que os países escolham sua faixa. O mesmo vale para todas as pessoas.”

Doug McMillon, diretor-presidente da varejista norte-americana Walmart, dividiu o palco com Figueres. A secretária o questionou em um ponto, dizendo: “O Walmart tem estado na faixa rápida há muito tempo. Agora o desafio é passar da faixa rápida para a faixa ainda mais rápida”.

McMillon respondeu dizendo que a amplitude, e não apenas a velocidade da mudança é importante, desde a maneira pela qual os fazendeiros produzem bens agrícolas até como as fábricas da rede de fornecedores do Walmart utilizam a energia.

Dados de boa qualidade estão se tornando cada vez mais importantes para monitorar o que está acontecendo através das principais operações das companhias e de seus milhares de fornecedores, McMillon acrescentou. Melhor informação proporcionada pelo aumento do uso de sensores está permitindo que as empresas entendam quais fábricas são as mais produtivas, quais fornecedores oferecem as melhores condições de trabalho, e quais companhias estão removendo as toxinas de seus produtos.

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