Eis o cão que já representou os Estados Unidos. O terrier do Ianque emergiu em uma propaganda que objetivava promover o espírito de luta dos Estados Unidos durante a Primeira Guerra Mundial, e era um pit bull.
Porém, uma série de eventos, a maioria ocorridos na década de 1970, contribuiu para denegrir a imagem da raça que passou a ser demonizada pela mídia e ter sua morte induzida em abrigos de animais que não conseguiam encontrar novos lares para os animais, informa o Washington Post.
Um novo livro chamado “Pit Bull: A batalha sobre um ícone americano”, escrito por Bronwen Dickey, é a mais recente tentativa de restaurar a imagem dos cães, equivocada há 40 anos.
Dickey documenta a metamorfose pela qual passou a imagem do animal e questiona alguns mitos que circulam a seu respeito.
Por exemplo, um deles diz que um pit bull protegia gatinhos e, mais tarde, foi supostamente treinado para atacar os filhotes de forma sanguinária.
Reprodução/WashingtonPost
Outro grande mito é o de que as mandíbulas dos animais são monstruosas. O Texas Monthly, uma vez descreveu-as como “capazes de aplicar uma pressão de 740 libras por polegada quadrada”.
Já o San Jose Mercury-News divulgou que as mandíbulas de pit bulls podem “exercer até 3.500 libras de pressão por polegada quadrada.
Porém, o maior mito é o de que pit bulls já nascem perigosos e por isso irão matar, mas um geneticista explica que essa alegação é “absolutamente ridícula”.
Além disso, a agressividade dos cães é influenciada pelos seus desenvolvimentos precoces e pela sua socialização com outros cães e seres humanos, como aponta Dickey.
A autora sugere que o pânico por pit bulls se instaurou em grandes cidades durante os anos 70 e 80 enquanto as pessoas ficavam cada vez mais amedrontadas com a ocorrência de crimes.
Ao mesmo tempo, a cobertura da mídia sensacionalista sobre o aumento de ringues de lutas de cachorros ajudou a denegrir os pit bulls.
“Esses ringues surgiram em lugares pobres, e logo a cultura rap também passou a retratar o pit bull como um assassino, atraindo ainda mais atenção da mídia “, afirma a autora.
Esse cenário só começou a mudar na última década. Em 2007, o astro do futebol americano ‘Michael Vick foi preso e eventualmente condenado por criar e promover lutas de pit bulls em sua fazenda, e também ajudar a matá-los.
De repente, os pit bulls começam a parecer mais presas (de humanos) do que predadores.
Em pouco tempo, surgiram programas de televisão sobre o animal e os abrigos renovaram seus esforços para promover a adoção dos cães.Mesmo assim, segundo Dickey, os norte-americanos ainda têm uma relação irregular com pit bulls.
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