Além de serviços diversos, profissionais surgem para atender a demanda.
Setor deve movimentar R$ 16 bilhões este ano no País.
O universo dos animais de estimação gera lucro para os mais diversos setores do mercado. Um dos exemplos é a produção de milho. Aparentemente não parece ter nada ver com os pets, mas cerca de 50% dos ingredientes das rações que eles consomem tem como matéria-prima o milho. Mas, tem também os serviços específicos e até a dog sitter, uma espécie de babá de animais de estimação. Esse lucrativo mercado é o destaque da terceira reportagem da série "Mundo Pet" exibida no TEM Notícias.
Fábrica produz 300 toneladas de ração por dia
(Foto: Reprodução / TV TEM)
(Foto: Reprodução / TV TEM)
Abastecimento de matéria-prima, dosagem e formulação dos produtos, moagem, cozimento, secagem e ensaque. Essas são as fases do processo de produção de alimento para cães e gatos em uma fábrica em Santa Cruz do Rio Pardo (SP). Por dia são 300 toneladas do alimento no depósito da fábrica.
E pensar que quando a empresa começou, a produção era de 200 toneladas por mês. “A princípio eram produtos específicos pra cães adultos, depois cães filhotes, gatos, produtos mais específicos pra raças pequenas, por exemplo. Então fomos diversificando o nosso portfólio de produtos a fim de bem atender aos consumidores”, explica o zootecnista e gerente técnico João Paulo Camarinha Figueira.
Tudo para pets
Em uma loja de São Paulo, matriz da maior rede de pets shops do Brasil, as rações correspondem a 60% das vendas, mas o comércio no local é bem mais amplo. A loja tem 20 mil produtos diferentes para alimentação, brinquedos, acessórios, produtos de limpeza, de higiene, medicamentos e roupinhas. E os donos dos pets podem fazer compras a qualquer hora do dia, porque o local funciona 24 horas. “Atrai funcionários e profissionais de grandes redes, então é um mercado altamente promissor”, afirma o diretor de expansão da rede, Hélio Freddi Filho.
Equipe especializada avalia a qualidade das rações (Foto: Reprodução / TV TEM)
O local oferece uma estrutura completa. “Nós oferecemos a clínica veterinária e o acompanhamento, então realmente é um serviço diferenciado”, explica médica veterinária Janaína Camargo.
Grommer e outros especialistas
Um centro de estética animal em Botucatu foi criado há 13 anos para oferecer banho e tosa para cães em gatos. A proprietária do local, Suzana logo começou a se destacar no ramo e recebeu convite para dar aulas sobre a “arte” de tosar os animais e do salão de estética surgiu a escola. Um centro de formação profissional, que hoje dá muito mais lucro. E um detalhe importante, as profissionais não são "tosadoras". “O nome correto da profissão é grommer”, explica Gorete Lourenço.
Grommer são especializadas na tosa de animais
(Foto: Reprodução / TV TEM)
(Foto: Reprodução / TV TEM)
Alexandre Zanetti não é o dono dos cães mas é pago para caminhar com eles. É um dog walker, uma profissão que vem ganhando cada vez mais espaço no mercado pet. O ex-frentista abandonou a vida nos postos de combustíveis e ganhou dezenas de melhores amigos. “É aquela coisa, procure fazer alguma coisa que você goste que você nunca mais vai trabalhar na sua vida.” Hoje ele não vive só disso como ganha o dobro de quando era frentista.
Só que tem profissional que faz muito mais que passear com os cães. Tânia Batista é dog sitter ou babá de cachorros. O cargo que ela ocupa exige tanta confiança que ela tem até uma cópia da chave da casa onde vivem os seus “clientes”.
Enquanto os donos estão fora é ela quem bota ordem no canil. E antes da diversão Tânia cumpre outras obrigações. Coloca comida, troca o tapete higiênico e a água, que tem que ser filtrada, por sinal.
“A gente cuida muito dos animais, dá atenção, muita mesmo, é um tempo que a gente dedica só a eles”, explica. Além de dog sitter, a Tânia também trabalha com táxi dog, ou seja, ela transporta os bichinhos pra onde eles precisam ir. “E eles vão na caixinha, no maior conforto.” O veículo é adaptado para o conforto e a segurança de donos e animais.
Negócio lucrativo
O mercado é tão promissor que uma feira de negócios é sediada em São Paulo já há 13 anos é o maior evento do setor na América Latina. “A gente tem hoje no Brasil 37 milhões de cães, 21 milhões de gatos, só que o número total de animais de estimação está ultrapassando 100 milhões de animais”, destaca a organizadora do evento Laura Snitovsky.
O Brasil tem 200 milhões de habitantes, e cada família tem em média 4 pessoas. Ou seja, 50 milhões de famílias, com 100 milhões de bichos, o que dá dois animais de estimação por casa. O país é o segundo maior mercado pet do mundo de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação. A expectativa é terminar 2014 com um faturamento de mais de R$ 16 bilhões.
O amor é tão grande pelos animais que até nas situações mais difíceis a gente, de um lado, se desdobra por eles e de outro, um empresário abraça uma oportunidade. É o caso de quem investe em cemitérios pets. O triste na convivência com os nossos animais é que um dia ela vai chegar ao fim. Mas até neste momento é possível prestar uma homenagem. Como fazemos com qualquer membro da família nós podemos sepultar os nossos bichos. Existem cemitérios especializados nesse ramo, um mercado que também está crescendo.
No local tem lápides de vários tipos das simples
às mais detalhadas. (Foto: Divulgação)
às mais detalhadas. (Foto: Divulgação)
O lugar tem até sala de velório, onde os donos tomam o tempo que acharem necessário para se despedir do animalzinho. Também é possível acompanhar o sepultamento, que é oferecido de duas formas diferentes. “E não é só cachorro? É gato, papagaio, tartaruga, lebre. É bichinho é pet, né?”, completa Clovis.
Não se espante nem julgue quem enterra um animal de estimação. A dor é a mesma de quando se perde um ente querido. Eles são parte da família, tanto é que não é raro ver pessoas chamando o animal de estimação de filho. O sentimento, muitas vezes é bem parecido. E o comércio já percebeu essa mudança. Proibir a entrada de animais pode significar menos dinheiro no caixa.
E se os “filhos” não podem entrar, os pais não também não frequentam. Muitos preferem não deixar os pets sozinhos em casa. E para muitos comerciantes esse tipo de atitude representa prejuízo e menos movimento. Por isso um shopping de São Paulo percebeu há 15 anos que permitindo a entrada de animais o movimento também cresceria. E com mais gente circulando a matemática é simples, as vendas crescem cada vez mais.
Para atrair mais clientes existe uma estrutura para os bichinhos viciados em vitrines. Do lado de fora os donos podem pegar sacolas e recolher a sujeira e também foram instalados bebedouros para os cães matarem a sede. Em outro shopping, em São Bernardo, tem até carrinho para passear com os cães mais preguiçosos, aqueles que querem olhar as vitrines, mas sem se exercitar.
Não tem como negar, os cães estão ganhando espaço. Os pets estão se tornando uma fonte inesgotável de dinheiro. Um mercado em franca expansão e tem muita gente que já percebeu que a aparente inocência dos gatos, cãezinhos e outros animais pode render muitos cifrões.
Shoppings passaram a oferecer estrutura para entrada de animais (Foto: Reprodução / TV TEM)
Nenhum comentário:
Postar um comentário