Que seu cachorro pudesse falar é um desejo de todo tutor de um amigão
desses. Mas você já pensou o que poderia ouvir se ele pudesse se
expressar verbalmente sobre o banho, ou sobre o perfume depois do banho,
ou ainda sobre quando você o trata como criança? Listamos aqui algumas
atitudes que a maioria dos tutores de cães têm e que uma boa parte dos
bichos simplesmente o-dei-a. Depois dela, vamos ver se você ainda vai
querer que seu cachorro fale…
10. Conversar com seu cachorro
Suponhamos que seu cão tenha feito xixi no sofá (maginaquêisso!). Você, bravo, tenta comunicar o erro a ele, mas sem agredi-lo – afinal, ele é seu amigo e você não quer magoá-lo. Então você começa um diálogo ponderado: “Rex, vamos conversar. Não gostei da sua atitude, cara. Esse sofá custou R$ 1.800, e isso é um salário inteiro”. Olha. Ele até vai te olhar com muito interesse, mas pode esquecer: a chance dele entender o papo reto é nenhuma. Cachorros não ligam a mínima para as palavras, o negócio deles são sons e linguagem corporal. Eles compreendem a intenção, mas jamais o português. Assim, a melhor forma de demonstrar o que você quer é com gestos e com uma boa postura. Falar com o cão sem demonstrar isso com o corpo pode confundir o animal – que depois vai levar uma bronca sem ter a menor ideia do que está acontecendo.
9. Gritar toda vez que ele late
Outro dia, eu estava passeando com meu cão, o Otelo, que estava preso na coleira. Duas crianças passaram correndo e gritando perto de nós, e Otelo latiu. As crianças tomaram um susto, o avô (chato) delas disse que meu cachorro é “histérico” e eu fiquei morta de vergonha. Mas, ei! Otelo é um cachorro e, da mesma forma que as crianças gritam, ele late. É a forma que ele tem de expressar ao mundo algumas de suas vontades – nesse caso, se bem conheço meu cão, vontade de correr e brincar com as crianças choronas. Portanto, seja mais tolerante com os latidos do seu cão (basta lembrar quanto ele deve ficar de saco cheio de ouvir você e os demais humanos falarem, e ele não reclama disso).
8. Transmitir nervosismo
Os cães sempre elegem um líder para o seu bando. O ideal é que esse líder seja você. Caso você se demonstre instável – nervoso, estressado, incapaz de exercer sua liderança -, ele sentirá que deve assumir esse papel. Por isso, sempre que estiver na companhia de seu cão, tente não demonstrar tensão nem nervosismo (lembrando que eles são mesmo muito bons na leitura corporal, então é legal você caprichar nisso), ou ele poderá ficar agitado e até agressivo.
7. Tratar o cão feito criança
Coisa mais fácil é encontrar gente que trata o amigo de baba e pelos como um bebê – afinal, com tanta fofura, só pode ser um bebê! E aí o tutor dessa fofura coloca roupinhas, calça sapatinhos, enfeita o cão com joias (tudo pet friendly, viu?). Pois saiba que o cachorro provavelmente ODEIA isso. Cães são cães e gostam de ser tratados como tal. Assim, ele vai querer correr (sem sapatos), perseguir coisas e farejar. É claro que você pode mostrar afeto ao seu bicho. Mas o guru dos petlovers, o treinador Cesar Milan, não se cansa de repetir: primeiro vem o exercício, depois, a disciplina disciplina, e, então, carinho.
6. Achar que o cão é “gente como a gente”
Nós, humanos, achamos a subserviência uma coisa muito ruim, até intolerável. Ser dominado por uma outra pessoa é o pior cenário de vida que se pode imaginar. Mas com os cães funciona exatamente do jeito oposto. Naturalmente, eles gostam de saber bem claramente quem é o líder do bando (no caso, você). Assim, ao adotar um amigo canino, você deve se preparar para assumir integralmente o papel de “cachorro alfa da matilha”. Só desse jeito seu cão vai se sentir seguro – do contrário, ele vai começar a se estressar por não saber bem como se comportar naquele bando.
5. Deixar seu cão morrer de tédio
Pense em como seria a sua vida se você passasse o dia inteiro deitado em uma cama, ou perambulando sem destino pela casa, sem TV, sem smartphone, sem um livro, sem ninguém para conversar, sem nenhum tipo de jogo e nenhuma atividade. Pode até parecer divertido por um dia ou dois, mas imagine passar A VIDA desse jeito? Se você não der atividades para o seu cão, é assim que ele vai se sentir, no mais profundo e desesperançoso tédio. A falta de atividades pode levar o cão a ficar ansioso e começar a ter comportamentos ruins, como se coçar demais, até ter feridas, morder as próprias patas, roer coisas (inclusive móveis) e entrar em depressão.
4. Abraçar
Mais uma diferença brutal entre o comportamento de cães e humanos. Você adora receber abraços das pessoas amadas. Essa é uma forma de nos sentirmos queridos, correto? No caso do seu amigo cão, o abraço é um sinal de ameaça. Significa que você está querendo dominá-lo à força. Alguns cães até toleram ser abraçados, enquanto outros ficam bastante agressivos. De toda forma, preste atenção no bicho. Alguns demonstram sinais claros de desconforto, como afastar a cabeça de você. Eu sei, é duro. Mas vamos trabalhar esse ponto, ok?
3. Ficar no celular/computador
Você passa o dia inteiro fora de casa, trabalhando. Durante 9, 10 ou até 11 horas que você está fora de casa, seu cão fica sozinho em casa, muitas vezes, sem nada para distraí-lo nem fazê-lo gastar energia. Aí, vem o momento mais feliz do dia para ele: a hora em que você chega em casa. Você entra, faz um carinho na cabeça dele, troca a água, coloca a comida dele na tigela, senta no sofá e se perde entre as várias listas com coisas divertidas da SUPER. Aí não, né, pô! Seu cão passou o dia inteiro sozinho, só esperando você chegar. Ele merece, no mínimo, um pouco de atenção – o que inclui brincadeiras, desafios e, sempre que possível, passeios.
2. Ter pressa na hora do passeio
Falando em passeios, como vai essa paciência, hein? Sair com um cachorro significa parar a cada meio metro para que ele possa cheirar as coisas, explorar o mundo, descobrir os novos vizinhos e se inteirar das novidades do bairro. E eles odeiam qualquer passeio que seja diferente disso. Dar aquela voltinha burocrática, sem xixi no hidrante (e na esquina, e no meio-fio, na roda do carro, na árvore, no arbusto, na moitinha, no jardim, no portão etc etc etc), sem poder cheirar o xixi do colega, para o seu cão, é como ir a Roma e não ver o Papa.
1. Deixá-lo cheiroso
Já pensou que, se estivesse solto na natureza, um cão JAMAIS tomaria um banho? Ele poderia, sim, se molhar com a chuva, se melecar em uma poça de lama, atravessar um riacho e até entrar nele, mas tomar banho, tipo, xampu, esfrega-esfrega, condicionador e perfuminho no final, nunca! Ele sempre estaria sujinho e com aquele cheirinho característico de pano de chão molhado cachorro. Não é de se estranhar se seu amigão for aquele tipo meio Cascão, que foge da água que nem o diabo foge da cruz. Além disso, o olfato dos cães é muito, muito, muito apurado, e isso faz eles ficarem extremamente incomodados com o cheiro do perfume que você passa nele.
Lembre-se: assim como qualquer treinador vai dizer, cada cão é diferente. Além das peculiaridades de cada raça, há também as variações de personalidade de um bicho para o outro. Então, se o seu adora tomar banho ou detesta passeios longos, ele está mais para exceção do que para a regra.
Por Raquel Sodré
Fontes: Cesar’s Way, Bark Post, Pet Place, One Green Planet, Care 2
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10. Conversar com seu cachorro
Suponhamos que seu cão tenha feito xixi no sofá (maginaquêisso!). Você, bravo, tenta comunicar o erro a ele, mas sem agredi-lo – afinal, ele é seu amigo e você não quer magoá-lo. Então você começa um diálogo ponderado: “Rex, vamos conversar. Não gostei da sua atitude, cara. Esse sofá custou R$ 1.800, e isso é um salário inteiro”. Olha. Ele até vai te olhar com muito interesse, mas pode esquecer: a chance dele entender o papo reto é nenhuma. Cachorros não ligam a mínima para as palavras, o negócio deles são sons e linguagem corporal. Eles compreendem a intenção, mas jamais o português. Assim, a melhor forma de demonstrar o que você quer é com gestos e com uma boa postura. Falar com o cão sem demonstrar isso com o corpo pode confundir o animal – que depois vai levar uma bronca sem ter a menor ideia do que está acontecendo.
9. Gritar toda vez que ele late
Outro dia, eu estava passeando com meu cão, o Otelo, que estava preso na coleira. Duas crianças passaram correndo e gritando perto de nós, e Otelo latiu. As crianças tomaram um susto, o avô (chato) delas disse que meu cachorro é “histérico” e eu fiquei morta de vergonha. Mas, ei! Otelo é um cachorro e, da mesma forma que as crianças gritam, ele late. É a forma que ele tem de expressar ao mundo algumas de suas vontades – nesse caso, se bem conheço meu cão, vontade de correr e brincar com as crianças choronas. Portanto, seja mais tolerante com os latidos do seu cão (basta lembrar quanto ele deve ficar de saco cheio de ouvir você e os demais humanos falarem, e ele não reclama disso).
8. Transmitir nervosismo
Os cães sempre elegem um líder para o seu bando. O ideal é que esse líder seja você. Caso você se demonstre instável – nervoso, estressado, incapaz de exercer sua liderança -, ele sentirá que deve assumir esse papel. Por isso, sempre que estiver na companhia de seu cão, tente não demonstrar tensão nem nervosismo (lembrando que eles são mesmo muito bons na leitura corporal, então é legal você caprichar nisso), ou ele poderá ficar agitado e até agressivo.
7. Tratar o cão feito criança
Coisa mais fácil é encontrar gente que trata o amigo de baba e pelos como um bebê – afinal, com tanta fofura, só pode ser um bebê! E aí o tutor dessa fofura coloca roupinhas, calça sapatinhos, enfeita o cão com joias (tudo pet friendly, viu?). Pois saiba que o cachorro provavelmente ODEIA isso. Cães são cães e gostam de ser tratados como tal. Assim, ele vai querer correr (sem sapatos), perseguir coisas e farejar. É claro que você pode mostrar afeto ao seu bicho. Mas o guru dos petlovers, o treinador Cesar Milan, não se cansa de repetir: primeiro vem o exercício, depois, a disciplina disciplina, e, então, carinho.
6. Achar que o cão é “gente como a gente”
Nós, humanos, achamos a subserviência uma coisa muito ruim, até intolerável. Ser dominado por uma outra pessoa é o pior cenário de vida que se pode imaginar. Mas com os cães funciona exatamente do jeito oposto. Naturalmente, eles gostam de saber bem claramente quem é o líder do bando (no caso, você). Assim, ao adotar um amigo canino, você deve se preparar para assumir integralmente o papel de “cachorro alfa da matilha”. Só desse jeito seu cão vai se sentir seguro – do contrário, ele vai começar a se estressar por não saber bem como se comportar naquele bando.
5. Deixar seu cão morrer de tédio
Pense em como seria a sua vida se você passasse o dia inteiro deitado em uma cama, ou perambulando sem destino pela casa, sem TV, sem smartphone, sem um livro, sem ninguém para conversar, sem nenhum tipo de jogo e nenhuma atividade. Pode até parecer divertido por um dia ou dois, mas imagine passar A VIDA desse jeito? Se você não der atividades para o seu cão, é assim que ele vai se sentir, no mais profundo e desesperançoso tédio. A falta de atividades pode levar o cão a ficar ansioso e começar a ter comportamentos ruins, como se coçar demais, até ter feridas, morder as próprias patas, roer coisas (inclusive móveis) e entrar em depressão.
4. Abraçar
Mais uma diferença brutal entre o comportamento de cães e humanos. Você adora receber abraços das pessoas amadas. Essa é uma forma de nos sentirmos queridos, correto? No caso do seu amigo cão, o abraço é um sinal de ameaça. Significa que você está querendo dominá-lo à força. Alguns cães até toleram ser abraçados, enquanto outros ficam bastante agressivos. De toda forma, preste atenção no bicho. Alguns demonstram sinais claros de desconforto, como afastar a cabeça de você. Eu sei, é duro. Mas vamos trabalhar esse ponto, ok?
3. Ficar no celular/computador
Você passa o dia inteiro fora de casa, trabalhando. Durante 9, 10 ou até 11 horas que você está fora de casa, seu cão fica sozinho em casa, muitas vezes, sem nada para distraí-lo nem fazê-lo gastar energia. Aí, vem o momento mais feliz do dia para ele: a hora em que você chega em casa. Você entra, faz um carinho na cabeça dele, troca a água, coloca a comida dele na tigela, senta no sofá e se perde entre as várias listas com coisas divertidas da SUPER. Aí não, né, pô! Seu cão passou o dia inteiro sozinho, só esperando você chegar. Ele merece, no mínimo, um pouco de atenção – o que inclui brincadeiras, desafios e, sempre que possível, passeios.
2. Ter pressa na hora do passeio
Falando em passeios, como vai essa paciência, hein? Sair com um cachorro significa parar a cada meio metro para que ele possa cheirar as coisas, explorar o mundo, descobrir os novos vizinhos e se inteirar das novidades do bairro. E eles odeiam qualquer passeio que seja diferente disso. Dar aquela voltinha burocrática, sem xixi no hidrante (e na esquina, e no meio-fio, na roda do carro, na árvore, no arbusto, na moitinha, no jardim, no portão etc etc etc), sem poder cheirar o xixi do colega, para o seu cão, é como ir a Roma e não ver o Papa.
1. Deixá-lo cheiroso
Já pensou que, se estivesse solto na natureza, um cão JAMAIS tomaria um banho? Ele poderia, sim, se molhar com a chuva, se melecar em uma poça de lama, atravessar um riacho e até entrar nele, mas tomar banho, tipo, xampu, esfrega-esfrega, condicionador e perfuminho no final, nunca! Ele sempre estaria sujinho e com aquele cheirinho característico de pano de chão molhado cachorro. Não é de se estranhar se seu amigão for aquele tipo meio Cascão, que foge da água que nem o diabo foge da cruz. Além disso, o olfato dos cães é muito, muito, muito apurado, e isso faz eles ficarem extremamente incomodados com o cheiro do perfume que você passa nele.
Lembre-se: assim como qualquer treinador vai dizer, cada cão é diferente. Além das peculiaridades de cada raça, há também as variações de personalidade de um bicho para o outro. Então, se o seu adora tomar banho ou detesta passeios longos, ele está mais para exceção do que para a regra.
Por Raquel Sodré
Fontes: Cesar’s Way, Bark Post, Pet Place, One Green Planet, Care 2
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