A
leishmaniose animal é uma zoonose (doença transmitida dos animais para o
homem) presente em mais de 70 países do mundo, causada por um
protozoário transmitido por um mosquito, que invade diferentes órgãos do
cão e do homem, provocando graves lesões.
“Existem
duas leishmanioses que podem afetar os cães e gatos, que são a
leishmaniose visceral e a leishmaniose tegumentar. Na leishmaniose
visceral o cão é o principal reservatório urbano, pois ele alberga o
agente, o vetor que se infecta ao picá-lo. Além disso, ele é um animal
que fica muito próximo ao homem”, explica a médica-veterinária Juliana
Giantomassi Machado.
A
forma mais grave é a leishmaniose visceral canina (LVC), popularmente
conhecida como calazar, uma zoonose grave e pouco conhecida entre os
proprietários de animais de estimação. A LVC é uma doença crônica,
infecciosa, que ataca o fígado e o baço, provocando acessos irregulares
de febre e perda de peso do animal.
"Na
leishmaniose visceral as principais manifestações clínicas nos cães são
a perda de pelos ao redor da boca, olhos, nariz e orelhas; lesões de
pele com ou sem descamações; linfoadenopatia; emagrecimento;
onicogrifose (deformação das unhas); lesões hepáticas, renais e
oculares. É importante chamar a atenção sobre o fato de que vários
animais estão infectados e não apresentam nenhum sinal clínico, sendo
esses chamados de assintomáticos. Na leishmaniose tegumentar ocorrem
principalmente lesões na pele, ulceradas ou não", explica Juliana.
Diagnóstico fatal
De
acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a leishmaniose antigamente
era considerada uma doença rural, mas hoje vem se expandindo para os
centros urbanos e já atinge 20 Estados. Até 2008, o mais comum era usar
remédios indicados para humanos. Uma portaria assinada pelos Ministérios
da Saúde e da Agricultura, porém, proibiu essa prática, em razão do
risco de o parasita desenvolver resistência aos medicamentos.
Segundo
a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, testes em
laboratório mostram que o parasita facilmente dribla a ação dos
remédios. Há um número limitado de drogas e não há perspectivas de que
novos medicamentos estejam disponíveis a curto prazo. Como o cão é o
principal reservatório da doença, argumenta a secretaria, não sacrificar
os animais infectados pode trazer consequências graves para a saúde
pública, com a disseminação de parasitas mais resistentes.
Na
Europa há remédios específicos para o tratamento de cães, alguns usados
há pelo menos 40 anos. Lá, também foi criada uma ração terapêutica para
os animais infectados.
Prevenção já!
A
melhor opção para combater a leishmaniose é evitar que o mosquito
transmissor entre em contato com o cão. É recomendável manter o animal
dentro de casa ao entardecer, colocar telas nas janelas e no canil e, se
possível, espalhar vasos de citronela pelo quintal.
Para
os humanos, a forma mais efetiva de prevenção é se proteger contra as
picadas dos insetos, fazendo uso de repelentes, roupas adequadas, telas
nas janelas e nas portas e mosquiteiros nas camas. Caso more na zona
rural, evite sair de casa nos horários de maior atividade dos insetos,
que é o raiar e o cair do dia.
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