A história começa assim: uma cadela cruza com um cão da mesma raça e, tempos depois, a ninhada nasce. Entre os filhotes com pedigree, um “intruso” sem raça definida também vem ao mundo – e é a cara do pet da vizinha. Apesar de parecer estranho, o nascimento de cachorros de diferentes pais é comum e pode ocorrer com fêmeas de qualquer raça, como explica a médica veterinária Silvia Crusco, professora nas universidades Anhanguera e Paulista (UNIP).
“Cadelas podem ter filhos de pais distintos devido ao cio longo. Além disso, às vezes aceitam vários machos durante o período”, diz. Assim, donos de fêmeas precisam se precaver durante todo o tempo entre aceitação, ovulação e fertilização, que pode durar de seis a nove dias.
Nesse intervalo, mesmo peludas que já tenham cruzado podem engravidar de outros cães, como ocorreu no caso narrado ao lado. Isso acontece porque, em um cio, vários óvulos são liberados e cada um pode ser fecundado por um espermatozoide diferente. De acordo com a veterinária, o número de óvulos passíveis de fecundação varia, mas cadelas pequenas tendem a ter poucos filhotes de uma vez, enquanto as de grande porte produzem mais óvulos e, portanto, criam uma quantidade maior.
Bebês a caminho
Conhecida na ciência como heterospermia, a presença de espermatozoides de diversos machos pode aumentar a taxa de fertilização. Por isso, o acasalamento de uma pet com diferentes peludos acaba chamando a atenção e atraindo criadores e donos de canis, já que, além de elevar as chances de prenhez, sem prejudicar a mãe ou os bebês, a prática pode ser feita de forma natural ou por inseminação artificial, reforçando a possibilidade de que a cadela fique grávida.
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