Enquanto examinavam solos da China, pesquisadores descobriram as conchas cinzas e vazias de sete novas espécies de caracóis terrestres. Um deles é tão minúsculo que dez caberiam, ao mesmo tempo, no buraco de uma agulha. Os novos “micro caracóis” são descritos na edição desta semana da revista “ZooKeys”.
O pesquisador da Universidade de Shinshu Barna Páll-Gergely e seus colegas encontraram as conchas em amostras coletadas da base de rochas calcárias na província chinesa de Guangxi. O menor dos moluscos recém-descobertos foi nomeado Angustopila dominikae – em homenagem à esposa de Páll-Gergely, Dominika – e sua concha mede apenas 0,86 milímetros de altura. Mesmo que apenas um exemplar tenha sido foi encontrado, a equipe determinou que ele fazia parte de uma espécie previamente desconhecida com base na forma, abertura e no umbílico (o buraco entre as espirais quando visto debaixo) da concha, assim como a pequenos “dentes” presentes na abertura.
É possível que esta seja a menor espécie de caracol de terra do mundo. Ele provavelmente se alimenta de microrganismos e pode ser hermafrodita. No entanto, como a equipe não conseguiu recuperar qualquer DNA, muitas coisas continuam incertas.
Outra das novas espécies, a Angustopila subelevata, mede 0,87 milímetros de altura em média e oito indivíduos foram encontrados. Até agora, o menor caracol terrestre conhecido era uma espécie tailandesa que mede cerca de 0,9 milímetros. Os menores caracóis do planeta, no entanto, são espécies marinhas – os caramujos. O caribenho Ammonicera minortalis, por exemplo, varia em tamanho de 0,32 a 0,46 milímetros.
Todos os sete novos caracóis pertencem à família Hypselostomatidae da Indochina, Indonésia, Austrália e Filipinas. De acordo com a coautora do estudo, Adrienne Jochum, da Universidade de Berna, sua concha com formato arredondado pode permitir que esses animais se prendam a pequenas rachaduras na pedra calcária, ajudando-os a prender bolhas de ar para flutuar caso sejam desalojados pela chuva.
Ela também acha possível que eles permaneçam vivos mesmo se forem engolidos por um pássaro. Ser tão pequeno assim é uma enorme vantagem evolutiva: o seu tamanho permite que estes caracóis “sobrevivam a qualquer coisa”, disse Jochum à revista “Newsweek”.
“Os organismos extremos em tamanho corporal não só atraem a atenção do público, mas também incitam interesse em relação à sua adaptação ao ambiente”, escreve a equipe. “Investigar caracóis terrestres com minúsculas cascas é importante para avaliar a biodiversidade e história natural, bem como para estabelecer as bases para o estudo da evolução do nanismo em animais invertebrados”.
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