Existem programas de reabilitação cardíaca direcionados para população de cardiopatas que querem iniciar a prática de atividade física de forma mais orientada
A prática de exercícios físicos é uma das medidas mais importantes para uma vida saudável e para prevenção de doenças cardiovasculares, que são responsáveis por cerca de 17,3 milhões de óbitos por ano, 31,3% de todos os casos. No Brasil, esse número chega a 300 mil anualmente ou uma morte a cada dois minutos. Os dados de toda a América Latina, incluindo o cenário brasileiro, também são preocupantes: 40% das mortes precoces ocorrem durante os anos mais produtivos de uma pessoa, antes dos 60 anos de idade.
O especialista do Núcleo de Cardiologia do Hospital Samaritano de São Paulo, Raffael Fraga, destaca que atividade física regular melhora a condição cardiovascular do praticante e diminui os principais fatores de risco para infarto do miocárdio e derrame. O exercício colabora para a redução dos níveis de pressão arterial e glicose, melhora o controle do peso e melhora o perfil de colesterol.
“Além disso, também reduz o stress e a ansiedade. A opção por uma mudança do estilo de vida que envolva a prática de atividade física e uma dieta mais saudável é fundamental para reduzir a incidência de doenças cardiovasculares”, afirma Fraga.
O cardiologista explica que existem basicamente três tipos de exercícios físicos: os aeróbicos (caminhar, correr, pedalar, nadar), os treinamentos de resistência ou força (musculação) e os exercícios de alongamento.
“As atividades aeróbicas, além de promoverem melhora da aptidão física, trazem inúmeros benefícios para a saúde de quem pratica regularmente: reduz o risco de morte prematura, morte por doenças cardíacas, derrame cerebral; reduz o risco de desenvolver diabetes e hipertensão arterial; auxilia na redução da pressão arterial e no controle do peso; reduz as sensações de depressão e ansiedade; e promove bem-estar psicológico.”
Fraga ressalta que, ao iniciar uma atividade física, é importante que exista um processo gradual em relação à duração e cargas, para que o coração não seja sobrecarregado, como pode acontecer com os famosos atletas de fim de semana. As recomendações do Colégio Americano de Cardiologia e Associação Americana do Coração (ACC/AHA) são para que os indivíduos saudáveis pratiquem atividades aeróbias de intensidade moderada por no mínimo 30 minutos, cinco dias por semana; ou atividades intensas (vigorosas) pelo menos 20 minutos, três vezes por semana.
Vale destacar também que para promover e manter a boa saúde e independência física, os adultos se beneficiarão também da prática de exercícios de força (resistência) por no mínimo duas vezes na semana. Recomenda-se praticar de 8-10 exercícios em dois ou mais dias alternados por semana, utilizando os maiores grupos musculares. Para maximizar o desenvolvimento de força e resistência de força, é recomendado utilizar de 8-12 repetições de cada exercício.
Porém, afirma o cardiologista, é importante que a pessoa não inicie a prática esportiva de forma inadvertida. “O primeiro passo é fazer um check-up para que a situação cardiológica e osteo-muscular sejam avaliadas. Caso esteja em condições adequadas, o exercício deve começar de forma leve e ser gradual, sempre sob orientação especializada”, diz Fraga.
Os indivíduos que já apresentam problemas cardíacos, após uma avaliação médica cuidadosa, podem iniciar a prática de atividade física. “Os exercícios nesta população são de grande importância, pois diminuem o risco de novos eventos, melhoram a capacidade funcional, melhoram o controle da pressão arterial e diabetes, aumentam os níveis do colesterol bom e diminuem o risco de depressão”, destaca.
A intensidade da prescrição do exercício depende da condição cardíaca do indivíduo e da gravidade do problema. Existem programas de reabilitação cardíaca direcionados para população de cardiopatas que querem iniciar a prática de atividade física de forma mais orientada.
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