Introdução
A anemia é definida como uma alteração dos componentes da série vermelha do sangue caracterizada pela diminuição de eritrócitos, concentração de hemoglobina e/ou hematócrito em relação aos valores de referência para a idade e espécie animal.
Constitui-se raramente em uma doença primária e geralmente é o resultado de um processo (doença) generalizado. Sendo assim, é necessário que se conheça a causa da anemia para que o tratamento racional seja empregado, pois ele não é direcionado por si só para a anemia, exceto como uma medida de emergência.
Hemólise
A hemólise é o processo normal de destruição dos eritrócitos velhos pelas células do sistema monocítico-fagocitário (SMF). Eventualmente, pode haver um aumento da taxa de hemólise atingindo inclusive os eritrócitos normais e resultando numa anemia hemolítica.
A anemia por destruição acelerada dos eritrócitos, pode ser causada por hemólise intra ou extravascular (fagocitose). A hemólise intravascular pode ser causada por bactérias como Clostridium perfringens tipo A ou C, Clostridium hemolyticum, Leptospira sp; produtos químicos como a fenotiazina, cebola, azul de metileno, cobre. Já a hemólise imunomediada, pode ser causada por transfusão incompatível ou isoeritrólise neonatal. A hemólise extravascular é causada por parasitas de eritrócitos como por exemplo, Mycoplasma haemofelis, Anaplasma sp, Eperythrozoon sp; imunomediada, como AHAI (Anemia Hemolítica Auto-Imune), lupus eritematoso, anemia infecciosa eqüina e defeitos eritrocíticos intrínsecos como deficiência da enzima piruvato quinase.
As anemias hemolíticas são normalmente refletidas por uma reticulocitose que varia de moderada a acentuada e parâmetros eritrocitários que vão de macrocítico e normocrômico a macrocítico e hipocrômico. Deve-se sempre lembrar que são necessários vários dias para que estes índices se tornem alterados e aparentes.
Podemos classificar as anemias regenerativas hemolíticas conforme a sua causa em: anemias de origem parasitária, tóxica e por distúrbios imunológicos.
Anemias Hemolíticas de origem Parasitária
Alguns microorganismos parasitam diretamente as hemácias podendo resultar em hemólise intravascular ou extravascular. Hemoparasitas como a Babesia são os causadores da Babesiose Canina, que é um protozoário intracelular (Babesia canis - transmitida por carrapatos), tendo-se no início uma hemólise intravascular, com aparecimento de icterícia, embora isso não seja uma constante.
Outros sintomas são febre, hemoglobinemia e esplenomegalia. As alterações laboratoriais mais importantes são anemia regenerativa, trombocitopenia, leucocitose no pico da hemólise (não muito intensa), linfocitose na fase de recuperação, hemoglobinúria, bilirrubinúria, proteinúria , cilindrúria e alterações bioquímicas inespecíficas.
Hemobartonelose é uma parasitemia de gatos e cães causada por ricketsias denominadas de Mycoplasma haemofelis e Mycoplasma haemocanis, localizadas na periferia dos eritrócitos. Os principais sintomas são febre, icterícia, esplenomegalia, hepatomegalia, prostação, anorexia e petéquias. As alterações laboratoriais encontradas são: anemia regenerativa macrocítica hipocrômica, leucocitose com eosinofilia, trombocitopenia e proteinúria na urinálise.
Anemia Hemolítica tóxica Anemia hemolítica por corpúsculo de Heinz pode ocorrer em cães e gatos. São compostos oxidantes presentes na circulação que podem reagir na hemoglobina em dois pontos: no radical sulfidril dos aminoácidos da globina e em parte da molécula de ferro. A oxidação da hemoglobina leva à precipitação e à formação do corpúsculo. Muitos casos de anemia hemolítica por corpúsculo de Heinz são resultantes da ingestão de substância oxidantes como cebola, ou da ação de drogas oxidantes como a acetaminofen.
Anemia Hemolítica tóxica Anemia hemolítica por corpúsculo de Heinz pode ocorrer em cães e gatos. São compostos oxidantes presentes na circulação que podem reagir na hemoglobina em dois pontos: no radical sulfidril dos aminoácidos da globina e em parte da molécula de ferro. A oxidação da hemoglobina leva à precipitação e à formação do corpúsculo. Muitos casos de anemia hemolítica por corpúsculo de Heinz são resultantes da ingestão de substância oxidantes como cebola, ou da ação de drogas oxidantes como a acetaminofen.
A Cebola e o alho contêm dissulfeto de alilpropila e alicina respectivamente, que causam a formação de corpúsculos de Heinz e anemia hemolítica. Os princípios tóxicos destes alimentos são oxidantes e acumulam-se nas hemácias, ocasionando a desnaturação da hemoglobina e formação dos corpúsculos. Há então a perda da capacidade de deformação das hemácias, havendo sua retenção nos capilares e subsequente fagocitose.
Anemias Hemolíticas causadas por disfunção do sistema imunológico
A anemia hemolítica imunomediada (AHIM) é uma conseqüência do aumento da destruição de hemácias, como resultado da ação de anticorpos contra estas ou da adesão de complexos imunes a ela. Uma forma de anemia hemolítica imunomediada que acomete animais recém nascidos é a isoeritrólise neonatal.
A anemia hemolítica auto-imune é considerada uma das causas mais freqüentes de doença hemolítica em cães, mas é descrita com uma frequência muito menor em gatos. Pode ocorrer como um evento idiopático ou ser secundária a uma variedade de desordens infecciosas, neoplásicas entre outras. Os fármacos mais incriminados são o levamizol em cães e o propiltiouracil em gatos.
Distinguir entre AHIM primária e secundária é crucial para um tratamento efetivo. A doença primária requer terapia imunossupressora agressiva. A AHIM secundária raramente responde bem sem que a causa primária seja eliminada e em alguns casos, pode piorar com terapia imunossupressora.
Não há achados patognomônicos para a AHIM mas, sabe-se que anemia com hematócrito inferior a 25%, presença de hemoglobinúria e/ou bilirrubinúria, reticulocitose, auto-aglutinação, esferócitos e uma resposta apropriada a terapia imunossupressora, confirmam o diagnóstico de AHIM primária.
Dica baseada no texto de João Leite,
Luciana Carvalho e Patrícia Pereira,
em Semina, 2011 e Priscila Solato et al, em
Revista Científica Eletrônica de M.V., 2008
A anemia hemolítica imunomediada (AHIM) é uma conseqüência do aumento da destruição de hemácias, como resultado da ação de anticorpos contra estas ou da adesão de complexos imunes a ela. Uma forma de anemia hemolítica imunomediada que acomete animais recém nascidos é a isoeritrólise neonatal.
A anemia hemolítica auto-imune é considerada uma das causas mais freqüentes de doença hemolítica em cães, mas é descrita com uma frequência muito menor em gatos. Pode ocorrer como um evento idiopático ou ser secundária a uma variedade de desordens infecciosas, neoplásicas entre outras. Os fármacos mais incriminados são o levamizol em cães e o propiltiouracil em gatos.
Distinguir entre AHIM primária e secundária é crucial para um tratamento efetivo. A doença primária requer terapia imunossupressora agressiva. A AHIM secundária raramente responde bem sem que a causa primária seja eliminada e em alguns casos, pode piorar com terapia imunossupressora.
Não há achados patognomônicos para a AHIM mas, sabe-se que anemia com hematócrito inferior a 25%, presença de hemoglobinúria e/ou bilirrubinúria, reticulocitose, auto-aglutinação, esferócitos e uma resposta apropriada a terapia imunossupressora, confirmam o diagnóstico de AHIM primária.
Dica baseada no texto de João Leite,
Luciana Carvalho e Patrícia Pereira,
em Semina, 2011 e Priscila Solato et al, em
Revista Científica Eletrônica de M.V., 2008
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