Se a sua cachorrinha começou a raspar os cantinhos da casa ou caminha, fica protegendo objetos, está mais ansiosa do que o normal ou anda “choramingando”, é preciso ficar atento: ela pode estar sofrendo de gravidez psicológica.
Esse problema costuma acometer mais de 50% das cadelas não castradas. Além das mudanças comportamentais, a gravidez psicológica causa alterações físicas, como o desenvolvimento das glândulas mamárias e a produção de leite, chegando a surpreender muitos proprietários.
O que fazer?
- Aja com naturalidade e respeite esse comportamento.
- Evite tirar os objetos que a cadelinha está protegendo, pois ela pode ficar mais ansiosa e até agressiva.
- Se precisar se aproximar do “ninho”, faça isso oferecendo algum petisco, para que ela faça associações positivas e não se estresse.
- A melhor maneira de prevenir esse comportamento é a castração, que também pode evitar doenças, como o câncer de mama e de útero nas fêmeas.
- Buscar orientação de um médico veterinário: existem medicamentos que inibem a prolactina e fazem cessar rapidamente a produção do leite e o comportamento maternal. Sem medicação, a gravidez psicológica costuma terminar em duas semanas.
Por que acontece?
Dois fatores podem favorecer essa gravidez imaginária. Primeiramente, a questão fisiológica. Alterações hormonais podem influenciar o comportamento e o desenvolvimento de tecidos mamários. Isso pode acontecer quando diminui bruscamente o hormônio progesterona, presente durante o cio e por mais dois meses.
Quando a cadela está para dar à luz, cai o nível de progesterona, o que estimula a produção do hormônio prolactina – que, por sua vez, age no tecido mamário, podendo ativar a produção de leite, mesmo sem a fêmea estar esperando nenhum filhotinho.
A questão comportamental também favorece essa condição. Mas, para entender, devemos pensar quando os cães viviam em matilhas. Nelas, só os indivíduos dominantes se reproduziam, que também eram os melhores caçadores. As lobas não dominantes, que desenvolviam gravidez psicológica, podiam cuidar, com perfeição, dos filhotes das fêmeas dominantes, que saiam para caçar.
Assim, as fêmeas “babás” se aproximavam afetivamente da líder e desenvolviam um bom relacionamento com a próxima geração. E, ser influente em uma matilha era muito relevante para sobrevivência.
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