sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Os progressos do diagnóstico por imagem





Poucos colegas tiveram a oportunidade
de acompanhar a evolução
da Clinica Médica e Cirúrgica de
pequenos e grandes animais nestes
últimos cinqüenta anos.

Para avaliar a substancial mudança
ocorrida com o advento dos diferentes
métodos de diagnósticos que contamos
atualmente, lembramos que no
caso da radiologia, inicia-se com o
uso do primeiro aparelho de Raios X,
GE de 30 mA, instalado na Faculdade
de Medicina Veterinária da USP na
década de quarenta.

Na cidade de São Paulo, por
exemplo, dez anos depois existiam
apenas outros três aparelhos portáteis
colocados em clinicas de pequenos
animais e outro no Jockey
Club. Entretanto com a compra de
equipamento Siemens de 1.000 mA,
pela Veterinária da USP e a instalação
das Disciplinas de Radiologia na
UNESP-Botucatu e na USP, iniciouse
o ensino do Radiodiagnóstico e o
interesse dos colegas pelas imagens
radiográficas.

Para se ter idéia da lenta evolução,
em 1995, dos 43.000 veterinários
oriundos de 25 Faculdades no Brasil,
apenas sete docentes respondiam
pelo ensino da Radiologia.

O panorama da Clinica, tanto de
pequenos como de grandes animais,
a partir da década de 90, mudou rapidamente
com a instalação de melhores
equipamentos, radiográficos
e de análises clínicas em Hospitais,
Clinicas e Centros de Diagnósticos.

A ultrassonografia veio logo a seguir
contribuindo para diagnósticos
mais precisos.

A partir da década de noventa,
tanto o radiodiagnóstico com a ultrassonografia
começaram a embasar
o caminho de novos métodos de
imagem como a Tomografia Computadorizada
(TC) e a Ressonância
Magnética (RM) que hoje fazem
parte do cotidiano do trabalho dos
Médicos Veterinários. Os clínicos
dispõe de Tomografia Computadorizada
funcionando na FMVZ da USP,
UNESP-Botucatu, e em outros seis
particulares em São Paulo. Temos
também duas clínicas com Ressonância
Magnética em São Paulo.

Tomografia computadorizada
No que tange aos exames de Tomografia
Computadorizada (TC) seu
aprendizado passa por etapas que
precisam ser vencidas e a sugestão é
para que seja bem usada a partir da
avaliação do caso clinico e dos outros
exames solicitados. Lembramos
ainda que o uso da anestesia geral é
imprescindível, embora a aquisição
das imagens seja rápida. Na grande
maioria das vezes são usados meios
de contrastes iodados, tanto iônicos
como não iônicos.

Com a Tomografia Computadorizada
(TC) as afecções poderão ser
estudadas por meio de exame não
invasivo e altamente confiável que
visibilizam as estruturas em planos
transversal, sagital e dorsal por meio
de reconstruções multiplanares e em
3D, sem a sobreposição de estruturas
anatômicas adjacentes.

O uso da TC de modo geral pode
ser utilizado nas seguintes alterações:
• Cabeça
- Cavidade nasal e seios paranasais:
Rinite, sinusite e neoplasias
- Cavidade oral: Fraturas, neoplasias
e avaliação da arcada dentária
- Bula timpânica e canal auricular:
Otite, pólipos e neoplasias
- Articulação temporomandibular: Fraturas,
luxação, processos congênitos
(displasia) degenerativos e neoplásicos
- Crânio: Fraturas e fissuras.
- Encéfalo: Neoplasias, dilatação
ventricular e hemorragias agudas
(intraparenquimatosa) e hematomas
subdurais
• Sistema músculo esquelético –
axial e apendicular
- Neoplasias ósseas e de partes moles;
hérnias de disco e processos degenerativos
vertebrais. Fraturas e Displasia
do cotovelo.
• Tórax
- Campos pulmonares e mediastino:
Massas e metástases pulmonares;
massas mediastinais, avaliação de
grandes vasos (aneurismas, trombos,
anomalias do anel vascular).
• Abdômen
- Neoplasias, Shunt Portossistemico,
processos obstrutivos intestinais e
de vias urinárias, trajetos fistulosos,
pesquisa de ureteres ectópicos,
avaliação de grandes vasos (aneurismas,
trombos)

Voltamos a aconselhar àqueles
que estão se iniciando no aprendizado
dos métodos de imagem que
aprimorem seus conhecimentos na Clinica, e especialmente nos métodos
de imagens que embasarão em futuro
próximo a utilização de outras técnicas
como a Medicina Nuclear, tanto
em pesquisa como na rotina clínica.
Prof.Dr. Benedicto Wlademir de Martin
(11) 3016-0200 | http://www.ivi.vet.br
Principais indicações do exame
de ressonância magnética na
medicina veterinária

Nas últimas décadas acompanhamos
os enormes avanços na
imagenologia veterinária. Se antes
contávamos apenas com radiografias
convencionais, hoje é possível afirmar
que muitas clínicas, hospitais
e centros diagnósticos contam com
equipamentos de radiografia digital,
permitindo obter imagens com maior
resolução e aparelhos de ultrassom
com mais recursos e imagens cada vez
mais nítidas. Os métodos de imagem
setoriais (tomografia computadorizada
– TC e ressonância magnética –
RM) só não estão mais difundidos na
nossa prática devido ao seu alto custo
de implantação. Mesmo assim, nos
últimos anos pudemos acompanhar
o aumento do número de tomógrafos
e, a partir de agora, de aparelhos de
ressonância magnética.

A RM permite visibilizar estruturas
até então “invisíveis” ou pouco
visíveis aos outros métodos com alta
qualidade de imagem, possibilitando
o pronto reconhecimento de vários
órgãos e estruturas anatômicas. Isso
pode nos levar a utilizá-la em situações
onde seria possível alcançar o
diagnóstico através de outros procedimentos
mais simples. Como se
trata de um exame relativamente
longo, de custo mais elevado e que
requer anestesia geral, é muito importante
conhecer as suas aplicações
e quando é ideal solicitá-lo.

A principal aplicação da RM está
no sistema nervoso central. Nenhum
outro método de imagem consegue
individualizar tão bem o cérebro, cerebelo,
medula e nervos e com tanto
contraste entre as estruturas. Lesões
intracranianas como neoformações,
metástases, doença vestibular,
processos degenerativos, episódios
isquêmicos ou hemorrágicos e traumatismo
crânio-encefálico são as
principais indicações, onde a RM é
mais recompensadora em termos
diagnósticos e também prognósticos.
Animais paralisados após um
episódio traumático, por suspeita de
neoformação intramedular ou discopatia,
também podem se beneficiar
muito desse método de imagem. A
RM é capaz de evidenciar o local da
lesão e o grau de compressão que a
medula está sendo submetida, além
de avaliar o quanto o disco intervertebral
está degenerado e se há
fraturas e desvios ósseos no local,
respondendo a questão da integridade
medular e possibilitando uma
melhor decisão cirúrgica e maior
acuidade no prognóstico.

Fora do sistema nervoso central a
RM tem aplicações bastante promissoras,
sendo possível avaliar lesões
em ligamentos, meniscos, cápsula
articular e mudança no sinal dos ossos
e músculos. Exames do sistema
musculoesquelético podem fazer a
diferença nos animais que claudicam
e que não apresentaram alterações
radiográficas ou nos animais que não
apóiam o membro após uma cirurgia.
Eles podem ser diagnosticados
com tendinites, tenosinovites ou
rupturas de ligamentos, como o cruzado
cranial. Além disso, as alterações
inflamatórias e degenerativas
decorrentes dessas lesões também
são diagnosticáveis.

Conforme novos estudos vão
sendo concluídos novas técnicas,
aparelhos, bobinas e sequências são
criadas, aumentando o escopo de
aplicações clínicas da RM, permitindo
que nossos pacientes tenham
cada vez mais qualidade nos diagnósticos
e nós mais informações para
basear nossas decisões clínicas e cirúrgicas,
além de garantir um prognóstico
mais preciso.

Felipe Andrei Suárez Abreu
Médico Veterinário - CRMV/SP 19.543
Provet Medicina Diagnóstica - Unidade Aratãs
Avenida Aratãs, 1009 - Moema - São Paulo – SP
Felipe Suárez [felipeasa@gmail.com]

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