terça-feira, 24 de maio de 2016

Fiocruz encontra pela 1ª vez no Brasil, Aedes aegypti infectados com o zika na natureza

O Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou nesta segunda-feira (23) que encontrou, pela primeira vez no Brasil, mosquitos Aedes aegypti naturalmente infectados com o vírus da zika.
A identificação aconteceu durante estudos de monitoramento que incluem a coleta de mosquitos em localidades onde foram identificados casos de zika no estado do Rio.  Até então, no continente americano, havia apenas um relato recente sobre Aedes albopictus, outra espécie transmissora, naturalmente infectados pelo vírus, no México.
Ao longo de dez meses, cerca de 1,5 mil mosquitos adultos de diversas espécies foram capturados para análise. Destes, quase a metade eram da espécie Aedes aegypti. Os diagnósticos da presença do vírus da zika foram realizados a partir de duas metodologias diferentes.
O resultado apontou o vírus em três conjuntos de Aedes aegypti coletados nos bairros de Coelho da Rocha, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, e Realengo, Zona Norte do Rio. Entre os mosquitos capturados, nenhuma outra espécie estava infectada.

Para determinar que a transmissão de uma doença é realizada por uma determinada espécie de inseto vetor é necessário realizar duas constatações. A primeira é identificar a ocorrência dessa espécie naturalmente infectada no campo, preferencialmente pela técnica de isolamento do vírus em Laboratório.
A segunda consiste em comprovar que este vetor é capaz de transmitir o vírus por meio de testes que avaliam a capacidade de transmissão. Para isso, é realizada a infecção artificial do mosquito em laboratório, a fim de verificar se haverá a presença de partículas virais ativas na saliva do mosquito – ou seja: partículas virais capazes de causar a infecção.

A Fiocruz constatou essas duas questões, que sãoe: fundamentais para se compreender a transmissão do vírus, estimar o risco de propagação da doença e orientar as ações de controle.
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