domingo, 17 de janeiro de 2016

Estudo em animais começa a explicar a ação do “viagra feminino”


Um dos efeitos descobertos pelos pesquisadores é que a droga reduz o metabolismo da glicose em área específica do cérebro durante a relação sexual

Depois do anúncio do “viagra feminino”, no segundo semestre de 2015, mais pesquisas sobre o tema estão em curso na tentativa de explicar o mecanismo de funcionamento da droga. No mais recente trabalho, cientistas da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, decidiram testar como o composto – conhecido pelo nome de flibanserina – afeta o cérebro. O estudo foi publicado no Journal of Sexual Medicine.

A diminuição do desejo sexual, chamada de frigidez, é mais observada em mulheres na pré-menopausa, mas nenhuma causa biológica é conhecida. Em alguns casos, a condição pode fazer com que a intimidade física se torne muito difícil ou até mesmo inviável.

Para tentar mapear tanto o efeito do medicamento como algumas das possíveis causas biológicas da frigidez, David Abbott, professor de obstetrícia e ginecologia e Alexander Converse, pesquisador associado, ambos da UW-Madison, estudaram os efeitos do viagra feminino no sagui comum, animal em que a intimidade é essencial para o sucesso do acasalamento e da vida familiar. 



As macacas sagui apresentam aspectos de desejo sexual similares ao de mulheres. Foto: J. Lenon/Wisconsin National Primate Research Center, University of Wisconsin-Madison

Os macacos saguis e os seres humanos têm comportamentos de acasalamento semelhantes, especialmente em resposta a sinais sexuais, tais como toque e cheiro. “A utilização dos saguis do sexo feminino em nosso estudo foi um modelo eficaz e controlado”, disse Abbot. “Isso nos permite determinar como a flibanserina age no cérebro de primatas.”

Como foi o estudo

Primeiro, os cientistas trataram as macacas com a flibanserina e compararam com um outro grupo de animais que não recebeu a droga. Depois, submeteram todas as cobaias a um exame de ressonância durante a relação sexual para saber se havia alguma diferença de atuação relativa ao medicamento.
 

Com os exames, os cientistas descobriram que, nas macacas sob efeito da droga, o metabolismo da glicose diminuiu na área pré-óptica do hipotálamo, região do cérebro que tem papel importante na intimidade e no desejo. Essa diminuição da quebra da glicose coincidiu com maior engajamento sexual.
“A associação entre uma menor metabolização da glicose e desejo é um dos primeiros passos na tentativa de entender como essa droga atua”, dizem os pesquisadores.

O viagra feminino só funciona em 10% das mulheres, segundo dados do FDA. Foto: Ingimage


Os pesquisadores fazem ressalvas à droga, contudo. De acordo com o FDA, dizem, o remédio só funcionou em 10% dos pacientes. Ainda, ao contrário do Viagra masculino, que pode ser ingerido próximo à relação sexual, o seu “equivalente” feminino precisa ser administrado ao longo do tempo.

O viagra feminino também pode diminuir a pressão e provocar perda de consciência. O consumo de álcool e de certos medicamento para insuficiência hepática oferecem riscos adicionais.

Fonte:  
http://brasileiros.com.br/WJRAq 

 

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