Boa nutrição, manejo alimentar adequado, abrigo para clima de calor intenso ou frio e vacinas de qualidade e vermifugações. Estas são as principais recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para a criação de cães e o incentivo à guarda responsável. Elas foram apresentadas recentemente à Câmara Setorial de Animais de Estimação – Câmara Pet – pela Comissão de Bem-Estar Animal (CTBEA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A CTBEA entende que é importante estimular o debate sobre o tema porque o Brasil tem 52 milhões de cães, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2013), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ao propor recomendações para promover a saúde e o bem-estar dos cães, a OIE também está trabalhando para proteger as pessoas, diz a coordenadora da CTBEA, a médica veterinária Lizie Buss. Isso porque, acrescenta, os cães são potenciais transmissores de zoonoses – doenças que afetam humanos e não humanos. “Por isso, é importante o controle da população canina”, enfatiza, acrescentando que a Câmara Setorial de Pequenos Animais formou um grupo de trabalho para se dedicar ao assunto. “Manejar a população canina de forma que ela se mantenha estável e imune a doenças como raiva, por exemplo, previne acidentes e reduz a incidência de doenças nas pessoas.”
Lizie Buss destaca também a relevância do manejo adequado de cães. “De acordo com a OIE, é importante manejar os recursos disponíveis como fontes de alimento e abrigo e trabalhar a guarda responsável de animais junto aos tutores ou donos dos animais. É igualmente essencial fazer a identificação de animais, desenvolver projetos de esterilização de cães e incentivar o acesso de tutores de baixa renda aos serviços veterinários”. Segundo ela, outra medida fundamental é conhecer a população canina – aqueles cães que têm tutores que não permitem o acesso às ruas e o número de animais semi-domiciliados e sem domicílio.
A coordenadora da CTBEA ressalta ainda que é fundamental o controle reprodutivo, a fim de evitar crias indesejadas que levam ao abandono de animais. “É importante educá-los para promover a correta socialização, o que reduzirá os problemas de comportamento e os acidentes com outros animais e pessoas. Além disso, os donos devem impedir que os animais de estimação andem sozinhos pelas ruas”.
O mercado pet do Brasil é o terceiro mais importante do mundo. De acordo com estimativa da Associação Brasileira de Indústria de Produtos Para Animais de Estimação (Abinpet), o setor deve movimentar R$ 17,9 bilhões este ano, ante R$ 16,7 bilhões de 2014, o que representará um aumento de 7,4%.
A população brasileira de cães, gatos, aves canoras e ornamentais é a segunda maior do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Ao todo, segundo a Abinpet, são 52,2 milhões de cães, 22,1 milhões de gatos, 18 milhões de peixes, 37,9 milhões de aves e 2,2 milhões de aves e pequenos mamíferos.
As exportações brasileiras do setor – ração, animais pet, acessórios, medicamentos – somaram US$ 497,4 milhões em 2014. A projeção é que os embarques totalizem US$ 517,6 milhões em 2015, com crescimento de 4,1%.
Fonte:
MINISTÉRIO DA
AGRICULTURA
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