segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Ômega 3 reduz risco de desenvolver doenças mentais, diz pesquisa

Cápsulas de Ômega 3, suplemento alimentar de ácidos graxos

A ingestão de Ômega 3 reduziu o risco de desenvolver psicoses e esquizofrenia durante sete anos, segundo um estudo publicado nesta terça-feira (11) na revista Nature Neuroscience. A pesquisa acompanhou pessoas com risco altíssimo de desenvolvimento de esquizofrenia. Elas ingeriram Ômega 3 em cápsulas de óleo de peixe durante três meses.

A maioria dos participantes que ingeriu o suplemento não teve comprometimento funcional grave e nem sinais de alerta para o desenvolvimento de psicoses nos sete anos seguintes. Segundo Paul Amminger e seus colegas da Universidade de Melbourne, na Austrália, apenas 9,8% do grupo que tomou Ômega 3 desenvolveu psicoses comparado ao grupo que tomou um remédio sem efeito (placebo). Cerca de 40% do grupo placebo, formado por pessoas com propensão alta de desenvolver esquizofrenia, apresentou um início mais rápido da doença e maior incidência de outros problemas psiquiátricos.

Em 2010, os pesquisadores já haviam mostrado que o Ômega 3 havia atrasado em até um ano o primeiro episódio de desordem psicótica em participantes de 13 a 25 anos. Estudos anteriores mostravam que a falta de Ômega 3 e Ômega 6 era um fator presente no desenvolvimento de várias doenças mentais e outros testes já haviam mostrado que a suplementação com Ômega 3 é capaz de reduzir sintomas psicóticos.

O Ômega é essencial para desenvolvimento e funcionamento neural. É um componente essencial do tecido cerebral e a falta desses ácidos graxos está associada a diversas desordens mentais, inclusive a esquizofrenia. O Ômega 3 é um ácido graxo poliinsaturado (PUFA, na sigla em inglês) encontrado em peixes marinhos de águas frias e algumas sementes de plantas, como a linhaça.

A esquizofrenia é uma condição mental caracterizada por alucinações e problemas cognitivos que geralmente se manifestam na adolescência e no início da idade adulta. O início pode ser abrupto ou gradual, mas a maioria das pessoas têm um desenvolvimento gradual de vários sinais e sintomas. A doença não afeta apenas a saúde mental, mas também aumenta a mortalidade em mais de uma década em relação à população em geral, principalmente por causa de problemas metabólicos do coração.

Nos últimos 20 anos, o interesse de pesquisadores em encontrar e intervir em casos de pessoas com sintomas potenciais de psicoses cresceu. O estudo tomou como base uma pesquisa anterior para classificar os participantes de acordo com seus sintomas, a intensidade e tempo de duração dos mesmos, além de predisposição genética. Apesar de o tratamento precoce estar associado a resultados melhores, ainda não foi encontrada uma cura para a doença.
 
Fonte:
do UOL

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