quinta-feira, 9 de julho de 2015

App encontra donos para cachorros abandonados - Similar ao Tinder, o aplicativo brasileiro Au.dote já reúne 300 cães, hoje abrigados por ONGs, à procura de um novo lar



Não faltam estudos que mostrem como a relação entre homem e cão é benéfica para os dois. Já foi provado que os cães realmente amam seus donos e que crianças chegam a preferir o contato com os pets a lidar com os irmãos, em momentos delicados. Mesmo assim, a Organização Mundial da Saúde estima que existam mais de 30 milhões de animais abandonados só no Brasil, dos quais 20 milhões são cachorros e 10 milhões, gatos. Um estudo da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP em parceria com a prefeitura estima que 2,5 milhões de cães e 562 000 gatos domésticos estão abandonados só em São Paulo.

Esse é o problema que o aplicativo Au.dote, lançado na semana passada, tenta combater. Funciona basicamente como o Tinder, o famoso app de relacionamentos amorosos: o usuário percorre páginas que mostram fotos dos cachorros, bem como dados sobre seu porte, raça, idade e histórico de vacinação e maus tratos.

Quando um cão é curtido, a ONG que o abriga recebe uma notificação, com o e-mail e o telefone do usuário interessado, e pode contatá-lo para agendar uma visita ou conseguir mais informações. Nas páginas dos cães também há o telefone e e-mail da instituição responsável, assim o usuário pode entrar em contato direto, se preferir.

Até agora, duas ONGs estão cadastradas, a paulista Segunda Chance e a catarinense Viva Bichos, e outras cinco organizações passam por treinamento para participar. Antes de admiti-las, os criadores do app visitam os lugares, conversam com funcionários e conferem se a instituição é certificada, sem problemas com o Ministério Público.

"Essas organizações sempre precisam de ajuda. Algumas vezes, elas chegam a rejeitar novos animais porque não têm espaço para abrigá-los, nem recursos para cuidar. É aí que esperamos auxiliar, agilizando o tempo que demora para os animais encontrem um lar", disse Bruno Queiroz, diretor da DogLikers, startup idealizadora do projeto.

Até agora há 300 cachorros cadastrados, de variadas raças, como vira-lata, pit bull, rottweilers e shar-pei. Há vinte dias disponível no Google Play e há uma semana na Apple Store, mas sem ampla divulgação, o aplicativo foi baixado por mais de 300 pessoas, número que deve crescer com a exposição que esperam a partir de agora.

A equipe do app está recebendo feedback das ONGs e dos usuários e planeja novas funcionalidades para as próximas versões, que devem incluir a possibilidade de apadrinhar um pet à distância (doando dinheiro) ou de repassar doações para as ONGs cadastradas.

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