quarta-feira, 3 de junho de 2015

Veja todas as dicas para quem quer ter uma salamandra, esse peculiar e colorido anfíbio



Para quem sonha em ter um terrário em casa, a salamandra pode ser o bicho ideal



A salamandra-de-fogo, como é chamada a variação terrestre do anfíbio, é dotada de uma característica singular: a pele bicolor, preta com manchas amarelas que formam desenhos em todo o corpo do animal. Essa pigmentação funciona como uma impressão digital, semelhante à encontrada nos dedos de nós humanos. Além disso, essa peculiaridade capacita a salamandra a se camuflar perfeitamente na natureza. Com aparência pré-histórica e pouco conhecido no Brasil, esse pequeno animal (chega a 40 cm de altura) costuma assustar à primeira vista, mas, tomando alguns cuidados, pode ser criado como um exótico mascote. Ele ainda tem uma excelente vantagem em relação aos outros pets, que é o fato de viver até 20 anos em cativeiro. “A expectativa é maior do que na vida selvagem, pois o animal não enfrenta os riscos de conviver com seus predadores”, explica Ariane Parra, médica veterinária, especializada em animais exóticos, da Clínica Pet Exótico, em Campinas (SP).

Habitat em cativeiro 

Originária de locais úmidos, como as zonas centrais da Europa, essa espécie precisa ser criada em um ambiente similar. Uma boa opção são os aquaterrários. “São aquários formados por uma porção de terra firme, que pode ser cascalho ou musgo, e um pequeno lago”, ensina Ariane. Além da estrutura, o local deve ter altos índices de umidade do ar (70 e 80%) e baixa temperatura (15°a 25°C), pois as salamandras são pecilotérmicas, ou seja, adaptam sua temperatura de acordo com o ambiente.

Comida adequada

Segundo Ariane, na natureza, a salamandra se alimenta de pequenos insetos aquáticos, crustáceos e larvas de outros anfíbios. Para os animais que vivem em cativeiro, os donos podem oferecer ração específica para a espécie e alguns outros alimentos. “Casoos tutores não encontrem essa opção no mercado, podem dar pedaços de fígado, coração de galinha e polivitamínicos em pó para ajudar a enriquecer a dieta do pet”, complementa a veterinária. Nunca ofereça alimentos deteriorados, pois isso pode causar doenças na salamandra.

Salamandra-de-fogo

(Foto: Shutterstock)


De olho na saúde

A maioria das doenças que acometem esses bichos é relacionada a problemas de pele. “O animal pode apresentar alteração na pigmentação em algumas partes do corpo e contaminação por fungos”, alerta Ariane. Esses pets também sinalizam que estão doentes por meio de dois sintomas: a prostração e inapetência (falta de apetite). Para evitar problemas, leve o anfíbio ao veterinário periodicamente.

Atenção no manejo

Diferentemente dos animais domesticados, esses mascotes não estão acostumados à nossa manipulação, sendo o seu manejo complicado e perigoso para os mais desavisados. Sem falar do seu temperamento arisco e estrutura úmida e escorregadia, que tornam um verdadeiro desafio segurar as salamandras-de-fogo. Ou seja, elas estão longe de serem mascotes que necessitam de algum tipo de carinho ou que correspondem nesse quesito.

Como mexer no animal

Quando for preciso mexer no animal, Ariane dá uma dica: “O ideal é sempre usar luvas de borracha para que o bicho não escape e não apertar com muita força. Para não errar, prenda a cabeça do anfíbio entre os dedos indicador e anelar. Use o polegar para apoiar a região do abdômen, e a palma da mão na região dorsal”, explica a veterinária.

Todo cuidado é pouco

Quando se sentem acuadas, as salamandras podem liberar uma substância de textura pegajosa que é venenosa aos humanos. A toxina pode provocar convulsões musculares e elevação na pressão sanguínea. Por isso, após o manejo do mascote, faça uma higienização completa nas mãos e braços, e nunca leve a área de contato com o animal aos olhos ou à boca antes disso. Para evitar que essa liberação de veneno aconteça, fique atento à região do pescoço e superfície do dorso da salamandra, onde ficam as glândulas que liberam esse líquido perigoso. Para melhor identificação, procure a região mais colorida do animal.






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