Ouvidos de cães e gatos possuem estrutura delicada e podem ser acometidos facilmente por doenças que prejudicam o bem-estar dos animais. A mais comum delas é a otite, que se caracteriza por um processo inflamatório na região do conduto auditivo. O problema provoca desconforto, com extrema dor local ou coceira.
Na maioria dos casos, só é possível notar o problema quando o animal dá sinais de incômodo, quando a otite já está em estágio avançado. Por isso, hábitos preventivos são a melhor maneira de evitar que o bicho sofra com a doença.
— Um dos sinais de que há algo errado com o ouvido do animal são os balanços de cabeça. O incômodo também pode fazê-lo esfregar as orelhas no chão, a cabeça pode pender para um dos lados e, em alguns casos, ocorre um aumento de secreção (cerúmen) com alteração de coloração e odor — explica a veterinária Amanda Cologneze Brito, do Laboratório Veterinário Mundo Animal.
Prevenção da otite canina
Mantenha a higiene dos ouvidos e orelhas. Uma vez por semana, limpe as orelhas do seu cachorro.
Se seu cachorro tem muito pelo na região interna das orelhas, leve-o pra fazer uma tosa higiênica, para evitar retenção de sujeira nessa região.
Se seu cão tem orelhas muito compridas, pra ele o ideal é um potinho de água fundo e estreito, para que ele não molhe as orelhas quando for beber água.
Mantenha as orelhas do seu cão sempre secas. Quando for dar banho no cão, coloque algodão nos ouvidos do cachorro para evitar que entre água. No final do banho, seque bem a região. Leve-o ao veterinário para check-ups regulares.
Causas e diagnóstico
As causas da otite são diversas e somente um médico veterinário está apto a fechar um diagnóstico. Segundo Amanda, a principal origem do problema é a umidade.
— Quando, por exemplo, as orelhas continuam úmidas após o banho, existe uma grande possibilidade de esta umidade afetar o conduto auditivo, acarretando uma otite. O mesmo problema ocorre com cães que praticam natação e não têm os ouvidos devidamente preparados com algodão antes de entrar na água, nem bem secos depois — diz a veterinária.
A otite também pode ser de causa parasitária, em que ácaros causam o processo inflamatório e liberam uma secreção escura com mau cheiro, de origem bacteriana. O tratamento, nesses casos, é mais extenso. Se não for bem tratada, a doença pode se tornar crônica.
Há, ainda, casos em que os animais produzem cerúmen no conduto auditivo em excesso: a otite seborreica. De acordo com Amanda Cologneze Brito, é importante utilizar uma solução de limpeza de ouvidos e orelhas para promover uma limpeza eficaz.
O próprio animal pode provocar a otite ao coçar e machucar as orelhas, carregando microorganismos para o ferimento. O fator racial também faz diferença na formação do processo inflamatório.
— Por terem orelhas grandes e caídas, dificultando a ventilação no conduto auditivo, cães das raças Cocker Spaniel e Labrador Retriever criam, naturalmente, situações favoráveis para o desenvolvimento de bactérias e fungos no ouvido — completa Amanda.
Tratamento
O tratamento da otite consiste, primeiro, na limpeza dos condutos auditivos do cão ou do gato. O procedimento é feito com produtos adequados, geralmente à base de ácido lático e salicílico, que removem crostas, cerúmen e células mortas que podem atrapalhar o tratamento. Depois de limpos, os ouvidos são tratados com medicamentos específicos para cada caso, dependendo do tipo de otite.
Após a cura da otite aguda, o dono deve sempre manter uma manutenção, a fim de evitar a volta do problema. A limpeza de rotina das orelhas pode ser feita com soluções próprias, semanalmente depois do banho.
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