segunda-feira, 27 de abril de 2015

Miíase - mais chamada por "bicheira": Como proteger seu cão ou gato



Existem muitas doenças que os donos de gatos e de cachorros podem não conhecer bem como são, os sintomas e, principalmente, o tratamento. E quando o animal está enfermo, fica ainda mais desprotegido. A miíase, conhecida popularmente por bicheira, é quando existe uma infestação de larvas de mosca nos animais que vivem pelas ruas (sem, necessariamente, ser um gato ou cão de rua) ou que, por estarem idosos ou enfermos, não conseguem cuidar da própria higiene.



A afecção parasitária pode ser nos tecidos ou cavidades do corpo do animal. Existem diferentes espécies de moscas que podem causar a miíase e podem: depositar apenas uma larva esbranquiçada (berne) e causar uma miíasenodular cutânea, e outras espécies deixam vários ovos na lesão, aí é a conhecida bicheira. As afecções são separadas em duas categorias:

Biontófagas: quando as larvas invadem o tecido vivo (o animal não precisa estar ferido para que isso aconteça). Nessa categoria, estão as espécies de insetos callitroga americana, dermatobia hominis e oestrus ovis.


Necrobiontófagas: quando as larvas invadem tecidos já machucados por necrose, onde as elas se alimentam do tecido morto. As moscas deste grupo são: licilia, sarcophaga, phaenicia, calliphora, musca, mucina e fannia.

O nome mais comum conhecido entre as moscas causadoras das miiases, são as varejeiras.

Conhecendo os sintomas da miíase
O gato ou cachorro com miíase pode apresentar dor, relutância em se mover ou dificuldades ao andar e também podem ocorrer sinais de enfermidades sistêmicas, em decorrência da toxemia. Encontram-se um ou mais inchaços subcutâneos firmes e fistulados nos exames clínicos.

É possível observar as larvas na fistula e ao redor delas o tecido necrosado. Se a lesão é na região cutânea, normalmente existe uma ferida aberta com odor forte. Se a infestação com larvas cuterebriades for grande, pode acontecer debilitação e até o óbito do animal acometido pela miíase.

As infecções secundárias das lesões caracterizam-se por um macerado, fístulas e úlceras, onde também são visíveis grandes quantidades de larvas. Outros locais que também podem ser afetados são os olhos e o cérebro, neste último caso a infecção acontece por uma larva migratória normalmente por uma infecção por miíase em região de ouvidos ou olhos.

Diagnosticando e tratando a miíase
O diagnóstico da miíase pode ser feito se o animal que fica muito fora de casa apresentar sinais clínicos e/ou larvas em ferimentos, mas sempre que aparecer a dúvida, a primeira coisa que se tem a fazer é levar o animal até um veterinário e examiná-lo.

O veterinário poderá fazer um tratamento da miíase através da remoção das larvas intactas com pinças. As larvas devem estar intactas, por isso também pode-se usar de anestésicos para facilitar a remoção. É necessário separar totalmente os ferimentos e tecidos necrosados para serem removidos, a partir disso, as feridas devem ser lavadas com uma solução receitada pelo médico, duas vezes ao dia, até a ferida estar completamente curada. Além dos curativos e as lavagens, podem ser necessários outros tratamentos médicos com antibióticos injetáveis e por via oral até o fechamento da lesão.

E a prevenção da miíase deve ser feita. Caso o animal fique muito tempo fora de casa, os donos tem que sempre verificar se não existem feridas, e caso tenha, tratá-las imediatamente e não deixar em contato com sujeira, animais ou ambientes que podem ter moscas que podem levar larvas até as feridas.

No exame clínico é frequentemente encontrado um ou mais inchaços subcutâneos, de aspecto firme e fistulado – fístula é um canal que se forma para a eliminação de pus -, além das outras características citadas anteriormente. É bastante comum que infecções bacterianas aconteçam de forma secundária à infestação.

Cuidados com o local no qual o animal de estimação se encontra também é uma parte importante do processo de prevenção da miíase. Manter o ambiente limpo e higienizado, sem deixar acumular fezes, sem presença de lixos e outros cuidados básicos, ajudando a evitar a presença de moscas e consequentemente a infecção do cão ou do gato.

Quando seu bichinho estiver ferido, principalmente de forma profunda, o ferimento não deve ser apenas coberto para impedir o contato com moscas, mas também trato com antisséptico e algum antibiótico tópico de indicação de seu veterinário. Alguns medicamentos estão sendo testados atualmente para a prevenção da doença, em sua maioria com sucesso.

Lembre-se sempre de que assim que seu bichinho apresentar sinais de que está doente ele deve ser levado ao veterinário para ser devidamente tratado e medicado contra Miíase, evitando maiores complicações e até mesmo o óbito. Receitas caseiras e indicações por pessoas leigas não são as melhores formas de se tratar qualquer doença.





Conheça um pouco mais sobre a Bicheira
A miíase pode se estender a outras partes do organismo afetado, porque as larvas tendem a escavar a pele e migrarem para seus locais de preferência, atingindo assim outros tecidos além do cutâneo. Há casos nos quais as larvas atingem a região ocular e então a doença passa a receber o nome de oftalmiíase. De maneira anormal, uma larva migratória pode chegar até o cérebro de um cão ou gato infectado, desencadeando sistemas neurológicos.

A miíase não se restringe apenas aos cães e gatos, elas podem atingir animais de maior porte, como bovinos e equinos, além de afetar o ser humano também. Em humanos, a miíase ocorre em condições parecidas com a dos animais, frequentemente quando a pessoa é idosa, se encontra debilitada e sem condições de higiene adequadas.

É importante ressaltar que uma das formas da miíase, a biontófaga, acomete tecidos sem a necessidade de eles estarem lesados. Além disso, o ciclo constante dos ovos, larvas e moscas, faz com que os tecidos não tenham tempo para se regenerarem e cicatrizarem sozinhos, pois assim que um ciclo se completa, novas larvas e ovos surgem no local da lesão, debilitando o individuo ou animal com miíase cada vez mais.

A propagação da Miíase tende a ser maior durante os períodos de verão e outono, isso ocorre porque em períodos chuvosos o ciclo biológico das moscas é mais rápido. A Miíase é também mais frequente em locais que abrigam muitos animais e/ou possuem bastante vegetação, sendo assim atrativo para a proliferação de moscas.



Breve explicação do ciclo biológico das moscas
Após a fêmea depositar ovos sobre a ferida no animal, ocorre a eclosão deles e a liberação de larvas entre 10 e 24 horas. Durante 4 a 8 dias as larvas se alimentam do tecido cutâneo, muitas vezes aprofundando e aumentando a lesão, além de em alguns casos migrarem para a cavidade. Quando atingem um determinado tamanho, as larvas passam para a pupa, então abandonam o animal e vão para o ambiente, dando origem em seguida as moscas. Dessa forma, é comum que esse novo ciclo deposite ovos no animal e continue com a bicheira.



Tipos de miíase
Além da classificação que já citamos de biontófaga – a miíase que atinge tecidos sadios – e necrobiontófaga – que atinge tecidos necrosados -, existe ainda outra classificação para a doença, de acordo com o local em que as larvas se encontram.
Miíase cutânea

Esse tipo de Bicheira se apresenta formando lesões que lembram furúnculos, por causa disso é conhecida como Miíase furuncolosa.
Miíase cavitária

Essa forma se apresenta de maneira mais ampla, recebendo algumas subdivisões pela localização. Temos a Miíase de feridas, as Miíases intestinais, a Otomiíase que atinge a região dos ouvidos, a Nasomiíase que atinge a região nasal, a Cistomiíase localizada na região da bexiga urinária e a já citada anteriormente Oftalmiíase.

Existem ainda outras formas de se classificar a doença, mas as citadas aqui são as formas mais comuns. O tipo de mosca que causa a doença também é bastante considerado, alguns agentes causadores de miíase não foram registrados no Brasil, enquanto outros só afetam um determinado tipo de animal.


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