Os cães e gatos não falam e raramente entendemos os sinais que eles apresentam. O Médico Veterinário se parece muito com um “Médico Pediatra” pelas características do paciente. Assim como uma criança, o cão ou o gato doente não consegue nos dizer o que está acontecendo e “onde está doendo”.
Dessa forma, durante a consulta e atendimento, dependemos muito das informações trazidas pelos donos ou cuidadores e toda informação é extremamente importante.
Como estão as fezes e a urina?
Está comendo ou não?
O animal vomitou? Como foi o vômito?
Tem dor ou desconforto?
Como se comporta?
Manca de alguma pata? Qual é e quando ocorre?
Tem dificuldade de mastigar e de comer comida sólida?
Bebe água?
Tem tosse ou dificuldade respiratória etc.
Durante o atendimento, muitas vezes o animal, por medo ou estresse, não demostra os sinais que apresentava em casa e deixa de mancar, quando essa é a queixa. Por isso as reavaliações e retornos são importantes.
Se a dor é discreta, é mais difícil ainda de identificar. Dói o joelho? Dói o ombro? Dói em que tipo de movimento? Quando salta? Quando anda? Quando se levanta?
Se o proprietário não pode dar essa informação e se não for observador, passamos a depender de exames repetidos ou mesmo de avaliações repetidas.
Presença de pulgas, carrapatos, dor de ouvido, feridas agudas por lambeduras e a presença de larvas: Bicheiras ou miíases por inacreditável que pareça podem aparecer sim de uma hora para outra. Em um primeiro exame não tem nada, 12 horas depois tem um ferida com larvas. Se não reavaliarmos o animal que não melhora, surpresas desagradáveis vão aparecer e o animal pode sofrer com isso.
Exames pareados de fezes podem fechar uma suspeita de giárdia. Exames repetidos de ultrassom de abdome pode dar o diagnóstico de pancreatite ou obstrução intestinal, que no último exame estava normal.
Radiografias de tórax podem ser decisivas no diagnóstico de megaesôfago, pneumonia, edema pulmonar e efusões. Sem falar nas glicemias, gasometrias, eletrocardiogramas, hemogramas e contagem de plaquetas que podem se alterar de uma hora para outra.
O nosso organismo é dinâmico e as alterações acontecem a todo momento, assim os diagnósticos e suspeitas, mudam e devem ser considerados naqueles animais que não respondem ao tratamento ou que ainda não tenha um diagnóstico fechado.
Por último, não devemos deixar de considerar a busca por uma segunda ou terceira opinião, procurando especialistas e centros médicos.
Mais do que qualquer exame citado anteriormente, na maioria das vezes somente uma avaliação clínica e um exame físico cuidadoso pode ser decisivo no diagnóstico e reavaliação do paciente “que não fica bom”, mas além da perícia e conhecimento do veterinário essa relação depende muito da cumplicidade e confiança depositada pelo proprietário no Médico Veterinário.
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