O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) está atento aos casos de estomatite vesicular (EV), com focos confirmados este ano em quatro estados do País: Bahia, Piauí, Maranhão e Mato Grosso. Trata-se de uma doença viral, com cura espontânea, que afeta bovinos, equídeos, bubalinos, pequenos ruminantes e suínos. Apresenta sinais clínicos semelhantes aos da febre aftosa, com lesões na boca, narinas, no focinho, nas patas e úberes; salivação abundante e dificuldade na locomoção.
Desde 2012 a Comissão do Código de Animais Terrestres da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) propôs a retirada da estomatite vesicular da lista de doenças, por não causar morbidade ou mortalidade significativa, apresentando baixa prevalência de sinais clínicos nos animais infectados e baixo potencial de impacto. Assim, em 2014, foi aprovada a retirada da estomatite vesicular da lista de doenças da OIE.
Diante de uma suspeita da EV, o serviço veterinário oficial deve ser notificado imediatamente para permitir um diagnóstico rápido e a adoção de medidas adequadas que evitem a sua propagação. A interdição das propriedades é uma medida de segurança que impede que os animais doentes deixem o local, e assim possam ser tratados, evitando infecções secundárias em razão das lesões típicas da estomatite. Os casos suspeitos devem ser encaminhados primeiramente ao diagnóstico de febre aftosa. Todos os animais submetidos aos exames foram negativos a esse teste. É importante ressaltar que os animais com EV não precisam ser abatidos, por isso a doença não gera impactos econômicos.
Sobre a EV
Acredita-se que o vírus seja transmitido por insetos vetores hematófagos (que sugam o sangue). Os animais doentes também podem transmitir o vírus para outros animais via contato direto. Os infectados eliminam vírus por meio de secreções e excreções, como a saliva e líquido das vesículas (bolhas), que contaminam os animais suscetíveis ao ter contato com a pele e mucosas que apresentem lesões. O cocho, utensílios e as pessoas que lidam com os animais podem se tornar veículos de transmissão do agente da doença.
Para o controle da dispersão do vírus deve-se restringir a movimentação de animais na propriedade foco, instituir quarentena para os doentes, buscar um rápido diagnóstico e controlar o ingresso de insetos vetores, com a eliminação ou redução dos criadouros, além de desinfecção do ambiente, em caso de currais e estábulos. A doença tem cura espontânea e o tratamento dos doentes é sintomático, para evitar infecções secundárias.
Histórico da doença
O primeiro caso foi registrado em equinos em 1964, no estado de Alagoas. Dois anos depois, também no estado de Alagoas, o serviço veterinário brasileiro registrou a atuação em um surto da doença em mulas.
De 2005 a 2013 houve 169 focos registrados nos estados da Bahia, Ceará, Goiás, Pernambuco, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins. Foram registrados 16 focos em 2011; 1 em 2012; 55 em 2013 e este ano 54 até o momento.
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esther.silva@agricultura.gov.br
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