Quando um cãozinho entra em nossas vidas, fazemos planos e algumas promessas. Tratá-lo bem, educá-lo, manter a saúde em dia e, claro, brincar e passear. Essa é a hora mais do que esperada por muitos proprietários, que aguardam com ansiedade a terceira vacina, o passaporte para que o peludo bote as “patas na rua” e se torne o seu companheiro na hora do lazer. Mas em muitos e muitos casos, a novidade logo perde a graça e começam as desculpas: ah, está frio... Chovendo... Trabalhei muito, estou cansado, é tarde para sair... Ele é tão pequeno, não precisa de exercício... O cachorro puxa muito... O quintal é grande, ele tem como se divertir. Assim, dia após dia, a vida do bicho vai virando um tédio. Mas cachorros são persistentes, e sempre encontram um jeito de chamar a atenção. Sem direito à rua, pegam seus brinquedos favoritos e tentam interagir com que o dono que, depois de um dia de trabalho extenuante, está mais preocupado em checar os e-mails ou conferir o que rola na televisão, e não lhe dá a menor bola. Com interação de menos, passando horas, horas e hoooooras sozinho, o bicho vai procurar uma forma de gastar energia. Adeus sofás, tapetes, móveis. O dono, raivoso, que já não andava mesmo com muita vontade de passear ou brincar, encontra o álibi perfeito para botar o pet de castigo. Esse sim é o verdadeiro “mundo cão”!
Cães que vivem “enclausurados” em casa podem apresentar distúrbios de comportamento, vivendo em depressão, sendo hiperativos, destruidores ou tornando-se agressivos com estranhos. Um bom dono não dá só casa e comida: ele inclui o animal em sua vida. Ter um bicho é uma opção, e não uma obrigação. Cachorros são seres sociáveis, e como nós, precisam de diversão. Passeios são tão importantes quanto o “kit básico” – alimentação, saúde, higiene e cama quentinha. Os cães precisam de estímulos sensoriais para se manter psicologicamente estáveis, exercitar a audição e o olfato e, claro, o físico. As caminhadas melhoram as funções cardiopulmonares, previnem problemas nas articulações e aumentam a expectativa de vida do animal. E não estamos falando de voltinhas rápidas no quarteirão: o ideal é que o passeio dure, pelo menos, meia hora, duas vezes ao dia. No começo pode até parecer puxado, mas logo vocês vão descobrir quantas coisas boas acontecem nesses percursos. Vocês conhecem outras pessoas (e outros cães, claro, contribuindo para a socialização do peludo), podem treinar comandos de obediência – o que estreita ainda mais os laços entre vocês – e (re) descobrem lugares e paisagens que certamente passariam despercebidos no corre corre diário. Como as brincadeiras, um bom passeio é fundamental para a saúde mental do seu peludo – e para você também. Então, desligue o computador, chame o seu amigo e vá para rua!
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