terça-feira, 13 de outubro de 2015

Haddad desafia a supremacia do automóvel, diz o jornal americano New York Times

Fernando Pereira/Secom


Em reportagem, o jornal americano The New York Times destacou o papel das políticas do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), na mudança de perfil da metrópole desde o início de seu mandato, em 2012.



Entitulado “Enfrentando resistência, um prefeito luta para aliviar engarrafamentos em uma megacidade brasileira”, o texto destaca tanto a abertura de vias públicas para pedestres, caso da Avenida Paulista e do Minhocão, como o debate sobre mobilidade urbana que medidas como a implantação de ciclovias e corredores de ônibus suscitou entre os paulistanos.

O texto diz que São Paulo passou de uma cidade que investia pouco em transporte público e destruía áreas verdes, a uma que vem mudando seu perfil para priorizar o transporte de massa.

"A classe média passou a se abrigar atrás de muros e alguns da elite preferem até usar helicópteros a ter que pisar nas ruas de São Paulo", diz o jornal. "Mas, agora, uma reviravolta liderada pelo prefeito de esquerda está alcançando algo antes tido como impossível: desafiar a supremacia do automóvel."

Entre as entidades contrárias às ações de Haddad, o NYT cita o processo movido pela OAB contra a redução de velocidade nas Marginais.

O principal argumento da Ordem citado na matéria é que os atropelamentos na via não são causados pela velocidade, mas, sim, pela irresponsabilidade de pedestres que tentam atravessar uma via expressa. "Milhões de pessoas em São Paulo não podem ser culpadas pelas mortes de pedestres irresponsáveis", diz o texto do processo.

O jornal também cita que opositores vêm usando inclusive os escândalos de corrupção que envolvem o PT, como a Operação Lava Jato, para atacar as políticas de Haddad. Os opositores também dizem que o prefeito está “fazendo todos infelizes com suas medidas”.

O NYT pondera, no entanto, que, segundo alguns paulistanos, as políticas estão abrindo caminho para uma maior qualidade de vida. “De fato, partes da Avenida Paulista, a via mais proeminente da cidade, evocavam as praias do Rio de Janeiro, com banhistas esparramados em toalhas de sol quando autoridades a fecharam para carros em um domingo recente.”

O texto fecha com aspa do colunista Marcelo Rubens Paiva, do O Estado de S. Paulo, dizendo que um viajante no tempo dos anos 70 jamais reconheceria a São Paulo que se criou desde a chegada de Haddad.

Por Raphael Martins

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