domingo, 3 de abril de 2016

Estudo: A vigilância sanitária e o controle das principais zoonoses

(Por: Professor Dr. Omar Miguel)*


INTRODUÇÃO Para iniciarmos o assunto propriamente dito, seria interessante definir primeiro o que é Vigilância Sanitária e depois definirmos zoonoses, para saber a relação entre os dois aspectos.
Assim, através da Lei 8.080 de l9/09/80 do Ministério da Saúde, Artigo 6, 1o Parágrafo, a Vigilância Sanitária foi definida como um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos a saúde (estudo das zoonoses) e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:
a) o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente se relacionam com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, de produção ao consumo;
b) o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde;
c) controle das zoonoses de maior importância em saúde pública.
Portanto, tendo em vista as principais atuações da Vigilância Sanitária, vamos entrar no estudo das zoonoses que são doenças ou infecções que mais nos interessam e que passaremos a estudar.



CONCEITUAÇÃO DAS ZOONOSES Desde os primórdios da história, o homem começou a perceber que ele era suscetível de adquirir doenças dos animais. Os hebreus da época de Moisés (séc. XV ;i. C.) por exemplo, já conheciam a raiva e sabe-se que existia entre eles um dito popular que dizia: "Ninguém acreditará no homem que disser ter sido mordido por um cão raivoso e ainda esteja vivo". Referências ao mormo e sua transmissão ao homem existem nos escritos de Aristóteles e Hipócrates, que viveram no século IV a.C. Virgílio, poeta romano do século I a.C., reconheceu ser o carbúnculo hemático (antrax) no homem transmitido pelo tosquiamento de carneiros mortos pela doença. Todavia, foi somente após a descoberta das características de certas bactérias e outros organismos interiores, que se puderam estabelecer analogias entre muitas doenças contagiosas do homem e dos animais.


O vocábulo ZOONOSES foi introduzido na literatura médica pelo Médico Alemão Rudolf’ Wirchow, no século passado (XIX), para caracterizar as doenças animais que podiam ser transmitidas ao homem. Etmologicamente a palavra é originária do grego, sendo que seu prefixo "zoon" significa animal e o sufixo "nosos", doenças, traduzindo-se literalmente por doenças animal. Embora a palavra não reflita bem este sentido, o vocábulo ficou consagrado pelo uso, passando a ser, naturalmente, utilizada nas ciências médicas.

A amplitude do termo gerou inúmeras discussões com a finalidade de conceituar de uma maneira mais racional e significativa, as zoonoses. Assim, em 1966, durante a realização do "3oEncontro de Peritos em Zoonoses da Oganização Mundial da Saúde", conseguiu-se chegar a um consenso, definindo-se as zoonoses como: "as doenças e infecções naturalmente transmissíveis entre os hospedeiros vertebrados e o homem".

A presença dos vocábulos "doença" e "infecção" tem a finalidade de enfatizar as condições que um hospedeiro poderá apresentar, isto porque o animal infectado pode não evidênciar manifestações clínicas (sintomas) que permitam sua identificação no meio, ao contrário do animal doente, o qual manifestará evidências de alterações orgânicas. Assim, na febre Q, por exemplo, os bovinos podem constituir-se em fontes de infecção para o homem, observando-se neste hospedeiro (homem) manifestações clínicas (sintomas) decorrentes da ação patogênica de ricketsia, responsável pela doença Coxiella burnetti. O mesmo raciocínio se aplica à raiva silvestre, em que os morcegos hematófagos constituem reservatório para o vírus da doença, não apresentando, via de regra, sintomas de infecção, mais com capacidade de transmiti-lo a outros animais e ao próprio homem.



ASPECTOS GERAIS As zoonoses na atualidade constituem os riscos mais freqüentes e mais temíveis a que a humanidade está exposta, relacionando-se neste contexto cerca de 150 doenças até 180 (SCHWABE, 1984).

A demanda cada vez maior de alimentos de origem animal, provocando implicitamente o incremento das indústrias zootécnicas através, principalmente, dos aumentos substanciais dos rebanhos, constitui fator decisivo para aumentar os riscos de exposição às zoonoses. Outro fator a ser ponderado diz respeito à urbanização dos centros mais desenvolvidos da esfera industrial e ao hábito de criar em casa e apartamento "animais de estimação" tais como cães, gatos, aves ornamentais, quelônios, hamsters e até pequenos símios, contribuindo para aumentar ainda mais este tipo de risco. Por outro lado, os modernos meios de transporte rodoviário, ferroviário, marítimo e aeroviário favorecem a disseminação destas doenças através da condução acidental de vertebrados (reservatórios) ou invertebrados (vetores) de uma região endemica a outra indene. 

Da mesma forma a comercialização de animais (importação ou exportação) ou a sua deslocação para feiras ou exposições aumenta a probabilidade de transmissão destas infecções.
De acordo com a gravidade das senses, podemos dividila, teoricamente, em três grandes grupos: 

l) igualmente graves para o homem e para os animais: Carbúnculo hemático, Raiva e Tuberculose bovina;
2) graves para o homem e raramente (ou ligeiramente) prejudiciais à saúde animal: Brucelose, Febre Q, Hidatidose.
3) que raramente afetam ao homem, mas provocam graves epizootias (epidemias animais): Febre Aftosa, Pasteurelose, Pseudo raiva.
A maior ou menor gravidade de cada uma das zoonoses em particular, pode diferir de acordo com a região considerada e com a época de ocorrência.



CLASSIFICAÇÃO
Várias tem sido as classificações propostas para as zoonoses, porém, a apresentada por SCHWABE, 1984, é a mais adotada por ser considerada a mais completa e fundamentalmente, baseia-se no ciclo de vida do agente etiológico. 

1) ZOONOSES DIRETAS:
A transmissão se dá de um hospedeiro vertebrado infectado a um vertebrado suscetível, por contato, veiculação ou vetor mecânico. Ex.: Raiva, Brucelose.
2) CICLOZOONOSES: Há a participação de mais de umaespécie de hospedeiro vertebrado na cadeia de transmissão.Ex.: Cisticercose, Hidatidose.
3) METAZOONOSES:São transmitidas biologicamente através de vetores invertebrados. No interior do organismo do hospedeiro invertebrado, o parasita realiza uma fase do seu ciclo biológico durante um determinado intervalo de tempo, ao qual se denomina "período extrínseco de incubação", que precede a transmissão a outro hospedeiro vertebrado.
Na dependência dos hospedeiros necessários para a formação da cadeia de transmissão, as metazoonoses se dividem em quatro tipos:
a) requerem um hospedeiro vertebrado e outro invertebrado. Ex.: Febre amarela.
b) requerem um hospedeiro vertebrado e dois invertebrados. Ex.: paragonimíase.
c) requerem dois hospedeiros vertebrados e um invertebrado. Ex.: clonorquíase.
d) representam a transmissão transovariana. Ex.: encefalite dos carneiros (Lomping-ill).
4) SAPROZOONOES: Há a participação de um hospedeiro vertebrado e de um elemento não pertencente ao reino animal, tais como o solo, matéria orgânica e plantas. Ex. : Histoplasmose e Ancilostomíase (solo), Fasciolose (plantas).

Além dessa classificação, hoje também começa a ser levada em consideração aquela que relaciona as zoonoses com os agentes etiológicos. Assim, é que, em 1978, em Genebra, o grupo de Expertos da OMS discutiram exclusivamente as zoonoses parasitárias; em 1981, em Genebra, os expertos discutiram as zoonoses bacterianas e viricas e já se está estudando a possibilidade de reunião dos expertos para o estudo das zoonoses micóticas. Hoje, em dia, as duas classificações são aceitas, e uma complementa a outra.


VIAS DE TRANSMISSÃO A transmissão das zoonoses pode ocorrer através das seguintes vias:
1 ) TRANSMISSÃO DIRETA: Um hospedeiro vertebrado infectado transmite o parasita a outro hospedeiro vertebrado suscetível através do contato direto. Ex.: a raiva, brucelose, carbúnculo hemático, sarnas, microsporidioses, tricofitoses.
2) TRANSMISSÃO INDIRETA: Pode ocorrer através de diferentes vias:
2.1 ) Alimentos - Ex.: leptospirose, botulismo, carbúnculo hemático, brucelose, tuberculose, salmoneloses, teníases, triquinelose.
2.2) Secreções - Ex.: Raiva, brucelose.
2.3) Vômitos - Ex.: leptospirose, peste, sarna, brucelose.
2.4) Artrópodes - Ex.: febre amarela, encefalomielite equina, tifo e peste.



IMPORTÂNCIA EM SAÚDE PÚBLICA Nos países em desenvolvimento a canalização de recursos está dirigida para a assistência médica, resultando em inversões mínimas para a medicina preventiva. A ocorrência de "doença" na população acarreta a baixa produção de bens e serviços com a conseqüente redução dos níveis salariais. 0 baixo poder aquisitivo da população conduz a padrões deficientes de alimentação, moradia inadequada e à diminuição do nível de educação. Este ciclo vicioso, chamado de "ciclo econômico da doença", fecha-se com a ocorrência de mais doença, diminuindo ainda mais o potencial de trabalho da população humana. 

Colateralmente, verifica-se uma pequena inversão de capital e de conhecimento técnico na pecuária, favorecendo a ocorrência e disseminação de doenças entre os animais, muitas delas de Caráter Zoonótico, agravando ainda mais a já deficiente condição de saúde do homem. Em decorrência deste fato, verifica-se baixa natalidade e elevadas morbidade e mortalidade nos rebanhos, gerando, em conseqüência, a produção de bens e serviços cada vez mais baixos.

Para se aquilatar a importância das zoonoses em Saúde Pública, basta lembrar que, das seis doenças em que a notificação dos casos é exigida universalmente, duas pertencem a este grupo, a Peste e a Febre Amarela, e ambas ocorrem no Brasil.

Das doenças obrigatoriamente notificáveis de acordo com as Normas Técnicas Especiais relativas à Preservação da Saúde no Estado de São Paulo, dez pertencem ao Grupo de Zoonoses a saber: Febre Amarela, Peste, Leptospirose, Raiva Humana, Carbúnculo Hemático, Tuberculose, Brucelose, Ricktesioses, Arboviroses e Doença de Chagas.

De maneira geral, não existem muitos dados estatísticos disponíveis e fidedignos sobre a ocorrência das diferentes zoonoses no Brasil. Vários fatores contribuem para agravar esta situação, tais como, a grande extensão territorial, a escassez dos serviços de saúde e de recursos médicos em muitas regiões, a deficiente educação sanitária de grande parte da população e diversos problemas de esfera administrativa e política.

Algumas zoonoses não constituem problema de saúde pública propriamente dito, porque raros são os casos humanos até hoje descritos. A Febre Aftosa enquadra-se neste contexto; embora nao acarrete prejuízos diretamente h saúde pública é responsável por grandes perdas na pecuária, e, implicitamente, à economia nacional.

A Raiva Urbana, por outro lado, apresenta coeficientes de morbidade e mortalidade baixos, porém, constitui um grande problema para a Saúde Pública em função de letalidade no homem ser de100%. Via de regra, nos casos de acidentes com animais suspeitos, várias pessoas são envolvidas, o que acarreta um grande onus ao Estado com o tratamento preventivo aos expostos ao risco de infecção. Em saúde animal, na raiva silvestre (rural) os prejuízos são decorrentes da perda, às vezes, de grande número de animais de um mesmo rebanho.

A Leptospirose, a Raiva, as Salmoneloses, a Brucelose e as Teníases ocorrem em todos os Estados da Federação. As arboviroses apresentam elevada prevalência nas zonas de matas, Amazônia principalmente, mas, levantamentos epidemiológicos demonstram infecções humanas com ou sem manifestações clínicas, em outras regiões, tal como o sul do país, Mato Grosso, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

A Hidatidose tem incidência primordial no Rio Grande do Sul atingindo ainda Santa Catarina e Paraná e representa um grave problema de Saúde Pública. O mesmo ocorre com a Cisticercose, que ainda constitui um risco permanente para os consumidores de carne suína.

A Leptospirose apresenta prevalência moderada nos rebanho: bovino e suíno. Por sua vez a Brucelose apresenta alta morbidade e baixa mortalidade; todavia é um problema de saúde ao nível de grupos profissionais, tais como empregados de matadouros, granjas leiteiras, veterinários e tratadores de animais, embora acarrete, anualmente, consideráveis prejuízos à pecuária e a suinocultura.

A Tuberculose, além dos prejuízos à indústria animal, determina a redução da mão de obra humana disponível para o trabalho, porquanto após a alta hospitalar o indivíduo nem sempre pode voltar às suas atividades anteriores como é o caso dos trabalhadores braçais. Em razão dos fatos apresentados, pode-se concluir que qualquer que seja a zoonose considerada, de maior ou menor gravidade para o homem e para os animais, esta sempre contribuirá para diminuir a produção de bens e serviços com todas as suas conseqüências.



CONTROLE Em decorrência da importância das zoonoses, tanto do ponto de vista social quanto do ponto de vista econômico, é necessária a adoção de medidas capazes de minimizar estes transtornos através de aplicação de métodos adequados para a prevenção, controle ou erradicação destas doenças.

Para que a aplicação destes métodos possa ser bem sucedida, é de suma importância o conhecimento de prevalência de cada uma das zoonoses. Assim, é necessário proceder-se a minuciosos inquéritos epidemiológicos, utilizando-se para tanto dos registros dos serviços de saúde pública e saúde animal, dos dados obtidos nas propriedades rurais das informações dos médicos veterinários e dos relatórios das indústrias de laticínios e matadouros. Conhecida a magnitude de cada um dos problemas, são estabelecidas as prioridades de ação, adotando-se programas eficientes com a finalidade de interromper a cadeia de transmissão destas zoonoses, seja pela atuação sobre as fontes de infecção, vias de transmissão ou suscetíveis.

O combate às zoonoses pode ser realizado ao nível de cooperação internacional e dentro de uma mesma ação, ao nível central, regional ou local.

No entanto, qualquer que seja o programa de controle adotado, é de fundamental importância que ao mesmo seja dado continuidade e que os procedimentos de vigilância sanitária sejam adequadamente aplicados, caso contrário, aos prejuízos econômicos já decorrentes de incidência de uma determinada zoonose, somar-se-ão os de uma campanha mal sucedida.

Em vista de tudo o que foi dito, verificamos a relação estreita entre a Vigilância Sanitária e o Controle de Zoonoses.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ACHA,P.N., SZYFRES,B. Zoonosis y enfermedades transmissibles comunes al hombre y a los animales. Washington : Organización Panamericana de la Salud, 1986. (Publicación Científica, 503).
BENENSON,A.S. El control de enfermedades transmissibles al hombre. Washington : Organización Panamericana de la Salud, 1987. (Publicación Científica, 507)
BRASIL. Lei n. 8.080 de 19 de setembro de 1990. Ministério da Saúde.
ORGANIZACION MUNDIAL DE LA SALUD. Informe de la primero reunión do Grupo Mixto OMS/FAO de experts en las zoonosis. Genebra : OMS, 1950. (OMS-Informes Técnicos, 40, l958)
Segundo informe do Grupo Mixto OMS/FAO de experts en las zoonosis. Estocolmo : OMS, 1958. (OMS-Informes Técnicos, 169, l959)
Expert Comittee on zoonosis third report. Genebra : OMS, l960. (OMS-Informes Técnicos, 378, 1967).
El aporte de la veterinaria a la salud publica. Genebra : OMS, l975. (OMS-1nforme Técnicos, 573, 1975.)
Les zoonoses parasitaires. Genebra : OMS, 1978. (Informes Técnicos, 637, 1979.)
Bacterial and viral zoonoses. Genebra : OMS, 1981. (lnformes Técnicos, 682, l982)
SCHWABE,C.W. Veterinary medicine and human health. 3.ed. Baltimore ; Williams A Wilkins, 1984.




FONTE:* Coordenador do Curso de Medicina Veterinária da UNIBAN


Pássaros que vivem na cidade são mais inteligentes e saudáveis do que os silvestres




As dificuldades das cidades podem ter deixados os animais mais atentos
Nada como a malandragem urbana. Uma pesquisa realizada pela universidade canadense McGill apontou que pássaros que vivem na cidade são mais espertos do que seus primos rurais - e também têm uma saúde melhor.

O estudo analisou 53 pássaros da espécie Loxigilla barbadensis. Os animais foram capturados em 8 pontos diferentes da ilha de Barbados, alguns mais e outros menos urbanizados. Os pássaros, então, foram submetidos a testes que verificavam como eles lidavam com desafios de inteligência e como estava seu sistema imunológico. Pois os animais urbanos se deram melhor em todas as etapas do estudo.

Os testes de inteligência faziam com que os pássaros pensassem em diferentes formas de conseguir alcançar seu alimento. A ideia é que a inovação seria útil tanto para os animais urbanos, quanto os selvagens. Nos desafios, os animais tinham que abrir compartimentos, identificar mecanismos, e identificar cores. Só 26% dos animais coletados na natureza conseguiram completar os testes de raciocínio - já o índice entre os bichos da cidade foi praticamente o dobro, 50%. O vídeo de um dos desafios você consegue ver abaixo:

Mas a grande surpresa do estudo foi a saúde dos pássaros da cidade. Os animais tinham um sistema imunológico superior ao dos animais selvagens. "Como os pássaros urbanos foram melhores na resolução de problemas, nós esperávamos que aconteceria uma troca e que a imunidade deles seria mais baixa, só porque presumimos que não se pode ser bom em tudo. Parece que, nesse caso, os pássaros da cidade vencem em tudo", afirmou em comunicado Jean-Nicolas Audet, estudante de biologia da universidade e autor do projeto

Os pesquisadores acreditam que os resultados sejam melhores para os pássaros da cidade porque eles estão em constante contato com situações adversas, como constante mudança nos alimentos encontrados, perturbação humana e doenças. Todos esses problemas acabaram selecionando os indivíduos mais fortes.

Fonte:

Dar um animal de presente é dar responsabilidade para 10 a 15 anos


Cães e gatos são seres vivos sensíveis e não devem ser vistos como brinquedos.
Em época de festas, como Natal ou mesmo em aniversários, surpreender alguém com um animal de estimação pode parecer o presente perfeito – especialmente para as crianças. No entanto, às vezes não nos damos conta de que presentear alguém com um cachorrinho ou um gatinho implica em uma série de responsabilidades. Entre elas: 
  • Dispor de local apropriado para a espécie, incluindo um lugar para o animal dormir, se exercitar, fazer as suas necessidades e onde possa se sentir seguro. 
  • Ter condições financeiras para dar alimentação e cuidados veterinários de qualidade. 
  • Ter tempo para acompanhar o animal em brincadeiras, exercícios, socialização e higiene, além de dar o carinho que necessita. 
  • E tudo isso por, aproximadamente, 10 a 15 anos entre os cães e até 20 anos no caso dos gatos
Além de se preocupar com isso, antes de dar um animal de estimação de presente a uma criança, deve-se levar em conta que ela pode não querer ou não ser capaz de assumir todas essas responsabilidades. Cães e gatos são seres vivos sensíveis e não devem ser vistos como brinquedos. 
É comum que os pais acabem assumindo as responsabilidades. E em muitos casos, isso leva ao abandono ou maus-tratos desses animais por falta de tempo, recursos, conhecimento ou simplesmente por preguiça. 
Confira nossa campanha Animal Não É Brinquedo nas redes sociais.

Cuidados com o novo companheiro

Se mesmo depois de analisar todos esses quesitos, você ainda estiver convencido de que este é o momento certo para adquirir um amigo canino ou felino, te oferecemos algumas dicas: 
  • Prepare sua família, inclusive as crianças: Um animal de estimação irá mudar a dinâmica do seu lar e requer planejamento para que todos ajudem com as tarefas. Toda família deve estar de acordo com a decisão de ter um pet e assumir essas responsabilidades durante todos os anos de vida do animal. 
  • Prepare o seu lar: Uma coleira, uma cama e tigelas (para água e comida) são alguns dos itens necessários. Os cães às vezes se comportam como crianças de dois anos de idade e é preciso garantir a segurança do animal, bem como da sua família. Por exemplo: não deixe produtos de higiene ao alcance do pet, mantenha os lixos tampados, cubra ou esconda cabos elétricos etc. E informe-se sobre como treinar o seu animal para evitar problemas de comportamento no futuro. 
  • Adote: Priorize sempre adotar ao invés de comprar um animal. Ao adotar um cão ou gato, você ajuda os animais abandonados e não estimula o comércio indiscriminado que, muitas vezes, é realizado de forma abusiva e cruel. 
  • Se for Natal, presenteie-o depois das festas: Se você realmente quer presentear alguém com um animal de estimação, sugerimos que lhe dê apenas as tigelas ou a coleira no dia do Natal. Desta forma, a sua família se surpreenderá e poderá, depois da correria das festas de fim de ano, se sentar e discutir com calma o tipo de animal de estimação que querem cuidar, as responsabilidades etc. 
Lembre-se que os animais não são brinquedos e não podem ser descartados quando bem quisermos. Eles precisam de cuidados a todo momento e, em troca, nos dão os melhores anos de nossas vidas. 
Fonte:
World Animal Protection

Fêmeas no poder - Conheça 10 animais com fêmeas dominantes



De abelhas-rainhas a macacos adeptos do "amor livre", descubra como são algumas das sociedades matriarcais mais incríveis da natureza

1. Abelhas

Uma das sociedades mais organizadas da natureza é comandada por uma fêmea: a abelha-rainha.
Na verdade, quase a população inteira é composta por fêmeas. A matriarca lidera um verdadeiro exército de operárias, que trabalham juntas para alimentar a rainha e manter a colmeia. Se você viu uma abelha por aí, ela provavelmente era fêmea.
Os machos existem em menor número, para fins reprodutivos. Uma vez que cumprem sua função, infelizmente, eles morrem.

2. Bonobos

Conheça os bonobos: uma comunidade de amor livre, liderada por fêmeas.
Aí vai uma curiosidade... As duas espécies de primatas mais parecidas com os humanos são os bonobos e os chimpanzés. Mas elas não poderiam ser mais diferentes entre si: uma é liderada pelos machos e mais agressiva – os chimpanzés frequentemente resolvem os seus conflitos através da violência. A outra é comandada pelas fêmeas e mais pacífica – os bonobos resolvem os seus conflitos com favores sexuais, inclusive entre duas fêmeas.
O motivo? Estudos indicam que um ancestral comum teve sua população dividida pela formação do Rio Congo. Os que ficaram do mesmo lado que os gorilas evoluíram para uma espécie agressiva, competindo por comida e território (os chimpanzés). Já na outra margem, sem ameaças por perto, o segundo grupo adotou um estilo mais “paz e amor”.
Os bonobos estão entre as poucas espécies na natureza não fazem sexo só para fins reprodutivos, mas também por prazer – assim como os humanos. E mantêm fortes laços sociais e familiares.

3. Orcas

Apesar da injusta fama de “baleias assassinas”, as orcas também mantêm fortes laços sociais e familiares. Estão entre poucos animais que passam a vida toda com suas mães, mesmo depois de ter os seus próprios filhotes. Sendo assim, um grupo de orcas costuma ser formado por várias famílias. Lideradas pela fêmea mais velha (a matriarca), essas orcas caçam juntas e cuidam dos filhotes umas das outras. 

4. Elefantes

Os elefantes são os maiores animais da terra e também um dos exemplos mais bonitos de sociedade matriarcal.
As manadas costumam ser lideradas pela fêmea mais velha. E apesar da matriarca ser geralmente maior do que os outros (em tamanho), o que importa mesmo é a sua experiência. Muitas vezes, na natureza, a hierarquia entre os animais é estabelecida pela força. Mas os elefantes são seres altamente sociais e inteligentes. A matriarca é aquela que sabe onde encontrar água ou como melhor defender os filhotes. Uma única fêmea experiente chega a liderar de8 até 100 elefantes.

5. Hienas

Já as hienas comandam grupos de até 60 indivíduos. E “comandam” é a palavra certa aqui – as fêmeas são significativamente maiores e mais agressivas do que os machos.
São elas que ficam com a maior parte da comida. Apesar da fama de carniceiras, as hienas são ótimas caçadoras em grupo. Quando matam uma presa, as fêmeas dominantes se alimentam primeiro. Os machos que não conseguem comer o suficiente usam as suas “horas extras” para encontrar alguma carcaça abandonada na savana.
Como se não bastasse, as fêmeas também possuem um pseudo-pênis. O órgão – um clitóris alongado – chega a ficar ereto e é usado para urinar, acasalar e dar luz aos filhotes.

6. Lêmures-de-cauda-anelada

Os lêmures são um caso curioso. As fêmeas e os machos têm o mesmo tamanho – e teoricamente a mesma chance de lutar pela liderança. Por que então a maioria das sociedades são dominadas por fêmeas? É isso que os pesquisadores gostariam de descobrir...

7. Leões

Ele usa a coroa, mas é ela que manda no pedaço.
As leoas são – provavelmente – as fêmeas mais injustiçadas da natureza. Em média, um bando tem 13 fêmeas. Elas mantêm uma sociedade matriarcal e dividem as tarefas comunitariamente, cuidando dos filhotes umas das outras. Além disso, são exímias caçadoras. São as leoas que emboscam e matam as presas – e não o temido “rei da selva”.
O bando é mantido por fêmeas da mesma linhagem, ao longo de várias gerações, enquanto o leão reprodutor vem de fora e pode ser substituído por outro mais forte. As disputas por território são comuns entre os machos. Mas não se engane: as leoas são perfeitamente capazes de enfrentar e afugentar um macho indesejado. Você não ia querer cruzar o seu caminho...

8. Suricatas

Os suricatas vivem em grandes colônias matriarcais – às vezes, com até 40 indivíduos. A fêmea dominante lidera esses pequenos mamíferos pela savana em buscas de novas tocas e em disputas por território contra outros suricatas.

9. Ratos-toupeiras pelados

Além de dominar as savanas, o oceano, as copas das árvores e até o ar... as fêmeas estão comandando também debaixo da terra. Os ratos-toupeiras vivem em grupos de até 300 e seguem uma “alfa” fêmea

10. Formigas

Por fim, voltamos aos insetos. As formigas têm sociedades matriarcais muito parecidas com as das abelhas – uma rainha e milhares de operárias, que mantêm o formigueiro sempre ativo. Os poucos machos cumprem função reprodutiva. E às vezes, nem isso...
Existe uma espécie de formigas na Amazônia (Mycocepurus smithii)que é composta apenas por fêmeas. Como é possível? Segundo a pesquisadora Anna Himler, essas formigas são excelentes fazendeiras. Elas aprenderam a cultivar fungos – pequenos organismos que se reproduzem assexuadamente – e em algum momento assimilaram as mesmas características evolutivas.
Todas as formigas da colônia são clones da rainha, o que as deixa mais suscetíveis a epidemias. Por outro lado, a ausência de machos poupa a energia da matriarca. Todas as crias passam a ser fêmeas e, portanto, mais mão-de-obra para o formigueiro.

EXTRA: Peixes abissais

Esta não é uma sociedade matriarcal, mas vale mencionar: as fêmeas da família Ceratiidae costumam vagar sozinhas pelosabismos mais extremos do oceano. São lugares onde a pressão da água é tão grande que a maioria das espécies não sobreviveria. Mas espera – onde estão os machos?
Os peixes da família Ceratiidae são tão menores que as fêmeas que,por anos, os cientistas acreditaram se tratar de um parasita.
A realidade não é tão melhor assim. O macho nasce sem aparelho digestivo e precisa rapidamente encontrar uma fêmea – senão ele morre. Os “sortudos“ acoplam o seu corpo no da fêmea, como verdadeiros parasitas, compartilhando parte da comida apanhada e digerida por sua enorme companheira. Mas fica pior (desculpa, meninos!): aos poucos, o macho vai se desintegrando para que a fêmea possa usar os seus espertozóides para se reproduzir. 
Fonte:
World Animal Protection